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Festas e Rodeios

Maria Bethânia vislumbra luminosa manhã na volta aos palcos em show na Bahia

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Intérprete canta pela primeira vez ‘Prudência’, música de Tim Bernardes, em apresentação que encerrou festival em Salvador. Resenha de show a partir de transmissão ao vivo
Título: Maria Bethânia ao vivo – 19º Festival de Música Educadora FM
Artista: Maria Bethânia
Local: Teatro Castro Alves (Salvador, BA)
Data: 12 de dezembro de 2021
Cotação: * * * * *
♪ Saudades e cinzas foi tudo o que restou para muitos corações brasileiros no saldo do longo inverno nacional. Maria Bethânia sabe que, no entanto, é preciso cantar. Mas do que nunca é preciso cantar e alegrar as cidades para esperar que se cumpram as promessas de luz e de outros Carnavais.
É por isso que a esperança da Marcha da quarta-feira de cinzas (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1962) ecoou na abertura do show que marcou a volta da intérprete aos palcos na noite de domingo, 12 de dezembro, em apresentação que encerrou o 19º Festival de Música Educadora FM, sem plateia, mas com transmissão ao vivo para o Brasil e o mundo através do YouTube.
Em show inédito no Teatro Castro Alves, palco nobre de Salvador (BA), capital do estado natal da artista nascida há 75 anos na interiorana cidade de Santo Amaro da Purificação (BA), Bethânia celebrou as origens, exaltou a Bahia, expiou dores de amor e ratificou a esperança ao fim de roteiro que, entrelaçando textos e 26 músicas, culminou com a lembrança da Canção da manhã feliz (Luiz Reis e Haroldo Barbosa, 1962) no fecho que evocou o encerramento do show Imitação da vida (1996 / 1997) na memória dos seguidores da cantora.
Ao vislumbrar a “luminosa manhã” cantada originalmente por Elizeth Cardoso (1920 – 1920), Bethânia amarrou o roteiro seguido na companhia de músicos do porte de João Camarero (violão), Jorge Helder (baixo), Marcelo Costa (bateria e percussão), Paulo Dáfilin (violão) e Zé Manoel (piano).
Neste primeiro show após o lançamento em 30 de julho do álbum Noturno (2021), disco brilhante que se alimenta do contraste entre a claridade e o breu, Bethânia cantou pela primeira vez Prudência, música inédita que ganhou do compositor Tim Bernardes para o álbum.
Prudência foi alocada no bloco sobre os fracassados do amor, após Bar da noite (Bidu Reis e Haroldo Barbosa, 1953), samba-canção que ditou o ritmo desse momento à meia-luz que teve Lama (Aylce Chaves e Paulo Marques, 1952) – com arranjo que, (somente) na introdução, sugeriu o andamento de guarânia – e Olhos nos olhos (Chico Buarque, 1976).
Maria Bethânia evoca a presença da mãe ao cantar ‘Motriz’ em show no Teatro Castro Alves, em Salvador
Reprodução / Vídeo
Entre luzes e dores, Maria Bethânia brilhou mais uma vez. Aos 75 anos, com a voz dramática ainda com vigor, Bethânia conseguiu a proeza de seguir roteiro com costura inédita feita com músicas já recorrentes no repertório da artista.
Boa parte do repertório já tinha sido cantada pela intérprete na live feita via Globoplay em 13 de fevereiro deste ano de 2021 – casos dos refinados sambas De onde eu vim (Paulo Dáfilin, 2021) e Lapa santa (Paulo Dáfilin e Roque Ferreira, 2021), lançados, aliás, nessa live feita antes da edição do disco Noturno.
Outras músicas, como Motriz (Caetano Veloso, 1983), entraram em cena para sublinhar a ideologia de Bethânia. Motriz surgiu para enfatizar que, em tudo no show, havia a voz da mãe da artista, Claudionor Viana Teles Veloso (1907 – 2012), a Dona Canô.
Em tudo, também havia a alma do Brasil e, em especial, a da Bahia, festejada através da loa a Dorival Caymmi tecida em Doce (Roque Ferreira, 2008) e com a abertura da roda para o samba Reconvexo (Caetano Veloso, 1989) ser cantado na íntegra.
Bethânia também cantou as dores do parto da escravidão no afro-samba Yayá Massemba (Roberto Mendes e José Carlos Capinan, 2003), religando África e Brasil no balanço das ondas que trouxe o semba de Angola, e respirou os ares nordestinos de Brisa (Paquito sobre poema de Manuel Bandeira, 1996), música linkada com Felicidade (Antônio Almeida e João de Barro, 1953), tal como fizera 25 anos no show que gerou o álbum ao vivo Imitação da vida (1997).
Cantora de coração livre, do tipo que ninguém consegue acorrentar, Bethânia também foi até Portugal, conduzida pela paixão que move Meu amor é marinheiro (Alan Oulman sobre versos de Manuel Alegre, 1974) e pela necessidade de ecoar o grito na treva da Balada de Gisberta (Pedro Abrunhosa, 2007).
Porque há universalidade na paixão que gera o encanamento de Estado de poesia (Chico César, 2012), o rancor vertido em Lágrima (Roque Ferreira, 2006), a flecha negra da desconfiança desferida por O ciúme (Caetano Veloso, 1987) e também a solidão que atravessa Na primeira manhã (Alceu Valença, 1980).
E porque, no entanto, é preciso cantar amores, saudades e cinzas, vislumbrando luminosas manhãs.
Maria Bethânia encadeia 26 músicas no roteiro de show feito em Salvador
Reprodução / Vídeo
♪ Eis o roteiro seguido por Maria Bethânia em 12 de dezembro de 2021 no show apresentado no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA), no encerramento do 19º Festival de Música Educadora FM :
1. Marcha da quarta-feira de cinzas (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1962)
2. Yayá Massemba (Roberto Mendes e José Carlos Capinan, 2003)
3. Lapa santa (Paulo Dáfilin e Roque Ferreira, 2021)
4. De onde eu vim (Paulo Dáfilin, 2021)
5. Motriz (Caetano Veloso, 1983)
6. Felicidade (Antônio Almeida e João de Barro, 1953) /
7. Brisa (Paquito sobre poema de Manuel Bandeira, 1996)
8. Gostoso demais (Dominguinhos e Nando Cordel, 1986)
9. Estado de poesia (Chico César, 2015)
10. O ciúme (Caetano Veloso, 1987)
11. Na primeira manhã (Alceu Valença, 1980)
12. Balada de Gisberta (Pedro Abrunhosa, 2007)
13. Bar da noite (Bidu Reis e Haroldo Barbosa, 1953)
14. Prudência (Tim Bernardes, 2021)
15. Lama (Aylce Chaves e Paulo Marques, 1952)
16. Olhos nos olhos (Chico Buarque, 1976)
17. Lágrima (Roque Ferreira, 2006)
18. Volta por cima (Paulo Vanzolini, 1962)
19. Meu amor é marinheiro (Alan Oulman sobre versos de Manuel Alegre, 1974)
20. Doce (Roque Ferreira, 2008) /
21. Eu e água (Caetano Veloso, 1988)
22.Vento de lá (Roque Ferreira, 2007) /
23. Imbelezô (Roque Ferreira, 2004)
24. Reconvexo (Caetano Veloso, 1989)
25. Começaria tudo outra vez (Gonzaguinha, 1976)
26. Canção da manhã feliz (Luiz Reis e Haroldo Barbosa, 1962)

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Zeca Pagodinho transforma Rock in Rio em roda de samba com ode à negritude, gigantes do gênero e hits

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Músico conduz apresentação do Para Sempre Samba e agita multidão em Dia Brasil do festival. Leia crítica do g1. Zeca Pagodinho canta ‘Camarão Que Dorme a Onda Leva’ no Rock in Rio 2024
Foi com uma homenagem a figuras lendárias da música brasileira que o show do Para Sempre Samba começou no Palco Sunset, no Rock in Rio deste sábado (21).  Os telões exibiam fotos e nomes de gente como Martinho da Vila, Almir Guineto, Beto Sem Braço, Jair do Cavaco, Ratinho, Dona Ivone Lara, Alcione, João Nogueira, Teresa Cristina, Mauro Diniz e Beth Carvalho. 
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Comandado por Zeca Pagodinho, o show teve a presença de Diogo Nogueira, Alcione, Jorge Aragão, Maria Rita e Xande de Pilares. A apresentação foi uma ode não apenas ao samba, mas também à negritude brasileira.
Com frequência, pinturas e fotografias que celebram a população parda e preta do país tomavam os telões. Imagens de favelas, botecos e rodas de samba também ganharam destaque, além de referências religiosas como São Jorge, que já é tradição nos shows (e lírica) de Zeca. 
Depois de ter seu horário alterado duas vezes, o show começou com 14 minutos de atraso e durou cerca de 1 hora e 20 minutos. Zeca Pagodinho entrou ao som do sucesso “Camarão Que Dorme a Onda Leva”. Com seu jeitão leve, o cantor logo pegou uma taça de cerveja e ergueu para fazer um brinde.
Zeca Pagodinho abre show Pra Sempre Samba no Palco Sunset, no Rock in Rio
Stephanie Rodrigues/g1
O músico foi a grande estrela da apresentação. Justo. Dono de vários dos maiores hits da história do samba, Zeca é íntimo do gênero e sabe transformar seus shows em espetáculos com facilidade. Sempre talentoso e carismático, ele faz do palco sua roda de partido alto. 
Durante os momentos em que ficou sozinho no palco, Zeca levou sucessos como “Vai Vadiar”, “Judia de mim”,  “Ogum”, “Quando a Gira Girou” e “Samba pras Moças”. 
O primeiro a dividir os microfones com ele foi Diogo Nogueira, que cantou as faixas “Lama nas Ruas” e “Saudade Louca”. Depois, foi a vez de Alcione agitar o público. Com seu vozeirão grave, a maranhense entoou os hits “Mutirão de amor” e “Sufoco”.
Alcione, Maria Rita, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira e Xande de Pilares cantam no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Xande de Pilares foi o terceiro convidado. Ele cantou “Minha Fé” e “Patota de Cosme”. Já Jorge Aragão apresentou “Não sou mais disso” e “Minta Meu Sonho” — nessa, Zeca e ele contaram a hilária história da vez que os dois esqueceram quem havia composto a faixa, que é de ambos. Maria Rita entrou no palco já na parte final do show, cantando “Casal sem vergonha” e “Alto Lá”. 
Os sambistas deixaram o palco ovacionados. Encerraram o show cantando juntinhos os clássicos “Coração em Desalinho” e “Deixa a Vida me Levar”.

Zeca Pagodinho e Alcione se apresentam no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1

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Anunciado no Rock in Rio, Ryan SP não aparece em show e posta vídeo em jogo do Corinthians

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Procurada pelo g1, a assessoria de Ryan SP não respondeu até a última atualização deste texto sobre o motivo da ausência do cantor no festival. Anunciado no Rock in Rio, Ryan SP não aparece em show e posta foto em jogo do Corinthians
Reprodução/Instagram
Anunciado no Rock in Rio, Ryan SP não apareceu no show Pra Sempre Trap, que abriu o Palco Mundo na tarde deste sábado (21).
A apresentação teve um atraso de 1h20 e contou com Cabelinho, Filipe Ret, Kayblack, Matuê, Orochi e Veigh. O rapper cearense Wiu, que não estava anunciado, subiu ao palco com os outros artistas.
Minutos depois da apresentação, Ryan SP publicou um vídeo no Instagram no qual aparece chegando à Neo Química Arena. O estádio recebeu a partida entre Corinthians e Atlético-GO, neste sábado (21). O cantor ainda fez um post com a filha Zoe, de 9 meses, nos braços e escreveu: “Mostrando pra minha princesinha o timão”. O Corinthians venceu o time goiano por 3 a 0.
Rock in Rio 2024: show ‘Para Sempre Trap’ tem problemas técnicos e pausas
O Rock in Rio será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Na sexta-feira (20), Ryan havia publicado um vídeo no qual mostrava que estava sendo atendido em um hospital. “Acabei pegando uma gripe viral forte! Parece que caiu uma parede na minha cara. Estou me medicando. Já, já, tô zero”, escreveu ele, sem citar o Rock in Rio.
Procurada pelo g1, a assessoria de Ryan SP não respondeu sobre a ausência de Ryan no Rock in Rio até a última atualização deste texto.
LEIA TAMBÉM: Show de trap sofre com falhas técnicas e atraso na abertura do Dia Brasil do Rock in Rio
Ryan SP era um dos artistas confirmados para o show Pra Sempre Trap, no Palco Mundo, neste sábado (21), no Rock in Rio
Reprodução
Rock in Rio 2024: show ‘Para Sempre Trap’ tem problemas técnicos e pausas

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Show de trap sofre com falhas técnicas e atraso na abertura do Dia Brasil do Rock in Rio

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Público, insistente, tentou curtir e fazer rodas punk, mas apresentação começou com mais de uma hora de atraso. Apresentação foi interrompida três vezes. Show ‘Para Sempre Trap’ tem problemas técnicos e pausas
A abertura do Dia Brasil do Rock in Rio 2024, que prometia ser um pancadão de trap no Palco Mundo, foi totalmente atrapalhada por uma sucessão de erros técnicos na aparelhagem de som neste sábado (21).
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
O problema começou antes mesmo do início da apresentação, que foi atrasada em 1h15. Veja nova programação.
Sete rappers iam fundir suas músicas, que são veneradas por jovens, mas chegaram até a deixar o palco por causa das falhas técnicas.
Matuê e Wiu no ‘Para Sempre Trap’ do Rock in Rio.
Miguel Folco/g1
“Vamos deixar o palco e esperar eles se organizarem, valeu, pessoal?”, reclamou Matuê após a segunda música da tarde ser interrompida por mais um erro.
Como diz o ditado: “daí pra frente, só pra trás”. Foram dezenas de erros no som que impactaram a apresentação, e o MC Cabelinho chegou a bradar “falei que isso ia acontecer, na minha vez a Xuxa é preta”.
O show foi interrompido por completo três vezes. Mesmo assim, artistas tentaram manter o bom humor e brincar com a situação, ao contrário da plateia que vaiou a plenos pulmões.
Filipe Ret no ‘Para Sempre Trap’ do Rock in Rio.
Miguel Folco/g1
Filipe Ret, na sua vez, bebeu no palco para esperar o equipamento ser ajustado para que ele cantasse. Em um momento, ele chamou a plateia para cantar à capela, mas a situação se resolveu.
O público até tentou ter paciência enquanto aguardava a situação ser normalizada antes do início do show, mas lá pelos 40 minutos a espera foi insustentável para os fãs, que começaram a gritar “vergonha” e chegaram até mesmo a vaiar Zé Ricardo, um dos organizadores do Rock in Rio.
Por fim, Cabelinho, Filipe Ret, Kayblack, Matuê, Orochi, Wiu e Veight conseguiram botar a plateia para cantar, apesar dos pesares, e até mesmo para se bater em rodinhas punk, mas fãs e artistas queriam um show bem melhor para a estrutura.

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