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Festas e Rodeios

Ludmilla vai do céu ao inferno do amor na genérica batida de pagode que embasa o disco ‘Numanice #2’

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Capa do álbum ‘Numanice #2’, de Ludmilla
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Numanice #2
Artista: Ludmilla
Edição: Warner Music
Cotação: * * 1/2
♪ “Chega feito criança / Me leva na dança / Apaixonada não te nego / Me leva do céu ao inferno”, canta Ludmilla nas ágeis rimas do amor que conduzem Fora de si. Composição da própria Ludmilla, Fora de si é uma das dez músicas autorais do segundo álbum de pagode gravado em estúdio pela artista fluminense, Numanice #2, lançado na noite de ontem, 26 de janeiro.
Ao fazer DR na letra que inclui verso autorreferente (“Quem é você, irmão, que vem para me enlouquecer? / Sabe que a Lud é do mundo e ainda me quer só pra você”), Ludmilla manda recado e sintetiza o tom do disco que dá sequência ao projeto fonográfico de pagode da cantora e compositora projetada como voz do funk, mas desde 2020 também na roda do samba.
Ao longo das dez músicas de Numanice #2, Ludmilla vai do céu ao inferno do amor na genérica batida de pagode que embasa o álbum.
Para quem frequenta as rodas cariocas, cabe ressaltar que o pagode da artista tem raiz distinta do samba colhido nos quintais ao longo dos anos 1980 pela geração de Arlindo Cruz, Jorge Aragão e Zeca Pagodinho. O samba de Ludmilla descende da linhagem do pagode romântico que brotou em São Paulo nos anos 1990, com influências do soul e do R&B, revelando grupos como Soweto.
Só que esse pagode dos anos 1990 também já se transmutou no século XXI e se misturou com o som genérico rotulado como pop no mainstream do mercado musical.
Esse é o pagode apresentado em Numanice #2. Basta ouvir 212 (Ludmilla, Umberto Tavares e Jefferson Junior) e Cabelo cacheado (Ludmilla) – músicas que se insinuam como R&B antes de entrarem na roda – para localizar o pagode de Ludmilla na árvore genealógica do samba.
212 é música escrita pela artista para celebrar a mulher, Brunna Gonçalves, também musa inspiradora de Maldivas (Ludmilla). Com letra de maroto duplo sentido, embebida em sensualidade (“…Eu sou a melhor DJ / Posso tocar a noite inteira e você pode me pedir replay / Se você cansar, eu paro só para você descansar / Mas só tem três minutinhos porque a festa vai continuar”), Maldivas é música que exala felicidade de lua-de-mel e que, com outra produção musical, poderia até figurar na discografia pop funk de Ludmilla.
Em contrapartida, Meu desapego (Ludmilla, Umberto Tavares e Jefferson Junior) evolui em tom mais confessional e menos expansivo e feliz, soando quase como lamento pelas desilusões da vida amorosa. Nesse enredo superficial, Ludmilla encarna a amante tão resignada quanto insistente em Meu homem é seu homem (Ludmilla, Umberto Tavares e Jefferson Junior).
Fora da trama amorosa, Maria Joana cai em suingue particular, quase em clima de gafieira, com letra que alude à maconha, assunto recorrente no cancioneiro da compositora de hits como Onda diferente (Ludmilla e Snoop Dogg, 2019) e Verdinha (Ludmilla, Helder Vilas, Topo La Maskara e Walshy Fire, 2019). O arranjo de Maria Joana é a onda diferente de Numanice #2, álbum de arquitetura linear.
Atual na temática ao falar de amor nos tempos das redes sociais – assunto de Me arrepender, parceria de Ludmilla com Brunno Gabriel – e na batida pop que conduz pagodes como Quem é você (Ludmilla e Rafael Castilhol) e Eu estive aqui (Ludmilla, Umberto Tavares e Jefferson Junior), flash de positividade na dicotomia céu-inferno que rege o disco, Numanice #2 ecoa o pagode que os milhões de seguidores de Ludmilla querem ouvir. Para essa imensa legião de fãs, o álbum Numanice #2 faz jus ao título.

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Mariah Carey faz o maior show da história do Palco Sunset em retrospectiva da carreira para plateia emocionadíssima

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Cantora encerrou programação do palco neste domingo (22), último dia do Rock in Rio 2024. Leia crítica do g1. Mariah Carey canta ‘We belong together’
Mariah Carey merecia uma apresentação deste porte por aqui, após alguns perrengues em vindas anteriores ao Brasil. A popstar americana fez o mais aguardado show no Palco Sunset em todas as edições do Rock in Rio.
O festival é transmitido no Globoplay e no Multishow.
Neste domingo (22), Mariah entregou o que seus fãs queriam: looks que vão ser comentados durante toda semana e uma sequência de hits em versões às vezes mais curtas. A ideia era ter tempo de cantar mais canções do repertório que a fez vender mais de 150 milhões de discos.
Mariah Carey canta ‘Hero’
Entre tantos pontos altos, o show cresce em baladas clássicas como “Hero”, cantada no final do primeiro ato do show. A emoção nessa só é superada pelo final, com “| Want To Know What Love Is”. As canções de levada R&B também cativam os fãs, com destaque para “Touch My Body” e “We Belong Together”.
Ela tem uma banda de apoio, três vocalistas de apoio e sete dançarinos, mas obviamente o que importa é ouvir ao vivo uma das vozes mais influentes da história do pop americano. Ah, e não há chance de se insinuar que ela faça uso de playback, ok? Falar que ela dubla seria absurdo.
Mariah provou que canta bem de tudo quanto é jeito, com seus característicos agudinhos matadores. Ela ainda mantém intacto o estilo de movimentos econômicos pelo palco. A diva é famosa, por exemplo, pela predileção em soltar a voz e manter respiração e afinação até mesmo sentada, posição pouco recomendada por técnicos vocais.
Mariah Carey canta ‘Touch My Body’
Ela poderia estar no palco considerado principal, é claro, e os fãs tinham razão de reclamar. Mas isso foi mero detalhe. Pesa aqui o fato de o Palco Sunset ter pela primeira vez o tamanho do Palco Mundo e uma potência de som bem superior à de outras edições.
O único porém talvez seja o tempo de show: ela cantou só por uma hora e poderia fazer uma performance mais longa caso fosse headliner da noite. A necessidade de cortar o show tira do setlist, por exemplo, a lindíssima versão de “Without you”.
A cantora de 55 anos apresentou sua turnê “The Celebration of Mimi”, que começou como uma residência em Las Vegas. O objetivo desta tour é celebrar os 20 anos do álbum “The Emancipation of Mimi” e apresentar, de forma didática, cada uma de suas eras.
Mariah Carey se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Esta vinda de Mariah para cantar em São Paulo e no Rock in Rio também pode ser considerada o fim de uma maldição. Ela esteve no Brasil para eventos fechados e programas de TV, em 1999, 2002 e 2009.
Em 2010, finalmente fez um show aberto ao público, na Festa do Peão de Barretos. Mas Mariah subiu ao palco por volta da 1h30, sob protestos e vaias por causa do atraso de 90 minutos. A arena não lotou e ela disse que estava cantando para “os fãs de verdade”.
No Rock in Rio, eles também estavam presentes. Alguns tentavam adivinhar exatamente o que ela iria dizer entre as músicas. Outros imitavam com a boca as batidas das músicas mais dançantes, fazendo um atrapalhado e cativante coro (?) de beatbox (??).
Mariah Carey se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Alguns grupinhos também puxaram a versão em português gravada por Sandy & Junior para “I’ll be there”, mas por sorte não conseguiram maior engajamento.
Com uma plateia tão entregue e emocionada, não existe motivo para perpetuar o clichê roqueiro de que o Rock in Rio é um festival para quem não gosta de música. Talvez ele seja um festival para quem gosta de música que VOCÊ não gosta.

Mariah Carey se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1

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Paolla Oliveira perde passaporte e passa perrengue em aeroporto de Paris

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Atriz passou por momentos de apuros no mesmo dia em que o namorado, o cantor Diogo Nogueira, se apresentava no Rock in Rio. Ela foi liberada horas depois. Atriz compartilhou perrengue em aeroporto em suas redes sociais
Reprodução/Instagram
Em vídeo compartilhado em suas redes sociais neste domingo (22), a atriz Paolla Oliveira contou que ficou detida por algumas horas no aeroporto de Paris após perder seu passaporte.
O “perrengue chique” aconteceu no mesmo dia em que seu namorado, o sambista Diogo Nogueira, se apresentou no Rock in Rio 2024 em show que homenageou a cantora Alcione. Paolla não acompanhou a performance do amado por motivos profissionais: ela vai participar da Paris Fashion Week 2024.
“Perdi o passaporte. Estou presa no aeroporto de Paris, suando de nervoso. Tem uma polícia que não me deixa passar pra lá. E ali tem outra polícia que não me deixa voltar de onde eu vim. Será que a gente não podia usar um artifício daquele de TikTok que fazem assim: ‘Pá!’? E aí aparece lá do outro lado”, diz a atriz no vídeo.
Ela compartilhou ainda que foi ameaçada de deportação, antes de conseguir a liberação e, finalmente, entrar no país.
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Akon mistura R&B com funk e samba em show com gafes e propósito confuso no Rock in Rio

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Músico faz show nostálgico com carisma e homenagens ao Brasil, mas se perde em desejo pela festa. Público do Rock in Rio faz coro em “I Wanna Love You” de Akon
Akon se apresentou para uma multidão que se espremeu para assisti-lo no Palco Mundo, no Rock in Rio deste domingo (22). O músico reviveu clássicos do R&B e homenageou o Brasil ao incluir batidas de samba, funk, seresta e no setlist.
O festival é transmitido no Globoplay e no Multishow.
O cantor parecia estar mais interessado em oferecer uma experiência festiva do que um show voltado à sua própria carreira. Não que isso tenha sido um problema para o público, que parecia envolvido do começo ao fim.
O propósito, porém, parecia meio perdido. A segunda metade da apresentação soou como uma balada sem identidade, com hits desconexos que até envolvem, mas não têm unidade. 
Akon também cometeu uma gafe ao falar  “São Paulo”. Imediatamente, os fãs levantaram um coro dizendo: “Rio de Janeiro”. Mas isso não pareceu constrangê-lo.
Akon confunde capitais e cumprimenta público de São Paulo em show no Rock in Rio
O músico ficou mesmo com vergonha quando apareceu dentro de uma bolha inflável que estourou com apenas alguns segundos de uso. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido, após se arremessar para a plateia de dentro da bolha.
A voz dele trouxe efeitos robóticos de autotune e nítido uso de bases de pré-gravadas — que poderiam ser playback, ou não, já que a dobra vocal é um recurso cada vez mais recorrente em shows.
Antes de ele entrar no palco, os telões foram preenchidos por imagens de Akon, trechos de telerreportagens e as palavras “famoso”, “artista” e “América”.
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Com muitos berros vindos de seu microfone durante o show inteiro, o senegalês entrou no palco cantando “Beautiful Day”, da dupla francesa Trinix. Logo em seguida, deu play em seu repertório, fincado nos anos 2000, época em que viveu o auge de sua carreira.
Na romântica “Don’t Matter”, Akon inseriu batidas de samba — algumas das quais ele mesmo tocou num tambor.
O cantor também fez um remix em “Lonely”, que ganhou beats de funk, tocados pelo DJ brasileiro Hitmaker, que celebrou o fato do gênero estar no palco Mundo, o principal do festival.
Akon se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
A música brasileira também ganhou espaço em um interlúdio conduzido pelo ator e DJ Benny-Demus. Mascarado, o artista tocou os hits “Ela só pensa em beijar”, “Só Love”, “Casca de Bala” e “Só Fé”.
Outros momentos que agitaram muito o público foram durante os hits “Smack that”, “Dangerous” e “I wanna love you”.
O músico saiu do palco praticamente por expulsão. Quis puxar mais músicas, mas já tinha estourado o limite do horário em cerca de 15 minutos. Então, tentou cantar, mas teve o microfone cortado. Isso depois que uma multidão já havia deixado o espaço em direção ao Palco Sunset, que tinha o início da apresentação de Mariah Carey.

Akon conta companhia do cantor mascarado Benny-Demus no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1

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