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Festas e Rodeios

Cada vez mais brasileiros veem pets como filhos, tendência criticada pelo papa

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Pesquisa de 2021 mostra aumento do número de casais sem filhos entre donos de animais de estimação e de parcela de brasileiros que identificam seus bichinhos como membros da família. Recentemente, o papa Francisco criticou ‘egoísmo’ de casais que optam por não ter filhos e sim pets. Casais sem filhos são grupo cada vez mais presente entre os donos de bichinos de estimação, segundo pesquisa Radar Pet
Getty Images via BBC
A funcionária pública Andreza Alcântara não se considera religiosa, embora tenha sido batizada no catolicismo. Mesmo não seguindo essa religião, a gaúcha de 37 anos diz sempre ter acompanhado o papa Francisco e o admirado por sua “cabeça aberta”.
Entretanto, no dia 5 de janeiro veio uma decepção: foi quando o papa, em seus encontros com fiéis às quartas-feiras, disse haver um “determinado egoísmo” em casais que optam por não ter filhos e, ainda, têm “cães e gatos” que “ocupam o lugar do filhos”.
“Há dias, falei sobre o inverno demográfico que há atualmente: as pessoas não querem ter filhos, ou apenas um e nada mais. E muitos casais não têm filhos porque não querem, ou têm só um porque não querem outros, mas têm dois cães, dois gatos… Pois é, cães e gatos ocupam o lugar dos filhos. Sim, faz rir, entendo, mas é a realidade”, disse o papa Francisco durante a chamada audiência geral no Vaticano.
“Esta negação da paternidade e da maternidade diminui-nos, cancela a nossa humanidade”, acrescentou o pontífice.
Andreza é casada há 13 anos, quase o mesmo tempo de vida de sua “dog” (“cachorro” em inglês), como ela chama, a bull terrier Kirah, de 14.
Embora relate sofrer “muita” pressão social por isso, ela e o marido decidiram não ter filhos — humanos, porque Andreza considera Kirah sua filha.
“Eu nunca quis ter filhos. Não me vejo mãe, com a responsabilidade de criar uma pessoa, de ter que abrir mão da liberdade e da tranquilidade”, explica a funcionária pública, que vive em uma casa em Eldorado do Sul (RS) com o marido e Kirah.
Andreza e o marido escolheram não ter filhos (humanos) em prol de um estilo de vida com mais Liberdade
Arquivo Pessoal
“Quanto a essa fala do Papa, eu discordei. Primeiro, ele não tem filhos. E ele teria que ver que hoje não é fácil colocar uma pessoa no mundo, está tudo muito difícil. Não é procriar por procriar.”
“Esse deveria ser um tema de saúde pública em um país como o nosso, com tanta desigualdade, tanta gente passando fome. As crianças vêm ao mundo e não têm culpa de passar pelo que passam”, defende.
Andreza faz parte de uma tendência que tem sido capturada pela pesquisa anual da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), a Radar Pet. O levantamento representa o universo dos lares brasileiros nas classes A, B e C e tem margem de erro de 3,6% em intervalo de confiança de 95%.
Realizada por uma consultoria, a edição de 2021 desta pesquisa mostrou que, das casas que têm cachorros, 21% delas são de casais sem filhos (contra 9% de casas com pessoas morando sozinhas e 65% de casas com filhos). Das casas que têm gatos, 25% delas são de casais sem filhos (contra 17% de casas com pessoas morando sozinhas e 55% de casas com filhos).
“Nas nossas últimas pesquisas, a gente vê que esse (grupo) casais sem filhos vem aumentando, é uma tendência”, afirmou o coordenador da Comac, Leonardo Brandão, ao apresentar os resultados da pesquisa Radar Pet 2021.
Em 2019, por exemplo, 20% dos lares com cães eram de casais sem filhos, e 22% dos domicílios com gatos eram de casais sem filhos — percentuais menores do que em 2021.
Domicílios com cachorros, segundo pesquisa do Radar Pet 2021
BBC
Domicílios com gatos, segundo pesquisa Radar Pet 2021
BBC
Domicílios com cães e gatos, segundo pesquisa Radar Pet 2021
BBC
A Radar Pet 2021 mostrou ainda que o principal perfil de casas que adquiriram um gato durante a pandemia de coronavírus foi o de casais sem filhos, responsáveis por 60% das aquisições destes animais no período. Para cães, o perfil predominante foi de pessoas morando sozinhas. A pandemia foi, aliás, um momento de forte aquisição de bichinhos de estimação, segundo a pesquisa: 30% dos pets (termo em inglês para “animal de estimação”) contabilizados no estudo foram adquiridos neste período.
A pesquisa também pergunta aos donos de animais de estimação como enxergam seus pets: como filho, membro da família, amigo, companhia, bicho de estimação ou uma forma de assistência.
De 2019 para 2020, cresceram os percentuais de donos que veem seus animais como filho e membro da família e, curiosamente, diminuiu a parcela de pessoas que identificam seus pets como bichos de estimação.
Por exemplo: na Radar Pet 2019, 24% dos donos de cães os consideravam filhos; na edição de 2021, o percentual chegou a 31%. Para os gatos, o percentual ficou o mesmo nestes dois anos: 27%.
Entre 2019 e 2021, o percentual de pessoas que veem seus pets como bichos de estimação caiu de 23% para 7% entre donos de cachorros e de 29% para 13% entre donos de gatos.
Famílias ‘multiespécie’
Nas ciências humanas, essa tendência já ganhou até um nome: humanos, cães e gatos, além de outros pets, estão formando as chamadas “famílias multiespécies”.
A psicóloga Cássia Alves acaba de publicar, em dezembro de 2021, um artigo sobre o assunto, em coautoria com sua orientada na graduação, Melanie de Aguiar. As autoras consideram as famílias multiespécies aquelas em que o animal fica dentro da casa, participando da rotina da família.
Elas fizeram entrevistas em profundidade com quatro casais (três heterossexuais e um homossexual) no Rio Grande do Sul para entender a relação entre ter pets e a escolha de ter ou não filhos.
Todos entrevistados identificaram seus bichinhos como membros da família, e dois casais, como filhos. Apenas um casal já havia definido que não queria ter crianças, e os outros viam a aquisição de pets como uma etapa anterior a isso — até mesmo como “treinamento” para serem pais.
Mas as pesquisadoras observaram que, na frente de outras pessoas, esses pais de pets não se identificavam abertamente assim, algo atribuído ao preconceito social com essa mistura de papéis.
“Muitos relataram que tinham uma certa vergonha de falar na frente de outras pessoas que o pet era filho. Eles entendiam que é uma relação diferente, mas muito importante (a ligação com os pets)”, diz Alves, doutora em psicologia e professora no Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG).
Embora possa haver uma resistência na sociedade quanto ao reconhecimento dessas relações como familiares, essa demanda já está chegando à Justiça, com contratos e litígios sobre a guarda dos animais após um divórcio, por exemplo. Cartórios e serviços virtuais também já oferecem certidões de nascimento para animais de estimação.
Andreza Alcântara e o marido são casados há 13 anos — a bull terrier Kirah tem 14
Arquivo pessoal
Andreza Alcântara, “mãe” da bull terrier Kirah, diz que não chega a comemorar o dia das mães, mas anualmente prepara com o marido uma festinha de aniversário para a “dog”.
“Considero uma filha porque tem um afeto, uma troca muito amorosa. Ela é muito dependente de mim, pra onde eu vou ela vai atrás. Isso cria uma certa proteção”, explica a funcionária pública. “A gente às vezes deixa de viajar, se o lugar não aceita (animais). No máximo, se viajamos no fim de semana, alguém fica com ela.”
Andreza brinca que, quando conheceu o marido, Kirah ainda era pequena e tratada como cachorro: “Ela dormia no canil, tinha até pulga!”.
Mas com a chegada de Andreza à casa, Kirah foi se aproximando: do quintal para dentro de casa, depois para o quarto, e durante um tempo à cama. Hoje, a cadela dorme em uma caminha ao lado da cama do casal.
Kirah tem a hora de brincar e antes da pandemia tinha a rotina de todo dia ir para a casa da “avó”. Mesmo com essa agenda e exigências que podem guardar algumas semelhanças com os cuidados de uma criança, Andreza reconhece que a demanda de um pet é bem menor. Embora nunca tenha escutado comentários diretos, ela acredita que sua dedicação a Kirah pode gerar críticas externas.
“Eu não duvido que falem, principalmente as pessoas que têm filho e acham a gente exagerado, muito apegado.”
‘Pelucização’ e ‘petichismo’
A socióloga Kênia Gaedtke estudou em sua tese de doutorado a “antropomorfização” dos animais de estimação, ou seja, as transformações deles em direção a algo mais próximo dos humanos.
Ela diz que as controvérsias em torno da identificação de pets como filhos se tornam mais evidentes no dia das mães, já que a grita parece ser maior em relação às “mães de pets” do que aos “pais de pets”.
Embora Gaedtke defenda que esta denominação faça parte de um processo de se repensar os conceitos de maternidade, chegando até às “mães de plantas”, ela diz ter uma postura crítica quanto a esta “antropomorfização” dos animais de estimação.
“Existem alguns conceitos como ‘pelucização’ dos animais de estimação (como se fossem animais de pelúcia), ou ‘petichisimo’ (tradução de conceito de Jean-Pierre Digard) — um fetiche com o pet como um bichinho completamente controlado: seus cheiros, instintos, vida sexual reprodutiva”, enumera Gaedtke, professora Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).
Estas tendências caminham de mãos dadas com o consumo, em que o mercado pet é muito promissor: no Brasil, seu faturamento em 2020 foi de R$ 40,8 bilhões, segundo o Instituto Pet Brasil. Este valor inclui a atividade de pet shops, clínicas e hospitais veterinários, entre outros.
Kênia Gaedtke diz que, embora os cães e gatos sejam domesticados há milhares de anos, nos séculos mais recentes essa proximidade chegou a um formato inédito, em parte devido à urbanização.
“Existia uma função para esses animais na área agrária, então quando a gente sai do campo e vai para as cidades, eles vêm pra dentro de casa. Nessa dinâmica de uma vida cada vez mais regrada pela lógica da vida na cidade, vai aumentado a escolaridade, que é uma questão importantíssima quando a gente pensa na diminuição do número de filhos por família”, aponta a socióloga.
Cássia Alves também destaca que “muitos estudos” mostraram uma relação entre maior escolaridade e diminuição no número de filhos.
No Brasil, a taxa de fertilidade foi de 1,7 filhos por mulher em 2019, segundo dados compilados pelo Banco Mundial. Década após década, o gráfico mostra uma linha em claro decréscimo: em 1960, esta taxa no país era de 6 filhos por mulher. Uma análise de dados do Censo de 2010 mostrou também que as mulheres mais escolarizadas têm menos filhos e mais tarde. Enquanto mulheres com até 7 anos de estudo tinham em média 3,19 filhos, para aquelas com oito ou mais anos de estudo, o valor era quase a metade: 1,68 filhos por mulher.
“A entrada da mulher no mercado de trabalho foi uma transição importante, além da própria chegada da pílula anticoncepcional, dos métodos contraceptivos”, aponta Alves como mais fatores que explicam a redução no número de filhos.
Kênia Gaedtke ressalva que a relação entre não ter filhos e ter pets nem sempre é direta: muitas pessoas têm bichinhos independente da escolha de ter filhos ou não. Inclusive, o maior percentual de casas com cães e gatos segundo as pesquisas Radar Pet é daquelas com filhos — embora este grupo esteja perdendo espaço para outros perfis, como casais sem filhos e idosos.
A Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimou que 46,1% dos lares brasileiros tinham ao menos um cachorro, o equivalente a 33,8 milhões de domicílios. Em 2013, o percentual era de 44,3%.
Quanto aos gatos, 19,3% dos lares tinha ao menos um deles, o equivalente a 14,1 milhões de casas. O percentual era de 17,7% em 2013.
Segundo as entrevistadas, a crescente presença dos animais de estimação é uma tendência em vários outros países, como os Estados Unidos.
Novas possibilidades de vida
No artigo recém-publicado por Cássia Alves e Melanie de Aguiar, as autoras relacionam a tendência das famílias multiespécies a um contexto de novas configurações familiares na contemporaneidade, como as famílias monoparentais, homoafetivas e recasadas.
“A gente não sabe como vai ser daqui para frente, mas eu entendo que essas novas configurações, por exemplo a inclusão dos pets nas famílias multiespécie, permite que as relações sejam mais efetivas, que as pessoas possam decidir o que elas querem. Efetivas no sentido da escolha do seu desejo, o que você quer para sua vida. Muitas famílias (no passado) tiveram filhos por ser algo esperado, e hoje a gente tem mais possibilidades de escolha”, diz Alves, que é mãe de um bebê e um cachorro.
“Não mais se pensa, hoje culturalmente, que o filho é a única possibilidade de trazer uma felicidade para o casal — como um destino. Hoje a gente pensa a vivência das mulheres, dos homens, para além da maternidade e da paternidade.”
Kênia Gaedtke aponta que, evidentemente, a fala do papa em 5 de janeiro se relaciona com um imaginário de que ter filhos é cumprir o “desejo de Deus”. Ela critica que “as instituições religiosas parecem dar um passo a frente e dois para trás em relação a certos progressismos”.
Foto de 5 de janeiro, quando o papa Francisco falou de um ‘determinado egoísmo’ dos casais que não têm filhos
EPA
Na audiência geral em que criticou um “determinado egoísmo” dos casais que não têm filhos, o papa Francisco falava sobre São José, o pai putativo, e não biológico, de Jesus segundo esta fé. A partir daí, o papa defendeu a adoção de crianças e, em seguida, criticou a opção de não ter filhos.
“Peço a São José a graça de despertar as consciências e pensar nisto: em ter filhos. A paternidade e a maternidade são a plenitude da vida de uma pessoa”, disse.
Para Gaedtke, esta fala tem um viés pejorativo ao vincular ter um pet a uma ausência, uma falha em não ter filhos.
“Fiquei pensando muito no termo ‘egoísmo’ usado pelo papa. Então todas as pessoas que não têm filhos e têm cachorros e gatos foram atacadas, foram chamadas de egoístas. Que egoísmo é esse, se a gente pensar que uma pessoa sem filhos vai ter uma disponibilidade de tempo e energia muito maior para por exemplo participar de pautas coletivas. Ela pode ter uma postura profundamente altruísta e mesmo assim não ter filhos”, exemplifica a socióloga.
“Incomoda muito porque de novo a gente cai na ideia de que a lógica da vida é a da família nuclear. Como se a nossa sociabilidade, nosso lugar no mundo, não fosse muito maior do que isso. Isso me incomoda como mãe mesmo, porque eu preciso me situar no mundo também como alguém que vai participar de pautas e associações coletivas”, diz Gaedtke, mãe de uma filha pequena e sem pets.

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Primavera chega com a lembrança de grandes músicas feitas com inspiração na estação em saga iniciada há 90 anos

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Gravações de Tim Maia, Carmen Miranda, Beto Guedes, Daniela Mercury, Nando Reis e Francisco, El Hombre celebram a temporada das flores. ♫ MEMÓRIA
♪ “O Rio amanheceu cantando / Toda a cidade amanheceu em flor / E os namorados vem pra rua em bando / Porque a primavera é a estação do amor”, celebrava a cantora Carmen Miranda (1909 – 1955), pioneira popstar nacional, dando voz aos versos de Primavera no Rio, marcha do compositor Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha (1907 – 2006).
Gravada em 1934, a marcha Primavera no Rio é a primeira música a fazer sucesso com letra inspirada pela estação das flores. De lá para cá, já se passaram 90 anos, mas a primavera continua sendo, das quatro estações do ano, a que mais motiva os compositores a fazer música. seguida de perto pelo verão.
Nem todas as canções são alegres, mas todas retratam a primavera como um símbolo de amor, paz, esperança, democracia e/ou felicidade.
Para celebrar a chegada de mais uma primavera neste domingo, 22 de setembro de 2024, o Blog do Mauro Ferreira elege dez músicas que abordam a estação das flores.
Tim Maia (1942 – 1998) na capa do primeiro álbum, lançado em 1970 com a canção ‘Primavera’
Reprodução
♪ Primavera no Rio (Braguinha, 1934)
– O frescor do canto de Carmen Miranda (1909 – 1955) deu a devida vivacidade à marcha que fez o Rio de Janeiro amanhecer cantando em 1934, há 90 anos.
♪ Primavera (Cassiano e Silvio Roachel, 1970)
– Gênio do soul nacional, Cassiano (1943 – 2021) compôs com Silvio Roachel e arranjou, com sublime orquestração de arquitetura soul, esta balada aliciante que deu projeção nacional a Tim Maia (1942 – 1998) no início de 1970. Clássico instantâneo, a gravação original de Primavera no vozeirão de Tim é obra-prima em que música, arranjo e canto se harmonizam com perfeição! É a música que mais identifica a primavera no imaginário nacional.
♪ Primavera (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1964)
– Apresentada há 60 anos na trilha sonora do musical Pobre menina rica (1964), composta por Carlos Lyra (1933 – 2023) com letras de Vinicius de Moraes (1913 – 1980), essa canção tristonha exemplifica o talento de Lyra para criar melodias sublimes.
♪ Sol de primavera (Beto Guedes e Ronaldo Bastos, 1979)
– Música que deu título ao álbum lançado por Beto Guedes em 1979, Sol de primavera foi amplificada na trilha sonora da novela Marina, exibida pela TV Globo em 1980. A letra do poeta Ronaldo Bastos sopra os ventos da abertura política, celebrando a “boa nova” que chega com a primavera e propondo a invenção de “uma nova canção”.
♪ Derradeira primavera (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962)
– Canção densa, de atmosfera solene, Derradeira primavera interpreta a estação como o tempo já ido de um amor não concretizado. Grandes cantoras já deram vozes a Derradeira primavera, casos de Nana Caymmi e Mônica Salmaso. Merece menção honrosa a gravação antológica feita por Elizeth Cardoso (1920 – 1990) no álbum Momento de amor (1968).
♪ Temporada das flores (Leoni, 2002)
– Mesmo sem trazer a primavera no título, essa canção solar de Leoni foi inspirada pela estação. A gravação original de Temporada das flores foi feita pelo autor no álbum Você sabe o que eu quero dizer (2002), no mesmo ano em que a cantora Milena Monteiro gravou a música, mas a canção floresceu na voz de Daniela Mercury em abordagem feita para álbum ao vivo de 2003.
♪ Espera a primavera (Nando Reis, 2020)
– A música de Nando Reis é pouco conhecida, até porque foi lançada em plena pandemia de covid-19, em 2020, mas é bonita. Na visão poética do compositor, a primavera é tanto a estação das flores como das cores do arco-íris, símbolo da diversidade das relações amorosas. Mas a chegada da primavera também pode ser interpretada na letra como a volta à vida normal após o fim da pandemia.
♪ Nada conterá a primavera (Juliana Strassacapa, Sebastián Piracés Ugarte, Andrei Kozyreff e Mateo Piracés Ugarte, 2021)
– A música da banda paulista Francisco, El Hombre é vibrante, enérgica, e evidenciou na gravação de 2021 a alta potência do arranjo creditado aos cinco integrantes do grupo. A chegada da primavera, no caso da letra, representa a volta da democracia e das liberdades individuais.
♪ Frevo na primavera (Toinho Alves, 1981)
– Mesmo sem letra, a música foi feita com inspiração no bem estar da primavera. O vibrante frevo foi lançado pelo Quinteto Violado no álbum Desafio (1981), tendo sido regravada pelo grupo em disco de 2002.
♪ Primavera nos dentes (João Ricardo e João Apolinário, 1973)
– A música do primeiro álbum do grupo Secos & Molhados é canção política de resistência que incentivou a luta por dias melhores – simbolizados pela primavera do título – em anos rebeldes.

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De biquini verde e amarelo, Katy Perry agradece fãs brasileiros e joga rosas da janela de hotel

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Cantora foi a atração principal do palco Mundo na noite de sexta-feira ( Katy Perry interage com fãs da varanda de hotel no Rio de Janeiro
Praticamente “em casa” no Brasil, Katy Perry jogou rosas para os fãs da janela do hotel onde se hospedou no Rio de Janeiro, na noite deste sábado (21).
A cantora, que foi a atração principal do palco Mundo na noite de sexta-feira (20), se despediu do país ao aparecer de biquini verde e amarelo.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Katy Perry disse que nunca ouviu fãs cantarem tão alto como na apresentação no festival.
“Nós amamos muito vocês. Sempre estaremos lá por vocês, assim como vocês sempre estiveram do meu lado. Cantaram tão alto no show ontem, foi o mais alto que já ouvi alguém cantar no meu show. Amo muito vocês. Obrigada por tudo. Austrália, você é a próxima parada”, disse a cantora.
Antes do show, Katy Perry já se mostrava bem á vontade no país. Ela visitou a estátua do Cristo Redentor, entrou nas instalações do “Estrela da Casa!”, reality da Globo, provou chocolate brasileiro, e ainda distribuiu pizza (com ketchup) para quem fez vigília na frente do hotel onde se hospedou.
Katy Perry agradece fãs brasileiros e joga rosas da janela do hotel no Rio de Janeio
Reprodução Instagram/katyperry
De biquíni verde e amarelo, Katy Perry agradece fãs brasileiros e joga rosas da janela do hotel no Rio de Janeio
Reprodução Instagram/katyperry

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Lenço, leque, câmera ‘old school’, sofá inflável: veja o que ‘hitou’ entre o público do Rock in Rio

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No lugar do aparelho celular, a velha minicâmera digital; o lenço na cabeça estilo camponesas; sofás infláveis e cordinhas segura copos no pescoço e para proteção de celular foram destaques. A moda dos lenços no Rock in Rio
Festival de música é um convite para ditar moda, ousar no figurino e nos acessórios. Durante os seis primeiros dias do Rock in Rio, que termina neste domingo (22), o g1 observou o público da Cidade do Rock para ver o que foi tendência este ano – boa parte delas inspirada em vídeos do TikTok.
No lugar do aparelho celular, a “velha” minicâmera digital – repaginada!.
Para amenizar o sol, o lenço na cabeça, em diversas estampas, em famosos e anônimos;
leques, para fazer estilo e espantar o calor;
Para esperar as atrações de forma confortável: colchões/sofás infláveis;
Para deixar as mãos livres e curtir sem furtos; cordinhas para celulares e copos.
A volta das câmeras fora do celular
No lugar do celular, as minicâmeras digital foram a sensação no festival
Reprodução/Rock in Rio
A volta das câmeras digitais, que eram febre na era pré-celular, deu uma pitada retrô ao festival. Apesar de serem minoria – os milhares de celulares acesos filmando os shows seguem dominando a Cidade do Rock –, as máquinas fotográficas ressurgiram, mais de 10 anos depois de serem praticamente aposentadas.
Old school, mas nem tanto: na era das redes sociais, ninguém aguenta esperar chegar em casa para ver a foto. Após escolher um bom ângulo e registrar o momento, os donos das pequenas câmeras agora usam um adaptador para fazer o download das imagens do cartão de memória para o… celular. Aí, é só postar e aguardar os likes.
Lenços
João Guilherme chega para curtir o segundo dia de Rock in Rio
Leo Franco / AgNews
A para ficar bonito na foto, o público caprichou nos looks e, apesar da onda de calor, não faltou criatividade nem conforto. Dentre as tendências, o lenço, em diversas estampas, parece ter vindo para ficar.
A tendência, que viralizou no TikTok e no Instagram, fez a cabeça de famosos como a influenciadora Malu Borges e o ator João Guilherme, namorado de Bruna Marquezine.
Mas a moda dos VIPs também chegou na “pipoca”. O casal Gabriel Sampaio e Isadora Santos usou o lenço na sexta-feira (20). O rapaz conta que, num primeiro momento, ficou com medo do julgamento das pessoas, mas decidiu se jogar.
O casal Gabriel Sampaio e Isadora Santos
Thaís Espírito Santo/g1 Rio
“A minha namorada sempre usou. Mas, eu ficava com medo de usar, mas me abri hoje. Estou super confortável. Coloquei nos stores uma foto e meus amigos elogiaram. Eu tinha medo do julgamento das pessoas. Ele me encorajou bastante. Mas, isso é igual uma cuscuzeira, esquenta bastante”, brincou Gabriel.
A peça, em seda ou algodão, lisa ou com desenhos, mostrou que tem poder de transformar looks com doses de irreverência.
O ator Telo Ribeiro contou que, por ter crush no ator João Guilherme Ávila, se inspirou para usar o lenço “camponesa”.
“Eu me inspirei nele. Fiz esse lookzinho. É uma estratégia para passar o calor também.”
Leques
Fãs apostam em leques, cangas e ‘chuvinha’ para driblar o calor
Se o lenço é bom para o calor ou não, deixamos para o público decidir. Mas outro item muito presente na Cidade do Rock foram os leques.
Além do ventinho refrescante, o item também é usado como adereço de estilo.
Leque contra o calor na Cidade do Rock
Stephanie Rodrigues/g1
Cordinhas
E quando acaba a bebida? Fazer o que com o copo? Coloca no pescoço. Isso mesmo, no pescoço. Cordinhas com suporte para encaixar os copos ganharam força. Dificulta a perda do item e garante desconto na compra das bebidas – veja os preços com ou sem o copo.
“É o jeito mais prático de aproveitar o festival, sem precisar ficar carregando copo na mão pra todo canto. Quando fica vazio, a gente curte bastante o festival com ele dependurado”, brinca o paulista Jonathan Rai.
Jonathan Rai com a cordinha porta-copo
Rafael Nascimento/g1 Rio
“A gente consegue ficar com a mão solta quando não tem bebida”, diz Raíssa Lopes, gerente de atendimento.
Longas filas para pegar brindes indicaram outra tendência do festival – esta um misto de segurança e estilo. Marcas distribuíram cordinhas coloridas para prender os aparelhos de celular e, assim, reduzir os furtos.
“Acaba que é seguro, né. A gente prende e não tem perigo de roubar. É muito bom”, conta o atendente Ricardo Teles.
Cordinhas foram usadas como proteção de segurança para os aparelhos celulares
Rafael Nascimento/g1 Rio
Sofás (ou camas) infláveis
E quando cansa? O que fazer para descansar?
Além das já conhecidas cangas, outra maneira criativa de esperar as atrações de forma confortável ganhou mais adeptos: os sofás infláveis.
Sofá armado no Global Village durante show da portuguesa Carminho
g1 Rio
“Vimos no TikTok e era possível trazer, aí procuramos, compramos e tá aqui”, conta o engenheiro da computação João Bonilha.
Para encher, nada de sopro ou bomba: basta “ensacar o vento”, explica Bonilha.
“A gente corre pra lá e pra cá e enche rapidinho.”
João Bonilha enchendo o sofá inflável
Arquivo pessoal
Com uma amiga sentada em seu sofá, Camilia Menezes conta que comprou o objeto nesta semana, após ver um casal usando no último domingo (14).
“O meu namorado perguntou ao casal se era tranquilo de comprar e trazer… Eles disseram que sim, então compramos”, diz a jovem. Mas, ela brinca: “É um pouco vergonhoso (para encher). A gente balança e corre pra lá e pra cá. Mas, o bom que ele fica umas três horas e depois corre de novo. É confortável e serve como ponte de encontro”.
João Bonilha descansa após encher o objeto
Rafael Nascimento/g1 Rio

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