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Semana de Arte Moderna: o guarda-roupa modernista de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade

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Além da produção artística, o poeta e a pintora paulista reverberam há cem anos no imaginário nacional também pelos seus figurinos. Tarsila e Oswald a bordo do navio Lotus, em 1926. A pintora usa vestido assinado pelo costureiro francês Paul Poiret
Divulgação via BBC
A importância de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade para a história cultural brasileira é indiscutível. O casal que permaneceu junto por grande parte da década de 1920 influenciou de forma contundente o mundo da literatura e das artes plásticas por meio de suas obras e da defesa do modernismo.
Mas, para além de sua produção artística, o poeta e a pintora paulista reverberam há cem anos no imaginário nacional também pelo próprio ato de vestir.
Tarsila e Oswald conheciam muito bem o valor da moda e das aparências em seu processo de afirmação como artistas no Brasil e na Europa. E ao mesmo tempo em que usaram as roupas para deixar sua marca, também colaboraram para a definição estética do movimento modernista.
A conclusão faz parte de uma extensa e inédita pesquisa desenvolvida pela professora de história do vestuário e da moda Carolina Casarin.
Em seu livro O Guarda-Roupa Modernista, lançado pela Companhia das Letras no bojo das comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a autora revela como os ideais modernistas e as contradições do movimento podem ser compreendidos a partir da escolha das roupas de dois notáveis intérpretes do Brasil.
“As roupas contribuíram para o projeto artístico de elaboração de uma estética moderna e nacional, e a ideia de ‘brasilidade modernista’ se inscreveu na aparência e nos trajes do casal”, afirma Casarin.
Dinâmico e exuberante
A pesquisa foi levantada a partir de diferentes registros da época – vestimentas, fotografias, pinturas, obras literárias, correspondências, depoimentos e recibos — e conseguiu, de certa forma, reconstruir o guarda-roupa de Tarsila e Oswald na década de 20.
O período foi o auge da fama do casal, que ficou junto entre 1923 e 1929, e ganhou o apelido de Tarsiwald do amigo e também poeta modernista Mário de Andrade.
Tarsila, ao lado de Oswald, veste o traje Righi, de Poiret
Divulgação via BBC
Segundo Carolina Casarin, os dois artistas merecem destaque pela forma vanguardista com que se vestiam, mas de formas distintas.
“O guarda-roupa modernista de Oswald é dinâmico e se adapta muito bem às diferentes situações sociais, enquanto o da Tarsila é luxuoso e exuberante”, disse a pesquisadora em entrevista à BBC News Brasil.
Mas apesar das diferenças, o casal construiu junto sua marca visual. Foi Oswald, aliás, quem incentivou Tarsila a conhecer ateliês e costureiros arrojados na Europa para compor seu visual e criar um estilo próprio.
“A imagem do casal é uma criação compartilhada e é perceptível o quanto eles traçaram um percurso no mundo da moda desde que começaram a se relacionar”, diz.
“Os dois sempre tiveram um gosto pela estética, mas a partir do momento em que se conhecem e se aproximam definitivamente da arte moderna, sua a aparência se torna mais arrojada e ousada”.
Homem de negócios e excêntrico vanguardista
E apesar da beleza e das roupas de Tarsila terem sempre sido elogiadas e alardeadas ao longo da história, a figurinista acredita que pertence a Oswald o título de mais arrojado do casal.
“Oswald tinha uma aparência geral mais moderna que Tarsila. Ele adotou já na década de 1920 um estilo com referências muito joviais que só estourou de fato no Brasil nos anos 1960”, diz.
Oswald de Andrade em fazenda em 1924
Divulgação via BBC
No guarda-roupa do poeta havia muitos trajes coloridos e estampados, que ele utilizava com sobreposições pouco comuns na época. Oswald também era adepto dos colarinhos moles, diferentes dos engomados usados pela maior parte dos homens na época davam mais conforto e deixavam o peito masculino à mostra.
Há registros ainda do escritor utilizando um chapéu palheta — que aparece em várias fotografias dos modernistas e remonta ao uniforme dos remadores — e paletó sem colete, algo pouco comum na década de 1920.
Em seu livro, Carolina Casarin também ressalta a ótima capacidade que Oswald possuía de transitar muito bem entre visuais descontraídos e mais formais.
“Na alfaiataria dinâmica de Oswald de Andrade, cabem roupas que transitam do homem de negócios burguês ao excêntrico vanguardista”, diz. “A verdade é que ele sempre foi muito contraditório e estava em constante mudança.”
Em retrato de 1925, Oswald de Andrade usa terno e chapéu palheta
Divulgação via BBC
Artista exuberante
Já no closet de Tarsila o que não faltavam eram peças luxuosas da alta-costura europeia. Durante os anos 1920, a pintora foi diversas vezes a Paris e, em todas as suas viagens, aproveitava para visitar ateliês conceituados.
A partir de 1923 e até o final da década, os costureiros franceses Jean Patou e, mais intensamente Paul Poiret, foram os grandes responsáveis pela aparência de Tarsila.
E a partir do momento que passa a vestir a alta-costura francesa, a artista sofre uma mudança em sua aparência, que se torna menos discreta. “As saias dos vestidos se encurtam, os braços aparecem, as roupas ganham camadas e ornamentos”, diz Casarin em sua pesquisa.
“A figura de mulher elegante e rica se converte na imagem da artista exuberante — e a escolha da grife [Poiret] participou dessa transformação”
Em uma das fotos mais famosas da artista, em que ela aparece em sua primeira exposição individual, na Galeria Percier em Paris, Tarsila está usando o vestido Écossais, da maison Paul Poiret.
Tarsila do Amaral posa para foto na Inglaterra, início da década de 1920, usando vestido-casaco
Divulgação via BBC
Na imagem tirada em frente ao quadro Morro da Favela, é possível ver alguns detalhes da roupa de Tarsila: “As linhas do xadrez e a gola dupla, com sobreposição delicada de cassa de poá e bainha bordada em festão redondo”, segundo descreve Casarin.
Para a pesquisadora, o traje e a própria foto trazem elementos típicos do modernismo. Enquanto a maneira como o xadrez foi aproveitado na criação do vestido acaba por desenhar um grande losango centralizado na parte superior do corpo, a roupa também tem um caráter tradicional que lembra os vestidos xadrez utilizados no interior do Brasil.
“O losango é uma forma geométrica muito presente no modernismo e na arte moderna em geral. E quando está inserido no contexto da foto, o Écossais transmite também uma mensagem modernista”, explica Casarin.
Tarsila do Amaral posa com vestido xadrez em frente ao seu quadro ‘Morro de Favela’ em vernissage na Galeria Percier, em Paris, em 1926
Divulgação via BBC
“E ao mesmo tempo que é arrojado, o vestido tem um caráter tradicional, de roupa caipira, que ressoa com o modernismo brasileiro.”
Outro traje utilizado pela artista e que pode ser relacionado diretamente com o conteúdo de suas obras é seu vestido de casamento.
A celebração da união com Oswald de Andrade aconteceu em outubro de 1926 e reuniu nomes como Júlio Prestes, o governador recém-eleito de São Paulo, e Washington Luís, o então presidente do Brasil e padrinho pelo lado do noivo.
O traje de noiva de Tarsila, também assinado por Paul Poiret, foi criado a partir da cauda do vestido de casamento da mãe de Oswald. Era de cor creme e tinha uma capa branca forrada de veludo creme, com gola em pé.
E apesar de o casamento ter sido bastante explorado por aqueles que escreveram sobre o modernismo brasileiro, não há imagens do dia da cerimônia. O próprio vestido de noiva é hoje apenas um conjunto de fragmentos, guardado na Pinacoteca de São Paulo.
“O vestido de Tarsila pode ser interpretado como uma roupa antropofágica por si só, pois ao mesmo tempo em que busca a ideia de tradição e origem brasileira ao utilizar parte da roupa da mãe de Oswald, também procura aquilo há de mais moderno no mundo por meio da atualização feita por Poiret”, diz Carolina Casarin.
O movimento antropofágico fez parte da primeira fase do modernismo no Brasil e surgiu a partir de observações feitas por Oswald Andrade. A ideia criada pelo escritor sugeria “devorar” a cultura enriquecida por técnicas importadas e promover uma renovação estética na arte brasileira.
Do luxo à pobreza
Quadro de 1923 de Tarsila do Amaral é um autorretrato da pintora em um traje vermelho de gola alta
REPRODUÇÃO FOTOGRÁFICA ROMULO FIALDINI
O relacionamento entre Tarsila e Oswald durou até 1929, quando a pintora descobriu que o marido tinha um caso e pediu imediatamente o divórcio.
No mesmo ano, com a crise de 1929, as famílias do casal perderam boa parte dos bens que tinham. Passado o auge do modernismo no Brasil, os artistas também deixaram de frequentar a alta sociedade com tanta frequência e desapareceram aos poucos dos olhos do público.
Sem dinheiro e deixados de lado, Oswald e Tarsila abandonaram a busca constante pela moda e por refinar sua aparência, de modo que o grande auge de seu guarda-roupa ficou restrito principalmente à década de 20.
“Eles eram muito ricos nos anos 20 e tinham muito dinheiro para gastar em roupas, mas faliram e a dinâmica se tornou inviável”, diz Casarin.
Ainda assim, o casal deixou uma marca profunda não só na história das artes plásticas e da literatura, mas também na moda brasileira.

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Inimigo do fim, Milton Cunha curte até o ‘after’ no ‘busão’ ao fim do Rock in Rio; VÍDEO

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Pelo menos 750 atrações se apresentaram nos palcos do Rock in Rio nessa edição. E para voltar para casa, o apresentador embarcou no ônibus ‘a raspa do tacho’ e caiu na noitada. Milton Cunha se despede da Cidade do Rock e aproveita o ‘after’ no último dia do RIR
Em clima de despedida, Milton Cunha aproveitou até o último segundo o Rock In Rio 2024, que terminou na madrugada desta segunda-feira (23) após apresentação de 750 atrações em 7 dias de festival.
Em busca de outros “inimigos do fim” e atrás do “after”, o apresentador encontrou fãs que mesmo cansados queriam aproveitar o festival.
“Vai deixar um gostinho de quero mais”, disse uma gari da Comlurb.
Outra, fã da Xuxa, revelou a emoção que sentiu no show da artista. “Realizei um sonho de criança”, contou a trabalhadora, que acompanhou Milton Cunha no coro do hit “Ilariê”.
Milton Cunha acha o ‘after’ e aproveita festa dentro de ônibus no último dia de festival.
Reprodução/TV Globo
Caminhar pela Cidade do Rock foi uma realidade dos fãs que aproveitaram o festival. Mesmo com os pés cansados, o público quis curtir os últimos segundos. E de dentro da escultura do tênis sujo de lama que marcou a história do RIR, Milton Cunha, mostrou que ainda tinha energia para gastar.
O apresentador foi até o estúdio de tatuagem que funcionou durante todos os dias do Rock In Rio 2024. Segundo os tatuadores, mais de mil tatuagens foram feitas nos fãs no megaevento.
“O pessoal estava se casando ali na capela de verdade e vinha para cá fazer a tatuagem”, disse um dos tatuadores.
Depois dos shows oficiais, Milton Cunha foi amanhecer com o público que curtia o “after” – como são conhecidas as festas para quem não quer ir embora. No caso do Rock in Rio, o lugar para isso é o palco de música eletrônica, o New Dance Order.
Na hora de ir embora, mais festa, desta vez em movimento. O apresentador embarcou no ônibus “a raspa do tacho” e acabou em uma festa com fãs dentro do “busão”.
“Parar para quê?”, disse uma inimiga do fim.
ROCK IN MILTON É BABADO!
Milton Cunha acompanha passagem de som na Cidade do Rock
Milton Cunha desbrava a Cidade do Rock
Milton Cunha testa a montanha-russa do Rock in Rio

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Osmar Milito, grande pianista de jazz e bossa nova, morre no Rio aos 83 anos

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Em cena desde 1964, o músico paulistano teve atuação relevante nas carreiras de artistas como Djavan, Maria Bethânia, Jorge Ben Jor e Nara Leão. O pianista Osmar Milito (1941 – 2024), morto hoje, terá o corpo velado e enterrado amanhã, 24 de setembro, em cemitério do Rio de Janeiro (RJ)
Divulgação
♫ OBITUÁRIO
♪ Ocorrida hoje de causa não revelada e já anunciada nas redes sociais do artista, a morte de Osmar Milito (27 de maio de 1941 – 23 de setembro de 2024) tira de cena, aos 83 anos, um dos maiores e mais importantes pianistas do universo do jazz e da bossa nova.
Nascido Osmar Amilcar Milito em São Paulo (SP), cidade onde se iniciou no estudo do piano ao sete anos, Milito floresceu como músico no Rio de Janeiro (RJ), cidade para onde veio morar com 22 anos, onde pôs os pés na profissão – tocando nas boates situadas no lendário Beco das Garrafas – e onde será velado a partir das 12h de amanhã, 24 de setembro, no Cemitério São João Batista, onde o enterro do corpo do músico está previsto para as 15h.
Quando decidiu ser músico profissional aos 16 anos, Osmar Milito já absorvera as informações do be bop, estilo de jazz que conhecera na pré-adolescência através dos discos ouvidos pelo irmão, Hélcio Milito (1931 – 2014), baterista projetado no Tamba Trio.
Em cena desde 1964, ano em que debutou nos estúdios como músico do disco Flora Purim é M.P.M., Osmar Milito deixa álbuns cultuados no universo do jazz brasileiro como …E deixa o relógio andar (1971) e Nem paletó, nem gravata (1973).
Também compositor e arranjador, o pianista paulistano militou muito na noite carioca, onde virou músico de respeito. Tanto que Milito foi responsável pela admissão do então desconhecido Djavan na noite carioca, em difícil momento da trajetória do compositor alagoano antes da fama.
Em 1974, o músico teve papel fundamental nas orquestrações do álbum A tábua de esmeraldas, um dos títulos mais aclamados da discografia de Jorge Ben Jor.
Antes, nos anos 1960, Osmar Milito pusera o toque do piano em shows de cantoras como Leny Andrade, Maria Bethânia, Nara Leão (1942 – 1989) e Sylvia Telles (1935 – 1966). No exterior, o pianista trabalhou com Sergio Mendes (1941 – 2024) durante dois anos.
A propósito, Osmar Milito morou e trabalhou um tempo no México. Na volta ao Brasil, no início dos anos 1970, o pianista logo se enturmou e trabalhou com gigantes da MPB como Chico Buarque e Nana Caymmi.
Por falar a língua do jazz com fluência, Osmar Milito foi muito requisitado para tocar com estrelas internacionais como Sarah Vaughan (1924 – 1990) e Tony Bennett (1926 – 2023) nas passagens desses cantores pelo Brasil.
Nos últimos meses, Osmar Milito vinha fazendo série de shows no Blue Note Rio, mostrando ao pequeno público da casa a destreza no toque do piano e transitando pelo jazz e a bossa nova com a técnica que encantou o Brasil e o mundo ao longo de 60 anos de carreira.

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‘Ainda estou aqui’ é selecionado do Brasil para tentar vaga em filme internacional do Oscar 2025

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Lista com pré-selecionados vai ser anunciada em 17 de dezembro. Adaptação de livro de Marcelo Rubens Paiva ganhou prêmio por roteiro no Festival de Veneza e estreia em 7 de novembro. Assista ao trailer de ‘Ainda Estou Aqui’
“Ainda estou aqui” foi o escolhido pelo Brasil para disputar uma vaga no Oscar 2025 na categoria de melhor filme internacional.
O anúncio foi feito pela Academia Brasileira de Cinema, na manhã desta segunda-feira (23). Pouco depois, a produção ganhou data de estreia no país: 7 de novembro.
A Academia de Hollywood, organizadora do Oscar, divulga uma lista de pré-selecionados em 17 de dezembro.
“Estou orgulhosa de presidir essa comissão, que foi unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. ‘Ainda Estou Aqui’ é uma obra-prima, sobre o olhar de uma mulher, Eunice Paiva, e com atuações sublimes das duas Fernandas. Esse é um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que esse filme tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo. Nós, da indústria do audiovisual brasileiro, merecemos isso”, disse Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção.
O filme estava entre os seis filmes finalistas aprovados pela Academia Brasileira de Cinema para concorrem a uma vaga para representar o Brasil no Oscar.
Além dele, concorriam à vaga:
“Cidade Campo”, de Juliana Rojas
“Levante”, de Lillah Halla
“Motel Destino”, de Karim Aïnouz
“Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, de Haroldo Borges
“Sem Coração”, de Nara Normande e Tião
Prêmio em Veneza e elogios
Ganhador do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza, no dia 9, o filme é o reencontro do diretor Walter Salles e a atriz Fernanda Montenegro. Em “Central do Brasil” (1998), a dupla conseguiu a última indicação do país na categoria (quando ainda se chamava melhor filme estrangeiro).
‘Ainda Estou Aqui’, de Walter Salles, concorre ao Leão de Ouro em Veneza.
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“Ainda estou aqui” também recebeu críticas positivas da mídia estrangeira após exibição no Festival de Toronto. Alguns colocam a produção brasileira entre os favoritos para conseguir a indicação a melhor filme internacional.
Fernanda Torres foi elogiada por sua atuação como a protagonista da adaptação do livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, de 2015. No filme, ela interpreta Eunice Paiva, mãe do escritor (Montenegro, mãe da atriz, faz participação como a personagem mais velha).
A obra conta a história de Eunice, que estudou Direito e se reinventou como uma das mais importantes ativistas dos Direitos Humanos no Brasil depois do assassinato de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), pela ditadura militar em 1971.
Antes da estreia oficial, o filme vai ser exibido na Mostra de Cinema de São Paulo, que acontece entre os dias 17 e 30 de outubro.

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