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Chico Buarque diz que não cantará mais ‘Com açúcar com afeto’

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Revelação foi dada na série documental ‘O Canto Livre de Nara Leão’, do Globoplay. Cantor dá razão às críticas feministas, mas argumenta que tempo em que escreveu a música era outro. Chico Buarque na série documental ‘O Canto Livre de Nara Leão’
Reprodução/Globoplay
Chico Buarque não vai mais cantar “Com açúcar com afeto” em seus shows. A música, na verdade, já estava fora do repertório há algum tempo.
A declaração de Chico foi dada no terceiro capítulo da série documental “O Canto Livre de Nara Leão”, dirigida por Renato Terra e disponível no Globoplay.
“Com açúcar com afeto” é o resultado de um pedido que a própria Nara fez ao cantor e compositor.
“Ela falou ‘Eu quero agora uma música de mulher sofredora’. E deu exemplos de canções do Assis Valente, Ary Barroso, aqueles sambas da antiga, onde os maridos saíam para a gandaia e as mulheres ficavam em casa sofrendo, tipo ‘Amélia’, aquela coisa. Ela encomendou e eu fiz”, explica Chico.
Assista ao trailer de série documental ‘O Canto Livre de Nara Leão’
“Gostei de fazer, a gente não tinha esse problema. É justo que haja… As feministas têm razão, vou sempre dar razão às feministas, mas elas precisam compreender que naquela época não existia, não passava pela cabeça da gente que isso era uma opressão, que a mulher não precisa ser tratada assim”, continua.
“Elas têm razão. Eu não vou cantar ‘Com açúcar e com afeto’ mais e, se a Nara estivesse aqui, ela não cantaria, certamente.”
Na sequência, um vídeo de arquivo mostra Nara falando sobre a música.
“Eu gosto muito de música que a mulher fica em casa chorosa, e o marido na rua farreando. Você vê que eu canto essas bobagens. Eu canto ‘Camisa Amarela’, canto ‘Quem é que muda os botõezinhos da camisa’. Então o Chico fez essa aqui para mim….”, diz e começa a cantar a música de Chico.
Veja abaixo a letra de ‘Com açúcar com afeto’:
“Com açúcar, com afeto
Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa
Qual o quê
Com seu terno mais bonito
Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é um operário
Sai em busca do salário
Pra poder me sustentar
Qual o quê
No caminho da oficina
Há um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei lá o quê
Sei que alguém vai sentar junto
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo
Sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão
Qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado
Como vou me aborrecer?
Qual o quê
Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você”.

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