Connect with us

Festas e Rodeios

Vanessa Carlton larga pop pianinho e fala de músicas psicodélicas: ‘LSD pode desbloquear mente’

Published

on

Cantora de ‘A Thousand Miles’ fala ao g1 sobre mudança de sonoridade, após hit de 2002: ‘Peguei um caminho diferente, mais incomum’. Série ‘Quando eu hitei’ relembra artistas que sumiram. Quando eu hitei: Vanessa Carlton vai muito além de ‘A Thousand Miles’
Imagine que você escreveu uma redação na escola, quando você tinha 16 anos. É uma redação fofa, bem escrita. Mas você descobre que, quase todos os dias, para o resto da sua vida, alguém vai falar com você sobre aquele texto. Alguém vai te elogiar, dizer que aquela redação é linda demais. É natural que você não aguente mais falar sobre uma coisa que você fez quando era tão jovem.
Vanessa Carlton, cantora americana dona do hit “A Thousand Miles”, costuma usar esse exemplo para explicar como se sente sobre o maior hit da carreira dela, escrito aos 16 anos. Ela hoje tem 41 anos e segue lançado músicas, só que bem diferentes, bem mais experimentais e psicodélicas. Onze delas estão no álbum “Love Is an Art”, de 2020 (veja clipes no vídeo acima).
“Eu era uma bebê, isso foi há 20 anos”, resume ela ao g1, ao ser perguntada sobre a levadinha de piano que fez muita gente suspirar no começo dos anos 2000.
“Fez parte da minha jornada… eu realmente queria me libertar de qualquer tipo de máquina em que eu estava e que não se alinhava, eu acho, com meus valores como artista. Não quero dizer que há algo de errado com grandes artistas pop e esse grande marketing. Eu amo artistas assim também. Eu apenas peguei um caminho diferente, mais incomum.”
Na série semanal “Quando eu hitei”, artistas do pop relembram como foi o auge e contam como estão agora. São nomes que você talvez não se lembre, mas quando ouve a música pensa “aaaah, isso tocou muito”. Leia mais textos da série e veja vídeos ao final desta reportagem.
Vanessa Carlton em 2020
Divulgação/Alysse Gafkjen
“A Thousand Miles” foi lançada em fevereiro de 2002. Foi a primeira música da carreira e até hoje é disparado o maior sucesso dela.
A projeção não foi apenas por meio do clipe, em que ela passeia por Los Angeles tocando piano. A música foi impulsionada pelo filme “As Branquelas”, de 2004 (reveja a cena no vídeo do topo). E pela inclusão em um episódio da série “Glee”, em 2015.
O peso de repetir o sucesso foi tão grande que ela fez questão de destruir o piano de “A thousand miles”, no clipe de “Nolita Fairytale”, o primeiro single do terceiro álbum dela, em 2007.
“O sucesso pode ser uma armadilha, sabe? É quase como se olhassem para as músicas que as pessoas conhecem como se elas estivessem separadas de mim. Não significa que eu tenha que continuar tentando fazer aquilo. Aquilo tem existência própria.”
Vanessa Carlton em cenas do clipe ‘One Thousand Miles’, de 2002
Reprodução
“Aquela ideia de quebrar um piano, aquele piano em especial, era falar sobre romper a ideia de que eu tinha que ser daquele jeito toda hora. E, você sabe, tem a ver com liberdade artística, a ideia de ser capaz de sentir e explorar ideias diferentes.”
De todos os artistas que já falaram sobre a criação de megahits, Vanessa talvez seja a mais traumatizada, a mais pé atrás para falar sobre o sucesso. Ao mesmo tempo, porém, ela nunca deixou de cantar “A Thousand Miles”.
Ela dizia que não gostaria de ser responsável por fazer uma menininha de nove anos ir ao show dela e começar a chorar porque não tinha ouvido aquela música que ela tanto ama.
“Sempre me certifico de que quando eu faço um show tenho que tocar as músicas que as pessoas conhecem. Porque você está atendendo a um público. É um equilíbrio. Eu quero ter uma experiência e eu quero me conectar a uma ideia, quero me conectar com o que estou fazendo.”
“Estou muito ciente das expectativas das pessoas. E, então, ‘venha comigo nessa jornada, venha aqui comigo’. Vamos ver como você se sente sobre isso e voltar no tempo um pouco”, define ela, rindo timidamente no fim.
Do pop pianinho ou folk psicodélico
Vanessa Carlton em 2002 e em 2020
Divulgação/Site Oficial
Depois do primeiro hit, Vanessa lançou outras músicas conduzidas pelo piano, com letras sobre as angústias de uma mulher de vinte e poucos anos. Eram os casos de “Pretty Baby” (2002) e “White Houses” (2004), na qual narra em detalhes a primeira traumática vez que uma garota fez sexo.
Desde 2011, quando saiu o álbum “Rabbits on the Run”, ela passou a ser menos uma estrelinha pop e mais uma cantora e compositora de indie folk viajado.
Vanessa vem falando que fez terapias com uso de pequenas doses de LSD e cogumelos. Para ela, essas experiências têm ajudado a criar músicas psicodélicas e a viver uma vida com menos ansiedade.
“É interessante. Eu comecei também a usar micro doses de cogumelos, semanas atrás, porque estou escrevendo outro álbum. Acho que cura, é medicinal.”
Vanessa Carlton em 2002
Divulgação/A&M Records
“Eu acho que as pílulas prescritas são, em muitos casos, muito prejudiciais para os humanos. Em alguns aspectos, são muito necessárias e nós precisamos delas, mas em alguns casos de ansiedade e depressão, métodos naturais como cogumelos ou… não sei quais as leis sobre maconha por aí…, mas o LSD pode desbloquear partes da sua mente e desbloquear partes de sua alma, para mim.”
Ela diz que a micro dosagem fez com que ela sentisse uma sensação de “gratidão”:
“É fácil nesta vida esquecer por que estamos aqui ou simplesmente não entender até mesmo como nos conectamos à Terra ou conectamos ao nosso ambiente, porque somos criaturas sociais.”
Outra experiência recente que afetou a música da Vanessa foi no teatro. Em 2019, por dez semanas, ela interpretou a cantora Carole King, em “Beautiful”, um musical da Broadway (veja trecho do musical no vídeo acima).
Vanessa Carlton interpreta Carole King no musical ‘Beautiful’
Divulgação/Facebook do musical/Joan Marcus
“Pude mergulhar na história de uma mulher vivendo naquele tempo e o caminho que ela teve que traçar para si mesma, em um mundo feito para homens. E sendo uma mãe tão jovem, eu acho, ‘oh meu Deus’, você acaba tendo um novo nível de compreensão do sacrifício que as pessoas fizeram antes de você, para que agora possa fazer o que faço.”
Não que tudo esteja resolvido, é claro. Ela diz que está na luta para “fazer um mundo melhor” para a filha. Sidney nasceu em janeiro de 2015, fruto da relação com o produtor e músico John McCauley, com quem Vanessa é casada.
A garotinha aparece no Instagram da mamãe cantora em momentos como na série de vídeos em que Vanessa ensina os seguidores a cortarem frutas. Ela já ensinou formas práticas de cortar abacaxi, melancia, manga…
“Eu pensei que isso é o que as pessoas precisam saber: como cortar certas frutas. É como eu posso ajudar o mundo. Não é todo mundo que sabe cortar abacaxi direito, não sabe como cortar melancia… Era quarentena, não tinha nenhum trabalho e eu amo esses vídeos de ‘como fazer’ as coisas.”
Vanessa Carlton ensina como cortar frutas em vídeos publicados no Instagram
Reprodução/Instagram da cantora
Mas a cantora também cita a filha para falar de assuntos mais sérios. Não que cortar e comer frutas não seja algo sério… Mas ela diz que pensa na filha quando não se cala sobre os ambientes tóxicos e os momentos em que sofreu assédio.
Vanessa passou por isso quando era uma jovem estudante de balé na School of American Ballet e quando foi contratada por uma gravadora. Ela reclamou de como era tratada por um dos produtores. Ele não foi demitido, mas ela conseguiu que ele deixasse de produzi-la.
“Todas as vezes que eu falei sobre relacionamentos tóxicos ou toxicidade no local de trabalho, sinto-me motivada e penso: oh meu Deus, e se minha filha quiser trabalhar nisso depois de mim? Eu sinto que tenho a responsabilidade de tornar melhores esses ambientes em que estive e que não são adequados, torná-los melhores para a geração mais jovem.”
Vários tons de vermelho
Vanessa Carlton em 2020, em foto do álbum ‘Love is an art’
Divulgação/Alysse Gafkjen
Vanessa gosta de usar cores para falar de seus álbuns. “Love is an art”, por exemplo, é vermelho. Mas por que esta cor?
“São como certas emoções parecem estar pegando fogo, ou tem uma selvageria nisso, não é necessariamente algo que está fora de controle. Mas parece tão humano, tão intenso. É algo que eu tenho que passar para chegar ao azul, ou às partes mais cinzas, ou a um azul sereno, como o azul da água, uma lagoa azul.”
Em busca desses tons de vermelho, ela trabalhou com Dave Fridman, conhecido por ter produzido álbuns do Flaming Lips. Ele é muito bom para pensar em camadas psicodélicas, em mudanças de tempo. A cantora diz que ele consegue pegar e tocar os instrumentos, mas é capaz de “transformar tecnologia e engenharia em arte”.
“Aprendi muito sobre como fazer álbuns e como transformar isso mais em uma experiência. Você está sempre aprendendo com alguém com quem está trabalhando, mas eu aprendi a entrar no projeto, criar o conceito, uma ideia e então você deixa que as pessoas só partam a partir daí, sabe?”
Compositora e vidente
Vanessa Carlton no começo dos anos 2000
Divulgação
“Love is an art” saiu logo antes do início da quarentena por conta da covid-19. Mas ele apresenta temáticas que têm tudo a ver com a pandemia, fala sobre se conectar com os outros e consigo mesmo, “com o eu interior”. Ela disse que foi como se ela tivesse feito uma premonição.
“É estranho. Não sei se é algum outro tipo de consciência que temos quando estamos no modo de nos expressarmos. Às vezes, é como se estivéssemos usando uma parte diferente do cérebro onde você não está sendo lógico, você está apenas captando energias e outras coisas.”
Em “I Don’t Want To Be A Bride”, de 2011, ela cantou: “Não preciso de nenhum anel dourado / Não seria suficiente para o amor que isso traz / De Londres ao Tennessee”. “Eu acabei morando e não tinha planos de morar no Tennessee. Conheci meu marido alguns anos depois, ele estava morando em Nashville, então acabei me mudando para o Tennessee.”
“Existem várias coisas assim. E eu acho que todos nós podemos estar em sintonia com o que realmente sentimos, se desacelerarmos e conectarmos a nós mesmos, mas isso é muito difícil de fazer, porque nossos cérebros estão indo tão rápido, você sabe.”
VÍDEOS: Quando eu hitei
Initial plugin text

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Caça a brindes no Rock in Rio vira trend no TikTok com planilhas e listas de dicas; veja prêmios

Published

on

By

Thay Martins, uma usuária da rede social, viralizou ao montar uma planilha detalhada sobre os brindes, os patrocinadores e como conseguir cada um deles. Público do Rock in Rio conta como conseguir brindes dos patrocinadores
Reprodução TikTok
Quem visita a Cidade do Rock, como é chamado o espaço onde acontecem as apresentações do Rock in Rio, não curte apenas grandes shows. Para além das atrações musicais e dos brinquedos, como a roda-gigante e a tirolesa, o público também se diverte procurando os brindes dos patrocinadores do evento.
O interesse é tanto que a caça aos brindes virou até trend no TikTok, com pessoas dando dicas de como conseguir os prêmios.
Thay Martins, uma usuária da rede social, viralizou ao montar uma planilha detalhada sobre os brindes, os patrocinadores e como conseguir cada um deles. No vídeo, que já acumula milhares de visualizações, ela conta que a planilha foi feita antes mesmo de ir ao evento (o ingresso dela é para o domingo (22), que tem Shawn Mendes como atração principal).
“Eu já me antecipei e fiz uma planilha toda detalhadinha com as informações que eu consegui coletar dos brindes que estão sendo distribuídos no Rock in Rio 2024”, diz ela no vídeo.
Protetor solar e glitter em gel, por exemplo, estavam sendo distribuídos por uma marca de produtos de beleza no gramado. Mas a ação ia além: quem participasse da ativação de apertar um botão poderia ganhar até acesso à área vip do festival.
Ed Sheeran canta ‘Shape of You’ no Rock in Rio
Outro patrocinador ofereceu como brinde um copo do evento com um QR code. Sortudos que pegassem o item premiado ganhavam acesso ao backstage ou passe rápido para os brinquedos (direito a “furar” a fila).
Dicas como as compiladas por Thay podem ser encontradas em diversos vídeos da trend. Julia Saraiva, outra usuária do TikTok, contou como ganhou um casaco corta-vento em tons de verde de uma marca de chiclete.
Ela disse que entrou em uma sala e precisou responder a uma pergunta — qual o show mais curto do Rock in Rio. Sem saber a resposta, o acerto aconteceu no chute (uma apresentação de seis minutos). Segundo ela, esse foi o prêmio mais legal do Rock in Rio
Em outro vídeo, Julia mostra “tudo que ganhou” em um dia de Rock in Rio. É possível ver viseiras, copos, escova de dentes, enxaguante bucal, pochete, porta celular à prova d’água, batom, creme de mãos, leque, ventilador portátil e até uma almofada para pescoço (que ainda a fez concorrer a uma viagem internacional).

Continue Reading

Festas e Rodeios

Ivete Sangalo voa sobre a plateia, beija Liniker e maceta resistência roqueira pela 19ª vez no Rock in Rio

Published

on

By

Artista mais recorrente do festival, cantora enfileirou hits de carnaval e apresentou música inéditas Ivete Sangalo voa sob plateia do Palco Mundo no Rock in Rio
Ivete Sangalo abriu o dia das divas pop no Rock in Rio, nesta sexta-feira (20), mostrando por que, há 30 anos, é a maior diva pop do Brasil. Em um show com surpresas, ela voou sobre a plateia presa a cordas e beijou a cantora Liniker ao apresentar uma música inédita.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Foi a 19ª participação de Ivete no festival, considerando edições do Brasil, Portugal, Espanha e Estados Unidos. Ao longo das participações, baiana já levou tombo, anunciou o sexo de suas filhas gêmeas no palco e fez um dueto com Shakira durante a performance da colombiana no Rock in Rio de 2011.
Ivete Sangalo interage com plateia durante show no Rock in Rio
“Sabe por que eu estou nesse palco há 19 anos e vou estar sempre que eu quiser?”, questionou antes de fazer o público explodir num “ôôô” no refrão de “Tempo de Alegria”, música de 2014.
É uma alfinetada aos que sempre resistiram à sua recorrente participação no festival. Em 2011, quando Ivete foi escalada para o Rock in Rio pela primeira vez, a escolha foi recebida com insatisfação por uma parcela roqueira mais conservadora do público: na época, muitos disseram que o evento deveria ser rebatizado como “Axé in Rio” e alguns guardam essa mágoa até hoje.
A cada show, no entanto, Ivete maceta a rejeição com a experiência e a energia de quem está acostumada a orquestrar uma multidão de cima de um trio elétrico por horas a fio. “Macetando”, hit absoluto do carnaval de 2024, teve milhares de pessoas na plateia reproduzindo a coreografia viral.
Mas o momento de maior êxtase veio com “Eva”, música de Umberto Tozzi regravada pela Banda Eva em 1997, numa versão que se tornou clássica. Depois de um breve sumiço, Ivete reapareceu suspensa por uma estrutura de cordas sobre o público. “Quero ficar mais perto de vocês”, disse, flutuando por todos os cantos da plateia.
Foi um truque repetido do show que comemorou seus 30 anos de carreira, no Maracanã, em dezembro de 2023. Mas o público do Rock in Rio se emocionou como se fosse a primeira vez. E Ivete também. No alto, ela chorou. Já em terra firme, celebrou: “Que experiência maravilhosa!”.

Ivete Sangalo abre Palco Mundo, nesta sexta-feira (20), no Rock in Rio
Stephanie Rodrigues/g1

Continue Reading

Festas e Rodeios

Rock in Rio 2024: veja fotos de famosos no 5º dia do festival

Published

on

By

Pabllo Vittar, Vivi Wanderley e Viviane Araújo são alguns dos famosos que foram curtir a sexta-feira (20) na cidade do rock. Viviane Araújo no quinto dia de Rock in Rio
Claudio Andrade /Agnews
A influencer Vivi Wanderley no quinto dia de Rock in Rio
Victor Chapetta / Agnews
Pabllo Vittar no quinto dia de Rock in Rio
Rogério Fidalgo Agnews

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.