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Festas e Rodeios

Indígenas leiloam artes em NFT para comprar drones e tecnologias para vigiar território na Amazônia

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Venda das obras pretende financiar proteção de pelo menos 13 mil hectares de floresta. Colagem digital de Barbara Parawara, à venda em leilão para financiamento de projeto do povo Paiter Suruí
Barbara Parawara
O povo indígena Paiter Suruí, de Rondônia, está leiloando obras de arte NFT, uma estratégia para arrecadar fundos para monitorar o território Sete de Setembro e patrocinar iniciativas sustentáveis — a meta é conservar pelo menos uma área de 13 mil hectares de floresta.
NFT: como funciona o registro de coleções digitais que já valem milhões de dólares
A venda de obras NFT, que muitas vezes ultrapassa valores milionários, é um mercado em crescimento no Brasil. A sigla significa “tokens não-fungíveis”, mas, em linguagem mais acessível, são arquivos com um selo digital associado, o que garante a autenticidade.
“O que é o NFT? Acho que a melhor forma de pensá-lo é como uma propriedade digital, um ativo digital. Ele é não-fungível, ou seja, ele é único, exatamente como ele só existe ele”, explica Fabricio Tota, diretor da Mercado Bitcoin, que disponibilizou a plataforma para a venda das obras.
Depois de discutir com parceiros, Almir Suruí, cacique da terra indígena Sete de Setembro, convidou os artistas da comunidade para se envolver no projeto. A meta é juntar dinheiro suficiente para garantir a proteção de uma parte do território e, ainda, reduzir as emissões de carbono. O valor de cada obra será revertido em até 95,5% para os Paiter Suruí.
Almir Suruí, cacique da Terra Indígena Sete de Setembro
Arquivo Pessoal
“A ideia é adquirir tecnologias, como drones, GPS, computadores para geoprocessamento, e também identificar alguns projetos para receber financiamento e fortalecimento. Temos projetos de café, banana, cacau, castanha. Até de reflorestamento e de recuperação das nascentes”, explicou Almir Suruí.
A terra indígena Sete de Setembro compreende uma área de mais de 280 mil hectares, mas, com o projeto, os moradores pretendem garantir de forma independente o monitoramento de pelo menos 13 mil hectares de floresta.
Terra Indígena Sete de Setembro
Elcio Horiuchi/g1
O leilão
Os artistas – entre indígenas Paiter Suruí e apoiadores da causa – disponibilizaram suas obras para o leilão, que encerra na próxima terça-feira (15). Alguns itens já receberam lances de até R$ 6,5 mil.
Filha de Almir Suruí, a fotógrafa Walelasoepilemãn Suruí, de 23 anos, está entre os artistas. Pí, como também conhecida, é irmã de Txai Suruí, ativista que discursou na última conferência do clima em Glasgow (COP26). Entre as imagens enviadas para o leilão, está uma fotografia que retrata a irmã em uma cachoeira depois de um dia de trabalho.
Quem é Txai Suruí, indígena e única brasileira que discursou na COP26
“É importante porque é uma figura representativa: é mulher, é jovem, é líder. Foi em um mês em que a gente estava a lazer, depois do trabalho, entrando de férias. A gente resolveu viajar um pouco”, disse Pí ao g1. Além de fotógrafa, a jovem também é estudante de psicologia em Porto Velho.
Walelasoepilemãn Suruí, a Pí: ativista Indígena do povo Paiter Suruí e primeira mulher Suruí a se tornar fotógrafa profissional
Arquivo Pessoal
A artista também disponibilizou uma fotografia que fez em uma visita ao povo Uru-Eu-Wau-Wau, também de Rondônia. Ela foi convidada a pescar com os “parentes”, como ela os descreve, e disse que ali, no momento retratado, estava aprendendo mais sobre um outro povo indígena.
“Por que apesar de sermos todos povos indígenas, apesar de eu ser indígena e parente, eu sou de um povo diferente, e as demandas da minha comunidade são diferentes das demandas de um outro povo. Esse intercâmbio cultural, essa troca de saberes, é muito importante”, explicou.
Veja abaixo algumas das obras e, se interessar, o leilão está disponível na plataforma NFT: https://www.mercadobitcoin.com.br/nft
Obra ‘Liberdade de Sentir’, fotografia de Pí Suruí, retrata banho de cachoeira da irmã, Txai Suruí
Walelasoepilemãn Suruí
‘Pescaria’, por Walelasoepilemãn Suruí, que retrata parceria com o povo Uru-Eu-Wau-Wau de Rondônia
Walelasoepilemãn Suruí
‘Cosmovisão Tupinambá da Amazônia’, colagem digital de Moara Tupinambá, artista e ativista natural de Mairi, Belém do Pará
Moara Tupinambá
‘Protetores da Floresta – Peixe Mandy’, desenho de Denilson Baniwa, nascido em Mariuá, Rio Negro, Amazonas
Denilson Baniwa

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Rock in Rio registra mais de 600 furtos de celulares

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Balanço foi apresentado em uma coletiva no Palácio Guanabara nesta segunda-feira (23). Trinta e oito pessoas foram presas durante os sete dias. Governo do RJ faz balanço sobre esquema operacional do Rock in Rio
Mais de 600 pessoas registraram boletins de ocorrência após terem seus celulares furtados durante os sete dias de Rock in Rio, de acordo com o balanço divulgado pelo governo do Rio nesta segunda-feira (23). Segundo a administração do evento, 730 mil pessoas passaram pela Cidade do Rock.
As informações foram dadas durante uma coletiva no Palácio Guanabara. O secretário de segurança Victor Santos destacou que, para a pasta, os registros eram feitos com rapidez para que as vítimas pudessem voltar ao evento.
“Uma pessoa pode passar pelo dissabor de ter um telefone furtado, e não é justo que uma pessoa passe muito tempo fazendo um registro de ocorrência. Mesmo tendo problemas, as pessoas conseguiam fazer tudo e voltar a tempo para curtir o show”, afirma Santos.
Governo do RJ faz balanço operacional de atuação no Rock in Rio e nos jogos da Libertadores da América
Henrique Coelho / g1
Durante o evento, 38 pessoas foram presas dentro da Cidade do Rock, sendo 19 em flagrante.
Ao todo, foram 889 ocorrências registradas. Quase 70% delas por furto de celular, chegando a 614 ocorrências.

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Akon reposta story criticando próprio show no Rock in Rio: ‘Prometeu tudo e entregou playback ruim’

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Cantor se apresentou no Palco Mundo do festival neste domingo (22). Público solta a voz no hit “Lonely” durante apresentação de Akon no Rock in Rio
Akon se apresentou no Palco Mundo na noite do último domingo (22), no Rock in Rio. O músico reviveu clássicos do R&B e homenageou o Brasil ao incluir batidas de samba e funk. Mas, nas redes sociais, algumas pessoas o acusaram de usar playback na apresentação. Nesta segunda (23), Akon acabou repostando uma publicação no Instagram com crítica ao show.
“Akon prometeu tudo e entregou um playback ruim, autotune e um DJ da Shopee”, escreveu o seguidor repostado por Akon.
Depois que teve sua publicação repostada pelo Akon, o seguidor até disse que estava se “sentindo mal” pela crítica. Akon seguiu compartilhando vídeos de seguidores que o marcaram na rede social com momentos da apresentação no festival.
Um dos maiores astros da música dos anos 2000, Akon foi incluído em um dia com programação marcada por atrações nostálgicas no Rock in Rio. Além dele, Ne-Yo passou pelo Palco Mundo, para também apresentar hits da penúltima década. Já o Palco Sunset recebeu um show de Mariah Carey.
Akon reposta story com crítica ao show do Rock in Rio
Reprodução/Instagram
Seguidor do Akon
Reprodução/Instagram
Akon confuso com capitais e bolha furada
Durante o show, Akon confundiu as capitais e cumprimentou o público de São Paulo. “São Paulo, como vocês estão se sentindo hoje?”, questionou. O músico foi corrigido por fãs da plateia, que gritaram em coro o nome do Rio de Janeiro.
Ele também ficou com vergonha quando apareceu dentro de uma bolha inflável, com a qual pretendia se jogar e ser carregado pelo público. A bolha estourou com apenas alguns segundos de uso. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido.
Público do Rock in Rio faz coro em “I Wanna Love You” de Akon

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Cate Blanchett cita Clarice Lispector e elogia escritora em discurso: ‘Gênia absoluta’

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Atriz mencionou escritora brasileira após receber prêmio no Festival de Cinema de San Sebastian, na Espanha, no último sábado (21). Cate Blanchett no Festival de Veneza 2024.
Joel C Ryan/Invision/AP
A atriz Cate Blanchett recebeu uma homenagem ao conjunto de sua obra no Festival de Cinema de San Sebastian, na Espanha, no último sábado (21). Em seu discurso de agradecimento, a atriz contou que vem lendo Clarice Lispector, e chamou a escritora brasileira de “gênia absoluta”.
“Vivemos em tempos incertos e busco coragem em Clarice Lispector, a autora brasileira que é uma gênia absoluta, cujo trabalho tenho lido recentemente”, começou a atriz.
“E ela diz: ‘Existem certas vantagens em não saber. Como um território virgem, a mente está livre de equívocos. Tudo o que não conheço constitui a maior parte de mim: esta é a minha dádiva. E com esse não saber, eu entendo tudo.’ Eu vivo com esperança. A jornada continua. Só existem ilhas de certezas. Então, muito obrigada por esta pequena ilha de certeza esta noite”.
Mais tarde, na coletiva de imprensa, a atriz voltou a mencionar Lispector.
“Tenho lido Clarice Lispector, a incrível escritora brasileira. E ela diz: ‘É preciso muito esforço para ser simples’. Geralmente, coisas que parecem sem esforço exigem muita preparação”, explicou.

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