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Festas e Rodeios

Os álbuns mais esperados de 2022: de Iza a Ozzy, veja grandes lançamentos previstos

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VÍDEO mostra 20 álbuns que devem marcar o ano e explica o que esperar de cada um: Anitta, Red Hot Chili Peppers, Avril Lavigne, Cardi B, Criolo, Arctic Monkeys, Planet Hemp, Paramore e mais. Veja lançamentos musicais previstos para este ano
Dá para dividir em alguns grupos os álbuns mais esperados para 2022:
Cantoras brasileiras que já iniciaram o projeto do novo álbum, lançaram singles, e agora deixam os fãs ansiosos pela entrega: Anitta e Iza.
Retornos de ídolos do rock que devem ser pontos de partida para grandes turnês: Red Hot Chili Peppers, Ozzy Osbourne, Arctic Monkeys e Planet Hemp.
Princesas do emo que estavam meio sumidas e agora aproveitam o revival do pop-punk para voltar às guitarras de raiz: Avril Lavigne e Paramore.
Rappers mulheres que lançaram álbuns bombásticos, singles de sucesso, mas estão devendo uma sequência: Lizzo e Cardi B.
Astros gringos no auge que prometem superproduções comerciais: The Weeknd, Charli XCX, Camila Cabello.
Veteranos brasileiros que seguem na ativa em graus variados de renovação artística: Elza Soares, Tom Zé, Erasmo Carlos e Simone.
Veja no vídeo acima os 10 álbuns internacionais e 10 nacionais mais esperados para 2022. Abaixo, leia mais sobre cada um:
The Weeknd – ‘Dawn FM’ – 7 de janeiro
O 1º acontecimento pop de 2022 será o quinto álbum do canadense, anunciado de última hora, sucessor do bem-sucedido “After Hours”, com participação até de Jim Carrey.
Charlie XCX – ‘Crash’ – 18 de março
A ousada cantora britânica promete que seu quinto álbum será o mais comercial até hoje, com muito R&B e inspirada em Janet Jackson.
Camila Cabello – ‘Familia’ (sem data)
Camila Cabello canta no Grammy 2020
KEVORK DJANSEZIAN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
A cantora vem ao Rock in Rio mostrar sua era pós-Cinderella: agora ela vai mostrar seu lado latina festeira, resgatando as origens familiares cubanas.
Avril Lavigne (sem título e data)
Também no Rock in Rio, a cantora canadense diz que o novo álbum será uma ‘carta de amor às mulheres’ com pop-punk raiz inspirado em Green Day.
Paramore (sem título e data)
Hayley Williams larga suas empreitadas solo e aproveita o revival do pop-punk no primeiro álbum do grupo em cinco anos.
Red Hot Chili Peppers (1º semestre, sem título)
O 1º álbum com o guitarrista John Fusciante em 16 anos vai puxar uma megaturnê que está sendo anunciada desde já, mas sem o Brasil ainda entre os destinos confirmados.
Ozzy Osbourne (1º semestre, sem título)
Ozzy Osbourne
Mario Anzuoni/Reuters
Aos 73 anos, ele se junta ao antigo parceiro Zakk Wylde, que participa de todas as faixas – e ainda deve contar com guitarras pontuais de Tony Iommi e Jeff Beck.
Arctic Monkeys (sem título e data)
O sétimo álbum deve seguir o estilo acústico do anterior, o estranho “Tranquility Base Hotel & Casino”, e sair antes de agosto, quando eles iniciam turnê.
Lizzo (sem título e data)
A cantora americana disse ao g1 que tem 130 músicas escritas para o álbum, que mostram uma ‘versão (ainda) mais confiante’ dela mesma.
Cardi B (sem título e data)
Após o estouro em 2018 e a incrível sequência de hits avulsos como “WAP” e “Taki taki”, finalmente vem aí o 2º álbum. Como ela é fã de pop brasileiro, dá até para esperar algum toque nosso…
Veja os lançamentos nacionais:
Anitta – ‘Girl from Rio’ (primeiro semestre)
Anitta mostrou o Rio que conhece em ‘Girl From Rio’
Divulgação
Deste ano, não passa. A gravadora Warner Music já confirmou que o quinto álbum de estúdio de Anitta chega ao mundo em 2022, após vários retoques feitos pela cantora, com músicas em inglês, espanhol e português.
Criolo – ‘Diário do caos’ (março)
De volta ao rap após elegantes pisadas pelo terreno do samba, o artista lança álbum com músicas contundentes como “Fellini”, “Sistema obtuso” e “Cleane”.
Alaíde Costa (sem título e data)
Aos 86 anos, a cantora carioca se conecta com o rapper paulistano Emicida, autor da maioria das letras do álbum em que Alaíde abre improvável parceria com Nando Reis. O repertório inclui melodias de Francis Hime, Guinga, Joyce Moreno e Marcos Valle.
Erasmo Carlos – ‘O futuro pertence à… Jovem Guarda’ (entre fevereiro e março)
Aos 80 anos, o Tremendão insiste no cancioneiro da juventude dos anos 1960. Mas grava somente músicas inéditas na voz dele, revivendo sucessos de Demetrius (“Ritmo da chuva”), Eduardo Araújo (“O bom”), Golden Boys (“Alguém na multidão”), Leno & Lilian (“Devolva-me”), do amigo de fé Roberto Carlos (“Esqueça”) e dos Vips (“A volta”).
Planet Hemp (sem título e data)
Marcelo D2
Divulgação / Wilmore Oliveira / Pupila Dilatada
A ex-quadrilha do Homem Fumaça volta a riscar o céu, com nuvens de fumaça, no primeiro álbum de estúdio em 22 anos. A banda carioca reintegra Gustavo Black Alien em algumas faixas do disco e se junta com Criolo em “Distopia”.
Elza Soares (sem título e data)
No ano em que completa 92 anos, a cantora volta ao disco em dose dupla. Lança álbum de estúdio e também o registro audiovisual de show programado para ser gravado em 17 e 18 de janeiro em São Paulo.
Iza (sem título e data)
A cantora veio adiando o segundo álbum, mas lança enfim o sucessor de Dona de mim (2018), quatro anos após a estreia retumbante. Sem romper a conexão bem-sucedida com o trio Dogz (Pablo Bispo, Ruxell e Sergio Santos), Iza se conecta com nomes como Rafinha RSQ, produtor da já conhecida faixa “Sem filtro”.
Bala Desejo – Sim sim sim (janeiro)
O quarteto carioca formado por Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra debuta com álbum de repertório autoral, transitando por frevo (“Recarnaval”), reggae (“Chama floresta”) e soul (“Muito só”).
Simone (sem titulo e data)
Simone
Rodrigo Marques / Divulgação
Um dos ícones da MPB dos anos 1970, a cantora lança o primeiro álbum em oito anos, mais uma vez pela gravadora Biscoito Fino. O repertório é mantido em sigilo, mas é prevista conexão com Zélia Duncan.
Tom Zé – Língua brasileira (primeiro trimestre)
O cantor apresenta álbum com repertório inédito composto para peça encenada sob direção de Filipe Hirsch. Mas a música-título “Língua brasileira” é de 2003.

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Sorriso Maroto amplia roda de pagode em outro álbum ao vivo que traz quatro inéditas e hits de Exaltasamba e Soweto

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Capa do primeiro EP do álbum ‘Sorriso eu gosto no pagode – Vol. 2’, do grupo Sorriso Maroto
Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Atento aos sinais do mercado, o grupo carioca de pagode Sorriso Maroto lançou no ano passado um disco gravado ao vivo em roda de pagode armada em clima sunset. Diante da boa receptividade do álbum Sorriso eu gosto no pagode (2023), o grupo estende a roda em um segundo álbum audiovisual.
Dividido em três partes, o álbum Sorriso eu gosto no pagode – Vol. 2 chegará aos aplicativos de áudio a partir de quinta-feira, 14 de outubro.
Nesta primeira parte, o Sorriso Maroto rebobina sucessos do grupo paulista Exaltasamba com a participação de Chrigor – primeiro vocalista do Exalta – nos medleys que unem Mega star (2000) com Telegrama (1996) e 24 horas de amor (1994) com É você (1996). O repertório desse EP inicial também inclui 40 graus de amor (2002), A carta (2003) e Cartão postal (1994), entre outros hits do Exaltasamba.
Já a segunda parte é dedicada ao repertório do Soweto, grupo projetado nos anos 1990 com Belo como vocalista. O Sorriso Maroto reacende Farol das estrelas (1999) entre músicas como Momentos (1997), Mundo de Oz (1997), Refém do coração (1997), Tudo fica blue (1999), Tempo de aprender (1999) e Búzios & tarô (1999).
Belo entrou na roda de pagode do Sorriso Maroto para cantar dois medleys com o grupo. Um deles ilumina Farol das estrelas com Não foi à toa (1999). O outro agrega Desafio (2000) e Amante, amor, amiga (2006), músicas da discografia solo de Belo, iniciada em 2000.
Na sequência, já na terceira parte, Sorriso Maroto completa o álbum Sorriso eu gosto no pagode – Vol. 2 com quatro músicas inéditas. O lote de novidades é formado pelas composições 80 horas, Deus falou comigo, Engole o choro e Telefone vagabundo.

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Taylor Swift conquista quatro prêmios no MTV Europe Music Awards; Pabllo Vittar vence Melhor Artista Brasileiro

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Premiação aconteceu na noite deste domingo (10). Veja lista de vencedores. Grande premiada do EMA, Taylor Swift não esteve presente na premiação (Na foto, cantora no VMA 2024).
Evan Agostini/Invision/AP
A cantora americana Taylor Swift foi a grande vencedora do MTV Europe Music Awards 2024, no qual conquistou quatro prêmios neste domingo (10), na cidade inglesa de Manchester.
A estrela do pop, que não compareceu à cerimônia, venceu nas principais categorias, entre elas artista do ano e melhor artista ao vivo. Também conquistou os prêmios de melhor vídeo, por “Fortnight”, ao lado de Post Malone, e de melhor artista dos Estados Unidos.
Em mensagem pré-gravada, a intérprete de “Shake it Off” lamentou não ter podido estar presente. “O fato de a turnê, o álbum e o vídeo terem vencido é simplesmente incrível”, comemorou a cantora, que cumprimentou o compatriota Post Malone.
O mexicano Peso Pluma ganhou o prêmio de melhor artista latino.
Pabllo Vittar levou a melhor na categoria Melhor Artista Brasileiro. A cantora disputava o prêmio com Jão, Luiza Sonza, Matuê e Pedro Sampaio.
No Instagram, Pabllo celebrou a conquista: Ganhamos mais um EMA. Muito obrigada, filhas. Esse prêmio é de vocês também! Que venham muitos outros mais! Obrigada, minha equipe linda que faz o corre comigo acontecer.”
Em mensagem pré-gravada, Taylor Swift lamentou não poder estar presente, mas celebrou as conquistas: “O fato de a turnê, o álbum e o vídeo terem vencido é simplesmente incrível”.
Oli SCARFF / AFP
Confira a lista de vencedores do MTV EMA 2024:
Música do Ano
Ariana Grande – we can’t be friends (wait for your love)
Benson Boone – Beautiful Things
Beyoncé – TEXAS HOLD ‘EM
Billie Eilish – BIRDS OF A FEATHER
Chappell Roan – Good Luck, Babe!
Sabrina Carpenter – Espresso – VENCEU
Clipe do Ano
Ariana Grande – we can’t be friends (wait for your love)
Charli xcx – 360
Eminem – Houdini
Kendrick Lamar – Not Like Us
LISA e Rosalía – NEW WOMAN
Taylor Swift e Post Malone – Fortnight – VENCEU
Artista do Ano
Beyoncé
Billie Eilish
Post Malone
RAYE
Sabrina Carpenter
Taylor Swift – VENCEU
Melhor Collab
Charli xcx, Billie Eilish – Guess featuring Billie Eilish
Future, Metro Boomin, Kendrick Lamar – Like That
Lady Gaga, Bruno Mars – Die With A Smile
LISA, Rosalía – NEW WOMAN – VENCEU
Peso Pluma, Anitta – BELLAKEO
Taylor Swift, Post Malone – Fortnight
Artista Revelação
Ayra Starr
Benson Boone – VENCEU
Chappell Roan
LE SSERAFIM
Teddy Swims
The Last Dinner Party
Tyla
Melhor Artista Pop
Ariana Grande – VENCEU
Billie Eilish
Camila Cabello
Charli xcx
Dua Lipa
Sabrina Carpenter
Taylor Swift
Melhor Afrobeats
Asake
Ayra Starr
Burna Boy
Rema
Tems
Tyla – VENCEU
Melhor Artista de Rock
Bon Jovi
Coldplay
Green Day
Kings of Leon
Lenny Kravitz
Liam Gallagher – VENCEU
The Killers
Melhor Artista Latino
Anitta
Bad Bunny
KAROL G
Peso Pluma – VENCEU
Rauw Alejandro
Shakira
Melhor Artista de K-Pop
Jimin – VENCEU
Jungkook
LE SSERAFIM
LISA
NewJeans
Stray Kids
Melhor Artista Alternativo
Fontaines D.C.
Hozier
Imagine Dragons – VENCEU
Lana Del Rey
Twenty One Pilots
YUNGBLUD
Melhor Artista Eletrônico
Calvin Harris – VENCEU
David Guetta
Disclosure
DJ Snake
Fred Again..
Swedish House Mafia
Melhor Artista de Hip Hop
Central Cee
Eminem – VENCEU
Kendrick Lamar
Megan Thee Stallion
Nicki Minaj
Travis Scott
Melhor Artista de R&B
Kehlani
SZA
Tinashe
Tyla – VENCEU
USHER
Victoria Monét
Melhor Ao Vivo
Adele
Coldplay
Doja Cat
RAYE
Taylor Swift – VENCEU
Travis Scott
Melhor Artista Push
Ayra Starr
Chappell Roan
Coco Jones
Flyana Boss
Jessie Murph
Laufey
LE SSERAFIM – VENCEU
Mark Ambor
Shaboozey
Teddy Swims
The Warning
Victoria Monét
Maiores Fãs
Anitta
Ariana Grande
Beyoncé
Billie Eilish
Chappell Roan
Charli xcx
Katy Perry
LISA – VENCEU
Nicki Minaj
Sabrina Carpenter
Shawn Mendes
Taylor Swift
Melhor Artista Brasileiro
Jão
Luisa Sonza
Matuê
Pabllo Vittar – VENCEU
Pedro Sampaio

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De Tyler the Creator a Ayra Starr, como sons africanos inspiram hits atuais do mainstream

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Entenda como ‘Noid’, do cantor Tyler the Creator, é reflexo de onda de canções que bombam com ritmos africanos. É com riffs distorcidos de guitarra, batidas em foco e suspiros ofegantes que Tyler the Creator inicia “Noid”, o hit paranoico de “Chromakopia”, seu álbum lançado no fim de outubro. Vibrante, a canção traz um rap alucinógeno com traços de zamrock, o rock zambiano surgido na década de 1970.
Com versos que expõem um Tyler inseguro diante da fama, “Noid” sampleia “Nizaka Panga Ngozi”, música da banda Ngozi Family. “Quando vier à minha casa, mantenha o respeito (paranoico) / porque eu não quero fofocas, fofocas/ fofocas trazem problemas”, canta o vozeirão agudo de Paul Ngozi no trecho do sample — falado em chewa, um dos idiomas da Zâmbia.

Compartilhando semelhanças com o hard rock, blues, soul e funk estadunidense, o zamrock é um subgênero de rock que mescla ritmos africanos com ares libertários de psicodelia. A partir de rasgos de guitarra elétrica e kalindula (instrumento que lembra o baixo), o estilo surgiu no embalo decolonial da Zâmbia recém-independente. Nos anos 1980, caiu em crise devido à epidemia de Aids. E agora, ressurge nas paradas de maior sucesso mundial.
Além de “Noid”, o zamrock está presente em “Sirens”, de Travis Scott, outro rapper que gosta bastante de trabalhar com rock e psicodelia. A música, que também virou hit quando lançada (2023), faz sample de “Nsunka Lwendo”, da banda zambiana Amanaz.
Assim como Tyler e Travis, outros artistas do mainstream têm se inspirado em sons africanos e, com eles, emplacado hits globais. É uma onda que vem crescendo desde 2022, quando veio o megassucesso “Calm Down”, parceria entre o rapper nigeriano Rema e a popstar americana Selena Gomez.

Nem tudo é afrobeats
“Calm Down” é um afrobeats, música que mistura vários gêneros — desde populares, como R&B e dancehall, até vertentes mais nichadas como highlife, fuji e afrobeat.
Aqui vale frisar que afrobeat e afrobeats são coisas diferentes. A palavra sem o “s” é um gênero surgido nos anos 1960, com uma pegada que lembra jazz e música iourbá. É tocado em orquestras, e teve Fela Kuti como pioneiro. Já o termo com “s” veio bem depois, nos anos 2000, para se referir de forma genérica ao pop africano.
Atualmente, quem está bombando nas paradas é o estilo com “s”: o afrobeats. Em 2023, ele foi tocado por 223 milhões de horas só no Spotify. A plataforma também notou um aumento de músicas desse tipo em seu acervo: desde 2017, houve um aumento de 550%.
A cantora nigeriana Ayra Starr
Divulgação
Uma das vozes mais famosas do estilo é a da Ayra Starr, que canta os hits “Santa”, “Bloody Samaritan” e “Rush”. Nas letras, a nigeriana costuma misturar inglês, iorubá e naijá. Neste ano, ela foi uma das indicadas ao primeiro troféu Grammy de música africana (cuja vencedora foi Tyla).
“Se você me der uma batida de funk [americana], encontrarei um afrobeats nela e te darei um afropunk”, afirmou Ayra à revista americana “Elle” em maio. “Tenho muito orgulho de ser uma artista afrobeats.”
Mas nem todo mundo sente isso. Mesmo sendo popularmente conhecido como um cantor da safra afrobeats, o nigeriano Burna Boy não gosta dessa associação. Em 2018, ele chegou a dizer que prefere termos como “afrofusion” e “afropop”, e deu a entender que falar “afrobeats” seria um desrespeito aos músicos do afrobeat (o gênero escrito no singular). Cinco anos depois, ele ainda afirmou que “90% daquilo que é chamado de afrobeats” são músicas “sem substância”. O fato é que o termo virou recorrente no vocabulário da produção pop.
No Brasil, quem tem curtido o afrobeats é Ludmilla. Ela levou o som para “Socadona” e “Whine” —essa em parceria com o nigeriano Asake. Além da cantora, o EP “AfroHits” (cujo lançamento é dia 20 deste mês) também promete surfar no estilo trazendo um gostinho nacional.
O cantor Burna Boy
Divulgação
“É um disco completamente baseado em um ritmo que tem contagiado a Europa. Mas ele é voltado ao mercado brasileiro, então mistura essas essências do afrobeats com funk e trap”, diz ao g1 Jefferson Junior, sócio da produtora Mousik. Entre os artistas do disco, estão as funkeiras Rebecca e Bibi Babydoll. “O cenário pop precisava de renovação.”
Ele também diz que o boom do afrobeats tem influenciado gêneros tipicamente afrobrasileiros como funk, trap e samba. “Qualquer beat feito com inspiração na música africana é um afrobeats.”
É justamente desse caráter genérico do conceito que surgem algumas discussões. Tivemos um exemplo em setembro, quando a sul-africana Tyla levou o troféu VMA de Melhor Afrobeats. Ao recebê-lo, ela deu uma alfinetada na premiação.
“Sei que existe uma tendência de enquadrar todos os artistas africanos sob o rótulo de ‘afrobeats’. Mas ainda que o afrobeats tenha dominado acelerado as coisas e aberto tantas portas para nós, a música africana é muito diversa”, disse a cantora.
Tyla se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
Diáspora musical
Dona do hit “Water” e vencedora do primeiro Grammy de música africana, Tyla canta amapiano. Esse é outro gênero da África que vem crescendo no mainstream.
O amapiano é um gênero sul-africano surgido nos anos 2010, com influências do kwaito, house music e soul. Seus arranjos costumam trazer piano, baixo, sintetizadores e, sobretudo, o chamado tambor de fenda. As músicas têm uma atmosfera brisada, são dançantes e sexy.
Além de explorar o zamrock, Travis Scott também trabalhou com o amapiano recentemente. No remix de “Water”, ele canta ao lado de Tyla, adicionando um trecho de rap melódico no hit sedutor.
Travis Scott se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Com 855 milhões de streams no Spotify em 2024, o gênero também aparece em “Tshwala Bam”, feat entre TitoM, S.N.E, Yuppe e Burna Boy. É também um estilo que vem inspirando a brasileira Larissa Luz e conduziu seu show no festival Afropunk, que aconteceu neste fim de semana em Salvador.
“O amapiano está com bastante destaque global”, diz o produtor Rafael Tudesco, da Warner Music. “Teve um aumento de hits pop inspirados em gêneros africanos, sim. Muito disso é por conta da cultura que esses ritmos têm. O modo de se vestir, danças, gírias…”
Com a crescente influência do TikTok na indústria musical, a dança passou a ser um elemento importante para a receita do hit mainstream. Daí, coreografias africanas que viralizam na rede acabam ajudando a impulsionar alguns gêneros do continente.
“A globalização, a popularização da internet, o acesso às redes… Isso fez as pessoas terem acesso a cenas locais de diversos cantos do mundo. E a música pop bebe muito de cenas locais, sempre está em busca do novo som”, acrescenta Rafael.
Tyler the Creator em ‘Noid’, seu oitavo disco
Divulgação
Quando falamos em mercado musical, não há dúvidas de que a África foi (e ainda é) preterida para investimentos, acordos e parcerias. Rafel afirma, no entanto, que o mercado fonográfico africano tem vivido uma expansão. Ele lembra, por exemplo, que a própria Warner lançou neste ano um escritório voltado aos países francófonos do continente.
O setor de streaming também deve crescer na região. Uma pesquisa da Statista mostra que o streaming musical na África deve crescer em R$ 513 milhões até 2027.
“As gravadoras precisam investir mais no continente africano para que cada vez mais a gente tenha artistas e selos da região. É preciso fazer mais isso em vez de simplesmente injetar [a estética de gêneros locais] no mainstream [do Ocidente] tentando fabricar algo que não é real”, diz Rafael.

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