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Conteúdos violentos: como falar com crianças e adolescentes sobre séries como Round 6

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Cenas de sexo e violência podem impactar desenvolvimento psíquico e levar crianças a reproduzir conteúdos de filmes e séries. Imagem da série ‘Round 6’
Divulgação
O avanço tecnológico e as plataformas de streaming popularizaram o consumo de produções audiovisuais do mundo todo, mas também possibilitaram o consumo de séries e filmes com conteúdo violento por crianças e adolescentes.
Recentemente, a escola Aladdin, no Rio de Janeiro, por exemplo, chegou a enviar um comunicado a pais e responsáveis alertando sobre conteúdos de violência, sexo e suicídio apresentados na série que é a febre do momento, “Round 6”, da Netflix. A série tem classificação indicativa de 16 anos.
No comunicado, ao qual o g1 teve acesso, a escola diz que se preocupa com a “facilidade com que as crianças acessam esse material” e reforça que as produções possuem “restrição de visualização por classificação etária, uma ferramenta preciosa para que nossas crianças acessem somente o conteúdo apropriado à sua idade”.
“Sabemos que é responsabilidade da família decidir o que é melhor para suas crianças, mas enquanto educadores temos o dever de alertar e honrar o compromisso com a educação” – Jardim Escola Aladdin.
O problema não é recente. Séries como ‘The Walking Dead’, não indicada para menores de 16 anos, e ‘Sobrenatural’, não indicada para menores de 14, já foram muito populares entre crianças mais novas. No entanto, psicólogos e educadores reforçam a importância de haver um controle, ou, no mínimo, orientação sobre o acesso a conteúdos sensíveis por crianças.
Patricia Bignardi, coordenadora pedagógica da Escola Tarsila do Amaral, em São Paulo, diz que a responsabilidade de verificar o que as crianças consomem em seu tempo livre é principalmente dos pais, mas que a escola tem o dever de orientá-los tanto quanto aos alunos sobre a forma de interpretar e lidar com conteúdos inadequados.
“A escola tem um papel fundamental não só de conversar com as crianças, mas também de alertar as famílias sobre os riscos e consequências de expor a criança a cenas de violência e sexo, por exemplo. Porque, por mais que ela não entenda exatamente do que se trata, vai notar que não é algo presente no seu dia a dia e pode querer reproduzir, mesmo que por brincadeira, com os colegas.”
Segundo ela, o que deve ser feito caso isso aconteça é conversar com a criança para explicar que se trata de uma ficção e que não é algo que deva ser reproduzido na vida real.
Na outra ponta, os pais também precisam ficar alertas para garantir que os filhos não acessem tais conteúdos e que estejam preparados para elucidar questões que podem não ser devidamente absorvidas pelas crianças.
A psicóloga Iolete Ribeiro defende que o respeito à classificação dos conteúdos aos quais crianças e adolescentes têm acesso é indispensável. “O desenvolvimento psíquico de criança e adolescente difere em vários domínios psicológicos do desenvolvimento adulto. Então, o modo de pensar e de interpretar é característico e vai passando por transformações.”
Ela explica que a autonomia intelectual para distinguir o que é realidade e o que é fantasia está em formação em crianças de menos de 12 anos. Por isso, elas ainda não conseguem analisar o efeito das escolhas que fazem, nem mesmo têm capacidade para interpretar esses conteúdos de modo que não tragam prejuízos para seu processo de desenvolvimento.
Iolete, no entanto, não defende a responsabilização de pais e professores e opina que é o estado quem deve regular o acesso e a classificação dos conteúdos.
Confira outras dicas dos profissionais ouvidos pelo g1.
Evite conteúdos inadequados
Não assista conteúdos inadequados a crianças na presença delas. Dê preferência a conteúdos infantis quando estiverem assistindo juntos. Isso mostra que o conteúdo que elas assistem é divertido e interessante e não gera curiosidade sobre assuntos inadequados.
Crie um perfil infantil
Os serviços de streaming oferecem perfis infantis com filtro de conteúdos. Crie uma conta para seu filho e mostre o tanto de conteúdo legal que ele tem acesso. Explique que ele pode assistir o que estiver ali e, caso queira ver algo de outro perfil, é preciso pedir permissão antes. Alguns serviços de streaming oferecem a possibilidade de criar senhas para restringir o acesso a perfis –o que impede crianças de abrir conteúdos dos pais, por exemplo.
A carioca Kathlen da Cunha é mãe de Saulo, de 4 anos, e toma os cuidados necessários para que o filho só assista produções próprias para sua idade. “Ele tem um perfil infantil, então conto com a configuração de segurança que os streamings proporcionam. De minha parte, eu programo, administro e supervisiono pela TV e também assisto junto.”
Confira o que a criança está assistindo
Também é possível acessar o histórico do aplicativo e verificar o que foi acessado anteriormente. Faça isso e confira o que a criança assiste quando está sozinha.
Converse
Se a curiosidade surgir, converse com a criança sobre os conteúdos inadequados. Explique, sem detalhes, o assunto em questão. Por exemplo, diga que agressão é crime e não deve ser cometida, aceita ou reproduzida. Explique que o que ela viu é uma ficção e não deve ser feito na vida real. E se a curiosidade persistir, diga que ela pode sempre perguntar para um adulto de confiança.
Guia da classificação indicativa
No Brasil, as produções audiovisuais veiculadas na TV, em cinemas, distribuídos digitalmente ou por outros meios de comunicação precisam ser devidamente classificadas de acordo com a faixa etária indicada. A orientação é do Ministério da Justiça e está descrita no guia prático de classificação indicativa.
As classificações podem ser:
Livre para todos os públicos
Não recomendado para menores de 10 anos
Não recomendado para menores de 12 anos
Não recomendado para menores de 14 anos
Não recomendado para menores de 16 anos
Não recomendado para menores de 18 anos
Na TV aberta, por exemplo, cenas de sexo, consumo ou alusão a drogas ou violência só podem ser veiculadas a partir de horários específicos e sempre deve apresentar a classificação indicativa. O objetivo é informar aos pais e responsáveis se o que está sendo exibido é ou não recomendado para crianças e adolescentes.
Conteúdos disponibilizados por serviços de distribuição ou de streaming também precisam ser classificados. Mas, como nestes casos o horário de exibição não é controlado, as profissionais ouvidos pelo g1 reforçam a necessidade de um controle parental para evitar o consumo indiscriminado de produções não recomendadas.
Apesar disso, o consumo de conteúdos inadequados não é proibido, desde que seja permitido por um responsável legal que assuma os riscos da exposição não indicada.

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Filipe Ret vai do trap ao rock em show com banda afiadíssima no Rock in Rio

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Músico convida Caio Luccas para apresentação com hits brisados, sensuais e que celebram maconha. Filipe Ret e Caio Luccas cantam ‘Melhor Vibe’ no Rock in Rio
O show de Filipe Ret no Rock in Rio desta quinta-feira (19) começou quatro minutos antes do previsto, às 16h46, no Palco Sunset. A apresentação foi envolvente e mostrou o quão eclética é a veia do carioca.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Antes de subir ao palco, Filipe Ret apareceu num compilado de fotos e vídeos, exibidos no telão. Nas cenas, ele fumava, cantava, dirigia um carrão e participava de uma batalha de rima — atividade na qual ele iniciou a carreira, em 2003, na Lapa (RJ).
Logo em seguida, o artista surgiu trajado com óculos escuros e um capuz de ar misterioso, ao som de “Réus”, de “Vivaz”, álbum que o fez despontar, em 2012. O setlist da apresentação, aliás, foi uma mescla das diferentes eras do artista, passando por seus 15 anos de carreira. A inspiração foi sua turnê atual, “FRXV” — adaptado a uma versão enxuta.
“Corte Americano”, “7 Meiota”, “Louco pra voltar”, “Invicto” e “War” foram algumas das faixas do repertório. Antes de cantar a sensual “F*F*M*”, Filipe disse: “Quem gosta de foder fumando muita maconha levanta a mão”. E foi respondido com uma multidão de braços erguidos na plateia, que se mostrou agitada do início ao fim do show.
Filipe Ret se apresenta no Rock in Rio 2024
=Stephanie Rodrigues/g1
A apresentação aconteceu dias após rapper lançar o disco “Apocalipse”. No Rock in Rio, ele chegou a subir o palco com Caio Luccas, rapper que faz parte do time de artistas do selo musical de Filipe, a Nadamal Records. Juntos, os dois cantaram os hits brisados “Melhor Vibe”, “Good Vibe” e “Vizão de Cria 2”.
Filipe também fez um medley de hits do Poesia Acústica, projeto audiovisual que bomba entre os fãs de trappers. Em “Amor Livre”, o músico homenageou sua namorada, a influenciadora Aghata Sá.
A apresentação teve uma banda afiadíssima, que conduziu batidas, solos de guitarra e backing vocals de rap, trap, boombap, afrobeat, rock, soul e samba funk que dominaram o show.
O músico deixou o palco ao som de “Deus Perdoa”. O que atrapalhou mesmo o show foi o som, que começou estourado e só foi se ajustar na metade da apresentação. Quem sabe Filipe tem sorte no sábado (21), quando retorna ao festival para participar do Para Sempre Trap, ao lado de Cabelinho, Kayblack, Veigh, Matuê, Orochi e Ryan SP.
Cartela resenha crítica g1
g1

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Anitta sensualiza no registro oficial em vídeo de ‘São Paulo’, música lançada por The Weeknd em show no Brasil

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♫ NOTÍCIA
♪ Anitta engata mais uma parceria internacional de peso. Já está em rotação no canal oficial de The Weeknd no YouTube, o registro audiovisual de São Paulo, música inédita apresentada pelo artista canadense no show feito pelo cantor no Brasil em 7 de setembro em estádio da cidade de São Paulo (SP). Anitta não canta na gravação em vídeo, mas sensualiza no clipe incendiário filmado no show de Weekend.
São Paulo é, a rigor, um funk que embute sample da gravação de Abre as pernas, mete a língua, música do repertório da cantora Tati Quebra Barraco.
Presume-se que São Paulo possa integrar o próximo álbum de The Weeknd – Hurry up tomorrow, título que encerra trilogia formada pelos discos After hours (2020) e Dawn FM (2022) – mas não há a confirmação oficial de que a faixa faz parte do álbum.

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VÍDEOS Rock in Rio: o melhor do dia 19/9

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