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Festas e Rodeios

Levado pela polícia aos 14, aprovado na OAB aos 23: ‘Graças ao teatro mudei minha vida’

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Aos 13, Alex de Jesus saiu algemado da escola por ter levado um revólver na mochila. Depois de passar brevemente pela Fundação Casa, se envolveu com o teatro, que o ajudou a mudar sua cabeça, fazer faculdade e conseguir um emprego. Alex mora até hoje na comunidade onde cresceu, na zona norte de São Paulo
Arquivo Pessoal via BBC
Janeiro é um dos meses em que milhares de formados em direito que passaram na prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) comemoram a aprovação, exigência para exercer a profissão de advogado e conhecida pela dificuldade.
Descobrir o resultado foi um dos momentos mais felizes da vida do jovem Alex de Jesus, 23, que comemorou sua aprovação na OAB na laje de casa, com vista para a comunidade Filhos da Terra, na zona norte de São Paulo, onde mora desde que nasceu.
Alex pulou e chorou de alegria ao lado do irmão e da mãe, que é empregada doméstica. Seu pai, que é pedreiro, também se emocionou com a notícia.
O sucesso teve um sabor especial para o jovem não apenas por ser morador da comunidade ou por seus pais não terem educação formal – sua mãe, que aprendeu a ler depois de adulta, sempre disse que teria um filho que seria “doutor” – mas também porque Alex teve uma passagem da Fundação Casa, quando tinha 13 anos, por porte de arma de fogo.
“Passar na OAB significa muito para mim não só porque foi um grande orgulho para a família, mas pensando nesse passado, nos envolvimentos errados, em como eu poderia ter acabado indo por um outro caminho. Mostra que é possível a gente voltar pro caminho certo na vida”, diz ele à BBC News Brasil, antes de mostrar uma reportagem de 2013:
Não há estatísticas oficiais sobre qual porcentagem de jovens com passagem pela Fundação Casa, cujo objetivo é ressocializar menores infratores, fizeram faculdade ou conseguiram se colocar com sucesso no mercado de trabalho. Mas a entidade está criando um programa para fazer esse acompanhamento. “Às vezes, o jovem só precisa de uma oportunidade, de uma chance, de um exemplo”, diz Alex.
Em 2020, 56 jovens que ainda estavam na Fundação tiveram nota suficiente no Enem para disputar vagas em instituições de ensino. Já o índice de reincidência em infrações foi de 26% em 2021.
O jovem comemorou a aprovação na OAB na laje de casa
Arquivo Pessoal via BBC
Arma de fogo
Quando era criança, Alex e seu irmão aprenderam a se virar sozinhos desde muito novos. “Assim que crescemos um pouquinho a gente já ficava sozinho em casa, porque meus pais tinham que trabalhar, a escola não era integral, eles não tinham ficar com a gente ou como pagar alguém para olhar a gente”, diz Alex.
Sem supervisão durante a tarde, Alex e o irmão passavam muito tempo na rua, onde, diz Alex, acabaram tendo maus exemplos e má influência. “A gente ficava na rua, e crescendo na comunidade você convive com tudo, desde os velhinhos simpáticos até com o maior bandido que tem ali.”
Quando era adolescente, conta Alex, a falta de dinheiro da família começou a gerar ainda mais angústias. “A gente via meus pais trabalhando pra danar, mas o dinheiro nunca dava. Quando eu era novo, perdemos quase tudo porque a casa, que era abaixo do nível da rua, inundou durante uma chuva”, conta.
“Às vezes eu me pegava chorando e comecei a pensar que precisava fazer alguma coisa. Consegui meu primeiro emprego de cobrador de lotação aos 13 anos.”
“Mas eu ganhava muito pouco. Aí infelizmente veio uma ideia errada… dá para seguir outro caminho, mas eu entrei numa esteira que levava pro caminho errado. A gente via os caras vendendo droga e ganhando em um dia o que minha mãe ganhava no mês”, diz ele, que começou a vender também maconha e cocaína.
“O problema é que a gente começou a usar também, fumar maconha e, mais tarde, a cheirar”, conta Alex, hoje ciente dos danos de saúde física e mental resultantes do uso de drogas na adolescência.
Os adolescentes também começaram a temer pela própria segurança, diz ele e, acabaram furtando um revólver – que nunca chegaram a usar, mas carregavam sempre na mochila. “A violência era muito ruim na época, estava uma bagunça. Aí pegamos o revólver para proteção pessoal.”
“Não era para roubar, eu não tinha coragem de fazer isso, eu sempre falava para o meu irmão: droga a gente não tá tirando de ninguém, a gente só vende para quem quer comprar. Mas roubar, não, vou tirar de outra pessoa que também trabalha, que também tá lutando pra viver”, diz ele.
“Mesmo assim era um pensamento errado de querer vender droga, hoje eu sei. Mas infelizmente a gente acabou se envolvendo com essas coisas, acabou tendo essas ideias, éramos jovens, com a cabeça fraca.”
Os irmãos revezavam o porte da arma, cada hora na mochila de um, mesmo quando iam para escola.
“Foi muito pouco tempo depois, uma menina da escola viu o revólver e denunciou para a escola, que chamou a polícia”, conta Alex, que foi levado para um DP e depois para a Fundação Casa ao lado do irmão.
“Encheu de polícia na escola, eles me colocaram em algemas, eu saí da escola algemado, com todo mundo olhando. Fiquei morrendo de vergonha, fiquei mal pela minha mãe, que falava que não sabia o que tinha feito de errado pra gente fazer isso, porque não foi assim que ela educou”, conta Alex.
“No DP a gente conheceu um menino que era filho de um irmão (membro do PCC) e já tinha passado por várias unidades. A gente não sabia de nada sobre ser internado, né, ele explicou. Ele falou que algumas são comandadas pela facção, outras não. Explicou que tem algumas melhores, outras que são bem ruins”, conta Alex.
Sua passagem pela Fundação Casa foi breve, mas o marcou profundamente. Como os dois eram primários, frequentavam a escola, tinham responsáveis, e porte de arma é um ato infracional não violento, o juiz aplicou como medida socioeducativa prestação de serviços à comunidade (PSC) em vez de internação.
“Me marcou muito porque tem um estigma. A PSC era fazer faxina em um lugar que era em frente à escola onde tudo aconteceu – da qual eu fui expulso. Imagina todo mundo olhando para mim, me vendo ali? Eu estava morrendo de vergonha, arrependido, e aí o juiz me enviou para outro lugar”, diz ele.
Ter conseguido se formar é um grande orgulho para Alex
Arquivo Pessoal via BBC

O poder da arte
Foi essa pequena mudança autorizada pelo juiz que acabou mudando a vida de Alex para melhor.
O novo local para o qual ele foi designado para fazer limpeza e outros serviços era uma Fábrica de Cultura, um equipamento do governo do Estado que oferece cursos e atividades culturais.
“Ali era demais, tinha um monte de cursos, várias atividades que eu podia fazer. E antes eu nem conhecia. Então eu fazia o serviço e depois de terminar continuava por lá o dia inteiro”, diz o jovem.
Uma das oficinas das quais participou era a atuação em uma peça – que Alex amou. A oficina era oferecida pelos Satyros, grupo de teatro que atua há mais de 30 anos em São Paulo. Foi lá que Alex ficou sabendo do programa Satyros Teen – um curso com a companhia de teatro que oferecia uma bolsa auxílio de 600 reais.
“No princípio eu estava na dúvida de me inscrever, porque era no centro, muito longe da minha casa, 4 horas para ir e para voltar. Mas quando soube da bolsa, eu fui. 600 reais era muito dinheiro, ia fazer muita diferença na minha casa, ajudar meus pais a pagar o aluguel. E eu ia poder ajudar sem fazer algo errado, fazendo inclusive uma coisa que eu tinha adorado”.
Alex conta que a oportunidade virou um ciclo virtuoso em sua vida.
Na cia. de teatro, o jovem conheceu e fez amizade com os fundadores, Ivam Cabral e Rodolfo Garcia Vazquez. “Eles me ensinaram muita coisa, me ajudaram a lidar com os sentimentos. Eu tinha muita raiva dentro de mim, das injustiças, das dificuldades que meus pais passavam, tinha ressentimento que as pessoas tinham dinheiro e minha família não, apesar do quanto meus pais trabalhavam”, conta.
“Até que Luiza, que eu chamo de minha madrinha, me perguntou: por que você não usa isso para a arte?”, conta Alex. “Então eu criei um personagem para uma peça, e aprendi a canalizar todos aqueles sentimentos para uma coisa boa.”
No programa de ensino de teatro para adolescentes da companhia., uma das atividades era apresentar a peça – criada com as histórias dos jovens – em escolas e outras instituições. No final, havia uma conversa onde os jovens conversavam com a plateia.
“Sempre perguntavam se eu queria seguir carreira no teatro, mas no Brasil viver da arte é muito difícil, né? Então eu sempre comentava isso e dizia que agora meu plano era fazer uma faculdade, conseguir um emprego”, conta.
Alex então prestou direito no Enem. “Eu pensei, vou me formar e realizar o sonho da minha mãe, que sempre dizia que queria que seu filho fosse doutor.”
Mas o jovem não passou em nenhuma universidade pública. “Depois de ser expulso da escola, que já não era muito boa, eu fui para uma escola pior ainda, único lugar onde consegui vaga, que era uma escola para quem tinha repetido, sido expulso. Os professores nem ficavam na sala”, conta Alex.
O jovem não desistiu e começou a fazer direito na Unip, cuja mensalidade custava toda sua bolsa. Ele continuou trabalhando com a cia. de teatro, e, nas conversas com a plateia, começou a falar das dificuldades que sofria para conseguir estágio.
Ao final de uma dessas conversas, um homem deixou um cartão com Alex.
“Ele estava muito bem vestido, estava de roupa social, e me perguntou: ‘você está falando sério que quer um estágio? Se estiver falando sério me liga amanhã nesse número'”, conta o jovem.
“Eu nem sabia o que falar na ligação, mas liguei. E ele me conseguiu uma entrevista em um escritório de advocacia”, conta.
Alex foi sincero – não falava inglês, não sabia mexer no computador direito porque nunca tinha tido um, não sabia usar e-mail, Word ou Excel. Mas contou sua história, suas dificuldades, sua passagem pela Fundação Casa.
Contou como se esforçava na faculdade, que parecia ser muito mais difícil para ele do que para os outros por causa do seu ensino médio fraco. E conseguiu a vaga.
“Eu era o único estagiário que não era da USP, do Mackenzie, da PUC. Lá eles me ensinaram tudo, tudo. De mexer no computador à prática do direito. Sou grato demais pela oportunidade que me deram”, conta.
“Eu tive que correr atrás de muita coisa, porque, por mais que eu estudasse, todo mundo tinha muita bagagem que eu não tinha, sabe? De cultura mesmo, de viajar, de conhecer as pessoas, falar várias línguas. Coisas muito básicas eram diferentes – como o almoço. Eu tentava ir almoçar com o pessoal, mas não dava para ir sempre. Os outros estagiários, que não ajudavam a família, que já tinham dinheiro, iam almoçar nos restaurantes da Vila Olímpia. Eu levava marmita”, conta.
“No começo eu me sentia um peixe fora d’água mesmo, mas todo mundo me recebeu muito bem, meu chefe fazia questão de me incluir”
Quando se formou, Alex não passou direto na prova da OAB. “Não passei na primeira fase, que exigia conhecimento em todas as áreas. Fiquei arrasado, muito mal, e não podia pagar cursinho”, conta. “Achei que todas minhas esperanças iam morrer.”
Foi então que os sócios do escritório deram um presente – R$ 800 para Alex pagar o cursinho para prestar OAB de novo. E dessa vez ele passou – e agora é oficialmente advogado.
“Não tenho nem como colocar em palavras a importância que o teatro tem na minha vida, e a importância da chance que me deram no escritório”, conta Alex, que apesar de todo o esforço que fez para mudar o rumo da sua vida, diz que não gosta quando atribuem seu sucesso à “meritocracia”.
“Eu me esforço muito mesmo, mas eu consegui porque tive uma oportunidade, me deram uma chance! Não existe meritocracia quando não existem oportunidades iguais, quando tantos jovens não têm oportunidade nenhuma”, diz ele.
Alex ainda mora na mesma comunidade onde cresceu e ainda demora quase duas horas para voltar para casa, na zona norte, do trabalho, na av. Brigadeiro Faria Lima.
Às vezes, depois de descer do ônibus e começar a subir o morro em direção à sua casa – ainda vestido com as roupas sociais que usa no trabalho – ele reencontra no caminho antigos colegas “do corre”, como diz, seus amigos da infância e da adolescência, alguns dos quais também chegaram a cometer atos infracionais.
“Olha lá o doutor!”, “Tá chique, hein?” eles cumprimentam.
“Outro dia um dos caras me parou e perguntou ‘como que é esse negócio aí de fazer faculdade’ e contei que é muito da hora, que minha vida mudou, que também dá para ele fazer e tal”, diz Alex, com clara alegria na voz.
“Fiquei muito feliz. Às vezes as pessoas nem acham que têm essa possibilidade na vida, sabe? Falta oportunidade, informação, exemplos. E é muito bom sentir que eu estou sendo um exemplo positivo.”

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Mariah Carey faz o maior show da história do Palco Sunset em retrospectiva da carreira para plateia emocionadíssima

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Cantora encerrou programação do palco neste domingo (22), último dia do Rock in Rio 2024. Leia crítica do g1. Mariah Carey canta ‘We belong together’
Mariah Carey merecia uma apresentação deste porte por aqui, após alguns perrengues em vindas anteriores ao Brasil. A popstar americana fez o mais aguardado show no Palco Sunset em todas as edições do Rock in Rio.
O festival é transmitido no Globoplay e no Multishow.
Neste domingo (22), Mariah entregou o que seus fãs queriam: looks que vão ser comentados durante toda semana e uma sequência de hits em versões às vezes mais curtas. A ideia era ter tempo de cantar mais canções do repertório que a fez vender mais de 150 milhões de discos.
Mariah Carey canta ‘Hero’
Entre tantos pontos altos, o show cresce em baladas clássicas como “Hero”, cantada no final do primeiro ato do show. A emoção nessa só é superada pelo final, com “| Want To Know What Love Is”. As canções de levada R&B também cativam os fãs, com destaque para “Touch My Body” e “We Belong Together”.
Ela tem uma banda de apoio, três vocalistas de apoio e sete dançarinos, mas obviamente o que importa é ouvir ao vivo uma das vozes mais influentes da história do pop americano. Ah, e não há chance de se insinuar que ela faça uso de playback, ok? Falar que ela dubla seria absurdo.
Mariah provou que canta bem de tudo quanto é jeito, com seus característicos agudinhos matadores. Ela ainda mantém intacto o estilo de movimentos econômicos pelo palco. A diva é famosa, por exemplo, pela predileção em soltar a voz e manter respiração e afinação até mesmo sentada, posição pouco recomendada por técnicos vocais.
Mariah Carey canta ‘Touch My Body’
Ela poderia estar no palco considerado principal, é claro, e os fãs tinham razão de reclamar. Mas isso foi mero detalhe. Pesa aqui o fato de o Palco Sunset ter pela primeira vez o tamanho do Palco Mundo e uma potência de som bem superior à de outras edições.
O único porém talvez seja o tempo de show: ela cantou só por uma hora e poderia fazer uma performance mais longa caso fosse headliner da noite. A necessidade de cortar o show tira do setlist, por exemplo, a lindíssima versão de “Without you”.
A cantora de 55 anos apresentou sua turnê “The Celebration of Mimi”, que começou como uma residência em Las Vegas. O objetivo desta tour é celebrar os 20 anos do álbum “The Emancipation of Mimi” e apresentar, de forma didática, cada uma de suas eras.
Mariah Carey se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Esta vinda de Mariah para cantar em São Paulo e no Rock in Rio também pode ser considerada o fim de uma maldição. Ela esteve no Brasil para eventos fechados e programas de TV, em 1999, 2002 e 2009.
Em 2010, finalmente fez um show aberto ao público, na Festa do Peão de Barretos. Mas Mariah subiu ao palco por volta da 1h30, sob protestos e vaias por causa do atraso de 90 minutos. A arena não lotou e ela disse que estava cantando para “os fãs de verdade”.
No Rock in Rio, eles também estavam presentes. Alguns tentavam adivinhar exatamente o que ela iria dizer entre as músicas. Outros imitavam com a boca as batidas das músicas mais dançantes, fazendo um atrapalhado e cativante coro (?) de beatbox (??).
Mariah Carey se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Alguns grupinhos também puxaram a versão em português gravada por Sandy & Junior para “I’ll be there”, mas por sorte não conseguiram maior engajamento.
Com uma plateia tão entregue e emocionada, não existe motivo para perpetuar o clichê roqueiro de que o Rock in Rio é um festival para quem não gosta de música. Talvez ele seja um festival para quem gosta de música que VOCÊ não gosta.

Mariah Carey se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1

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Paolla Oliveira perde passaporte e passa perrengue em aeroporto de Paris

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Atriz passou por momentos de apuros no mesmo dia em que o namorado, o cantor Diogo Nogueira, se apresentava no Rock in Rio. Ela foi liberada horas depois. Atriz compartilhou perrengue em aeroporto em suas redes sociais
Reprodução/Instagram
Em vídeo compartilhado em suas redes sociais neste domingo (22), a atriz Paolla Oliveira contou que ficou detida por algumas horas no aeroporto de Paris após perder seu passaporte.
O “perrengue chique” aconteceu no mesmo dia em que seu namorado, o sambista Diogo Nogueira, se apresentou no Rock in Rio 2024 em show que homenageou a cantora Alcione. Paolla não acompanhou a performance do amado por motivos profissionais: ela vai participar da Paris Fashion Week 2024.
“Perdi o passaporte. Estou presa no aeroporto de Paris, suando de nervoso. Tem uma polícia que não me deixa passar pra lá. E ali tem outra polícia que não me deixa voltar de onde eu vim. Será que a gente não podia usar um artifício daquele de TikTok que fazem assim: ‘Pá!’? E aí aparece lá do outro lado”, diz a atriz no vídeo.
Ela compartilhou ainda que foi ameaçada de deportação, antes de conseguir a liberação e, finalmente, entrar no país.
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Alcione e Péricles cantam ‘Me vira a cabeça’

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Akon mistura R&B com funk e samba em show com gafes e propósito confuso no Rock in Rio

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Músico faz show nostálgico com carisma e homenagens ao Brasil, mas se perde em desejo pela festa. Público do Rock in Rio faz coro em “I Wanna Love You” de Akon
Akon se apresentou para uma multidão que se espremeu para assisti-lo no Palco Mundo, no Rock in Rio deste domingo (22). O músico reviveu clássicos do R&B e homenageou o Brasil ao incluir batidas de samba, funk, seresta e no setlist.
O festival é transmitido no Globoplay e no Multishow.
O cantor parecia estar mais interessado em oferecer uma experiência festiva do que um show voltado à sua própria carreira. Não que isso tenha sido um problema para o público, que parecia envolvido do começo ao fim.
O propósito, porém, parecia meio perdido. A segunda metade da apresentação soou como uma balada sem identidade, com hits desconexos que até envolvem, mas não têm unidade. 
Akon também cometeu uma gafe ao falar  “São Paulo”. Imediatamente, os fãs levantaram um coro dizendo: “Rio de Janeiro”. Mas isso não pareceu constrangê-lo.
Akon confunde capitais e cumprimenta público de São Paulo em show no Rock in Rio
O músico ficou mesmo com vergonha quando apareceu dentro de uma bolha inflável que estourou com apenas alguns segundos de uso. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido, após se arremessar para a plateia de dentro da bolha.
A voz dele trouxe efeitos robóticos de autotune e nítido uso de bases de pré-gravadas — que poderiam ser playback, ou não, já que a dobra vocal é um recurso cada vez mais recorrente em shows.
Antes de ele entrar no palco, os telões foram preenchidos por imagens de Akon, trechos de telerreportagens e as palavras “famoso”, “artista” e “América”.
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Com muitos berros vindos de seu microfone durante o show inteiro, o senegalês entrou no palco cantando “Beautiful Day”, da dupla francesa Trinix. Logo em seguida, deu play em seu repertório, fincado nos anos 2000, época em que viveu o auge de sua carreira.
Na romântica “Don’t Matter”, Akon inseriu batidas de samba — algumas das quais ele mesmo tocou num tambor.
O cantor também fez um remix em “Lonely”, que ganhou beats de funk, tocados pelo DJ brasileiro Hitmaker, que celebrou o fato do gênero estar no palco Mundo, o principal do festival.
Akon se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
A música brasileira também ganhou espaço em um interlúdio conduzido pelo ator e DJ Benny-Demus. Mascarado, o artista tocou os hits “Ela só pensa em beijar”, “Só Love”, “Casca de Bala” e “Só Fé”.
Outros momentos que agitaram muito o público foram durante os hits “Smack that”, “Dangerous” e “I wanna love you”.
O músico saiu do palco praticamente por expulsão. Quis puxar mais músicas, mas já tinha estourado o limite do horário em cerca de 15 minutos. Então, tentou cantar, mas teve o microfone cortado. Isso depois que uma multidão já havia deixado o espaço em direção ao Palco Sunset, que tinha o início da apresentação de Mariah Carey.

Akon conta companhia do cantor mascarado Benny-Demus no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1

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