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Festas e Rodeios

Morre Letieres Leite, artista consagrado pela maestria de unir o jazz ao universo percussivo afro-baiano

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Criador da inovadora Orkestra Rumpilezz, o maestro e músico soteropolitano deixa arranjos luminosos em discos de Maria Bethânia e Caetano Veloso. ♪ OBITUÁRIO – A maestria de Letieres dos Santos Leite (8 de dezembro de 1959 – 27 de outubro de 2021) foi singular no âmbito da música brasileira e mundial.
Em essência, ao formar em 2006 a Orkestra Rumpilezz, o maestro, arranjador, percussionista, saxofonista, educador e compositor soteropolitano inovou ao fundir o percussivo universo afro-brasileiro da música da Bahia com a linguagem do jazz.
Foi a dinâmica inusitada desse som efervescente que fascinou artistas exigentes como Ed Motta e fez Letieres Leite ganhar desde então prestígio crescente no universo da música brasileira.
Até por isso, músicos do Brasil entraram em choque na tarde de hoje com a notícia da morte inesperada e até o momento inexplicada desse artista nascido há quase 62 anos em Salvador (BA), cidade que sediou a revolução musical capitaneada por Letieres como condutor da Rumpilezz, big band de percussão e sopros cujo nome aludia à fusão do jazz com os três atabaques (rum, rumpi e lé) percutidos no Candomblé.
Com a Rumpilezz, o músico e maestro gravou dois álbuns, Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz (2009) e A saga da travessia (2016).
Ainda inédito, o terceiro álbum da Rumpilezz é a recriação com sotaque afro-baiano do repertório do álbum Coisas (1965), obra-prima da discografia do compositor, saxofonista, arranjador e maestro pernambucano Moacir Santos (1926 – 2006) – proeza que a Orkestra fez primeiramente em shows.
Letieres Leite e Maria Bethânia no estúdio, em 2018, na gravação do disco ‘Mangueira – A menina dos meus olhos’
Reprodução / Instagram Letieres Leite
Paralelamente, o maestro sempre esteve à frente do Letieres Leite Quinteto, formado em 2009 com os músicos os músicos Luizinho do Jêje (percussão), Ldson Galter (contrabaixo), Marcelo Galter (teclados) e Tito Oliveira (bateria).
A ideia de Letieres com o quinteto era fazer e tocar, com formação mais reduzida, música instrumental de inspiração afro-brasileira sob a regência do jazz – o som que Letieres fazia em maior escala com a Rumpilezz. O Letieres Leite Quinteto teve o primeiro álbum, O enigma Lexeu, lançado em 2019.
Um ano antes, em 2018, o maestro foi convidado a criar arranjos para o álbum Mangueira – A menina dos meus olhos, lançado por Maria Bethânia em dezembro de 2019. Os arranjos de Letieres deram grandeza a um álbum a rigor menor na discografia da cantora. O trabalho com Bethânia acabou se estendendo para a criação de arranjos do show Claros breus (2019) e do álbum Noturno (2021).
Cada vez mais requisitado por cantores, Letieres está presente no recém-lançado álbum de Caetano Veloso, Meu coco (2021), como arranjador da música Pardo (Caetano Veloso, 2019).
Antes, entre 2019 e 2020, deu forma ao também recém-editado quinto álbum de Marcia Castro, Axé (2021), como produtor musical (função dividida com Lucas Santtana) e arranjador, orquestrando músicas do disco a partir de toques de synth bass, guitarras e teclados. Era um arranjador que valorizava a funcionalidade do arranjo.
Apaixonado pelos sons e santos de Salvador (BA), Letieres por vezes saiu da Bahia sem tirar o estado natal da alma musical.
Morre músico Letieres Leite, maestro da Orquestra Rumpilezz
Em 1981, o artista iniciante migrou para o sul do Brasil, região onde integrou alguns grupos, como Abelha Rainha e Banda de Nêutrons. Em 1985, foi estudar no Konservatorium Franz Schubert, em Viena, na Áustria, pais onde morou por quase dez anos.
De volta ao Brasil, em 1994, Letieres se assentou na terra natal e, já como educador, montou a Academia de Música da Bahia, escola que – enquanto o músico ganhava o pão tocando com a cantora Ivete Sangalo – serviu de laboratório para as pesquisas do artista.
Anos mais tarde, os experimentos dessas pesquisas desembocaram no som inovador da Rumpilezz, orquestra com o qual o maestro Letieres dos Santos Leite mostrou maestria e galgou postos, ocupando lugar nobre na galeria dos criadores da música do Brasil.

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Cyndi Lauper fala da volta ao Brasil: ‘Parecia que todo mundo já tinha cantado no Rock in Rio, menos eu’

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Ao g1, ela explica por que não se cantava em festivais, exalta novas cantoras como Chappell Roan e se surpreende com line-up só de mulheres nesta sexta (20): ‘Achei essa ideia ótima.’ Cyndi Lauper nunca cantou no Rock in Rio, mas essa injustiça será corrigida nesta sexta-feira (20), dia do festival apenas com mulheres no line-up. Ao ser informada pelo g1 sobre isso, ela se empolga: “A irmandade é uma coisa poderosa, baby”.
Em entrevista algumas vezes interrompida pelos latidos de seu cachorro, Cyndi explicou por que não costumava cantar em festivais quando viveu o auge da carreira nos anos 80. São dessa década hits como “Girls Just Want to Have Fun”, “Time After Time”, “She Bop” e “True Colors”, que devem aparecer no setlist.
Ao g1, a cantora novaiorquina de 71 anos também exaltou a força de novas cantoras, como Chappell Roan; e falou rindo sobre a performance recente no festival Glastonbury, quando sofreu com problemas técnicos e foi criticada por isso.
g1 – Em junho, você se apresentou no festival de Glastonbury. Como foi sua experiência? Podemos dizer que o show do Rock in Rio terá uma apresentação parecida?
Cyndi Lauper – Eu vou apresentar um pouco do que fiz no festival, mas não tudo. E pode ter certeza que eu usarei um sistema de som diferente, com certeza… [risos] até para que eu possa me ouvir. Mas no Glastonbury ainda me diverti muito. Eu nunca havia cantado lá ou tocado em festivais. Eu simplesmente não fazia isso quando era mais jovem, mas eu só queria fazer isso antes de… você sabe, bem, antes de não poder mais cantar. Estou animada para fazer isso. Todo mundo conhece o Rock in Rio, porque todo mundo assistiu aos shows na internet ou na TV. Eu sempre quis cantar aí. Parecia que todo mundo já tinha cantado no Rock in Rio, menos eu. E eu fico vendo o line-up, meu Deus, tem Karol G, Ivete Sangalo vai cantar… e depois tem a Katy Perry. É um dia muito bom, nossa, tem a Angélique Kidjo… Amo ela. Você conhece?
g1 – Sim, claro, ela sempre se apresenta nos festivais do Rock in Rio… Esse seu dia é o “Dia Delas”, em todos os palcos só há mulheres. Sabia disso?
Cyndi Lauper – Olha só! Não sabia, mas fico feliz em saber. A irmandade é uma coisa poderosa, baby. Muito poderosa. Eu achei essa ideia ótima.
g1 – Você disse que não teve a chance de tocar em festivais quando era mais jovem. Por quê?
Cyndi Lauper – Bem, acho que meu empresário sempre se preocupou com o fato de quase não existirem passagens de som. Se eu não conseguisse me ouvir, como eu soaria? Mas daí fui ficando mais velha, passei a ter uma boa equipe de som e agora eu consigo me ouvir. Então, você acaba tendo mais confiança em sair por aí para cantar.
Cyndi Lauper em foto do ensaio da capa do álbum ‘She’s so unusual’, de 1983
Divulgação
g1 – O que significava ser feminista quando você começou e o que significa ser feminista hoje?
Cyndi Lauper – Você nunca pode parar. Não tem volta, não tem motivo para olhar pra trás. As liberdades civis são importantes para todas as pessoas. E, como mulher, todas nós pagamos impostos iguais aos homens. As mulheres não recebem uma redução de impostos por não terem os mesmos direitos civis que os homens. Você tem que se defender e votar, e descobrir quem pode te representar e quem vai lutar por você. Eu estou nessa batalha, porque é disso que se trata fazer música. Com a música você pode unir as pessoas e tratar de temas importantes.
g1 – A última vez que conversamos, uns 15 anos atrás, eu perguntei sobre Lady Gaga, e você disse que a amava. E agora eu gostaria de saber o que você acha da Chappel Roan, outra estrela pop incomum. Você gosta dela? O pop é meio cíclico, né?
Cyndi Lauper – Ela é… sim, ela é tão legal. O cabelo, pô. Eu amo tudo isso. Podemos falar sobre a imagem dela, porque ela é uma artista performática. Mas todos os artistas dos anos 80 eram artistas performáticos. Quando fizemos vídeos… eles são arte performática, certo? Então, o visual era muito importante e isso mudou tudo o jeito de fazer música pop. Eu acho que a parte visual e a parte musical dela são cativantes. E eu acho que é ótimo ver uma jovem cantora vibrante como ela.
Novas artistas femininas continuam falando sobre os tempos em que vivemos e como tudo isso as afeta. Esse tipo de artista é muito vital para a nossa civilização, porque é isso que as artes sempre fizeram. Elas sempre registraram os tempos em que vivemos e todos nós queremos promover uma mudança de pensamento. Para que você não tenha que crescer com alguém reprimindo o que você pensa.
VÍDEO: As atrações do “Dia Delas” no Rock in Rio
Rock in Rio 2024: o melhor do dia 20

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Ferrugem monta ranking de vozes mais potentes do Rock in Rio; veja VÍDEO

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Cantor se apresentou nesta quinta no Palco Sunset. Em entrevista ao g1, ele falou da força do pagode no festival: ‘Provei que santo de casa faz milagre’. Ferrugem faz ranking de headliners no Rock in Rio
A pedido do g1, o cantor Ferrugem topou o desafio de montar um ranking com as vozes mais potentes entre as principais atrações internacionais do Rock in Rio (assista ao vídeo acima).
Sobre o topo da lista, o cantor foi categórico: “Mariah Carey é a 1ª. Esse gogó aí… Não tem para onde correr!”. Entraram também na lista: Ed Sheeran, Akon, Ne-Yo, Joss Stone, Shawn Mendes, Amy Lee (vocalista Evanescence), Cyndi Lauper e Gloria Gaynor.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Ferrugem se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
10 anos de carreira
O cantor se apresentou no Palco Sunser do festival nesta quinta-feira (19). Ele celebrou os dez anos de carreira em grande estilo: levando o gênero pagode pela primeira vez ao Palco Sunset, um dos principais do Rock In Rio. Esta, no entanto, é a segunda vez que o cantor marca presença na Cidade do Rock. Na edição de 2022, Ferrugem foi uma das atrações do Palco Favela.
Ferrugem mostra uma das melhores vozes do Rock in Rio em edição mais pagodeira da história; saiba como foi o show
“Ter vindo para cá [Palco Sunset] só mudou a direção mesmo. O mais interessante não é trocar de palco, porque eu não enxergo isso como subida de degrau. Eu acho que é voltar mais uma vez ao festival. Isso mostrou que a galera gostou do que a gente fez há dois anos atrás”, disse o intérprete de “Atrasadinha” ao g1.
Ferrugem também falou sobre os comentários negativos sobre a abertura do festival a gêneros brasileiros mais populares, como o próprio pagode.
“Provei que santo de casa faz milagre sim. (…) O público me carregou no colo de início ao fim. Não sou só eu, o Ferrugem. É o pagode. Esse segmento, essa cultura, o samba, que é, sim, super bem-vindo aqui dentro do Rock in Rio.”
Assista à entrevista de Ferrugem ao g1 no VÍDEO abaixo.
g1 no Rock in Rio: Entrevista com Ferrugem

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Katy Perry fala de desafios para se manter no topo das paradas musicais

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Cantora também sobre como ela quer ser vista pela geração Z, como lida com a acirrada competição na era do streaming e os desafios para tentar se manter no topo. Katy Perry comenta desafios para se manter no topo
Katy Perry costumava de ficar de olho nos números de audiência de seu trabalho, mas isso mudou depois que lançou o álbum “Witness”, em 2017. Ou pelo menos, é o que ela disse ao g1, em entrevista gravada no estúdio musical do reality “Estrela da Casa”, da TV Globo.
A cantora, que é a principal atração do Rock in Rio desta sexta-feira (19), está lançando seu sexto álbum, “143”, em meio a uma crise — em termos artísticos, de sucesso e de reputação.
O Rock in Rio será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
“Eu acho que eu realmente entrava no jogo. Isso mudou depois que lancei o álbum “Witness”, que foi como uma limpeza do paladar para tudo, e foi meu desejo de evoluir como artista, fazer algo novo, mudar, tipo um extremo oposto, porque não queria continuar me repetindo, me repetindo, me repetindo”, afirmou Katy. “Acho que foi algo em que naturalmente evoluí naquele período, e foi um processo, às vezes instável, mas tem sido lindo. Tudo isso é lindo.”
“Para mim, sou apenas criativa, uma artista. Tenho dentro de mim essas ideias, músicas e mensagens que quero colocar para fora. Tenho outro álbum em mente há mais de cinco anos, que sei que está aqui, pronto para sair. Está tudo certo, está aqui, pronto para aterrissar, sabe? Está pronto. Este é apenas o meu processo. Se as pessoas o amarem, é incrível. Se não for para elas, há muito para ouvir e absorver hoje em dia, como disse, elas podem escolher o que quiserem.”
Katy Perry: ‘Nunca mais farei esse tipo de show’
Na entrevista, Katy explica como a apresentação no Rock in Rio representa uma nova era de seu trabalho. A cantora fala ainda sobre como ela quer ser vista pela geração Z (os nascidos entre 1995 e 2010), como lida com a acirrada competição na era do streaming e os desafios para tentar se manter no topo. Também comenta sobre suas performances sensuais e seu hit “I Kissed a Girl”, canção que hoje ela enxerga como estereotipada.
Leia aqui a entrevista completa.

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