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No dia da estreia do remake de ‘Pantanal’, veja as curiosidades sobre a maior planície alagável do mundo

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O bioma está presente em dois estados do Centro-Oeste brasileiro, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de ter espaço no Paraguai e Bolívia. Pantanal é a maior planície alagável do planeta.
Luiz Mendes/Arquivo Pessoal
A natureza pulsa, a vida é vista em cada gota – seja de suor ou das chuvas -, a fauna e flora em sua exuberância e os ciclos de extremos. Seja no rugido de uma onça, o sibiliar das cobras, o canto inconfundível de um mutum ou o berrante de um peão em frente da comitiva, a vida no Pantanal é uma verdadeira simbiose, feita de encontros e desencontros, fins e nascimentos. Tudo será mostrado no remake de “Pantanal”, que estreia nesta segunda-feira (28).
Veja nesta reportagem algumas curiosidades da vida na maior planície alagável do mundo e Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco.
Maior planície alagável do mundo, com mais de 220 mil km², o que equivale à soma das áreas de quatro países europeus – Bélgica, Suíça, Portugal e Holanda;
Menor bioma brasileiro;
Abriga mais de 5 mil espécies, seja na fauna ou flora;
Está presente no Brasil, Paraguai e Bolívia;
No território brasileiro, o bioma pode ser visto em 22 cidades;
Pantanal abriga características de outros biomas brasileiros;
Duas estações definidas: seca e chuvosa;
Vasta atuação agropecuária;
65% do Pantanal brasileiro está em Mato Grosso do Sul e 35% em Mato Grosso;
O animal símbolo do bioma é o tuiuiú.
Assista ao vídeo abaixo e veja alguns flagrantes que mostram a fauna e flora pantaneira.
Fotos mostram exuberância do Pantanal de Mato Grosso do Sul
Território
Pantanal: maior planície alagável do mundo.
REM/MT
O Pantanal é feito de inúmeras peculiaridades, que são encontradas nos 220 mil km² do bioma que se espalha por 22 cidades de dois estados do Centro-Oeste brasileiro, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, Paraguai e Bolívia.
Com área de mais de 150 mil km² em território brasileiro, o Pantanal é a maior planície inundável do mundo. Esse total representa menos de 2% de toda a extensão do Brasil, o que coloca o Pantanal como o menor bioma brasileiro.
Mais do que ser multi quando se fala em fauna e flora, o Pantanal abriga inúmeras características de outros biomas, como a Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Além dos outros biomas brasileiros, a borda oeste do Pantanal tem influência de outros dois domínios naturais, os quais são praticamente desconhecidos em outras partes do território brasileiro: o Chaco e os Bosques Chiquitanos. Um território é visto no Paraguai, outro na Bolívia.
Fauna
A imagem acima não usou uma ‘câmera trap’, mas sim um drone para chegar ao topo de uma árvore e registrar um tuiuiú, ave símbolo do Pantanal, com seus bebês
Arquivo pessoal/Jaguar Ecological Reserve
Pantanal é verde em sua natureza, vermelho pelo papo de um tuiuiú – símbolo do bioma -, amarelo na pele da onça e muitas outras cores. A aquarela pantaneira é vista de forma indescritível em cada pedaço olhado.
Até o fim de 2018 já foram identificadas no bioma 3,5 mil espécies de plantas, 325 peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves e 159 mamíferos, segundo os dados da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e algumas apresentam vigoroso potencial medicinal.
Arara-azul, cervo-do-pantanal, onça-pintada, sucuri e as ariranhas. Ao mencionar a palavra “Pantanal”, alguns animais típicos da região remontam a mente de muitos. A presença da fauna no bioma é inigualável, a vida selvagem pulsa, como em uma vez que o biólogo Eduardo Fragoso registrou um verdadeiro “UFC” entre duas onças. Assista ao vídeo abaixo.
Onças-pintadas brigam pela defesa de filhotes no Pantanal de MS
Elas já foram até tema de filmes. Em alguns flagrantes na natureza, causam medo e espanto, mas, por sua imponência, se destacam no reino animal. Em todo o mundo há quatro espécies das sucuris, todas com registros na América do Sul (e três são encontradas no Brasil). Uma das terras dessas serpentes é o Pantanal. As espécies são:
Eunectes murinus (Sucuri-verde)
Eunectes notaeus (Sucuri-amarela)
Eunectes beniensis (Sucuri de bene)
Eunectes deschauenseei (Sucuri malhada)
Sucuri-amarela – Eunectes notaeus
Ernane Junior/Foto
A Sucuri-amarela, também conhecida como a sucuri do Pantanal, tem como nome cientifico Eunectes notaeus, por causa do seu fundo amarelado. A espécie ocorre em áreas alagáveis das bacias dos rios Paraguai e Paraná.
“Na bacia do Paraguai, ela ocorre na região do Pantanal que abrange Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de Paraguai e Bolívia. Já na bacia do Paraná, ela pode ser encontrada em áreas alagadas da Argentina”, relata Juliana.
Conforme a especialista, é uma espécie considera de grande porte. As fêmeas podem atingir no máximo 4m de comprimento e os machos em torno de 2,5m. As fêmeas também podem se alimentar de animais de médio porte, e as aves aquáticas também são presas consumidas por ambos sexos.
Flora
Entardecer no Pantanal tem destaque de ipê-roxo
Ernane Junior / VC no TG
Estudo da Embrapa mostrou os tipos de vegetação do Pantanal e apontou uma variação enorme, principalmente em função da inundação e do solo, um verdadeiro mosaico. As principais paisagens encontradas no bioma, segundo a instituição, são:
Baías: lagoas temporárias ou permanentes de tamanho variado, podendo apresentar muitas espécies de plantas aquáticas emergentes, submersas, ou flutuantes. As plantas aquáticas são importantes ambientes para a fauna aquática;
Cordilheira: pequenas faixas de terreno não inundável, com 1 a 3 metros acima do relevo adjacente, com vegetação de cerrado, cerradão ou mata;
Cambarazal: mata inundável de cambará, árvore amazônica;
Campos: áreas inundáveis, é a formação vegetal mais importante do Pantanal. Eventualmente são confundidos como um resultado do desmatamento;
Capão: mancha de vegetação arbórea, de cerrado, cerradão ou mata, formando verdadeiras ilhas nos campos;
Carandazal: campos inundáveis e capões com dominância de carandá, uma palmeira do Chaco, com folhas em forma de leque, parente da carnaúba do Nordeste, e com madeira utilizada para cercas e construções;
Corixo: curso d´água de fluxo estacional, com calha definida (leito abandonado de rio), geralmente com mata ciliar;
Paratudal: campo com árvores de paratudo, que é um dos ipês-amarelos.
Salinas: distintas, são lagoas de água salobra, sem cobertura de plantas aquáticas, mas com grande densidade de algas – o que confere uma cor esverdeada à água;
Vazante: curso d´água temporário, amplo, sem calha definida; no período seco geralmente é coberta por gramíneas como o mimosinho (Reimarochloa), preferido pelo gado e por herbívoros silvestres.
Água
Pantanal vive com água.
Marcos Vergueiro/Secom-MT
Falar de Pantanal é falar sobre água. Parte do território vive a vontade das águas. O clima marca, antigamente de forma mais incisiva, as estações no bioma: uma de seca e outra extremamente chuvosa. No período de cheia, um lençol d’água é vista e o acesso à região é feito apenas por avião.
Durante a estação das cheias mais de 2/3 do Pantanal costuma ficar alagado, embora esse número varie de ano a ano. A vegetação nas áreas que alagam é coberta principalmente por plantas aquáticas ou de pequeno porte.
O bioma é considerado a região central da Bacia do Alto Paraguai (BAP). Para entender o fluxo da água no Pantanal, é preciso compreender a dinâmica entre os relevos, que são o planalto e a planície. As águas que chegam ao Pantanal nascem em no planalto – região do Cerrado -, assim, a inundação do bioma depende das chuvas que ocorrem em outros biomas, mostrando a interligação entre eles.
Conforme dados do World Wide Fund for Nature (WWF), na época de cheia, 80% do Pantanal é alagado, enchentes se encontram em dezembro e janeiro e, durante este momento, são 180 milhões de litros despejados por dia nos rios pantaneiros.
O Pantanal cumpre inúmeras funções no meio ambiente: conservação da biodiversidade e do solo, estabilização do clima e fornecimento de água.
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

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