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Festas e Rodeios

Pesquisador Rodrigo Faour historia a música brasileira de forma inclusiva em livro que expõe pluralidade da trilha do país

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Sem desprezar gêneros e artistas mais populares, o primeiro volume vai de 1500 aos anos 1970 e é indicado para quem quer se iniciar no vasto tema. Capa do livro ‘História da música popular brasileira sem preconceitos’, de Rodrigo Faour
Divulgação
Resenha de livro
Título: História da música popular brasileira sem preconceitos – Dos primórdios, em 1500, aos explosivos anos 1970 – Vol. 1
Autor: Rodrigo Faour
Edição: Record
Cotação: * * * *
♪ Sétimo livro de Rodrigo Faour, História da música popular brasileira sem preconceitos – Dos primórdios, em 1500, aos explosivos anos 1970 – Vol. 1 pode ser caracterizado como enciclopédia compacta do (vasto) tema que inventaria em 574 páginas.
Basta consultar o farto índice onomástico – de 48 páginas – e escolher o nome de um artista para ter ideia (vaga ou mais precisa, dependendo do espaço ocupado por cada um na narrativa) da atuação desse artista na música do Brasil.
Contudo, o mote do livro do jornalista e pesquisador musical carioca – mestre em Letras (Literatura, Cultura e Contemporaneidade) – é recontar de forma inclusiva história já narrada em outros livros sobre o tema. E é por isso que faz a diferença.
Do ponto de vista intelectual, críticos, pesquisadores e historiadores musicais sempre criaram hierarquias ao discorrer sobre a música brasileira com base em senso estético individual e – ao mesmo tempo – comum, já que todos seguem essencialmente a mesma linha (excludente) de pensamento.
Embora entusiasta confesso da MPB (entendendo-se por MPB a música produzida por geração de cantores e compositores projetados nos anos 1960 e 1970 nas plataformas dos festivais), já alardeada pelo autor em entrevistas e redes sociais como “a melhor música do mundo”, Faour sempre valorizou a música dita cafona ou brega, termos que embutem (tentativa de) dominação cultural de uma classe pela outra.
Por nunca ter discriminado artistas dos segmentos mais populares, o autor tem legitimidade para escrever uma história da MPB “sem preconceitos”, como alardeado no título do livro lançado em 27 de setembro pela editora Record e com sessão de autógrafos programada para sexta-feira, 22 de outubro, de 18h às 21h, na livraria Leitura, do shopping carioca Rio Sul.
E é isso que Faour faz (muito bem) nesse livro, cuja narrativa parte cronologicamente dos primórdios do período que vai de 1500 ao século XIX – terreno desbravado pioneiramente pelo historiador José Ramos Tinhorão (1928 – 2021) em livros fundamentais, cabe lembrar – para chegar à produção musical do século XX, fase marcada pelo início da indústria fonográfica. É a fase que o autor domina como poucos.
Por contar a história da música brasileira de forma resumida até os anos 1970 (previsto para 2022, o segundo volume do compêndio vai da década de 1980 até este ano de 2021), o livro é indicado sobretudo para quem quer se iniciar no tema.
Sempre em ordem cronológica, Faour traça a tal “linha evolutiva” da música brasileira, discorrendo sobre o nascimento do samba, do choro e da música sertaneja – gêneros que começam a ganhar forma mais definida a partir dos anos 1920 e 1930 – e passando pela era do samba-canção, pela explosão do baião, pela revolução da bossa nova e pela implantação da MPB sem nunca deixar de lado gêneros e nomes habitualmente desprezados pelas elites musicais em toda as épocas.
Que outro livro sobre a história da música brasileira citaria João da Praia, cantor e compositor carioca que conquistou fama efêmera em 1974 com o hit autoral Aonde a vaca vai, o boi vai atrás?
Outro mérito do livro é lembrar de cantores talentosos que não passaram para a posteridade, mas que também fazem parte da história, mesmo que de forma discreta, como foi o caso de Odete Amaral (1917 – 1984), cantora fluminense que chegou a fazer algum sucesso entre 1936 e 1944, ligada ao samba, sem nunca ter alcançado picos de popularidade como outras divas da era do rádio.
Na história de Faour, Odete Amaral ganhou nada menos do que três menções entre inumeráveis artistas relacionados no livro em narrativa que procura expor nomes e fatos sem fazer juízo de valor, dado a cada um pelo tempo-rei, não pelo crivo individual de um ou outro.
Ao fim da leitura de História da música popular brasileira sem preconceitos – Dos primórdios, em 1500, aos explosivos anos 1970 – Vol. 1, o leitor tem a noção da pluralidade que pauta a trilha sonora do Brasil. Tal diversidade – construída pela miscigenação e pela multiplicidade de talentos que (con)vivem em país de dimensão continental – é tão ou mais valiosa do que a harmonia mais rebuscada.

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De máscara, Preta Gil vai ao Rock in Rio conferir show dos Gilsons

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Cantora recentemente encerrou o primeiro ciclo de seu tratamento do câncer. Preta Gil no quarto dia de Rock in Rio
Webert Belicio/ Agnews
A cantora Preta Gil compareceu ao Rock in Rio na noite desta quinta-feira (19) para ver, entre outras atrações, a apresentação da banda Gilsons, que é formada por três membros de sua família, incluindo o filho Francisco Gil.
O trio se completa com o sobrinho da cantora, João Gil (filho de Nara Gil), o irmão de Preta, José Gil. O grupo toca no Palco Sunset com Ferrugem.
A artista, que no fim do mês passado encerrou o primeiro ciclo de seu tratamento do câncer e voltou para casa, usava máscara para curtir o evento.
Preta tinha divulgado o retorno da doença dias antes, em quatro locais do corpo: dois linfonodos, uma metástase no peritônio e um nódulo no ureter. Em 2023, ela fez um tratamento após ser diagnosticada com câncer no intestino.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Preta Gil no quarto dia de Rock in Rio
Webert Belicio/ Agnews

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Filipe Ret vai do trap ao rock em show com banda afiadíssima no Rock in Rio

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Músico convida Caio Luccas para apresentação com hits brisados, sensuais e que celebram maconha. Filipe Ret e Caio Luccas cantam ‘Melhor Vibe’ no Rock in Rio
O show de Filipe Ret no Rock in Rio desta quinta-feira (19) começou quatro minutos antes do previsto, às 16h46, no Palco Sunset. A apresentação foi envolvente e mostrou o quão eclética é a veia do carioca.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Antes de subir ao palco, Filipe Ret apareceu num compilado de fotos e vídeos, exibidos no telão. Nas cenas, ele fumava, cantava, dirigia um carrão e participava de uma batalha de rima — atividade na qual ele iniciou a carreira, em 2003, na Lapa (RJ).
Logo em seguida, o artista surgiu trajado com óculos escuros e um capuz de ar misterioso, ao som de “Réus”, de “Vivaz”, álbum que o fez despontar, em 2012. O setlist da apresentação, aliás, foi uma mescla das diferentes eras do artista, passando por seus 15 anos de carreira. A inspiração foi sua turnê atual, “FRXV” — adaptado a uma versão enxuta.
“Corte Americano”, “7 Meiota”, “Louco pra voltar”, “Invicto” e “War” foram algumas das faixas do repertório. Antes de cantar a sensual “F*F*M*”, Filipe disse: “Quem gosta de foder fumando muita maconha levanta a mão”. E foi respondido com uma multidão de braços erguidos na plateia, que se mostrou agitada do início ao fim do show.
Filipe Ret se apresenta no Rock in Rio 2024
=Stephanie Rodrigues/g1
A apresentação aconteceu dias após rapper lançar o disco “Apocalipse”. No Rock in Rio, ele chegou a subir o palco com Caio Luccas, rapper que faz parte do time de artistas do selo musical de Filipe, a Nadamal Records. Juntos, os dois cantaram os hits brisados “Melhor Vibe”, “Good Vibe” e “Vizão de Cria 2”.
Filipe também fez um medley de hits do Poesia Acústica, projeto audiovisual que bomba entre os fãs de trappers. Em “Amor Livre”, o músico homenageou sua namorada, a influenciadora Aghata Sá.
A apresentação teve uma banda afiadíssima, que conduziu batidas, solos de guitarra e backing vocals de rap, trap, boombap, afrobeat, rock, soul e samba funk que dominaram o show.
O músico deixou o palco ao som de “Deus Perdoa”. O que atrapalhou mesmo o show foi o som, que começou estourado e só foi se ajustar na metade da apresentação. Quem sabe Filipe tem sorte no sábado (21), quando retorna ao festival para participar do Para Sempre Trap, ao lado de Cabelinho, Kayblack, Veigh, Matuê, Orochi e Ryan SP.
Cartela resenha crítica g1
g1

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Anitta sensualiza no registro oficial em vídeo de ‘São Paulo’, música lançada por The Weeknd em show no Brasil

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♫ NOTÍCIA
♪ Anitta engata mais uma parceria internacional de peso. Já está em rotação no canal oficial de The Weeknd no YouTube, o registro audiovisual de São Paulo, música inédita apresentada pelo artista canadense no show feito pelo cantor no Brasil em 7 de setembro em estádio da cidade de São Paulo (SP). Anitta não canta na gravação em vídeo, mas sensualiza no clipe incendiário filmado no show de Weekend.
São Paulo é, a rigor, um funk que embute sample da gravação de Abre as pernas, mete a língua, música do repertório da cantora Tati Quebra Barraco.
Presume-se que São Paulo possa integrar o próximo álbum de The Weeknd – Hurry up tomorrow, título que encerra trilogia formada pelos discos After hours (2020) e Dawn FM (2022) – mas não há a confirmação oficial de que a faixa faz parte do álbum.

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