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Festas e Rodeios

A jornada de Alain Delon até optar por suicídio assistido

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Prática é diferente de eutanásia e requer que o paciente tome o ato de ingerir o medicamento prescrito por autoridades médicas. Alain Delon sofreu um AVC em 2019 e seu filho divulgou desejo do pai de colocar fim à própria vida por meio de suicídio assistido
AFP via BBC
Aos 86 anos, o ator francês Alain Delon inspirou a carreira de muitos que seguiram a profissão e estrelou grandes sucessos, como “O sol por Testemunha” (1959) e “Cidadão Klein” (1976).
Recentemente, seu filho Anthony divulgou o desejo do pai em colocar fim à própria vida por meio de suicídio assistido. No país onde o ator vivia, a Suíça, a prática é permitida – diferentemente da eutanásia, considerada ilegal.
“No suicídio assistido ou morte assistida, é a própria pessoa, auxiliada por terceiros, que toma a atitude final, ingerindo uma cápsula que contenha substância letal, por exemplo. Na eutanásia, é outra pessoa que executa, a pedido do paciente, geralmente através de uma injeção letal”, esclarece Rodolfo Moraes, médico paliativista que atua no Hospital do Câncer de Franca (SP).
A carreira do ator que viveu seu auge nos anos 60 e 70
Anos antes de se tornar ator, Alain Fabien Maurice Marcel Delon, nascido em 8 de novembro de 1935, em Sceaux, Hauts-de-Seine, na França, começou a trabalhar como aprendiz de açougueiro ao lado de seu pai.
Depois, alistou-se como fuzileiro naval e em 1953 foi enviado para o sudeste asiático. Após sua dispensa em 1955, ele fez vários tipos de trabalhos temporários e tornou-se amigo de alguns atores de cinema – com os quais compareceu ao festival de cinema de Cannes de 1957.
Lá, Delon atraiu a atenção de um caçador de talentos do produtor americano David Selznick, que ofereceu a ele um contrato se aprendesse a falar inglês. No entanto, em contato também com o diretor francês Yves Allégret, Alain decidiu seguir carreira na França.
Alain era considerado um galã do cinema entre os anos 1960 e 1970
Getty Images via BBC
Alain era considerado um galã do cinema entre os anos 1960 e 1970, e chegou a fazer aparições em mais de 80 produções cinematográficas.
A decisão do suicídio assistido
Em 25 de março, o perfil oficial de Alain Delon no Instagram publicou o que foi lido pelos fãs como uma mensagem de despedida.
“Eu gostaria de agradecer a todos que me acompanharam ao longo dos anos e me deram grande apoio. Espero que os futuros atores possam encontrar em mim um exemplo não só no campo do trabalho, mas na vida cotidiana entre vitórias e derrotas. Obrigado, Alain Delon.”
A conta na rede social foi apagada.
Alain sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) em 2019 e mencionou algumas vezes a possibilidade de recorrer ao suicídio assistido, ao acompanhar o sofrimento de sua esposa, Nathalie Delon, que tinha a mesma intenção e faleceu em 2021 por câncer de pâncreas antes de conseguir as autorizações necessárias.
“O AVC por si só não dá base para o pedido de suicídio assistido, mas toda pessoa que sofre o quadro tem a possibilidade de desenvolver outros – por exemplo, a demência vascular, que causa declínio cognitivo e funcional”, explica Priscilla Mussi, geriatra e coordenadora de Geriatria do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, que dá assistência a casos paliativos.
A médica explica que, para ser respeitada pelas autoridades, basta que a decisão tenha sido tomada quando o ator estava lúcido e que ele tenha sido acompanhado como determina a regulamentação do país.
Alain Delon andando com ajuda de uma muleta durante o funeral do também ator Jean-Paul Belmondo em Paris, setembro de 2021
Getty Images via BBC
Países onde o suicídio assistido ou a eutanásia são permitidos
A eutanásia voluntária, assim como o suicídio assistido, são legais na Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Colômbia e Espanha.
Já o suicídio assistido é permitido na Suíça, Alemanha, Canadá, África do Sul e em alguns estados dos Estados Unidos, entre eles: Oregon, Colorado, Havaí, Vermont, Washington, Califórnia e Nova Jersey — com regras específicas em cada local.
Já a eutanásia involuntária é ilegal em todos os países do mundo e comumente considerada homicídio. Mesmo nos países em que a eutanásia voluntária é legal, continua a ser considerada crime de homicídio se não forem cumpridas determinadas condições.
“É um processo meticuloso e longo, geralmente feito com acompanhamento médico, psicológico e psiquiátrico. O paciente precisa estar com uma doença grave e exposto a um grande sofrimento. Na Suíça, onde o ator morava, requere-se acompanhar o ‘candidato'”, aponta o médico paliativista Rodolfo Moraes.
De acordo com o médico, quem faz o pedido também precisa estar com o desejo persistente de encerrar a vida. “Isso é exigido para evitar que a pessoa queira ter sua vida abreviada no momento de decepção, por exemplo, que pode afetar a capacidade da pessoa de fazer escolhas.”
No Brasil, nenhuma das práticas é aceita legalmente e pratica-se somente a ortotanásia (morte natural, sem interferência da ciência).
“Consiste em não aumentar a chance de morte, mas também não impedi-la. É não usar, por exemplo, meios artificiais, como máquinas, para prolongar a vida de uma pessoa que possui uma doença grave e incurável. Mas também apoia o paciente e dá o máximo de conforto e de qualidade de vida que ele pode ter. O que importa nesses casos é a qualidade de dias vivos, não o número de dias vivos”, diz a geriatra Priscilla Mussi.

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João Gilberto é cantado no tempo de Bebel Gilberto em show que marca a estreia no Brasil de turnê internacional

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♫ NOTÍCIA
♪ Em abril do ano passado, Bebel Gilberto ainda nem havia lançado o álbum João quando, ao fazer show na cidade de São Paulo (SP), cantou o repertório do disco que somente chegaria ao mundo em 25 de agosto de 2023. Tudo fez sentido porque o propósito do show era promover a edição do álbum póstumo João Gilberto – Ao vivo no Sesc_1998, lançado em abril daquele ano de 2023.
Se o disco ao vivo trazia à tona gravação inédita de show feito pelo criador da bossa nova na mesma cidade de São Paulo (SP), o álbum de Bebel simbolizava declaração de amor da filha para o pai João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (10 de junho de 1931 – 6 de julho de 2019) através da abordagem de 11 músicas do repertório irretocável do cantor.
No show feito em Sampa em abril de 2023, Bebel cantou essas músicas no formato de voz e violão. Depois que o álbum foi lançado, a cantora saiu em turnê internacional que, desde o segundo semestre de 2023, transitou por 30 países, totalizando mais de 60 apresentações do show João.
É essa turnê João que Bebel traz enfim ao Brasil no próximo fim de semana, com três apresentações agendadas no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, em São Paulo (SP), de 27 a 29 de setembro.
Desta vez, em vez do solitário violão, Bebel Gilberto terá o toque de banda formada pelos músicos Bernardo Bosisio (violão e guitarra), Dennis Bulhões (bateria e percussão) e Didi Gutman (piano, teclados e programações).
Sob direção de Talita Miranda, a cantora dará voz a músicas como Adeus, América (Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa, 1948), Caminhos cruzados (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1958), Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959), O pato (Jayme Silva e Neusa Teixeira, 1960) e Você e eu (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1961).

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Homem destrói escultura de Ai Weiwei em exposição na Itália

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A obra Porcelain Cube fazia parte da exibição ‘Who am I?’ e o curador da mostra descreveu o ato como ‘imprudente e sem sentido’. Um homem tcheco de 57 anos foi preso. Escultura chinesa de Ai Weiwei é destruída
OperaLaboratori via AP
Um homem destruiu a escultura Porcelain Cube, do artista chinês Ai Weiwei, durante uma exposição no Palazzo Fava, em Bologna, norte da Itália. De acordo com informações da AP, Arturo Galansino, curador da mostra, descreveu o ato como “imprudente e sem sentido”.
Porcelain Cube fazia parte da exposição “Who am I?”, que será inaugurada no sábado (28). A imprensa italiana afirmou que polícia prendeu um homem tcheco de 57 anos, que disse ser artista. Ele é conhecido por ter como alvo obras de artes importantes. Ainda de acordo com a agência, não está claro como o homem conseguiu acesso ao evento na sexta (20), que era apenas para convidados.
Conforme desejo do artista, os fragmentos da obra foram cobertos com um pano e retirados. Eles serão substituídos por uma impressão em tamanho real e uma etiqueta explicando o que aconteceu. Ai Weiwei divulgou nas redes sociais imagens da câmera de segurança que mostram o momento em que a obra foi destruída.
“O ato de vandalismo contra a obra ‘Porcelain Cube’ de Ai Weiwei é ainda mais chocante quando consideramos que várias das obras expostas exploram o próprio tema da destruição”, disse o curador da exposição Arturo Galansino.
Escultura chinesa de Ai Weiwei
OperaLaboratori via AP
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Vestido usado por Ana Castela no Rock in Rio tem 2,5 kg de pedraria e levou 120 horas para ser bordado

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Estilista desenhou e bordou à mão a peça, integrando referências da carreira da cantora. Vestido foi feito com exclusividade para cantora usar no festival. Ana Castela no Rock in Rio
Leo Franco/AgNews
Ana Castela fez sua estreia no palco do Rock in Rio usando um vestido preto todo bordado à mão e feito exclusivamente para cantora vestir no evento.
Questionando se aquele era o palco que a Katy Perry havia pisado, Ana desfilou pela passarela com o tubinho de alcinha preto coberto por quase 2,5 quilos de pedrarias.
A cantora foi uma das convidadas por Chitãozinho e Xoxoró para o show Pra Sempre Sertanejo, no sábado (21).
Para o evento especial, a stylist da cantora, Maria Augusta Sant’Anna, procurou a marca Hisha, que traz peças bordadas por mulheres mineiras.
A estilista Giovanna Resende foi a responsável por criar a peça, desenhando à mão alguns elementos que fazem referências à carreira da cantora, como o cavalo gigante usado por Ana na gravação de seu primeiro DVD. A guitarra do Rock in Rio, notas musicais, natureza e ferradura completaram a peça.
Segundo a assessoria da cantora, as bordadeiras levaram 120 horas para finalizar a peça.
No palco, Ana cantou “Sinônimos” com Chitãozinho e Xororó, além de um trechinho de seus hits “Nosso Quadro”, “Solteiro Forçado” e “Pipoco”.
Vestido usado por Ana Castela no Rock in Rio
Divulgação
Show Pra Sempre Sertanejo
Entre os shows que já aconteceram no Rock in Rio 2024, poucos tiveram tanto engajamento do público quanto um bloco de apresentações dedicado ao sertanejo no sábado (21), penúltimo dia do evento. Contra a resistência de parte dos frequentadores — especialmente de uma parcela roqueira mais conservadora –, o estilo fez sua estreia no festival, após 40 anos de espera.
E foi uma estreia gloriosa. Para tornar o som mais palatável para quem não gostou da ideia, a organização escalou a Orquestra Heliópolis para criar os arranjos. O verdadeiro acerto, porém, foi a escolha de Chitãozinho e Xororó para conduzir o roteiro de performances e guiar a plateia. No universo sertanejo, a dupla desperta idolatria do nível de rockstars.
Chitãozinho e Xororó
Miguel Folco/g1
A ideia de incluir o sertanejo no Rock in Rio começou a tomar forma durante a edição de 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de escalar nomes do ritmo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento. Mas ele não apareceu no palco.
Com um compromisso marcado em Santa Catarina na mesma noite, Luan cancelou de última hora a participação no show e citou como motivo um atraso na programação deste sábado. O bloco sertanejo começou cerca de uma hora e meia depois do horário inicialmente previsto.
Simone Mendes, Junior e Cabal foram outras participações no show.
Leia crítica completa do show.
Chitãozinho, Xororó e Ana Castela falam sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio

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