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Irmã de Paulinha Abelha fala sobre última conversa com a artista; ‘Estamos unidas pelo sangue e pelo coração’

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A vocalista da banda Calcinha Preta morreu na noite desta quarta. O corpo está sendo velado em cerimônia aberta ao público desde às 7h da manhã desta quinta-feira (24), em Aracaju. Carla Abelha, irmã da cantora Paulinha Abelha
Rogério Amaral
Familiares de Paulinha Abelha, da banda Calcinha Preta, que morreu por comprometimento multissistêmico após 12 dias internada em Aracaju, estão no município de Simão Dias, aguardando a chegada do corpo à cidade natal da cantora, que deve ocorrer na manhã desta sexta-feira (25). Nesta quinta, a despedida ocorre no Ginásio Constâncio Vieira, em Aracaju, distante 105 quilômetros.
Em entrevista ao g1, Carla Abelha, irmã de Paulinha lembrou da última conversa que teve com ela.
“Foi no domingo, dia 13. Eu estava com ela no hospital e ela me disse ‘estamos unidas pelo sangue e pelo coração’. Depois ela foi intubada e eu não a vi mais. Deus a chamou”, lamentou Carla Abelha.
Foto na parede na casa da mãe de Paulinha em Simão Dias (SE)
Rogério Amaral
Casa de azulejos cinza, número 64. Lugar onde Paulinha morou em Simão Dias (SE)
Rogério Amaral
Ela ainda lembrou do começo da carreira da irmã, quando as duas dividiam os palcos e trios elétricos no município de Simão Dias.
“A gente cantava na banda Furacão. Eu parei, segui outros caminhos e ela continuou cantando. Sempre que eu podia a acompanhava nos shows da Calcinha Preta. Minha irmã era um misto de alegria, sorriso e felicidade. Tenho muito orgulho da cantora que ela foi, mas sempre lembrarei dela como minha irmã, a minha Paulinha”, disse emocionada.
Despedidas
O corpo saiu do Hospital Primavera e seguiu para um velatório no Centro da capital, por volta das 23h, para familiares e amigos mais próximos. Às 6h da manhã, seguiu em cortejo pelas ruas da cidade até o ginásio em Aracaju, e poderá ser visitado até a noite.
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FOTOS das despedidas à artista
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Gilton Rosas
Na sexta (25), o corpo de Paulinha segue para o Ginásio de Esportes José Maria, em Simão Dias, onde também será aberto ao público. De acordo com a assessoria de imprensa da banda, o sepultamento ocorrerá às 15h, apenas para familiares.
A prefeitura de Simão Dias decretou luto oficial de três dias pela morte da cantora.
A vocalista da banda Calcinha Preta estava internada há quase duas semanas em unidades de terapia intensiva (UTI), para tratamento renal. A cantora morreu às 19h26 em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico, segundo nota divulgada pela assessoria de comunicação do Hospital Primavera (veja mais abaixo).
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Paulinha Abelha foi internada no Hospital Unimed, após sentir dores, logo depois de ter chegado a Aracaju depois de uma turnê com a banda, em São Paulo. Dias depois, o caso evoluiu para um coma profundo.
Fãs se reúnem na porta do Hospital Primavera, em Aracaju, após notícia da morte de Paulinha Abelha
Larissa Gomes
No dia 17, ela foi transferida para o Primavera, sob os cuidados de equipes médicas de terapia intensiva, neurologia e infectologia (leia abaixo mais detalhes sobre a internação).
Nas últimas 24 horas, segundo nota divulgada pelo hospital, Paulinha teve agravamento de lesões neurológicas. A morte encefálica da cantora foi confirmada após exames clínicos específicos. Paulinha era casada com o modelo Clebinho Santos e não tinha filhos.
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Os amigos se mobilizaram em uma campanha de doação de sangue para a artista, que passava por hemodiálise.
Correntes de orações foram realizadas durante dias por fãs em frente aos hospitais em que ela ficou internada, mas Paulinha não resistiu.
Questionada sobre possíveis sequelas, a equipe médica que a acompanhava disse em entrevista coletiva na terça-feira (22) que o maior desafio era “mantê-la viva”.
Quem foi Paulinha Abelha
Natural do município de Simão Dias, no interior de Sergipe, Paula de Menezes Nascimento Leça Viana, trabalhou com pai comercializando em feiras livres. Começou a carreira como cantora profissional na banda Panela de Barro, onde fez dupla com o cantor Daniel Diau.
Quem é Paulinha Abelha, vocalista da Calcinha Preta
Os dois voltaram a cantar juntos na Calcinha Preta, que também é composta, atualmente, por Silvânia Aquino e Bell Oliver. A história na banda tem idas e vindas, mas começou no final dos anos 90, quando o empresário Gilton Andrade a descobriu. Ao todo, ela gravou 21 CDs e três DVDs.
Paulinha Abelha foi voz importante do forró eletrônico e ajudou a renovar o ritmo no Calcinha Preta
A cantora foi homenageada na música que leva o seu nome, “Paulinha”. Deixou a banda em 2009 para integrar a G.D.Ó. do Forró com Marlus Viana, com quem foi casada. Em 2014, retornou para a Calcinha Preta. Em 2016, Paulinha deixou a banda para formar dupla com a Silvânia Aquino, retornando ao grupo em 2018.
Paulinha Abelha se apresenta com a Banda Calcinha Preta
Entre os maiores sucessos interpretados por Paulinha estão as músicas: ‘Você Não Vale Nada”, ”Furunfa”, “Baby dool”, “Louca por ti”, “Sonho Lindo”, “Armadilha”, “Paulinha” e “Ainda te amo”.
A Calcinha Preta gravou um DVD de 25 anos em fevereiro de 2020 e retornava à rotina de shows após meses sem apresentações por conta da pandemia.
Até a internação de Paulinha, o último compromisso do grupo foi a gravação do podcast Podpah, em São Paulo, no dia 8 de fevereiro.
Veja a cronologia da internação:
11 de fevereiro – A cantora Paulinha Abelha foi hospitalizada em Aracaju depois de chegar de uma turnê com a banda Calcinha Preta em São Paulo. A internação foi para tratar de problemas renais, mas a causa não foi divulgada;
14 de fevereiro – O quadro da cantora se agravou e ela foi transferida para a UTI. A partir daí, passou a fazer diálise;
17 de fevereiro – O boletim médico desse dia informou que Paulinha estava em coma e, por causa da instabilidade neurológica, não tinha condições clínicas suficientes para a transferência. No fim da noite a situação mudou e ela foi transferida para o Hospital Primavera, na Zona Sul de Aracaju, para fazer novos exames renais;
18 de fevereiro – O boletim médico informou que a artista permanecia em coma, clinicamente estável, com quadro de infecção controlado e respirando com o suporte de aparelho. A assessoria da cantora disse ainda que estava descartada a possibilidade de morte cerebral, e que naquela tarde ela passaria por mais uma sessão de hemodiálise. Segundo a assessoria, Paulinha estava sendo submetida a um novo tratamento, que só deveria apresentar resposta em 72 horas. Com relação à transferência para hospital de outro estado, a assessoria informou que não havia previsão de quando poderia acontecer;
19 de fevereiro – No fim da manhã do sábado, novo boletim informava que após a investigação com exames complementares, foi afastada a possibilidade da cantora estar com “doenças infecciosas de interesse epidemiológico para a comunidade”. O documento não trouxe mais detalhes sobre quais doenças seriam essas. À noite, os médicos informaram que ela estava intubada e em coma persistente;
20 de fevereiro – Segundo o boletim médico do domingo, a cantora apresentou quadro neurológico grave e permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela também continuava em coma e intubada;
21 de fevereiro – na segunda-feira, a artista seguia com quadro neurológico grave, sem sinais de instabilidade hemodinâmica, respirando com a ajuda de aparelhos e necessitando de diálise.
22 de fevereiro- Na terça, de acordo com o boletim, ela permanecia com o quadro neurológico grave inalterado, sem necessidade de medicamentos para ajuste da pressão, respirando com a ajuda de aparelhos e necessitando de hemodiálise para ajuste da função renal. No final da tarde, os médicos que acompanhavam a cantora concederam entrevista coletiva e definiram o estado de coma dela com o nível 3 na Escala de Glasglow, que se caracteriza como o mais profundo.
23 de fevereiro- O último boletim divulgado pelo hospital, no começo da tarde de quarta-feira informou que a cantora permanecia em coma com quadro neurológico grave inalterado, respirando com a ajuda de aparelhos, fazendo hemodiálise e em monitoramento contínuo das disfunções neurológica, renal e hepática. À noite, o hospital emitiu a nota de falecimento.

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