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Estrelas russas da música clássica são pressionadas a se afastar de Putin

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Maestro Valery Gergiev, próximo a Putin, foi demitido da Filarmônica de Munique na terça (1º). Orquestras e festivais se posicionam contra guerra na Ucrânia. Cantora soprano de ópera russa Anna Netrebko se apresenta na França, em fevereiro de 2020
Christoph De Barry/AFP
Aumenta a pressão sobre os artistas russos, após a invasão da Ucrânia, para que se distanciem do presidente Vladimir Putin, sob pena de serem declarados persona non grata nos palcos ocidentais.
O mundo da música clássica foi novamente abalado nesta terça-feira (1º) pela decisão da direção da Filarmônica de Munique, na Alemanha, de demitir o maestro Valery Gergiev, próximo ao Kremlin, enquanto a soprano Anna Netrebko, em posição delicada, decidiu suspender seus concertos.
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Na sexta-feira, o presidente da capital da Baviera, Dieter Reiter, deu a Gergiev até segunda-feira para “se distanciar de modo claro e categórico” da invasão russa à Ucrânia.
Porém, o diretor de 68 anos, um dos mais requisitados do mundo, permaneceu em silêncio enquanto os ultimatos contra ele se intensificavam.
Além de dirigir a Filarmônica de Munique, desde 2015 ele conciliava seu cargo, entre outros, com o de diretor-geral do prestigiado Teatro Mariinsky, em São Petersburgo, cidade natal do presidente russo.
Sua proximidade com Putin, com quem se encontra desde 1992, e sua lealdade ao líder suscitaram várias controvérsias na última década, em especial por sua participação em concertos na Ossétia do Sul, que foi bombardeada, e em 2016 em Palmira, Síria, junto com as tropas do exército do regime de Bashar al Assad.
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Na segunda-feira (28), a Filarmônica de Paris e o prestigiado Festival de Lucerna, na Suíça, anunciaram o cancelamento de vários dos seus espetáculos já agendados, em “solidariedade” ao povo ucraniano.
O Festival de Verbier, também suíço, e o escocês Festival de Edimburgo, maior evento de concertos ao vivo do mundo, exigiram e aceitaram a renúncia do maestro como diretor de suas orquestras.
Na sexta-feira, o Carnegie Hall, de Nova York, já havia deixado o diretor russo de fora de uma série de apresentações. No domingo, seu agente artístico, o alemão Marcus Felsner, decidiu deixar de representá-lo.
Outros artistas russos também ficaram em uma posição embaraçosa.
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Serviço de Emergência da Ucrânia/AFP
A Ópera do Estado Bávaro anunciou nesta terça-feira (1º) que, além de cancelar seus compromissos com Gergiev, também cancelou os da soprano russa Anna Netrebko, que iria se apresentar em julho.
O embaixador ucraniano na Alemanha, Andrij Melnyk, havia pedido anteriormente no Twitter que os espectadores alemães boicotassem sua apresentação na quarta-feira na Filarmônica do Elba, em Hamburgo.
Por fim, o concerto foi adiado para setembro de 2022. E nesta quarta-feira, o organizador River Concerts publicou um comunicado da artista de 50 anos em que anunciou que renuncia aos “concertos até segunda ordem”.
Netrebko é criticada por não ter se distanciado de Putin, embora tenha se declarado “contrária a esta guerra” na Ucrânia em sua conta no Instagram.
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