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Festas e Rodeios

Maurício Barros brilha no contraste entre luz e sombra que rege o primeiro álbum solo do artista

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Em cena há 40 anos, o tecladista fundador do Barão Vermelho transita entre rock, balada, blues e até samba no disco ‘Não tá fácil pra ninguém’. Capa do álbum ‘Não tá fácil para ninguém’, de Maurício Barros
Marcos Hermes
Resenha de álbum
Título: Não tá fácil pra ninguém
Artista: Maurício Barros
Edição: Edição do artista com distribuição digital da Tratore
Cotação: * * * 1/2
♪ Tudo está por um fio, mas ele está a mil no curso da vida que segue inabalável como um rio. Esse é o recado que Maurício Barros passa no canto de Mania, segunda das dez músicas inéditas na disposição do repertório de Não tá fácil pra ninguém, primeiro álbum solo desse cantor, compositor e tecladista carioca que há 40 anos vem prestando bons serviços ao rock brasileiro.
Pop rock cheio de energia, Mania (Maurício Barros, Mauro Santa Cecília e Bruna Beber) vê luz no fim do túnel em contraste com a tempestade armada por Alô alô humanidade (Maurício Barros e Fausto Fawcett), apocalíptica balada ambientada no clima roqueiro do disco lançado por Barros em 26 de novembro.
O rock até pode aparecer envolto em atmosfera eletrônica, como em Senti que dancei (Maurício Barros e Patricia Polayne), mas continua sendo rock porque a atitude de Maurício Barros na vida é roqueira e essa vibe se impõe no bom disco, mesmo em baladas como Zanzando, parceria do artista com Arnaldo Antunes que soa como “acalanto no deserto”, como diz a letra.
Para quem não liga o nome ao som, Maurício Barros é o tecladista fundador do Barão Vermelho, banda que começou a ser gerada em 1981 e que irrompeu no universo pop em 1982, escorada no repertório composto por Roberto Frejat com Cazuza (1958 – 1990).
Em um dos períodos em que esteve fora do Barão Vermelho, Barros se arriscou como frontman da Buana 4, banda carioca que existiu de 1988 a 1991, revelando músicos relevantes como o guitarrista Billy Brandão e o baixista Gian Fabra.
A propósito, Gian figura no álbum como baixista e parceiro do colega solista em A rua e eu, balada de espírito blueseiro que evoca o fato de o currículo de Barros também ostentar passagem pela Midnight Blues Band.
Maurício Barros dá voz a parcerias com Fausto Fawcett, Gian Fabra e Otto no álbum ‘Não tá fácil pra ninguém’
Marcos Hermes / Divulgação
Música que anunciou oficialmente a chegada ao mundo do álbum Não tá fácil pra ninguém ao ser lançada em single em 22 de outubro, Abra essa porta é folk-rock composto por Barros com Otto, presente no coro dessa faixa que exemplifica o azeitado acabamento instrumental do disco gravado com produção musical do próprio Maurício Barros, que arregimentou músicos como Fabrício Matos (violão e guitarra), Lourenço Monteiro (bateria), Maurício Negão (baixo e guitarra), além de ter se revezado nos toques dos teclados, do pandeiro e da guitarra.
Masterizado pelo norte-americano Brian Lucey no estúdio Magic Garden Mastering, o álbum Não tá fácil pra ninguém é raro caso de disco que vai ficando mais sedutor à medida que avança, em que pese a alocação da já citada Mania no início.
A partir da também já mencionada balada-blues A rua e eu (Maurício Barros e Gian Fabra), músicas interessantes vão se sucedendo, com menções honrosas para o samba-título Não tá fácil pra ninguém (Maurício Barros e Rogério Batalha) – bem-vindo ponto fora da curva no disco de ar roqueiro – e o ska pop Já me sinto bem (Maurício Barros e Bruno Levinson).
É como se o tempo fosse abrindo ao longo do disco, que termina muito bem no tom motivacional do rock-balada Não desista, uma das duas músicas compostas solitariamente por Maurício Barros.
A outra é Como você está?, rock de textura pop romântica condizente com o histórico de compositor que tem o nome nos créditos de canções como Por você (Roberto Frejat, Maurício Barros e Mauro Santa Cecília, 1998) – o maior sucesso do Barão Vermelho na década de 1990 – e Amor para recomeçar (Roberto Frejat, Maurício Barros e Mauro Santa Cecília, 2001), música-título do primeiro álbum solo de Frejat, lançado há 20 anos.
Não, não está fácil para ninguém, mas Maurício Barros está a mil e brilha em vários momentos no contraste entre luz e sombra que rege o primeiro álbum solo do artista em 40 anos de carreira.

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Pra Sempre Rap tem Djonga no meio do povo e Xamã com tributo a Marília Mendonça no Rock in Rio

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Show em homenagem ao rap trouxe sete representantes com seus respectivos pocket shows na noite deste sábado (22) no Rock in Rio. Leia crítica do g1. Djonga vai pra roda no meio do público no Rock in Rio
Na maior parte do tempo do show Para sempre Rap, quase não houve interações entre os convidados, e a sensação foi a de que eram apresentações independentes e não um encontro de fato do rap nacional em si.
O resultado, no entanto, engrenou bem, já que esses convidados eram grandes e bons nomes da cena com sucessos consistentes.
Rincon Sapiência, Karol Conka, Xamã, Rael, Djonga, Marcelo D2 e Criolo apresentaram músicas relevantes das suas carreiras, quase sem interações entre eles, diferentemente do que aconteceu em outros tributos, como o de samba e de sertanejo.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Xamã canta sucesso ‘Malvadão 3’ no Palco Sunset do Rock in Rio
Rincon Sapiência abriu o show com uma gravação de áudio com outros nomes importantes para a história da cena, como Racionais e Sabotage. “Afro rep” foi a primeira música do artista.
Ele tentou muito ganhar a plateia que nesse início de apresentação parecia apática. Ricon conseguiu engatar as mãos para cima e aplausos em “Linhas de soco” e em “Ponta de lança”.
Rincon foi o responsável por chamar Karol Conka. A rapper entra com tudo com a música “É o poder”. Arrebatou a plateia com seu hit “Tombei”.
Karol Conká canta “Tombei” no palco Sunset
“Quero deixar minha homenagem às mulheres que pavimentaram o caminho para eu estar aqui”, disse no palco citando Dina Di, Negra Li, Tássia Reis e Flora Matos.
Xamã veio em seguida e sem surpresas arrancou gritinhos da plateia. Foi bonita a homenagem a Marília Mendonça, com a música “Leão”
“Malvadão 3”, de 2021, continua sendo o grande sucesso do cara. Ele ainda puxou o trecho de “Rap da felicidade” antes de sair do palco e convocar Rael. No roteiro dele, “Ela me faz”, “Hip hop é foda” e “Envolvidão” foram apresentadas, sendo que a última foi a mais cantada pelos fãs.
Djonga se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
De Minas Gerais, Djonga veio com sangue nos olhos para “Junho de 94”. A faixa mereceu os celulares para cima registrando o momento. “Solto” ainda fez abrir rodinhas de punk, incentivadas pelo rapper.
O primeiro encontro entre os rappers aconteceu em “Olho de tigre”, do verso “fogo nos racistas”. Na plateia, foi a hora da enorme roda de punk se abrir. O próprio Djonga pulou a grade e se jogou entre os fãs.
Criolo canta o hit ‘Não existe amor em SP’
Marcelo D2 entrou em seguida com “1967”, “Desabafo” e ainda “Mantenha o respeito”, que ganhou Djonga, Rael, Xamã, Daniel Ganjaman e Rincon ao fundo.
Aí sim, a turma ficou no palco para Criolo, que começou sua parte com “Subirusdoistiozin” e“Não existe amor em SP”.
Eles uniram vozes em “Convoque seu buda”, que encerrou a participação do rap no Dia do Brasil.

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‘Quem não gostou, paciência’, diz Chitãozinho sobre estreia do sertanejo no Rock in Rio

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Chitãozinho & Xororó, Ana Castela e Simone Mendes cantaram na 1ª vez do estilo musical no festival neste sábado (21). Luan Santana se apresentaria, mas cancelou após atraso na programação. Chitãozinho, Xororó e Ana Castela falam sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio
O sertanejo fez, enfim, sua estreia no Rock in Rio. Chitãozinho & Xororó, Ana Castela e Simone Mendes subiram ao Palco Mundo na primeira vez do estilo no festival neste sábado (21).
“Vai mudar tudo. Esse festival é conhecido no mundo inteiro, e nós sempre sonhamos um dia subir neste palco”, diz Chitãozinho sobre a importância da entrada do sertanejo no festival, em coletiva de imprensa. “Foi uma grande conquista para nós”.
Durante muitas edições, parte do público pedia a inclusão do estilo no line-up do festival. Porém, outra parte torceu o nariz quando foram anunciados.
“Aos que gostaram a gente agradece. Os que não gostaram, paciência para eles”, diz Chitãozinho.
Para Ana Castela, “Evidências” é uma das músicas com poder para fazer a plateia mudar de ideia. “Eu tenho certeza de que quem não gostou conhece a música ‘Evidências'”, diz a cantora.
Luan Santana se apresentaria, mas cancelou após atraso na programação. Ele tinha um show marcado na mesma noite, São José (SC).
Chitãozinho e Xororó cantam o hino ‘Evidências’ no Palco Mundo do Rock in Rio

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Sem Luan Santana, sertanejos fazem estreia gloriosa, mostrando que têm demanda no Rock in Rio

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‘Evidências’ teve maior coro da edição até agora. Luan cancelou participação por causa de atraso na programação; Simone Mendes e Ana Castela cantaram hits. Chitãozinho E Xororó cantam “Fio de cabelo” no Rock in Rio
Entre os shows que já aconteceram no Rock in Rio 2024, poucos tiveram tanto engajamento do público quanto um bloco de apresentações dedicada ao sertanejo neste sábado (21), penúltimo dia do evento. Contra a resistência de parte dos frequentadores — especialmente de uma parcela roqueira mais conservadora –, o estilo fez sua estreia no festival, após 40 anos de espera.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Foi uma estreia gloriosa. A organização acertou ao escolher Chitãozinho e Xororó para conduzir o roteiro de performances e guiar a plateia. Para os fãs de sertanejo, a dupla desperta idolatria do nível de rockstars.
Chitãozinho e Xororó cantam o hino ‘Evidências’ no Palco Mundo do Rock in Rio
“Evidências”, música da dupla que se tornou quase um hino nacional, foi deixada para o final do show. Naturalmente, teve o maior coro da edição até agora. Milhares de pulseirinhas coloridas na plateia — ao estilo show do Coldplay — ajudaram a criar uma cena inesquecível para quem estava lá.
O restante das músicas do repertório dos dois também foi recebido com empolgação. Em “Alô”, milhares de celulares com lanternas ligadas iluminaram a plateia. “Galopeira” teve o público envolvido em um desafio para segurar pelo maior tempo possível a nota do refrão.
“Quando nós começamos a cantar música caipira, era quase impossível tocar na rádio. Não tínhamos espaço na mídia, nossa música só era tocada na madrugada ou ao entardecer”, lembrou Xororó.
Simone Mendes canta “Erro gostoso” no Rock in Rio
“Até que um dia chegou às nossas mãos essa música, que mudou nossas vidas”. Era “Fio de Cabelo”, incluída no álbum “Somos Apaixonados”, que em 1982 tornou Chitãozinho e Xororó conhecidos nacionalmente.
Desfalque
A ideia de incluir o sertanejo no Rock in Rio começou a tomar forma durante a edição de 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de incluir nomes do sertanejo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
A dupla Chitãozinho e Xororó se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento. Mas ele não apareceu no palco.
Com um compromisso marcado em Florianópolis na mesma noite, Luan cancelou de última hora a participação no show e citou como motivo um atraso na programação deste sábado. O bloco sertanejo começou cerca de uma hora e meia depois do horário inicialmente previsto.
Outros convidados seguraram bem o show. Simone Mendes foi convidada para um bonito dueto com Chitãozinho e Xororó em “Página de Amigos”. A cantora, ex-dupla da irmã Simaria, também apresentou seu hit “Erro Gostoso”, umas das músicas mais tocadas do Brasil em 2023 — deu para sentir pelo tamanho do coro.
Ana Castela se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
Ana Castela entrou para apresentar “Sinônimos”, que tem versão gravada em parceria com a dupla, e a sua “Nosso Quadro”. Muitas menininhas emocionadas com seus chapéus de boiadeira apareceram no telão — a cantora é popular entre as crianças.
“Foi aqui que a Katy Perry pisou”, perguntou Ana, no mesmo palco onde a cantora americana se apresentou nesta sexta-feira (20).
Tanto Ana quanto Simone saíram correndo depois de suas participações, avisando que tinham compromissos em outros lugares do Brasil — uma na Bahia, outra em Minas Gerais. Luan não foi citado, mas ficou a impressão de que havia um recado a ser dado.
Junior se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
O clima no show só esfriou na segunda metade, quando Chitãozinho e Xororó chamaram o rapper Cabal para cantar “Vida Marvada”, música lançada em parceria em 2006, pouco conhecida. Foi uma aposta ousada, que não deu certo.
Uma participação de Junior, filho de Xororó, também não engrenou. Com o pai e o tio, ele apresentou “Nascemos pra Cantar”. O irmão de Sandy ainda mostrou “Fome”, de seu recém-lançado álbum “Solo”. Problemas no microfone atrapalharam — além do atraso, o sábado de Rock in Rio ficou marcado por uma série de problemas técnicos no Palco Mundo.
Mas logo veio o final apoteótico com “Evidências”, a evidência definitiva de que o sertanejo tem demanda no Rock in Rio. Se para alguns foi um erro a inclusão do estilo, quem estava lá pode dizer com convicção que foi um erro muito gostoso.

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