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Quem é a Rato Distópico, performer que virou sensação no relato viral da ‘treta do techno’

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Artista de 21 anos da Zona Leste de SP que incorpora rato desfigurado em festas de música eletrônica virou meme após relato surreal de DJ sobre briga com dona de evento; conheça. “Eu nunca me encaixei em lugar nenhum, era deslocado. Comecei a ouvir techno na rua e me descobri como pessoa, ou não-pessoa. Não dançava, tinha vergonha. Mas aquele lugar que não vão julgar, como julgam em outros. É um espaço de liberdade.”
Daniel, de 21 anos, que se apresenta como Rato Distópico em festas underground de SP e virou sensação após relato de DJ sobre festa surreal nas redes sociais
Instagram do artista / Gian Allegretti
A grande sensação das redes sociais nos últimos dias tem 21 anos e se apresenta como um rato desfigurado em festas de música eletrônica em São Paulo. O sucesso veio por causa de uma impactante frase no relato de uma DJ sobre a briga com a dona de uma balada.
No texto sobre a festa, que circula desde quarta-feira (16), e até ganhou a hashtag #TretaNoTechno, a DJ Nicolli Penteado, a Nikktaze, conta que foi chamada para se apresentar na balada Millenium e, enquanto tocava, a responsável pelo evento passou a criticá-la por não tocar como o que era esperado.
A DJ diz que as artistas contratadas para fazer performances, enquanto ela discotecava, se recusaram a subir no palco. “A rato distópico foi a única quem ficou do meu lado”, diz.
Foi o bastante para fazer a Rato Distópico passar a ser citada milhares de vezes no Twitter, com dúvidas, admiração e curiosidade. Quem é, afinal, a Rato Distópico?
Rato Distópico é Dani Daniel, artista de 21 anos, da Zona Leste de São Paulo, que criou a personagem em 2018, depois de andar com a turma do punk e até do reggae e se embrenhar em pesquisas da cultura cyber. Daniel tem gênero não-binário (não se identifica como homem nem mulher).
“Eu sempre tive a ideia do rato, porque rato é aquela coisa: não vive, sobrevive”, explica. “Estão em lugares que não são deles, mas existem ali. É contaminar e persistir nos espaços. É uma analogia com o meu tipo de corpo e das pessoas próximas, que sobrevivem.”
Rato Distópico no Instagram
Gian Allegretti
As feições de um rato desfigurado por vezes compõem seu visual, mas aparecem também outros itens para o figurino, composto por maquiagens elaboradas, com direito a lentes de contatos coloridas, o que rende o desconforto para quem vê. também faz parte da performance.
“A arte é essa, é causar incomodo, causar sensações nas pessoas para elas refletirem”, diz. Rato ressalta a importância desses espaços para a expressão artística.
“Eu nunca me encaixei em lugar nenhum, era deslocado. Comecei a ouvir techno na rua e me descobri como pessoa, ou não-pessoa. Não dançava, tinha vergonha. Mas vi aquele lugar que não vão julgar, como julgam em outros. É um espaço de liberdade.”
Rato Distópico no Instagram
Eduardo Horie/Gian Allegretti
Na mesma época, organizou com outros artistas o coletivo Metanoia, que hoje conta com mais cinco performers, residentes na festa Blum SP.
Na Millenium, festa que repercutiu esta semana, Rato saiu na defesa da DJ Nikkatze, depois de receber críticas da responsável pelo evento.
“Colocaram ela para tocar às 3 da manhã, e a pesquisa musical dela é mais low (de bpm, batidas por minuto, mais baixo) e não se põe nesse horário alguém que toca mais low”, lembra.
“Começaram a pedir para aumentar o bpm (as frequência das batidas), mas não é esse o trabalho dela. É como se interferissem em uma performance minha e mandarem eu mudar o movimento”, diz.
Rato tem se divertido com a repercussão, incluindo os memes. “Até sabia que podia rolar alguma coisa, mas não tanto assim. Fiquei chocado”, afirma.
“Estou gostando porque é uma forma de mostrar uma cena que existe e não é sobre drogas, é sobre arte.”
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