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Festas e Rodeios

‘A gente é piranha, mas tem nossa autonomia’: Hyperanhas representam rap feminino do Brasil no Lolla

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Conheça as únicas brasileiras rappers nesta edição do festival. Elas cantam sem censura sobre diversão e sexo, misturam trap e funk e dizem que festivais devem valorizar estilos ‘da quebrada’ Nath Fisher (esquerda) e Andressinha, do duo Hyperanhas
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Nath Fisher, 26 anos, e Andressinha, 22, estão acostumadas a entrarem em estúdios e palcos de rap rodeadas só de homens. No Lollapalooza 2022 não é diferente: as MCs do duo Hyperanhas são as únicas rappers brasileiras (há cantoras como Gloria Groove e Jup do Bairro, que passam pelo rap, mas são menos presas ao estilo).
As Hyperanhas participam do show de funk e rap comanadado pelo DJ WC no Beat (ao lado de vários outros homens, claro). As duas não se abalam. Pelo contrário: estão empolgadas por serem exemplos para outras meninas “criarem música, falarem o que pensam e fazerem o que querem”.
Foi com esse espírito que as duas se juntaram há três anos em meio a festas e batalhas de rima de São Paulo. A história é parecida: ambas foram morar na cidade no final da adolescência, vindas do interior do Estado – Nath de Araras, Andressa de São Carlos.
Veja a programação completa e horários do Lollapalooza 2022
Hyperanhas
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“Quando conheci a cultura do hip hop, do skate, da pichação, fiquei apaixonada pelo centro da cidade. Comecei a ir a muitos eventos. Já estava englobadaali, mas ainda não cantava, só escrevia rimas”, conta Nath, a amiga mais velha.
Quando Andressinha chegou à cidade, Nath foi seu norte: “Eu fui num cego, sem saber o que ia fazer da minha vida, o que seria dali para frente. Mas acabou que Deus colocou a Nati no meu caminho assim que eu cheguei a São Paulo.”
O início da dupla foi “natural”: “Nossas primeiras músicas a gente escreveu do nada. A gente estava em casa, colocamos um beat da internet e começamos a escrever sobre as nossas vivências. Assim fizemos ‘Gelo No Copo’ e ‘Baby o Que Cê Quer de Mim?'”, conta Nath.
Hyperanhas
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O nome da dupla já estava pronto. “A gente se conheceu numa casa em que eu morava com outra amiga, que já tinha esse nome de ‘Hyperanhas House’.”
“A gente deu esse nome de ‘brisa’, de falar que somos mulheres empoderadas, que a gente é piranha, mas a gente tem o nosso próprio ‘hype’, o nosso próprio dinheiro e a nossa própria autonomia. E se ser piranha é ser isso, tá tudo bem, nós somos piranhas mesmo”, diz Nath.
“Como a gente escreveu nossas músicas lá (na casa) e nos conhecemos lá, quando a gente foi colocar o nome, falou: nada mais justo do que Hyperanhas”, conclui a MC.
Hyperanhas
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“Gelo no copo” saiu em 2019 e foi um sucesso instantâneo – até hoje o maior delas, com 28 milhões de views no YouTube. Era uma época no Brasil que crescia a cena de trap, o estilo de batidas arrastadas e versos hedonistas que saiu do sul do EUA e virou o subgênero mais pop do rap.
Os ídolos do trap descrevem de um jeito meio anestesiado um mundo de festas, sexo, drogas e ostentação. Se a maioria masculina de MCs pode, as Hyperanhas não se reprimem. “Você vagabundo, eu semi-dama / Gelo no copo / Brisa na mente / Brilho nos dentes”, elas cantam em “Gelo no copo”
Elas também mergulharam de cara numa particularidade do trap brasileiro: a mistura frequente com o funk. “Na estética eles falam da ostentação da superação… Eles caminham muito lado a lado. Se você atingir um público do funk consegue atingir o do trap”, ensina Andressinha.
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Elas trombaram com machismo, mas dizem que “de um tempo para cá isso vem mudando e as mulheres estão se impondo e conseguindo entender o seu valor”. De todo jeito, o caminho ainda é longo para um trap igualitário. Andressinha, mordaz, tem uma explicação pra esse problema
“Tem vários homens que só se dizem hétero na hora de se relacionar com mulheres, porque fora disso, as únicas pessoas que eles admiram são outros homens.”
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A barreira não é só de gênero. As Hyperanhas representam uma música criada e consumida na periferia urbana, muito popular e influente no pop brasileiro, mas pouco presente em grandes festivais. Elas esperam que essa edição do Lolla ajude a abrir estas portas em outros eventos.
“Acho que é um certo tipo de preconceito…”, diz Andressinha. “… com cultura da periferia”, completa Nath, como se elas estivessem compondo em tempo real.
“Exatamente,” continua Andressinha. “Vem muito da galera talvez não não querer esse público num festival grande. Eu acho isso, para ser sincera, extremamente ‘zoado’. Porque os sons que estouram de verdade têm muita força das periferias, da galera ‘da quebrada’.”
“Se estiver tocando na favela, o Brasil inteiro vai ouvir, os playboys vão ouvir. Acho que falta nos festivais essa cultura, até como forma de gratidão.”
VÍDEOS: O QUE ESPERAR DE TODOS OS SHOWS DO LOLLA

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Adriana Calcanhotto revive Partimpim 12 anos após álbum que surtiu efeito menor no mercado e nem gerou show

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♫ ANÁLISE
♩ Adriana Partimpim está de volta quatro anos após live feita em março de 2020 – no início do isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 – e doze anos após o último álbum, Tlês (2012).
A personagem – criada por Adriana Calcanhotto para trabalhos voltados para as crianças – retorna ao mercado fonográfico com o quarto álbum de estúdio. O próximo disco de Partimpim tem lançamento previsto para a primeira quinzena de outubro, a tempo de celebrar o Dia das crianças.
Para promover a ressurreição do heterônimo de Calcanhotto no mercado, foi criado até um perfil de Adriana Partimpim nas redes sociais, há uma semana.
Essa volta de Partimpim com o álbum O quarto é notícia que deve ser celebrada, pois todos os anteriores álbuns de estúdio da personagem – Adriana Partimpim (2004), Dois (2009) e o já mencionado Tlês (2012) – foram trabalhos que trataram o público infantil com inteligência.
Mas resta saber se essa volta, estrategicamente idealizada para celebrar os 20 anos do primeiro álbum, conseguirá bisar o sucesso desse disco inicial, que legou dois hits, Fico assim sem você (Cacá Morais e Abdullah, 2002) – recriação sagaz da música que havia sido lançada dois anos antes pela dupla Claudinho & Buchecha – e Oito anos (Paula Toller e Dunga, 1998), regravação da canção do primeiro álbum solo de Paula Toller.
Os álbuns posteriores, Dois e Tlês, foram feitos com o mesmo apuro, mas surtiram efeito menor, em especial Tlês. Tlês sequer gerou show e, consequentemente, tampouco originou registro audiovisual de show, como os dois discos que o antecederam.
Sim, a discografia de Adriana Partimpim também inclui os DVDs Adriana Partimpim – O show (2005) e Partimpim – Dois é show (2010).
Seja como for, o fato é que a personagem deixou saudade, inclusive (talvez até sobretudo) entre os admiradores de Adriana Calcanhotto. Que venha, pois, O quarto para matar essa saudade!

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Vocalista do Journey dá a entender que segue na banda e agradece apoio: ‘Foi uma jornada espiritual’

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Arnel Pineda declarou no Instagram que deixaria grupo caso 1 milhão de comentários pedissem saída, mas reação geral foi positiva. Performance no Rock in Rio foi criticada. Veteranos do Journey cantam ‘Don’t Stop Believin’ no Palco Mundo
Arnel Pineda, vocalista do Journey, pediu desculpas de novo, agradeceu o apoio de fãs e deu a entender que vai permanecer no grupo, após sugerir que estaria disposto a sair da banda.
“Primeiramente, gostaria de pedir desculpas aos fãs do Journey. A banda não é perfeita, mas eu estava passando por situações ruins”, ele comentou, sem dar detalhes. No final, ele agradeu em português: “Muito obrigado, Brasil.”
“Os comentários positivos foram a maioria no meu post e agradeço a todos vocês. Eu não fiz isso por egoísmo, para alimentar meu ego. Isso foi uma jornada espiritual para mim, para que eu entendesse qual era o sentimento sobre isso [continuar na banda, após receber críticas], se era ruim ou bom.”
“Pessoas se escondem atrás de telas para falar palavras de ódio e discriminação racial contra mim. Isso tem acontecido desde 2007… Mas desta vez pessoas boas me resgataram. Meu post atraiu uma generosidade sincera de muitas pessoas.”
Show no Rock in Rio
Journey se apresenta no Palco Mundo do Rock in Rio
Stephanie Rodrigues/g1
No último domingo (22), ele fez uma publicação no Instagram dizendo que estava “ciente” de falhas na criticada apresentação no Rock in Rio. Segundo o cantor, se “um milhão” de comentários pedissem, ele deixaria a banda.
Um seguidor de Arnel respondeu o post, pedindo que o vocalista seguisse na banda, mas o acusou de querer engajamento. “Vamos ser honestos, você sabia bem que isto nunca chegaria a 1 milhão de comentários, muito menos 1 milhão de comentários pedindo para sair da banda”, escreveu. “Seu ‘desafio’ parece mais projetado para gerar engajamento do que para obter ‘feedback’ real”.
Arnel Pineda do Journey pega bandeira do Brasil com símbolo do Cruzeiro
Segundo o cantor, a ideia do post era desafiar “agressores e haters”. “Se você não aceita meu desafio, peço respeitosamente que pare de me seguir e deixe minha página em paz… porque não preciso da sua negatividade na minha vida”, respondeu Pineda.”Você não está no meu lugar… eu fui criticado e atacado pelos últimos 17 anos. Então você não sabe como é isso”.
Por fim, o músico comentou que não estava pedindo “feedback” sobre a apresentação, porque “sabe exatamente o que aconteceu com o som” da banda durante o show.
“Por favor, tente ser um pouco mais compreensivo… nós dois somos humanos, mas, no entanto, ainda somos diferentes em muitos aspectos”, completou.

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Gusttavo Lima ou Nivaldo? Cantor mudou nome de batismo no início da carreira; veja mais artistas que fizeram a mudança

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Chitãozinho e Xororó, por exemplo, são José e Durval. E Zezé di Camargo e Luciano são Mirosmar e Welson. Saiba outros cantores que alteraram o nome para a carreira artística. Gusttavo Lima no Jaguariúna Rodeo Festival
Antonio Trivelin/g1
Desde que a justiça decretou a prisão de Gusttavo Lima, internautas foram às redes sociais para comentar, não apenas com a decisão judicial, mas também a surpresa por descobrirem que o cantor não se chama Gusttavo. E, sim, Nivaldo Batista Lima.
Nivaldo alterou seu nome de batismo para Gusttavo em 2006, quando formou uma dupla com um amigo chamado Alessandro.
“Quando começamos a banda, disseram que não combinava Nivaldo e Alessandro. Aí pensamos em Fernando e Alessandro e, finalmente, em Gustavo e Alessandro. Aí ficou”, contou o sertanejo em uma entrevista ao g1. A dupla foi desfeita pouco depois. Mas o cantor seguiu adotando o Gustavo para a carreira artística.
O segundo “T” foi incluso por questões comerciais e registros musicais, já que já existia um cantor argentino de mesmo nome.
O nome Nivaldo não foi alterado em sua identidade ou em outros documentos e, de acordo com o artista, a família dele, principalmente o pai e a irmã, o chamam pelo nome de registro.
Prática comum no cenário sertanejo
A prática de alterar o nome de batismo para um mais comercial é bastante comum no mercado sertanejo. Chitãozinho e Xororó, por exemplo, são José e Durval. E Zezé di Camargo e Luciano são Mirosmar e Welson.
Zezé, inclusive, já disse ao g1, que “nunca gostou” de seu nome de batismo: Mirosmar José de Camargo.
“Nunca gostei do meu nome, Mirosmar ninguém merece, é um xingamento”, disse de forma descontraída em uma entrevista.
Veja lista com sertanejos que mudaram seus nomes para a carreira artística:
Gusttavo Lima – Nivaldo Batista
Chitãozinho e Xororó – José Lima Sobrinho e Durval de Lima
Henrique & Juliano – Ricelly Henrique Tavares Reis e Edson Alves dos Reis Junior
Bruno e Marrone – Vinicius Félix de Miranda e José Roberto Ferreira
Zezé di Camargo e Luciano – Mirosmar José de Camargo e Welson David de Camargo
Leonardo – Emival Eterno da Costa
Rio Negro e Solimões – José Divino e Luiz Felizardo
Rick e Renner – Geraldo Antônio de Carvalho e Ivair dos Reis Gonçalves
Milionário e José Rico – Romeu Januário de Matos e José Alves dos Santos
Rosa e Rosinha – José Renato Castro e Daniel Cardamone Sanchez
Eduardo Costa – Edson da Costa
Marcos & Belutti – Leonardo Prado de Souza e Bruno Belucci Pereira
Matheus e Kauan – Matheus Aleixo Pinto Rosa e Osvaldo Pinto Rosa Filho
Zé Neto e Cristiano – José Toscano e Irineu Vaccari
Defesa de Gusttavo Lima diz que inocência do cantor será demonstrada

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