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Estudo de golfinhos em Fernando de Noronha aponta que fêmeas preferem machos que fazem sexo com ‘preliminares’

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Trabalho científico analisou comportamento desses mamíferos na Baía dos Golfinhos e foi divulgado nesta quinta-feira (27), por pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador. Comportamento sexual dos golfinhos de Fernando de Noronha é analisado em pesquisa
Os golfinhos fêmeas preferem os machos que fazem as chamadas ‘preliminares’ no ato sexual (veja vídeo acima). A constatação é de um trabalho científico divulgado nesta quinta-feira (27), em Fernando de Noronha, por pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador.
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Com análise dos dados coletados na Baía dos Golfinhos, os estudiosos concluíram que os machos que introduzem o rostro (longo bico) na fenda genital das fêmeas, dão mordidas delicadas e colocam a nadadeira peitoral na genital da parceira têm 50% mais cópulas do que os animais que não fazem essas carícias.
Comportamento dos golfinhos de Noronha foi analisado por estudiosos
Projeto Golfinho Rotador/Divulgação
Além disso, também têm preferência para o sexo os machos que repetem o comportamento “carinhoso” após a cópula, ainda de acordo com os pesquisadores.
O estudo apontou que os machos que fazem estímulos na região do clitóris da fêmea apenas antes do ato sexual têm 30% de preferência para o sexo. Já os golfinhos-rotadores que fazem as preliminares de forma mais esporádica só chegam ao ato sexual em si em 20% dos casos.
“Isso confirma um estudo divulgado nos Estados Unidos que nos ajudou a interpretar o comportamento das fêmeas. Elas têm prazer e escolhem os machos que façam a função de estimular e dar o prazer”, afirmou a bióloga Priscila Medeiros, coordenadora do Projeto Golfinho Rotador.
O estudo mencionado por ela foi realizado por cientistas norte-americanos do Mount Holyoke College e divulgado também neste mês de janeiro. Os pesquisadores indicaram que as fêmeas têm clitóris e fazem sexo não apenas para se reproduzir, mas também por prazer.
Entre os golfinhos, fêmeas dão preferência aos machos que realizam carícias
Projeto Golfinho Rotador/Divulgação
“Nós fizemos uma releitura do comportamento reprodutivo do golfinho-rotador de Noronha. As fêmeas escolhem os machos, antes nós interpretávamos o inverso. A forma de seleção é relacionada às preliminares da cópula”, disse a bióloga.
A pesquisadora informou, ainda, que o Projeto Golfinho Rotador deve publicar, até fevereiro, o estudo com as constatações do comportamento desses animais em Fernando de Noronha. A base de dados foi feita com as análises de mais de 30 anos de imagens em vídeo de cópulas dos golfinhos- rotadores.
Machos se colocam abaixo das fêmeas para cópula
Projeto Golfinho Rotador/Divulgação
Os estudiosos brasileiros também relataram que, no comportamento padrão de cópula dos golfinhos-rotadores, a fêmea é cortejada por até dez machos simultaneamente.
Normalmente, os machos se juntam em número de três ou mais e se posicionam um de cada lado e vira de barriga para cima, colocando-se sob a fêmea para fazer a cópula. Esse é o momento de escolha da fêmea, que prioriza os golfinhos considerados mais carinhosos, de acordo com os pesquisadores.
Agilidade no sexo
Segundo os estudiosos, uma dificuldade muito observada é quando a fêmea nada mais rápido que um macho de barriga para cima que se posiciona sob ela. A parceira acelera a velocidade e faz com que o macho não consiga alcançá-la; com isso, o animal acaba perdendo a vez na fila.
Outras vezes, a fêmea contorce o corpo na hora da cópula, de modo que o macho não consegue fazer a penetração na fenda genital.
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Na dança do acasalamento, ocorrem, ainda, os casos em que as fêmeas ficam em posição vertical, com o rostro para fora d’água, para evitar a cópula. As fêmeas também podem limitar o acesso à genitália, fechando o órgão por meio de um tampão.
Para alguns machos, as fêmeas oferecem facilidades à cópula, quando param no momento em que o animal se coloca sob ela ou quando nadam em direção a um macho que está de barriga para cima. Assim, as fêmeas possibilitam que uns machos copulem mais vezes que outros.
Fêmeas são cortejadas para ato sexual
Projeto Golfinho Rotador/Divulgação
Os pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador registraram um grupo em cópula de cinco machos e uma fêmea durante 35 minutos em harmonia, com sequências de cópulas sem perseguições ou disputas entre os machos pela fêmea.
Ao contrário da maioria das ocasiões, em que alguns machos do grupo em cópula efetivam o ato sexual mais frequentemente que outros, nesse grupo analisado, foi respeitada uma ordem, que se manteve constante durante todo o tempo de observação dos estudiosos.
Homossexualidade
O estudo realizado em Fernando de Noronha também constatou o ato sexual entre duas fêmeas ou dois machos. “Entre fêmeas, elas penetram o focinho na fenda da outra, que pode ser um estímulo do prazer ou uma forma de aprendizado para os golfinhos mais novos”, declarou Priscila Medeiros.
A coordenadora do Projeto Golfinho Rotador também analisou a relação sexual entre os machos. “Tem a questão do aprendizado. Os machos precisam aprender com estimular uma fêmea e dar prazer. Os golfinhos também têm homossexualidade entre os indivíduos. O comportamento que se transcreve para o ser humano se repete na natureza”, analisou a bióloga.
O Projeto Golfinho Rotador realiza o trabalho de pesquisa e monitoramento em Fernando de Noronha há 32 anos e conta com o apoio do Programa Petrobras Socioambiental.
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