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Quem é ‘Xingu’? Uma das maiores onças-pintadas monitoradas no Pantanal

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Onça atrai atenção de turistas e observadores pelo tamanho, cor dos olhos e da pelagem. Xingu fotografado com expressão de ‘mal-humor’ em Porto Jofre
Gustavo Gaspari
A onça-pintada macho conhecida como ‘Xingu’ ficou famosa após ser fotografada bebendo água no ano passado e agora voltou a dar o que falar nas redes sociais. Agora, ele foi visto com um sorriso meio entreaberto, como se estivesse mal-humorado.
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A onça foi vista em Porto Jofre, em Mato Grosso, pelas lentes da câmera do biólogo Gustavo Gaspari, que acompanha ele desde o ano passado.
Xingu foi visto descansando no Pantanal Mato-grossense
Gustavo Gaspari
“Uma vez ele estava com uma fêmea chamada Ibaca. Ele é bem tranquilão. Ele chama bastante atenção por causa do olhar e das cores. Ele é bem bonito”, disse.
O felino Xingu nasceu em 2018, filho de Uka e irmão de Paraíba. De acordo com o monitoramento, Xingu teve relações com a onça Ibaca, em 2021, e no mesmo ano, foi visto deitado com Baguá, outra onça.
Xingu costuma circular pela região da Boca do Corixo do Caxiri e no Rio Três Irmãos.
Felino Xingu lambendo a pata em Porto Jofre
Gustavo Gaspari
Segundo o biólogo, o trabalho de monitoramento começa a partir da pousada Pantanal Jaguar Camp e segue de barco pela região pantaneira. Gustavo disse que viu Xingu cerca de 5 vezes.
A observação dos animais ocorre por meio de fotografias, seja de barco ou pelas armadilhas com câmeras espalhadas pela mata fechada. Em relação à saúde dos animais, Gustavo explicou que não há nenhuma interferência humana, exceto em casos extremos, como o que aconteceu nas queimadas intensas de 2020.
“Caso eles fiquem doentes, o certo é não interferir. Só fizeram isso na época das queimadas em 2020, quando algumas tiveram as patas queimadas, mas geralmente não se interfere”, contou.
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Refúgio das onças
O Parque Estadual Encontro das Águas, no Pantanal mato-grossense, é considerado um dos maiores abrigos de onças-pintadas do mundo. O lugar fica localizado entre os rios Cuiabá e Piquiri, em Porto Jofre, entre Poconé e Barão de Melgaço.
Combinado com o ecoturismo, os turistas podem passear de barco pelo bioma enquanto fazem o monitoramento das onças através de fotos e vídeos.
O parque possui 108 mil hectares de extensão. Segundo os guias do local, entre os meses de julho e final de setembro é considerado o melhor período para observar as onças.
Durante a seca, os felinos ficam mais próximos das margens dos rios, em busca de água e de alimento, o que torna mais fácil de observá-los.
‘Lei da Onça’
Um projeto chamado ‘Lei da Onça’ visa proteger a onça-pintada a partir do pagamento de indenização a fazendeiros que tiverem prejuízos com o abate de gado pelos felinos tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.
O projeto argumenta que as onças estão ameaçadas de extinção no bioma e, por isso, se houver indenização aos pecuaristas pela perda, a probabilidade é reduzir o número de mortes dos animais.
A renda com a conservação e o turismo de observação de onças-pintadas no Pantanal supera em 56 vezes eventuais ataques das onças na pecuária, de acordo com um estudo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade de East Anglia.

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