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Tony Bizarro, voz do soul brasileiro dos anos 1970, morre em São Paulo

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Tony Bizarro (1948 – 2022) na capa de single de 1976
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♪ OBITUÁRIO – Se ficar estabelecido que o marco zero da trajetória musical de Luiz Antônio Bizarro (19 de abril de 1948 – 31 de janeiro de 2022) como cantor foi o momento em que o artista paulistano soltou a voz na Rádio Nacional quando contabilizava 14 anos, em 1962, Tony Bizarro sai de cena com 60 anos de carreira.
Cantor, compositor e produtor musical cultuado entre os admirados do soul brasileiro da década de 1970, Bizarro morreu ontem, aos 73 anos, em São Paulo (SP), quando se sentia mal e estava a caminho de hospital na cidade natal. O artista lutava contra o avanço do Mal de Alzheimer e teve a morte confirmada pela irmã, Yara.
Ao lado de Frankye Arduini, com quem formou a dupla Tony & Frankye em 1968, Bizarro surfou na onda da soul e do funk nacional que se ergueu no mar da cidade do Rio de Janeiro (RJ), a reboque do estouro em 1970 de Tim Maia (1942 – 1998), principal referência e influência de Bizarro.
Em 1969, a dupla debutou no mercado fonográfico com single e, em 1971, no embalo do sucesso de Tim, lançou o primeiro e único álbum da discografia, Tony & Frankye. Na sequência, o cantor lançou o single solo O carona (1972) com o aval do produtor Jairo Pires.
Capa do álbum ‘Nesse inverno’, de Tony Bizarro
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Convidado por Jairo para trabalhar no selo Polydor (braço popular da gravadora Philips), Tony Bizarro produziu discos de cantores como Odair José e Sidney Magal. Até que, já atuando como produtor musical na gravadora CBS, o cantor teve a chance de lançar em 1977 por essa companhia fonográfica o primeiro álbum solo, Nesse inverno, disco feito com repertório autoral, com o toque do trio Azymuth e com a colaboração do então emergente guitarrista Robson Jorge (1954 – 1992).
Embora tenha se tornado item de discoteca básica para seguidores do soul e do funk do Brasil, o álbum Nesse inverno passou despercebido pelo grande público, tendo ficado submerso na onda da disco music. Tanto que Tony Bizarro somente foi lançar o segundo (e derradeiro) álbum solo – Estou livre, gravado com Luís Vagner (1948 – 2001) e editado por vias independentes em 2008 – longos 31 anos após Nesse inverno.
Entre um álbum e outro, Bizarro integrou o quinteto reunido no disco coletivo Alma negra, lançado em 1988 com dez faixas distribuídas igualmente entre Bizarro, Carlinhos Trompete, Lady Zu, Luís Vagner e Tony Tornado.
Cultuado, mas a rigor pouco conhecido, Tony Bizarro fica para sempre associado ao soul nacional dos anos 1970 ao sair de cena após longo inverno.

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