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Luiz Oscar Niemeyer inventaria glórias em livro sobre trajetória como realizador de grandes shows

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Narrativa de ‘Memórias do rock’ também lembra atuação do empresário como presidente da gravadora que lançou Ana Carolina e Só pra Contrariar. Capa do livro ‘Memórias do rock’, de Luiz Oscar Niemeyer
Divulgação
Resenha de livro
Título: Memórias do rock
Autor: Luiz Oscar Niemeyer
Edição: Francisco Alves
Cotação: * * *
♪ Lançamento agendado para as 19h desta quarta-feira, 9 de março, na Livraria da Travessa, em Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro (RJ)
♪ O livro Memórias do rock é, em suma, o inventário de glórias do empresário carioca Luiz Oscar Niemeyer na trajetória como realizador de grandes shows apresentados no Brasil por estrelas internacionais do porte da banda britânica Rolling Stones, do grupo irlandês U2 e dos cantores ingleses Elton John e Paul McCartney, beatle que se tornou figura repetida na agenda nacional pelos contatos e habilidades de Niemeyer.
Sempre no limite da diplomacia (exceto quando discorre com dureza sobre a postura do Ecad na arrecadação de direitos autorais de grandes espetáculos) e da própria conveniência, Niemeyer descortina bastidores de shows e, de quebra, lembra o período de 1993 a 2004 em que foi presidente da gravadora BMG, contratando artistas como Arnaldo Antunes, lançando Ana Carolina e investindo no pagode do grupo Só pra Contrariar.
Com narrativa estruturada na primeira pessoa por Antonio Carlos Miguel, jornalista que efetivamente escreveu o livro como se fosse Niemeyer, com base no material colhido com o empresário, as memórias do rock resultam fluentes porque a história de vida do autobiografado rende de fato um livro.
Garoto que amou tanto os Beatles como os Rolling Stones, após ter se tornado fã da cantora Nara Leão (1942 – 1989) e de ter se encantado com Wilson Simonal (1938 – 2000), Niemeyer entrou para o showbiz por baixo, carregando caixas em 1980 na produção do show de Frank Sinatra (1915 – 1998) no Brasil, empreendimento orquestrado por Roberto Medina.
Quatro anos depois, em 1984, Niemeyer já ajudava Medina nas articulações para a viabilização do Rock in Rio, festival que dividiu águas no mercado nacional de shows internacionais em janeiro de 1985.
Bem nascido, filho do cirurgião Paulo Niemeyer (1914 – 2004), Luiz Oscar jamais esconde no livro que também ascendeu por ter ótimos contatos, acionados em momentos decisivos. Mas o que fica exposto com mais relevo nas Memórias do rock é a paixão pela música que move esse empresário que, baterista na adolescência, se tornou reconhecido no meio internacional pelo profissionalismo.
Ao longo das memórias, Niemeyer historia também tensões, prejuízos e fracassos – como a primeira tentativa de trazer Elton John ao Brasil em 1992 (frustrada pelo fato de o cantor ter cancelado os shows no país dias antes da realização) e a breve associação com a empresa Time for Fun em 2016 – sem deixar a narrativa perder o tom triunfante.
Com texto objetivo, escrito sem a preocupação de mostrar estilo ou erudição, o livro também historia o sucesso do projeto A luz do solo em 1985 – fundamental para ampliar o público do cantor Geraldo Azevedo na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e para consolidar o nome de Luiz Oscar após o Rock in Rio – e a criação do festival Hollywood Rock em 1988, além do investimento financeiro (jamais recuperado) feito no início dos 1990 na construção da casa carioca de shows Imperator, alternativa para o Canecão, até então o palco mais requisitado da cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Desistências repentinas de patrocinadores, disputas políticas que dificultam a realização dos shows e as já lendárias exigências e/ou egotrips de alguns artistas são enredos recorrentes nas memórias de Luiz Oscar Niemeyer que fazem a narrativa prender o leitor enquanto o empresário contabiliza glórias em trajetória de fato digna de aplausos.

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