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Festas e Rodeios

Plácido Domingo diz que acusação de assédio foi ‘julgamento midiático’, mas que ‘não se pode apagar o passado’

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Para tenor, ‘rótulo que costuraram’ nele é ‘injusto’ e ‘sem fundamento’. Mesmo assim, acredita que ‘devemos olhar para os acontecimentos do passado com os olhos do presente’. Plácido Domingo durante concerto em 2016
REUTERS/Heinz-Peter Bader
Quase dois anos depois de ter sido acusado de assédio sexual – que sempre negou –, o cantor lírico Plácido Domingo se apresentou em Paris, na segunda-feira (21). Antes de subir ao palco, ele aproveitou a ocasião para falar do impacto das acusações em sua carreira.
Ainda considerado por muitos como o “rei da ópera”, o cantor espanhol de 80 anos esteve em Paris, pela primeira vez desde janeiro de 2019, para um recital na Sala Gaveau. Nos últimos meses, ele se apresentou em Moscou, Madri e Munique.
Em sua passagem pela capital francesa, desabafou com jornalistas. “Foram meses realmente difíceis, mas já passaram, e estou feliz por ter me reconectado com a imprensa de uma forma muito sincera. Eu me equivoquei em não fazer isso antes, porque tudo não passou de um julgamento midiático”, disse à AFP.
Embora a entrevista tenha sido presencial, as respostas relacionadas ao assédio sexual foram transmitidas à agência de notícias por escrito, a pedido da equipe de comunicação do cantor.
Para Domingo, o “rótulo que costuraram” nele é “injusto” e “sem fundamento”. Mesmo assim, acredita que “hoje devemos olhar para os acontecimentos do passado com os olhos do presente, porque é justo refletir, a fim de abrir o caminho para uma nova sensibilidade e consciência”.
Segundo o cantor, “não podemos reescrever nosso passado. Devemos entendê-lo em seu contexto e criticá-lo, mesmo com severidade, se necessário, mas não há sentido em destruí-lo”.
“Cancelado”
Em uma reportagem investigativa da agência de notícias Associated Press (AP) em 2019, Plácido Domingo foi acusado de assédio sexual por 20 mulheres. Elas o acusaram, especificamente, de tê-las apalpado, beijado à força ou chantageado, em eventos que teriam ocorrido a partir do final da década de 1980, nos Estados Unidos.
Uma investigação do AGMA, o principal sindicato de cantores líricos dos Estados Unidos, concluiu que Domingo teve um “comportamento impróprio”.
O artista, que não foi alvo de nenhum processo, pediu desculpas, mas negou os abusos sexuais. O escândalo provocou sua demissão do cargo de diretor da Ópera de Los Angeles e encerrou sua carreira na América do Norte.
Carreira continua
O cantor garante que continua “recebendo ofertas maravilhosas de todos os teatros do mundo e até dos Estados Unidos”. Ele afirma, porém, que não quer “colocar em dificuldade os teatros onde (trabalhou) toda vida. Saí de Los Angeles precisamente porque a pressão da mídia sobre o meu caso poderia ter afogado o ‘meu’ teatro”, acrescenta.
Na Espanha, cujo Ministério da Cultura cancelou suas apresentações no Teatro de la Zarzuela de Madri há mais de um ano, ele acaba de sentir “a emoção mais forte” de sua vida, durante um concerto na capital, onde nasceu, em 1941. “Um público te aplaudir depois de ter cantado é natural, mas você subir no palco, e toda a plateia, em pé, aplaudir sem parar por oito minutos, é uma emoção tremenda”, recorda.
Um ano após ter Covid-19, o cantor garante que seu trabalho está “ainda mais intenso”. Ele “sonha” em voltar a cantar no Palais Garnier, de Paris, onde estreou. Principalmente com a chegada do venezuelano Gustavo Dudamel como diretor musical da Ópera da capital francesa. Ambos trabalharam juntos em Los Angeles.
Aposentadoria?
Domingo é o cantor lírico de todos os recordes: 151 papéis, mais de 4.000 apresentações e mais de 100 álbuns. E ele garante que não sabe quando vai encerrar a carreira.
“Você tem que saber o momento de dizer ‘chega'”, por exemplo, se a voz não “responder” mais. Mas, mesmo assim, ele lembra que há “a regência orquestral”, que faria se tiver “energia”.
O cantor está convencido de que “a ópera hoje é mais popular do que nunca”, com inúmeros teatros líricos e vozes excepcionais, e afirma ter tido a “sorte” de fazer parte dos “Três Tenores”, o trio que formou com Luciano Pavarotti e José Carreras e que contribuiu para formar sua aura de estrela mundial.
Apesar de preocupado com os efeitos da pandemia na carreira de jovens talentos, Domingo, que em 1996 lançou o prestigioso concurso internacional de canto lírico “Operalia”, está “otimista” com o futuro. A palavra final, porém, será sempre do público, que “tem ouvido e olho para dizer quem são os Pavarotti, Carreras, Domingos do amanhã”, concluiu.
Em 2020, Tenor espanhol Plácido Domingo pediu perdão a mulheres por assédio sexual; VÍDEO:
Tenor espanhol Plácido Domingo pede perdão a mulheres por assédio sexual

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Akon confunde capitais e cumprimenta público de São Paulo em show no Rock in Rio

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Cantor americano foi corrigido por fãs da plateia, que gritaram em coro o nome do Rio de Janeiro. Akon se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
O cantor americano Akon foi escalado para se apresentar no último dia do Rock in Rio, neste domingo (22). Mas, durante o show, confundiu as capitais e cumprimentou o público de São Paulo.
“São Paulo, como vocês estão se sentindo hoje?”, questionou.
Ele foi corrigido por fãs da plateia, que gritaram em coro o nome do Rio de Janeiro.
Um dos maiores astros da música dos anos 2000, Akon foi incluído em um dia com programação marcada por atrações nostálgicas no Rock in Rio.
Além dele, Ne-Yo passou pelo Palco Mundo, para também apresentar hits da penúltima década. Já o Palco Sunset receberá um show de Mariah Carey, outro nome forte do período.

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Globo é premiada no Rock in Rio por compromisso com sustentabilidade

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Prêmio reconhece empresas que demonstram comprometimento e impacto positivo na área da sustentabilidade. Equipe recebeu o troféu neste domingo (22), durante o Rock in Rio 2024. Manuel Belmar recebe o Prêmio Rock In Rio Atitude Sustentável, na categoria Media Partner
Léo Rosário/Globo
A Globo ganhou o Prêmio Rock In Rio Atitude Sustentável na categoria Media Partner durante cerimônia realizada neste domingo (22), no Palco Mundo. O prêmio reconhece empresas que demonstram comprometimento e impacto positivo na área da sustentabilidade.
Manuel Belmar, diretor de Finanças, Jurídico e Infraestrutura e de Produtos Digitais, recebeu a premiação acompanhado por Thiago Martins, diretor de Operações e Gestão Ambiental da empresa.
”Somos uma empresa atitude responsável em nossa atuação diária. Acreditamos na importância de fazer diferença todo dia, para juntos construirmos um futuro melhor para todos. Isso é o que nos move. A conquista desse prêmio, esse reconhecimento da Rock World, em uma estrutura grandiosa como o Rock in Rio, nos mostra que estamos no caminho certo e nos motiva a seguir em frente, sabendo que ainda há muito para ser feito”, afirmou Belmar.
O Prêmio Rock In Rio Atitude Sustentável faz parte de uma iniciativa da organização do festival, Rock World, que busca incentivar e reconhecer práticas sustentáveis em eventos de grande porte.

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Homenagem a Alcione no Rock in Rio tem sensação de déjà vu e brilho da cantora e do Péricles

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Show tem público médio e passa por diferentes fases da carreira da artista, considerada a voz do samba. Alcione e Péricles cantam ‘Me vira a cabeça’
Alcione foi reverenciada no Rock in Rio deste domingo (22), no Palco Sunset, em uma homenagem que ela própria conduziu. A artista mostrou o porquê é considerada a voz do samba e cantou hits de seu repertório romântico ao lado dos músicos Diogo Nogueira, Maria Rita, Mart’Nália, Péricles e Majur.
Para quem havia ido ao festival no dia anterior, a sensação era de um déjà vu: Maria, Diogo e a própria Alcione estiveram no mesmo palco e horário no Dia Brasil. Daquela vez, participaram do show do Para Sempre Samba, protagonizado por Zeca Pagodinho. Majur também se apresentou no sábado, no Palco Mundo, no show Pra Sempre MPB. Considerando que o Rock in Rio tem sete datas, valeria ter espaçado melhor as atrações.
Diogo Nogueira participa de show em homenagem a Alcione no Palco Sunset
Gustavo Wanderley/g1
O festival é transmitido no Globoplay e no Multishow.
Tão reluzente quanto o vestido que trajava, Alcione imergiu em diferentes fases da carreira, indo de seu samba radiofônico dos anos 1970 à pose de “loba” que hoje ocupa no imaginário brasileiro.
O show abriu com a bailarina Ingrid Silva dançando “Não Deixe o Samba Morrer”, sucesso que atravessa gerações e já dava o tom do que seria a apresentação da maranhense: uma sequência de hits, tocados por uma vigorosa orquestra e entoados pelo vozeirão grave de Alcione. Apesar do setlist famoso em karaokês, o público era médio e foi enchendo aos poucos.
Diogo Nogueira canta com Alcione no Rock in Rio 2024
Gustavo Wanderley/g1
Revezando os convidados no palco, a maranhense começou chamando Diogo Nogueira, com quem cantou “Retalhos de Cetim” e “Gostoso Veneno”. Depois, levou Majur, artista que ganhou fama com “AmarElo”. As duas dividiram os microfones para “Faz uma Loucura por mim” e “A Loba”.
Maria Rita surgiu com “Estranha Loucura” e “O surdo”. Já Mart’Nália cantou “Qualquer dia desses” e “Nem Morta”. Todos cantaram bem e foram carismáticos, mas, sem dúvidas, foi Péricles quem mais agitou o público.
“Sua atitude rock n’ roll mudou a vida de muita gente, inclusive, a minha”, disse o sambista para Alcione. Os dois dividiram o microfone nos dois momentos mais bonitos do show, os de “Sufoco” e “Você Me Vira a Cabeça”.
Alcione se apresenta no Rock in Rio 2024
Gustavo Wanderley/g1

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