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Selo midsummer madness comemora 30 anos de rock alternativo; relembre bandas

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Fundador do selo fala de artistas como Cigarettes, Pin Ups e Nervoso. Ele avalia sons de hoje: ‘O indie que YouTube e Spotify indicam para a gente é uma bosta’. 30 anos da midsummer madness resumidos em 5 clipes
Quem gosta de indie rock e tem mais de 30 anos já deve ter ouvido um CD, fita cassete ou MP3 do midsummer madness, selo carioca especialista nas várias ramificações desse estilo (veja acima vídeo com trechos de clipes).
“Passamos por todas as fases do mercado fonográfico”, resume o fundador do selo, Rodrigo Lariú, ao g1. As três décadas são comemoradas com o lançamento de um vinil, um CD duplo e uma fita cassete.
Para ele, não mudou tanta coisa assim no meio alternativo. “Ser independente em 1989 e hoje é a mesma coisa: ter liberdade para criar.”
Pin Ups, Cigarettes, Nervoso, Luisa Mandou um Beijo, Supercordas, Loomer, Killing Chainsaw: bandas da midsummer madness
Divulgação
Entre os campeões de venda do selo, que lançou até agora 340 produtos, os destaques foram os lançamentos da banda baiana brincando de deus e da carioca Cigarettes, com 300 cassetes cada uma.
Com 2 mil cópias, o CD mais vendido foi “Eurosambas 1992-1999”, do The Gilbertos. O projeto é comandado por Thomas Pappon, guitarrista do Fellini e Voluntários da Pátria.
Lariú lembra que no começo dos anos 90 o termo mais usado para definir essas e outras bandas era “rock alternativo”. Também se usavam gêneros mais específicos, é claro, como shoegaze e dream-pop. Em comum, quase todos apostaram em certa melancolia, fotos desfocadas e guitarras pesadas.
“O rock alternativo dos anos 90 era realmente uma alternativa ao mainstream”, explica ele. “A partir dos anos 2000, quando artistas independentes começaram a fazer tanto sucesso quanto os das majors, o que povoa as playlists ‘taggeado’ como ‘indie’ é uma música cujo rótulo indie é dado só porque o artista é independente.”
Rodrigo Lariú em banquinha de discos da midsummer madness, em São Paulo, em 2017
Acervo pessoal
O produtor diz que é “sensacional” que hoje a autoprodução tenha ficado tão acessível, mas cita um outro lado.
“É um saco que a produção que brota dessa facilidade seja tão acomodada artisticamente”, opina. “Existe muita coisa boa sendo produzida de forma independente. Mas no geral, o indie que o YouTube e o Spotify indicam para a gente é uma bosta.”
Mas o que será que Pelvs, Second Come, Supercordas, Pin Ups, Nervoso e os Calmantes, Grenade, Valv, Killing Chainsaw, Luisa Mandou Um Beijo e os outros 104 artistas da midsummer madness anteciparam?
“Acho que anteciparam um jeito de pensar e executar que seria oficializado pelas mudanças do mercado. Em 1992, já estavam gravando as próprias fitas e as vendendo como se fossem seus discos oficiais.”
“Também já estavam criando na marra um circuito para tocar que veio a gerar uma onda de festivais independentes nos anos 2000. Toda essa estrutura foi antecipada pelas bandas indies dos anos 90, aí incluídas as que participaram do midsummer madness.”

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