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Festas e Rodeios

Monarco, guardião do passado glorioso da Portela, deixa obra pautada pela nobreza do samba

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Compositor de sucessos de Zeca Pagodinho e Martinho da Vila, o bamba carioca lega cancioneiro que conjugou lirismo, fidalguia e coloquialidade. ♪ OBITUÁRIO – A morte de Hildmar Diniz (17 de agosto de 1933 – 11 de dezembro de 2021), o Monarco, tira de cena um guardião do passado de glória da escola de samba Portela, tradicional agremiação carnavalesca da cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Cantor e compositor carioca, Monarco era o último remanescente da formação clássica da Velha Guarda da Portela, agregada em grupo por Paulinho da Viola em 1970. Presidente de honra da Portela, Monarco encerra hoje o desfile da vida, aos 88 anos, se eternizando como um dos símbolos mais nobres da escola.
Integrante da ala de compositores da Portela desde 1955, ano da criação do coletivo de autores da escola, Monarco deixa obra que extrapola o universo azul e branco da agremiação situada na fronteira entre os bairros cariocas de Madureira e Oswaldo Cruz, onde passou a residir aos dez anos de idade, vindo do munícipio fluminense de Nova Iguaçu (RJ).
Vítima de complicações decorrentes de cirurgia no intestino, Monarco virou constelação e foi morar no infinito – e a Portela chora a morte do poeta, criador de letras líricas, e do melodista de estirpe nobre. Contudo, é injusto restringir a obra de Monarco à Portela, escola na qual despontou em 1952 com o samba O passado da Portela, de criação solitária.
A discografia solo do cantor e compositor compreende seis álbuns relevantes. O primeiro álbum solo, Terreiro, foi lançado em 1976, no rastro do sucesso obtido em 1973 pela gravação de Tudo menos amor – samba composto Monarco em parceria com Walter Rosa – por Martinho da Vila. O estouro de Tudo menos amor abriu as portas do mercado fonográfico para Monarco.
Monarco, último remanescente da formação clássica da Velha Guarda da Portela, morre aos 88 anos
Rodrigo Gorosito / G1
O derradeiro disco solo, Monarco de todos os tempos, apresentou em 2018 bela safra autoral de músicas inéditas. Muitas versavam sobre flores, o que legitimou a lembrança de Obrigado pelas flores (Monarco e Manacéa, 1979), samba lançado na voz de Beth Carvalho (1946 – 2019), cantora que, no álbum De pé no chão (1978), regravara Lenço (1976), obra-prima da parceria de Monarco com outro bamba portelense, Francisco Santana (1911 – 1988), o Chico Santana.
Com Paulo da Portela (1901 – 1949), Monarco assinou O quitandeiro e Linda borboleta, sambas lançados em discos em 1976 e 1978, respectivamente, décadas depois de terem sido compostos e apresentados na Portela.
Parceiro de diversos outros bambas do samba, Monarco deixa dois grandes sucessos compostos com Alcino Correia Ferreira (1948 – 2010), o Ratinho. Os sambas Coração em desalinho (1986) e Vai vadiar (1998) foram popularizados na voz de Zeca Pagodinho, admirador assumido de Monarco, compositor que Zeca sempre reverenciou como um mestre, assim como também fizeram Marisa Monte, Martinho da Vila e Paulinho da Viola.
Sozinho, Monarco compôs Proposta amorosa (1975), música apresentada em disco pelo cantor Roberto Ribeiro (1940 – 1996).
Baluarte do samba e cantor de notórios dotes, Monarco deixa obra majestosa, pautada pela elegância e pela fidalguia, sem perda da coloquialidade.

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VÍDEOS Rock in Rio: o melhor do dia 21/9

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Zeca Pagodinho transforma Rock in Rio em roda de samba com ode à negritude, gigantes do gênero e hits

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Músico conduz apresentação do Para Sempre Samba e agita multidão em Dia Brasil do festival. Leia crítica do g1. Zeca Pagodinho canta ‘Camarão Que Dorme a Onda Leva’ no Rock in Rio 2024
Foi com uma homenagem a figuras lendárias da música brasileira que o show do Para Sempre Samba começou no Palco Sunset, no Rock in Rio deste sábado (21).  Os telões exibiam fotos e nomes de gente como Martinho da Vila, Almir Guineto, Beto Sem Braço, Jair do Cavaco, Ratinho, Dona Ivone Lara, Alcione, João Nogueira, Teresa Cristina, Mauro Diniz e Beth Carvalho. 
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Comandado por Zeca Pagodinho, o show teve a presença de Diogo Nogueira, Alcione, Jorge Aragão, Maria Rita e Xande de Pilares. A apresentação foi uma ode não apenas ao samba, mas também à negritude brasileira.
Com frequência, pinturas e fotografias que celebram a população parda e preta do país tomavam os telões. Imagens de favelas, botecos e rodas de samba também ganharam destaque, além de referências religiosas como São Jorge, que já é tradição nos shows (e lírica) de Zeca. 
Depois de ter seu horário alterado duas vezes, o show começou com 14 minutos de atraso e durou cerca de 1 hora e 20 minutos. Zeca Pagodinho entrou ao som do sucesso “Camarão Que Dorme a Onda Leva”. Com seu jeitão leve, o cantor logo pegou uma taça de cerveja e ergueu para fazer um brinde.
Zeca Pagodinho abre show Pra Sempre Samba no Palco Sunset, no Rock in Rio
Stephanie Rodrigues/g1
O músico foi a grande estrela da apresentação. Justo. Dono de vários dos maiores hits da história do samba, Zeca é íntimo do gênero e sabe transformar seus shows em espetáculos com facilidade. Sempre talentoso e carismático, ele faz do palco sua roda de partido alto. 
Durante os momentos em que ficou sozinho no palco, Zeca levou sucessos como “Vai Vadiar”, “Judia de mim”,  “Ogum”, “Quando a Gira Girou” e “Samba pras Moças”. 
O primeiro a dividir os microfones com ele foi Diogo Nogueira, que cantou as faixas “Lama nas Ruas” e “Saudade Louca”. Depois, foi a vez de Alcione agitar o público. Com seu vozeirão grave, a maranhense entoou os hits “Mutirão de amor” e “Sufoco”.
Alcione, Maria Rita, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira e Xande de Pilares cantam no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Xande de Pilares foi o terceiro convidado. Ele cantou “Minha Fé” e “Patota de Cosme”. Já Jorge Aragão apresentou “Não sou mais disso” e “Minta Meu Sonho” — nessa, Zeca e ele contaram a hilária história da vez que os dois esqueceram quem havia composto a faixa, que é de ambos. Maria Rita entrou no palco já na parte final do show, cantando “Casal sem vergonha” e “Alto Lá”. 
Os sambistas deixaram o palco ovacionados. Encerraram o show cantando juntinhos os clássicos “Coração em Desalinho” e “Deixa a Vida me Levar”.

Zeca Pagodinho e Alcione se apresentam no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1

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Anunciado no Rock in Rio, Ryan SP não aparece em show e posta vídeo em jogo do Corinthians

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Procurada pelo g1, a assessoria de Ryan SP não respondeu até a última atualização deste texto sobre o motivo da ausência do cantor no festival. Anunciado no Rock in Rio, Ryan SP não aparece em show e posta foto em jogo do Corinthians
Reprodução/Instagram
Anunciado no Rock in Rio, Ryan SP não apareceu no show Pra Sempre Trap, que abriu o Palco Mundo na tarde deste sábado (21).
A apresentação teve um atraso de 1h20 e contou com Cabelinho, Filipe Ret, Kayblack, Matuê, Orochi e Veigh. O rapper cearense Wiu, que não estava anunciado, subiu ao palco com os outros artistas.
Minutos depois da apresentação, Ryan SP publicou um vídeo no Instagram no qual aparece chegando à Neo Química Arena. O estádio recebeu a partida entre Corinthians e Atlético-GO, neste sábado (21). O cantor ainda fez um post com a filha Zoe, de 9 meses, nos braços e escreveu: “Mostrando pra minha princesinha o timão”. O Corinthians venceu o time goiano por 3 a 0.
Rock in Rio 2024: show ‘Para Sempre Trap’ tem problemas técnicos e pausas
O Rock in Rio será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Na sexta-feira (20), Ryan havia publicado um vídeo no qual mostrava que estava sendo atendido em um hospital. “Acabei pegando uma gripe viral forte! Parece que caiu uma parede na minha cara. Estou me medicando. Já, já, tô zero”, escreveu ele, sem citar o Rock in Rio.
Procurada pelo g1, a assessoria de Ryan SP não respondeu sobre a ausência de Ryan no Rock in Rio até a última atualização deste texto.
LEIA TAMBÉM: Show de trap sofre com falhas técnicas e atraso na abertura do Dia Brasil do Rock in Rio
Ryan SP era um dos artistas confirmados para o show Pra Sempre Trap, no Palco Mundo, neste sábado (21), no Rock in Rio
Reprodução
Rock in Rio 2024: show ‘Para Sempre Trap’ tem problemas técnicos e pausas

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