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Festas e Rodeios

Pong, o jogo que deu origem à indústria de videogames há 5 décadas

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Nolan Bushnell, fundador da Atari, conta como o jogo que simulava uma partida de pingue-pong foi criado — e avalia por que fez tanto sucesso. Pong, o jogo que deu origem à indústria de videogames há 5 décadas
Ina Fassbender/AFP via Getty Images
De uma garagem na Califórnia, saiu em 1972 o jogo que abriria as portas da bilionária indústria dos videogames.
Na época, Nolan Bushnell e Ted Dabney haviam acabado de montar uma empresa de jogos de computador, a qual deram o nome de Atari.
E foi durante o exercício de treinamento de um dos novos engenheiros da companhia que nasceu Pong — basicamente uma simulação simplificada de uma partida de tênis de mesa, o ping-pong.
“Na verdade, (o Pong) foi concebido como um projeto de treinamento para um dos meus engenheiros”, conta Nolan Bushnell, em entrevista à jornalista Louise Hidalgo, do programa de rádio Witness, da BBC.
“Continuamos mexendo com ele e fazendo pequenas melhorias. E uma das melhorias, de repente, tornou o jogo completamente divertido.”
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O jogo em preto e branco, composto basicamente por duas barras verticais (raquetes), uma linha pontilhada (a rede) e um pequeno quadrado (a bolinha), tinha como objetivo usar a raquete para rebater a bola.
Bushnell ficou tão impressionado com o resultado que tentou vender a ideia para um cliente:
“A gente tinha um contrato com a Bally Manufacturing na época para fazer um videogame de corrida de carro. E pensamos: (Pong) é tão divertido, talvez eles aceitem (o Pong, no lugar) para cobrir nosso contrato. E eles disseram: ‘Não, queremos o jogo de carro’.”
Ter a proposta recusada pode ter sido um banho de água fria na hora, mas não deteve o jovem executivo.
Bushnell convenceu um bar, chamado Andy Capp’s, em Sunnyvale, na Califórnia, a instalar o Pong em uma máquina de fliperama — daquelas que funcionam com a inserção de moedas.
Bushnell é considerado hoje um dos fundadores da indústria de videogames
Adolph/Ullstein Bild via Getty Images
E ao abrir o compartimento de moedas da máquina, que estava abarrotado, ele teve a confirmação de que de fato estava diante de algo maior:
“Em um jogo que funciona com moedas, você praticamente pode prever o sucesso dele, 100%, com base em quanto dinheiro as pessoas colocam”, explica.
“O padrão de excelência era que se conseguisse fazer 20 dólares por dia, daria muito dinheiro. E o Pong estava dando como retorno 35 dólares, 40 dólares, às vezes 50 dólares, alguns dias. Estava tão acima do padrão de excelência que sabíamos que era um sucesso.”
Foi então que ele decidiu que a Atari fabricaria e venderia o jogo por conta própria.
“Nós tínhamos este jogo nas mãos e dissemos: ‘Sabe de uma coisa, nós podemos fabricar. E fabricamos 13. Vendemos por dinheiro, e fabricamos 45. Vendemos por dinheiro. E, como dizem, o resto é história.”
Como inicialmente não tinham a infraestrutura necessária, Bushnell lembra que tudo era um tanto caótico.
“Tínhamos muito mais pedidos do que éramos capazes de atender. Não tínhamos fábrica, não tínhamos processo, não tínhamos sistemas implantados, e éramos jovens, muito inexperientes, estávamos inventando à medida que avançávamos.”
A essa altura, ele havia transferido a empresa da garagem para um galpão, outrora uma pista de patinação, que se transformou em uma unidade de produção para fazer frente à demanda por Pong.
Reza a lenda que o jogo se tornou tão popular nos anos 1970 que causou uma escassez de moedas nos EUA.
Dois anos depois da criação do jogo de fliperama, a Atari desenvolveu uma versão do Pong para ser jogada em casa, com um console que podia ser plugado na parte de trás da televisão. Foi o início de uma revolução no mundo dos games.
Em 1975, Pong era um dos presentes de Natal mais procurados. E sua fama já havia atravessado o Atlântico.
Razão para o sucesso
Pong, o jogo que deu origem à indústria de videogames há 5 décadas
Sean Gallup/Getty Images via BBC
“Foi um feliz acidente no espaço e no tempo”, avalia Bushnell.
Ele atribui o sucesso do jogo a alguns fatores, como o fato de permitir que as mulheres disputassem em igualdade de condições com os homens.
“Uma mulher podia derrotar um homem jogando Pong. E isso foi na época da liberação das mulheres. Era tremendamente empoderador para as mulheres.”
“Nos bares, começou a haver toda essa sociologia construída em torno do jogo em que era aceitável uma mulher desafiar um cara sentado no bar para jogar Pong”, afirma.
Além disso, o executivo acredita que havia algo hipnotizante no jogo.
“Uma vez que você jogava, tendo ganhado ou perdido, você praticamente tinha que jogar de novo.”
E, segundo ele, provavelmente era a primeira vez que as pessoas podiam jogar algo tão dominável e inteligível — o que gerava um sentimento de satisfação.
Precursor de Bill Gates e Steve Jobs
Bushnell se lembra de quando caiu a ficha do que havia construído:
“Me lembro de dirigir no estacionamento da nossa instalação, olhei em volta e havia carros estacionados em todos os lugares.”
“De repente, me ocorreu que 100% daqueles carros eram pagos por esta empresa que eu havia começado. Pensei: ‘Caramba, tudo isso está sendo pago pelas moedas que colocam nas máquinas (de fliperama)’. Foi uma espécie de epifania para mim.”
Ele tinha apenas 28 anos nesta época.
“Todos os executivos da empresa tinham na faixa dos 20 e tantos anos. A maioria dos funcionários tinha 20 e poucos anos. E não era comum”, afirma.
“Ao ver isso acontecendo hoje em dia, sinto que meio que abri o caminho para Steve Jobs, Bill Gates, Michael Dell. Todos esses caras vieram depois de mim.”
“Não conhecia nenhum CEO de 20 e poucos anos de uma grande empresa de eletrônicos antes de mim. Foram tempos bem interessantes”, analisa.
Hoje, Bushnell é considerado um dos fundadores da indústria de videogames. Ele foi eleito pela revista Newsweek como um dos “50 Homens que Mudaram a América”.
Ouça aqui a íntegra da entrevista de Nolan Bushnell ao programa Witness (em inglês).

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Vitor Ramil ergue ‘Mantra concreto’, álbum com 13 músicas criadas a partir de versos do poeta Paulo Leminski

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♫ NOTÍCIA
♪ Vitor Ramil segue em trilho poético no 13º álbum do artista gaúcho nascido em Pelotas (RS), cidade renomeada como Satolep na geografia artística da obra do cantor, compositor e músico. Dois anos após transitar por Avenida Angélica (2022) em álbum lançado com músicas compostas a partir de poemas da conterrânea Angélica Freitas, Ramil apresenta em 10 de outubro o álbum Mantra concreto.
Com produção musical orquestrada pelo próprio Vitor Ramil com Alexandre Fonseca e Edu Martins, o álbum Mantra concreto alinha 13 músicas inéditas compostas por Ramil a partir de poemas do escritor, músico e poeta curitibano Paulo Leminski (24 de agosto de 1944 – 7 de junho de 1989).
Gravado por Lauro Maia, mixado por Moogie Canazio e masterizado de André Dias, o álbum Mantra concreto reúne músicas como Amar você e celebra os 80 anos que Leminski teria completado há um mês.
A ideia do disco surgiu em 2021, durante o isolamento social imposto pela pandemia de covid-19. “Justamente por estar isolado em casa, fui contaminado pela poesia de Paulo Leminski. Certo dia, enquanto lia o poema ‘Sujeito Indireto’, passei a mão no violão e minha imunidade baixou. ‘Quem dera eu achasse um jeito de fazer tudo perfeito’ logo virou canção. Nos dias subsequentes, a cena se repetiu com outros poemas. Em três semanas, treze poemas, treze canções”, recorda Vitor Ramil.
A capa do álbum Mantra concreto foi criada pelo designer Felipe Taborda.
Capa do álbum ‘Mantra concreto’, de Vitor Ramil
Arte de Felipe Taborda

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Gusttavo Lima foi ao Rock in Rio neste domingo, antes de mandado de prisão ser expedido; VÍDEO

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A decisão foi tomada em meio às investigações da Operação Integration, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro. Gusttavo Lima foi ao Rock in Rio neste domingo, antes de mandado de prisão ser expedido
O cantor Gusttavo Lima, que teve prisão decretada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) nesta segunda-feira (23), esteve no Rock in Rio na noite do último domingo (22).
Em vídeos compartilhados em suas redes sociais, o sertanejo aparece visitando o “Vipão”, camarote do evento, e acompanhando o show do Akon. Ele também teve um encontro com Roberto Medina, fundador do festival.
Gusttavo ainda mostra uma maquete do The Town, gerando comentários de que poderia ser um dos nomes do festival de São Paulo em 2025. Ao final do passeio, ele comentou: “Foi sensacional”.
Gusttavo Lima conversa com Roberto Medina no Rock in Rio e mostra maquete do The Town
Reprodução/Instagram
Antes de ir à Cidade do Rock, Gusttavo Lima se apresentou no Rodeio de Jaguariúna na madrugada de domingo (22) e fez dueto “surpresa” com Zezé di Camargo.
Mandado de prisão
Gusttavo Lima foi ao Rock in Rio no domingo (22)
Reprodução/Instagram
A decisão foi tomada em meio às investigações da Operação Integration, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro pelo qual também foi presa a influenciadora digital Deolane Bezerra.
O mandado de prisão preventiva foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. A decisão foi publicada depois que o Ministério Público devolveu o inquérito à Polícia Civil, pedindo a realização de novas diligências e recomendando a substituição das prisões preventivas por outras medidas cautelares.
Akon no Rock in Rio
Além de Gusttavo Lima, uma multidão se espremeu para assistir ao show de Akon no Palco Mundo, no Rock in Rio deste domingo (22). O músico reviveu clássicos do R&B e homenageou o Brasil ao incluir batidas de samba, funk, seresta e no setlist.
Entre as diversas gafes que marcaram o show do cantor, estava a falha no uso de uma bolha inflável. O cantor entrou em uma e se preparou para passar sobre o público. Mas ao descer a escada do palco, a bolha começou a murchar e Akon não conseguiu atingir seu objetivo, ficando constrangido. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido (veja no vídeo abaixo).
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Sertanejo no Rock in Rio
Chitãozinho, Xororó e Ana Castela falam sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio
O Rock in Rio 2024 ficará marcado na história do festival como a edição em que o sertanejo subiu ao palco pela primeira vez. Foram necessários 40 anos para o maior festival de música do Brasil se render ao gênero musical mais ouvido do país — enfrentando o grande tabu de uma ala roqueira mais conservadora.
Astros da música sertaneja foram incluídos no Dia Brasil, no último sábado (21), com programação exclusivamente brasileira. Num bloco de apresentações dedicada ao estilo, subiram ao palco Ana Castela, Simone Mendes e Chitãozinho e Xororó.
Uma das atrações esperadas para o dia, o sertanejo Luan Santana cancelou sua participação por causa do atraso de mais de uma hora nos shows do festival.
Gusttavo Lima foi ao Rock in Rio no domingo (22)
Reprodução/Instagram

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Após 400 shows usando bolhas sobre público, Sorocaba dá dicas para Akon depois de cantor não conseguir usar artifício no Rock in Rio

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‘Pelo tamanho do Akon, que é um sujeito grande, eu achei que a bolha era muito pequena. Teria que ter um diâmetro quase que dobrado’, analisa o sertanejo em entrevista ao g1. Akon em seu show no Rock in Rio, segundos antes de a bolha inflável murchar, e Sorocaba durante show em 2013
Reprodução/Instagram
Entre as diversas gafes que marcaram o show do Akon na noite de encerramento do Rock in Rio, neste domingo (22), estava a falha no uso de uma bolha inflável. O cantor entrou em uma e se preparou para passar sobre o público. Mas ao descer a escada do palco, a bolha começou a murchar e Akon não conseguiu atingir seu objetivo, ficando constrangido. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido.
O artifício é usado pela dupla Fernando e Sorocaba há mais de dez anos. Os artistas sertanejos já passaram sobre o público usando a bolha em ao menos 400 shows, segundo Sorocaba. E, ainda de acordo com o cantor, ele só passou por incidente semelhante ao do Akon uma vez.
“A gente teve um contratempo uma vez na vida, porque tem uma alcinha do zíper que sempre tem que ser travada pra ninguém puxar. Eu tava me deslocando num show lá atrás e, no meio do caminho, um sujeito abriu”, afirmou o cantor em entrevista ao g1.
“Não aconteceu nada demais, simplesmente a bolha murchou e eu acabei caindo no meio do público. As pessoas ficaram ouriçadas, aquela história toda, mas ninguém se machucou. Não considero um acidente.”
Sorocaba afirmou que assistiu ao incidente com Akon. E acredita que a falha tenha acontecido por causa do zíper, que é bastante frágil.
“Quando você desce uma escada e dá o azar de pisar exatamente onde vai o zíper, a chance de abrir a bolha é grande. É o que deve ter acontecido ali com o Akon.”
O cantor também aponta que a bolha usada pelo artista senegalês era pequena demais.
“Eu achei que a bolha dele, pelo tamanho do Akon, que é um sujeito grande, era muito pequena. Ela teria que ter um diâmetro quase que dobrado dessa daí.”
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Sorocaba ainda afirmou que, se pudesse dar um conselho para o artista, diria para ele inflar a bolha já na altura do público, evitando, assim, passar por obstáculos, como a escada.
“Pode ser feito uma base que suba uma cortina, da forma como a gente faz. Esconde, as pessoas ficam curiosas para saber o que está acontecendo lá dentro, e na hora que abre essa cortina, ele já vai estar inflado na bolha. Eu acho que surpreenderia muito mais.”
Ainda assim, Sorocaba elogiou a tentativa de Akon de colocar o artifício no show.
“Eu acho uma operação incrível, um efeito especial no show incrível. É algo que realmente gera uma interatividade única do fã com o artista. É meio que quase tocar o artista.”
“É algo muito legal para se fazer num show, uma grande sacada.”
Leia crítica: Akon mistura R&B com funk e samba em show com gafes e propósito confuso no Rock in Rio
Akon se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Funcionamento da bolha
Sorocaba, que faz uso da bolha inflável em seus shows desde 2013, explicou que ela é feita de um material plástico bastante resistente.
“O artista entra, a gente enche de ar, e a ideia é dividir o peso da pessoa que está dentro da bolha na mão de dezenas de pessoas que estão embaixo.”
O cantor explicou que é preciso usá-la quando o show está com bastante público. Era o caso de Akon no Rock in Rio.
“Imagina dezenas de mãos levantadas. Aquilo vira praticamente uma no chão e você vai se deslocando sobre a galera.”
Por segurança, Sorocaba costuma colocar seguranças à paisana pelo caminho que vai percorrer entre o público.
Eles ficam ali para indicar se tem alguma pessoa debilitada no caminho ou até para socorrer o artista em caso de qualquer acidente.
Fernando e Sorocaba evento “Isso é Churrasco On Fire”
Divulgação
Bolhas para artistas e público
Em 2021, durante a pandemia, quando os shows tiveram uma pausa, a banda de rock americana Flaming Lips colocou, não somente os músicos, mas também o público dentro de bolhas infláveis para que pudessem manter o distanciamento social contra o risco do coronavírus.
O grupo realizou dois shows e contou com 100 balões, cada um com capacidade para até três pessoas. As apresentações aconteceram no Estado de Oklahoma, nos Estados Unidos.
A engenhosa ideia partiu do líder da banda, Wayne Coyne, que já usava bolhas antes da pandemia para “rolar” dentro da cápsula pelo público em muitos de seus shows, assim como faz Sorocaba – e Akon tentou fazer.
Apresentação do Flaming Lips teve bolhas para o público e para os músicos
Flaming Lips/Divulgação via BBC

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