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Festas e Rodeios

Mauricio de Sousa se emociona ao falar de filho e diz que discute personagem gay com roteiristas

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Em entrevista à BBC News Brasil, cartunista falou ainda sobre a representação de grupos minoritários em seus quadrinhos e sobre livro que está lançando com ‘proposta diferenciada’ focando na defesa do meio ambiente. Mauricio de Sousa
Lailson dos Santos
Com 86 anos completados nesta quarta-feira (27), o mais famoso quadrinista brasileiro não para de mirar para o futuro. Mauricio de Sousa, o pai da Turma da Mônica, lança o livro “Sou Um Rio”, um verdadeiro manifesto em defesa do meio ambiente às vésperas da COP-26, a conferência sobre mudanças climáticas que começa neste domingo (31) em Glasgow, no Reino Unido.
Em conversa com a BBC News Brasil, realizada via Skype na última sexta, ele se diz “fortemente decidido” a arregaçar as mangas e emprestar seu talento para cada vez mais se posicionar como uma voz ecologista. E garante estar preparado para as críticas, nesses tempos de polarização intensa em que defender a natureza costuma ser visto como uma postura de oposição a governantes como o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
No novo livro, a famosa turminha de personagens que o consagrou não estará presente. Para ele, o assunto é sério demais para brincadeiras. “A decisão foi estratégica. A Turma da Mônica, entrando com aquele clima todo, brincadeiras, humor, iria desviar a atenção do leitor, principalmente o leitor criança, o jovenzinho. Iria desviar do foco que é cuidar do meio ambiente. Isso é uma coisa que eu queria deixar bem na cara do leitor, com ilustrações também não escandalosamente lindas, bonitas, coloridas, mas adequadas [ao tema]”, afirma.
“Eu não podia botar a Turma da Mônica toda alegrinha, alegrinha, porque ela não pode deixar de ser alegrinha, num livro onde eu queria colocar uma proposta diferenciada”, argumenta.
A obra foi distribuída antecipadamente a todos os confrades de Mauricio na Academia Paulista de Letras (APL), entidade da qual ele é membro desde 2011. “Fiquei muito orgulhoso porque o livro foi elogiado. Os acadêmicos, todos eles, escritores e literatos, pegaram o livrinho e disseram: ‘nossa, que caminho você tomou agora, que beleza, faça mais assim…’. Eu fiquei muito orgulhoso de mim mesmo”, diz o quadrinista.
“O que está acontecendo com nosso planeta é um escândalo. Realmente, a gente está ficando assustado com esse negócio de o mar cheio de plástico, os incêndios, a Amazônia sendo devastada, o Pantanal secando… Isso é o fim do mundo. O que que é isso? E o que está faltando para começar a acontecer um retorno nesse negócio todo?”, preocupa-se Mauricio.
Para ele, a resposta está na melhoria da educação. Ele defende melhoria na estrutura das escolas, professores mais respeitados e melhor remunerados. “Conhecimento, realmente. E nós estamos com falta de conhecimento, de bons métodos de ensino… A conscientização do ser humano, do homem e da mulher, vem do comecinho da vida”, acrescenta.
E que noções de preservação ambiental sejam ensinadas desde a tenra idade. “Quando faz dois anos já está precisando começar a ouvir coisas sobre o meio ambiente, o cuidado com a natureza, o cuidado com o mato, a mata, a água, com o próprio corpo. Está tudo meio esquecidão, a pessoa não está entendendo bem, principalmente numa pandemia como essa que desmoronou uma série de conceitos e tudo o mais. É assustador”, comenta.
“Sou Um Rio” parte das reminiscências da infância de Mauricio de Sousa, um menino que nasceu em Santa Isabel e cresceu em Mogi das Cruzes, no interior paulista. Ele recorda do “meu Tietê limpo, onde nadava e ia pescar”. E compara com “nosso Tietê hoje, uma nojeira quando passa por São Paulo”.
“Depois, lá adiante, depois que pega uns vegetais que comem a sujeira, comem a poluição, o rio fica mais limpo de novo. A maioria dos rios está contaminada. Pior ainda, os garimpos jogam produtos que envenenam os peixes, a invasão dos garimpos na Amazônia é mais uma facada na água que era limpa”, diz ainda.
“Eu não estou doentiamente preocupado [em fazer coisas em prol do meio ambiente], eu estou fortemente decidido. É diferente. Vamos continuar fazendo isso e usando nossas armas todas. Armas no bom sentido, que são os personagens, a retórica, a maneira de fazer livrinhos como este que vão pingando, pingando a informação para o pessoal, sensibilizando”, manifesta-se.
Ideologias, democracia e Jair Bolsonaro
No Brasil polarizado de hoje em dia, defender o meio ambiente é pedir para ser tachado de oposição ao governo de Jair Bolsonaro. Mauricio sabe onde está pisando. Mas, mantendo a postura que construiu ao longo de sua longa carreira — a de não se posicionar politicamente —, pisa com cuidado, como se fosse um Cascão procurando as pedras certas para atravessar um riacho sem se molhar.
Contudo, falar de meio ambiente não é também se expressar politicamente? “Você pode entender dessa maneira. A política de guerra não me atrai. A política de conjugação, de alguma maneira, que deve ser positiva porque também informativa, ter seus objetivos humanitários, sociais, um monte de objetivos… A política não é uma coisa ruim”, explica ele.
“O pessoal é que está entendendo mal o uso de algumas áreas políticas… Nessas horas eu prefiro voltar para a Turminha da Mônica. Faço brincadeiras para desanuviar a cabeça do pessoal, e até das crianças que ficam na frente da televisão vendo desde cedo algumas coisas que não estão entendendo bem”, desconversa. “Ou estão entendendo de alguma maneira. Vamos ter de falar de educação muito também. Não só de meio ambiente. Vamos falar de educação também.”
Mauricio promete, contudo, se manter firme na defesa de seu discurso mesmo se atrair hordas de haters nas redes sociais. Aí, para ele, a questão tem outro nome: democracia e liberdade de expressão. “Eu simplesmente vou ignorar [críticas pelo seu posicionamento em defesa do meio ambiente]”, enfatiza. “Eu tenho meus princípios aqui e as pessoas também têm seus princípios. Estamos em um momento em que a gente tem de respeitar muito a democracia, a liberdade de expressão, a liberdade de opinião, e tudo o mais. Eu vou usar minha liberdade para falar o que eu acho que é importante.”
De olho nas discussões que devem ser travadas na Conferência da ONU sobre o Clima, a COP-26, ele acredita que lançar o livro agora é também somar sua voz nesse contexto. E diz que não quer parar de meter o bedelho na questão: no futuro, a Mauricio de Sousa Produções deve publicar mais e mais obras a respeito do tema. “É uma coisa que eu tenho de fazer”, diz. “Quero ainda botar o Chico Bento no cinema falando nisso.”
Minorias representadas
Turma da Mônica reunida na conscientização da campanha de vacinação contra a gripe
Divulgação
Trazer questões ambientais para suas obras não é necessariamente uma novidade. Mensagens do tipo vem aparecendo cada vez mais nas historinhas para crianças. É perceptível também o esforço em se incluir representantes de grupos minoritários, seja nos enredos, seja como novos personagens.
Mauricio diz que não existe um manual para que sua equipe trate dessas questões. Ativo em todo o processo, o manual é, de certa forma, ele mesmo. “Eu converso com o pessoal. Afinal de contas, estamos há 50 anos brincando de fazer histórias em quadrinhos e com bons resultados. Mais de meio século. Isso não existe no Brasil e no mundo. Por causa de uma linha filosófica que eu botei na nossa produção desde o início e que foi passando de desenhista para desenhista, de roteirista para roteirista, com o olho gordo do dono”, argumenta.
“Eu falo muito para o pessoal. Oriento muito o pessoal. E tenho ao meu lado a Alice Takeda, minha mulher [e diretora de arte da Mauricio de Sousa Produções], que tem os mesmos pensamentos do que eu”, conta. “Fizemos uma dupla que está incrivelmente unida na filosofia não só do meio ambiente mas também na filosofia comportamental da criançada e dos adultos que leem as nossas histórias.”
Considerado seu alter ego, o personagem Horácio, cuja obra completa está sendo lançada em volumes especiais, resume bem esses princípios. “[Ele] espelha essas preocupações”, diz Mauricio. “[Em suas tirinhas] tem racismo, tem alguma coisa ligada ao meio ambiente, tem a filosofia de vida dele. Que é muito legalzinho, bacana, faz o bem para todo mundo e se arrebenta de vez em quando, é a vida real.”
Segundo ele, essa inclusão de minorias é um processo consciente e feito com muito planejamento. “Não veio de qualquer maneira, não. Chegou um dia em que eu me dei conta que eu fazia histórias baseadas na minha infância, e na minha infância havia diversos garotos, moleques que jogavam bola comigo e que tinham algum tipo de deficiência. A gente brincava e brigava do mesmo jeito. Estava faltando na minha história esse lado que eu vivi e que estava esquecendo”, comenta.
“Comecei a estudar os tipos de deficiência que havia e fui criando personagens. Para isso, tive de estudar muito, convidar crianças e jovens para que me falassem sobre como eles resolviam seus problemas, como um cadeirante atravessava a rua, quais cuidados tinha de ter a menina cega… Me deparei com um grupo ativo, corajoso, bem-humorado, resolvendo problemas. E tudo isso eu pude passar com meus personagens”, relata. “Tudo para não botar nas minhas histórias preconceitos que, sem querer, a gente pega desde criança e arrasta na vida da gente. Pega desde criança e gruda maldosamente na gente. Foi uma coisa planejada. Tudo isso está na minha cabeça rolando.”
Embora ele comece enfatizando os deficientes, não é o único grupo a ganhar destaque. Caso emblemático é da personagem Milena, uma criança negra que faz sucesso grande desde que foi lançada, em 2019. “Ela é a personagem que mais estourou no lançamento”, confirma Mauricio. “Agora em dezembro vamos lançar o segundo filme [live-action] da Turma da Mônica [‘Turma da Mônica: Lições’] e a Milena será uma das estrelas. Está todo mundo apaixonado pela Milena. E acho que no cinema vai acontecer o que já está acontecendo com as histórias em quadrinhos.”
Mauricio de Sousa apresenta Milena, nova personagem negra da ‘Turma da Mônica’
Reprodução/Instagram/mauricioaraujosousa
De acordo com o quadrinista, “não há limite” para criar personagens assim. “Depende de coragem, tempo, vontade e foco”, resume.
Futuro personagem gay
Não é de hoje que ele vem sendo provocado com a ideia de um personagem homossexual. Se no universo da Turma da Mônica os personagens infantis não são sexualizados, alguém com tal orientação poderia aparecer na Turma da Mônica Jovem, por exemplo. Ou, considerando a turminha original, tal grupo minoritário poderia ser representado pelos adultos — por exemplo, com um personagem sendo filho de um casal gay.
Ideias do público não faltam mas sempre Mauricio procura tratar o tema com cautela. Desta vez, ele falou mais abertamente sobre o eventual projeto. “Vem vindo aí… Estou esperando um pouquinho que esteja cada vez mais aceita a posição do gay, principalmente. Eu tenho um filho, bem, que se assume [homossexual] e eu adoro meu filho [Mauro Sousa, diretor de espetáculos, parques e eventos da Mauricio de Sousa Produções]. Ele cuida de uma parte tão importante [da empresa], que é a de shows e espetáculos. E dá um nó no pessoal que já tem mais idade e mais experiência”, comenta.
“Estamos discutindo isso, sim. Estamos discutindo com os roteiristas, com o Mauro, com o pessoal próximo da gente aí para que haja um personagem positivo. Em todos os sentidos”, completa. E então, visivelmente emocionado, começa a falar do filho. “Afinal de contas, quando eu tomei café uma vez com o Mauro e o marido dele, abri a janela, né?”, lembra. O quadrinista postou uma foto tomando café com o casal, em maio de 2019, em sua conta no Instagram. “Porque aí as pessoas viram que eu estou junto com meu filho”, contextualiza.
Mauro Sousa com o pai, Mauricio de Sousa
Reprodução/Instagram
Com a voz um pouco embargada, Mauricio diz que quando Mauro revelou a ele a orientação sexual a notícia foi recebida de forma “natural”.
“Em casa foi natural”, repete. “Eu acho que [para ele também], pelo que ele falou. Ele se abriu comigo também. E nos entendemos muito bem, sempre. Com meus filhos eu me entendo sempre muito bem. Esse caso foi meio diferente mas também foi uma experiência muito interessante e agradável, porque é a porta da vida e da felicidade. Realização também.”
“Não pode haver obstáculos para sensações. É uma maneira, uma atitude, é uma palavra que me foge agora…”, hesita, como que medindo as palavras. “De comportamento… Também não é comportamento, me foge a palavra. Mas de qualquer maneira, acho que todos nós temos o direito de viver o que nos é agradável, necessário e nos faz bem. Mas, principalmente, se faz bem para mais de um, é melhor ainda. Acho que foi uma experiência muito boa para mim também.”
A reportagem lembra a Mauricio que em 2017, quando foi entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, a resposta que ele deu à pergunta sobre um possível personagem homossexual foi bem mais reticente. Podemos avaliar que houve uma mudança pessoal de postura? “Aprendemos todo dia. Com os relacionamentos da gente. Não só com a família, mas com a sociedade, realmente a gente aprende todo dia. O aprendizado tem de ser legal para você, senão fica mal, fica pesando na cabeça”, comenta.
Educação
Atento ao noticiário, não se furta a comentar, com seu inconfundível bom humor, notícias recentes. Vê semelhanças no atual movimento de turismo espacial com as aventuras de seu personagem Astronauta. “Lamento só que minha idade não me permite voar com esses corajosos”, afirma. “Mas agora estão colocando um cara com mais de 90 anos [o ator William Shatner, que interpretou Capitão Kirk na série Star Trek]. Então quero cuidar da minha saúde porque, de repente, com mais de 100 anos estou lá olhando a Terra de cima. Por que não?”
Mas o papo fica sério quando ele critica a qualidade da educação pública brasileiro. Fala com a autoridade de quem acabou, ainda que não fosse essa intenção, “alfabetizando” gerações de brasileiros com seus gibizinhos. “Minha briga com a educação formal no Brasil, governamental, minha briga é velha. Não concordo com algumas coisas que são colocadas no currículo e não sou especializado nisso. Mas em primeiro lugar deviam pagar melhor os professores, tratar melhor os professores. Em segundo, ter mais cuidado, até físico, com as escolas”, aponta.
“É ridículo a gente ver o estado, às vezes, como algumas escolas estão funcionando, recebendo os alunos. Depois ainda veio essa porcaria de pandemia que aqui ou ali afastou as crianças da escola, vão perder um ano, dois anos, três anos de vida intelectual. Um absurdo o que está acontecendo”, comenta. “Temos de brigar pela educação adequada, correta, com objetivo, com foco e tudo o mais. Eu quero ajudar, colaborar. Dar a força que temos de comunicação. Eu quero das as mãos para a educação formal, para que a gente possa ajudar também nisso.”
Mauricio tem consciência de que as histórias em quadrinhos podem ser a porta de entrada para o mundo da literatura. “Eu aprendi a ler com gibi. Minha mãe me ensinou a ler no gibi. E nunca mais parei, porque eu comecei a ler no gibi, depois de algum tempo, o pessoal precisa entender, depois de algum tempo que você lê gibi você quer ler alguma coisa mais profunda”, diz. “Aí você entra no livro, no livrão, no clássico e tudo o mais. Aí entra em outros idiomas também para ler os livros. É uma magia. A leitura é uma magia, contagia e leva a gente adiante para o objetivo que você quiser. É um caminho sem volta, felizmente.”
Pandemia e a reconstrução do mundo
Na entrevista com a BBC News Brasil, Mauricio estava em sua casa na zona oeste de São Paulo. É de lá que tem trabalhado desde o início da pandemia de covid-19.
“Toda essa tragédia também trouxe um aprendizado de sobrevivência. Não só de sobrevivência por causa da doença. Mas sobrevivência social. É um aprendizado social, familiar. Tanto que em alguns aprendizados há divórcios, em alguns há aproximação”, avalia.
“No meu caso, felizmente, está muito aproximado. Eu e minha mulher criamos alguns hábitos que não tínhamos, tomamos café da tarde juntos, brindamos quando vamos almoçar, jantar. Agradecemos pela comida, por tudo o que está acontecendo, pela segurança que temos e tivemos até agora, com todos os cuidados.”
“Um dos mais notáveis [aprendizados] é você trabalhar de casa. No meu estúdio, os artistas trabalham sozinhos, ninguém trabalha em dupla. Aí [quando a pandemia chegou ao Brasil] todo mundo foi trabalhar em casa. E a produção aumentou. [As pessoas] economizaram três, quatro horas de trânsito”, analisa ele. “Meu estúdio agora é um estúdio vazio. Lindo. Mas vazio. Agora está começando a onda de poder voltar aos poucos, com os cuidados devidos. Sigo duvidando que todos queiram voltar ao estúdio, porque muitos se acostumaram com a vida caseira. Eu estou aguardando o que vai acontecer. O que quer que aconteça, nós vamos nos adaptar. Eu tenho de me adaptar também, como presidente da empresa.”
Esquiva-se, entretanto, de comentar a atuação do presidente Jair Bolsonaro, criticado internacionalmente, frente à pandemia. “Estou acompanhando logicamente tudo isso que está acontecendo. Leio dois jornais, todas as revistas semanais, estou bem informado. Mas prefiro, principalmente em um veículo de comunicação, não entrar nesse assunto”, tergiversa.
No pós-pandemia, prevê uma “corrida para reformarmos o mundo”.
“Eu estou nessa também”, promete. “Estarei com minha pazinha lá. Ou jogando uma tinta legal na parede do mundo. Eu acredito que depois dessa sova que a gente levou do destino, as pessoas vão se humanizar um pouco mais, vão ter mais cuidado com a saúde, ensinar para as crianças e os jovens alguma forma de comportamento mais cuidadoso. Acho que vai haver uma reforma, um cuidado maior. Porque a surra que a gente levou foi muito forte.”
Assista ao trailer de ‘Turma da Mônica – Lições’

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Festas e Rodeios

Gloria Groove faz show acelerado com trajetória musical, do pop ao pagode, no Rock in Rio

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Cantora se apresentou nesta noite no Palco Sunset. Glória Groove canta ‘Leilão’ no Rock in Rio
Gloria Groove costuma caprichar nas suas apresentações tanto na seleção de sets, quanto no seu visual. Na noite desta quinta-feira (19), no Rock in Rio, não foi diferente.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Versátil, Gloria já passeou, durante sua carreira, por estilos musicais diferentes, do pop empoderado das drags ao funk e pagode. Emplacou em todos eles.
Nesta noite, ela mostrou um pouco desses momentos, em um show dividido em três partes.
A plateia estava lotada quando Gloria surgiu com um corpo de balé com “Leilão”, que levantou o resto do público que insistia em ficar sentado, e mostrou a potência do gogó em “Greta”.
Ela depois lembrou o primeiro trabalho com um meddley de “O Proceder”, “Império” e “Dona”.
O show é acelerado, sem pausas ou firulinhas. Gloria emenda uma faixa na outra, quase sem respirar. A correria pode ter sido pela entrada de última hora de Will Smith no line-up, que a fez atrasar seu show, ou então pela dificuldade de colocar toda uma carreira em pouco mais de uma hora de show.
Glória Groove canta ‘Nosso Primeiro Beijo’ no Rock in Rio
A paradinha para falar com o público veio depois de “Pisando fofo”, uma parceria com Tasha e Tracie.
“A música é a coisa mais importante da minha vida, desde quando eu estava na barriga. Chegando aos 30 anos, isso continua sendo verdade”, falou.
“Se o Rock in Rio está fazendo 40 anos, vou fazer o que toda drag faz, festa”, disse para cantar “Muleke brasileiro”.
Ela foi pulando de hit em hit: “Jogo perigoso”, “Catuaba” e “Bonekinha” foram alguns deles.
O problema é que fica tão corrido que a plateia nem consegue se organizar para as coreografias.
Na mudança de bloco, Gloria vai para sua fase pagodeira, do álbum “Serenata da GG”.
Gloria Groove se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
É a vez do romantismo tomar conta do ambiente, com “Nosso primeiro beijo”, como trilha sonora. Quem estava acompanhado, conseguiu até mesmo dançar de rosto colado.
Teve “5 minutinhos” e “A tua voz”, que ganhou um lindo coro da plateia. Ela aproveitou para anunciar o volume 2 do “Serenata da GG”, que vai ser lançado no dia 26.
Gloria adiantou duas palhinhas do trabalho, “Encostar na tua”, em versão pagode, e “Apaga a luz”.
Gloria Groove se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Para a parte final, o tema é carnaval. Ela surge com asas e uma coroa com penas de passistas de escola de samba.
Só que, com o relógio batendo quase meia-noite, a plateia começou a dispersar e se encaminhar para o Palco Mundo, para a apresentação de Es Sheeran.
Apareceram ainda “Da Braba”, música indicada ao Grammy Latino, e “Coisa boa”. Ela ainda toca percussão em “Ela balança” e “Bumbum de ouro”.
Sensual, Gloria leva o show para reta final com “Vermelho”. Um dançarino vestido de Michael Jackson é a deixa para “A queda”, a mais teatral de todas, que encerra a performance.

g1

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Rock in Rio tem sexta-feira de divas pop, com Katy Perry, Cyndi Lauper e Ivete; veja como será o 5º dia

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2ª sexta feira do festival terá show histórico para a carreira de Katy Perry, que lança disco após hiato de 4 anos. Karol G e Gloria Gaynor também vão se apresentar; veja VÍDEO. Rock in Rio 2024: o melhor do dia 20
A sexta-feira (20) de Rock in Rio 2024 será um dia dedicado às divas pop. A principal atração da noite é a cantora americana Katy Perry, em um show histórico para a carreira.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Katy decidiu lançar, no mesmo dia da apresentação no festival, o disco “143”, que marca seu retorno à música após um hiato de quatro anos. O setlist vai incluir algumas das canções novas, como os singles “Woman’s World” e “Lifetimes”, mas sem deixar de fora os hits que fizeram da cantora um fenômeno a partir de 2008. “I Kissed a Girl” é um deles.
Katy Perry no VMA 2024.
Evan Agostini/Invision/AP
A colombiana Karol G vai participar do Rock in Rio depois de bater recordes com a turnê “Mañana Será Bonito”. Quem for ver o show pode esperar uma superprodução e um toque brasileiro, já que ela geralmente inclui no setlist um remix do funk “Tá Ok”.
Para quem está em busca de clássicos, não vão faltar opções. O Palco Mundo terá Cindy Lauper cantando “Girls Just Want To Have Fun”. No Palco Sunset, Gloria Gaynor vai comandar um coro em “I Will Survive”.
Rock in Rio 2024: tire suas dúvidas sobre ingresso no celular, itens proibidos, serviços e transporte
A programação ainda terá a diva pop brasileira Ivete Sangalo, com sucessos de várias fases da carreira, a cantora Iza gravidíssima e a revelação da música sul-africana Tyla, dona do hit viral “Water”.
40 anos de festival
A edição que comemora os 40 anos do Rock in Rio segue até este domingo (22), na Cidade do Rock, zona oeste do Rio de Janeiro. No primeiro fim de semana, subiram ao palco Travis Scott, Imagine Dragons, Evanescence e Avenged Sevenfold.
Mariah Carey, Akon, Ne-Yo e Shawn Mendes estão entre as atrações que ainda vão se apresentar.
Ainda há ingressos disponíveis para o dia 21 de setembro. As entradas estão à venda no site do evento.
Qual o line-up do Rock in Rio?
20 de setembro (sexta-feira)
Palco Mundo
16h40 – Ivete Sangalo
19h – Cyndi Lauper
21h20 – Karol G
0h – Katy Perry
Palco Sunset
15h30 – Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França
17h50 – Tyla
20h10 – Gloria Gaynor
22h45 – Iza
Palco New Dance Order
22h – Samhara
23h30 – Ashibah
1h – Curol x Barja
2h30 – Alison Wonderland
Palco Espaço Favela
16h30 – Brisa Flow
19h – Mc Dricka
21h – Pocah
Palco Global Village
15h30 – Juliana Linhares
17h30 – Carminho
19h15 – Angélique Kidjo
Palco Supernova
15h – Nina Fernande
17h – Darumas
18h30 – N.I.N.A
20h30 – Cynthia Luz
21 de setembro (sábado)
Palco Mundo
15h30 – Para sempre Trap, com Cabelinho, Filipe Ret, Kayblack, Matuê, Orochi, Ryan SP, Veigh
18h30 – Para sempre MPB, com Baianasystem, Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Majur, Margareth Menezes, Ney Matogrosso e Gaby Amarantos
21h10 – Para sempre Sertanejo, com Chitãozinho e Xororó, Orquestra Heliópolis, Ana Castela, Júnior, Luan Santana e Simone Mendes
0h10 – Para sempre Rock, com Capital Inicial, Detonautas, NX Zero, Pitty, Rogério Flausino, Toni Garrido
Palco Sunset
16h55 – Para sempre Rap, com Criolo, Djonga, Karol Conká, Marcelo D2, Rael
19h45 – Para sempre Samba, com Zeca Pagodinho, Alcione, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Maria Rita e Xande de Pilares
22h35 – Para sempre Pop, com Duda Beat, Gloria Groove, Jão, Ludmilla, Luísa Sonza, Lulu Santos
Palco New Dance Order
22h – Para sempre Eletrônica, com Mochakk, Beltran X Classmatic, Eli Iwasa X Ratier, Maz X Antdot
Palco Espaço Favela
15h – Para sempre favela é Terra Indígena, com Kaê Guajajara convida Totonete e o grupo Dance Maré
17h – Para sempre Música Clássica, com Nathan Amaral, Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem
18h40 – Para sempre Baile de Favela, com Buchecha, Cidinho e Doca, Funk Orquestra, MC Carol, MC Kevin o Chris, Tati Quebra Barraco
20h40 – Para sempre Funk, com Livinho, Mc Don Juan, MC Dricka, MC Hariel, MC IG, MC PH
Palco Global Village
15h – Para sempre Jazz, com Antônio Adolfo, Joabe Reis, Joantahn Ferr e Leo Gandelman
17h – Para sempre Soul, com banda Black Rio, Cláudio Zoli, Hyldon
18h40 – Para sempre Bossa Nova, com Bossacucanova e Cris Delanno, Leila Pinheiro, Roberto Menescal, Wanda Sá
20h40 – Para Sempre Futuro Ancestral, com Gang do Eletro e Suraras do Tapajós
Palco Supernova
14h30 – Autoramas
16h – Vanguart
18h – Chico Chico
20h – Jean Tassy
22 de setembro (domingo)
Palco Mundo
16h40 – Luísa Sonza
19h – Ne-Yo
21h20 – Akon
0h – Shawn Mendes
Palco Sunset
15h30 – Homenagem a Alcione com Orquestra Sinfônica Brasileira, Diogo Nogueira, Mart’nália, Majur, Péricles, Maria Rita e Alcione
17h50 – Olodumbaiana
20h10 – Ney Matogrosso
22h45 – Mariah Carey
Palco New Dance Order
22h – Dubdogz
23h30 – Jetlag
1h – Bhaskar
2h30 – Kaskade
Palco Espaço Favela
16h – Luiz Otávio
19h – Livinho
21h – Belo
Palco Global Village
15h30 – Lia de Itamaracá
17h30 – Almério e Martins
19h15 – Angélique Kidjo
Palco Supernova
15h – LZ da França
17h – Gabriel Froede
18h30 – Zaynara
20h30 – DJ Topo

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Novo álbum de Katy Perry fica preso ao passado, mas fracasso nas paradas ainda pode ser evitado

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‘143’, 1º trabalho de Katy em 4 anos, será lançado no Rock in Rio. g1 ouviu álbum na íntegra e conta o que achou; veja análise em VÍDEO. g1 Ouviu: Novo álbum de Katy Perry tem músicas que soam datadas
Ao ouvir na íntegra o “143”, novo álbum de Katy Perry, muita gente vai se perguntar: por que exatamente ela escolheu “Woman’s World” para lançar como primeiro single?
Preso ao passado, o disco está longe de ser uma obra-prima. Mas tem faixas melhores, que ainda podem evitar um resultado pífio nas paradas musicais.
“143” é o primeiro trabalho de Katy desde “Smile”, de 2020. Em meio a uma campanha de marketing massiva (com direito a show megaproduzido no VMA), ela escolheu lançar o álbum no dia de seu show no Rock in Rio, nesta sexta-feira (20).
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Katy Perry no clipe da música ‘Woman’s World’
Reprodução/Instagram
Mais de dois meses antes, porém, o disco passou a ser bombardeado de críticas com a divulgação da primeira faixa, “Woman’s World”. A música com discurso feminista vazio ficou ainda pior por contar com a participação do produtor Dr. Luke, acusado de abuso sexual pela cantora Kesha em 2014. Ele sempre negou as acusações.
Numa entrevista ao podcast “Call Her Daddy”, Katy explicou o convite ao produtor:
“Eu escrevi essas músicas com base na experiência de toda a minha vida, passando por uma metamorfose, e ele foi uma das pessoas que ajudaram a facilitar tudo isso.”
O resultado foi um fracasso nos charts: “Woman’s World” estreou na posição 63 da principal parada de músicas dos Estados Unidos; no ranking do Reino Unido, alcançou a colocação 47.
Dr. Luke e Katy Perry
Reuters
O “flop” — como dizem na linguagem das divas pop — poderia ter sido bem menor se Katy tivesse apresentado o disco, por exemplo, com “Gorgeous”. Parceria com a alemã Kim Petras (do hit “Unholy”, com Sam Smith), a música tem vocal etéreo, batida sensual, meio psicodélica, e influência de trap, gênero que bomba nas paradas. Do álbum, é a faixa mais antenada ao pop de 2024.
Nesse sentido, pode-se dizer que é uma exceção. A maioria das 11 músicas soa datada, como uma tentativa de recuperar aquele pop despreocupado e de mensagens ingênuas, que levaram Katy Perry ao auge com hits como “I Kissed a Girl”, “Teenage Dream” e “Last Friday Night”, entre 2008 e 2010.
As letras do “143” discorrem sobre arrasar na pista de dança, ter liberdade para ser quem quiser e se apaixonar perdidamente. “É um ‘crush’? Está me fazendo corar. Lá vou eu de novo, estou me apaixonando”, ela canta com jovialidade em “Crush”, com um “lararari…” grudento na melodia.
Algumas das músicas novas são divertidas só porque se parecem com sucessos do passado. “Artificial” tem clima tecnológico e futurista, uma atmosfera que lembra muito “E.T.”, gravada com o rapper Kanye West para o álbum “Teenage Dream”, de 2010.
Fechando o disco, “Wonder” tem a letra motivacional e o arranjo crescente que a aproximam de “Firework”, do mesmo trabalho de 2010.
Capa do álbum ‘143’, de Katy Perry
Divulgação
Parte disso, claro, é consequência da colaboração com Dr. Luke no novo álbum. Antes da briga judicial envolvendo Kesha, o produtor trabalhou com Katy em “One of the Boys” (2008), “Teenage Dream” e “Prism” (2013). Alguns dos maiores sucessos da carreira dela têm o dedo dele.
No “143”, fica clara a tentativa de imitar as batidas vibrantes de house desses outros tempos. Mas, sem conversar com sons mais atuais, músicas como “Gimme Gimme” e “I’m His, He is Mine” ficaram repetitivas e cansativas. Dão a sensação de já ter escutado algo muito parecido antes.

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