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Festas e Rodeios

TikTok: o papel da rede social e da internet no julgamento Amber Heard x Johnny Depp

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Desde os primeiros dias do julgamento, ficou claro que a internet estava amplamente ao lado de Johnny Depp e profundamente desconfiada de Amber Heard. Amber Heard e Johnny Depp durante um evento em 2015
Getty Images/BBC
“Não era para ser um vídeo viral. Eu estava de pijama.”
Yasmine Bedward, gerente de redes sociais, comenta o momento em que sua opinião sobre a batalha judicial entre Johnny Depp e Amber Heard viralizou.
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“Ninguém na minha vida real se importou com minhas ideias sobre esse assunto, então, como fazem os millenials, fui ao TikTok”, disse Bedward, de 30 anos.
Seu vídeo que compara os dois psicólogos que participaram do julgamento que envolve as celebridades já superou 4,3 milhões de visualizações — bem próximo dos índices de audiência do telejornal da noite na rede de televisão americana CBS.
Outra comparação: o número de pessoas que assistem todas as noites aos noticiários da TV nos Estados Unidos é de cerca de 18 milhões. O número de visualizações de vídeos no TikTok com a hashtag #justiceforjohnnydepp é de cerca de 18 bilhões no momento em que esse artigo é escrito.
O confronto nos tribunais entre as duas estrelas de Hollywood é um lembrete de que o conceito de “mídia de massa” ou de um meio dominado por poucas organizações de notícias está começando a ruir.
Na visão de alguns, isso pode ser profundamente problemático em alguns contextos.
Há dois processos em questão — um que é decidido pelo júri do tribunal e outro pelo público.
Desde os primeiros dias do julgamento, ficou claro que a internet estava amplamente ao lado de Johnny Depp e profundamente desconfiada de Amber Heard.
Amber Heard e Johnny Depp em Los Angeles em 2015
Getty Images/BBC
Enquetes online e buscas por comentários nas redes sociais apareciam em direta contradição com o resultado de um julgamento anterior ocorrido no Reino Unido, onde as alegações de que Heard sofreu abuso doméstico foram consideradas “substancialmente verdadeiras”.
A maneira como o caráter da atriz e o seu depoimento foram colocados em dúvida no julgamento dos EUA preocupa ativistas que defendem vítimas de violência doméstica.
A questão agora é: qual será o impacto desse veredicto? Depp salvou sua carreira e reputação, independentemente do que o júri decidiu?
Mas há também outra pergunta no “julgamento paralelo do TikTok”: quem está gerando todo esse tráfego online — e qual o efeito disso?
Johnny Depp acena para fãs na saída de audiência no final de maio
Getty Images/BBC
A Cyabra, uma empresa israelense que rastreia a desinformação online, acompanha o caso Depp x Heard há semanas. Ela verifica as contas que estão espalhando memes, vídeos e comentários e tenta avaliar se são contas genuínas.
Os resultados até agora são alarmantes, diz o porta-voz da empresa, Rafi Mendelsohn.
“Desde o início do julgamento, estávamos bastante interessados em ver o que as pessoas estão dizendo de verdade e quanto dessa conversa é movimentada por contas falsas.”
“Ficamos surpresos ao notar que quase 11% da discussão online em torno do julgamento foi conduzida por contas falsas, o que é um número muito alto”, afirmou Mendelsohn.
“Para se ter uma ideia, em discussões online, vemos em média cerca de 3% a 5% da conversa com participação de contas falsas”, acrescentou.
Só grandes eleições são parâmetro de comparação para uma discussão com essa proporção de robôs e contas falsas, disse ele.
Amber Heard disse que recebe diversas ameaças de morte pela internet todos os dias
Getty Images/BBC
Não é só a Cyabra que monitora esse avassalador apoio na internet em prol de Depp.
Amber Heard levantou a questão no início do julgamento. Ao longo dele, dois apoiadores de Heard, Cristina Taft e Daniel Brummit, foram diversas vezes ao tribunal da Virgínia para expressar preocupações sobre esse movimento online.
Eles escreveram um livro juntos chamado Amber Heard and Bots (Amber Heard e Robôs da Internet, em tradução livre).
“Vimos novas contas e novas postagens em janeiro e fevereiro”, disse Taft, observando que nesses dois meses, o jornal britânico Daily Mail publicou no YouTube duas gravações em áudio do ex-casal.
“Então percebemos que há novas contas no Twitter que postam esses áudios dois dias depois”, disse ela.
O problema é provar quem está por trás das contas falsas. Tudo o que se pode dizer é que esse padrão de contas falsas está se espalhando cada vez mais da política para outras partes da vida pública, de acordo com Mendelsohn, da Cyabra.
“Quando falamos de desinformação e contas falsas, muitas vezes as pessoas pensam em grandes campanhas geopolíticas, eleições, política em geral”, disse ele.
“Mas, na verdade, o que estamos vendo é que qualquer pessoa com reputação pública ou de alcance global é uma marca online”, diz. “Há um aumento no número de perfis inautênticos, mas é muito difícil saber quem está por trás das contas falsas.”
Mas 11% de contas falsas ainda significa que 89% são de verdade. O que está acontecendo com este caso?
Cristina Taft foi ao tribunal diversas vezes para expressar apoio a Amber Heard
BBC
A primeira resposta são os vídeos que saem do tribunal e fotos com a reação dos principais participantes.
Conseguimos observar as expressões faciais de uma maneira que é impossível até para as pessoas na sala da audiência e surgem momentos marcantes que não têm relação com a narrativa principal.
Houve o depoimento do porteiro, Alejandro Romero, que prestou seu testemunho via Zoom de dentro de seu carro, enquanto fumava um cigarro eletrônico e, ao final, simplesmente ia embora. É algo novo até para a justiça americana. A expressão no rosto da juíza Penney Azacarte ao final do depoimento de Romero foi prova suficiente do mundo novo de atrações online em torno de um assunto sério.
É também um quebra-cabeça. Duas pessoas apresentando uma visão completamente diferente de eventos que ocorreram a portas fechadas significa que milhões podem ver as provas por si mesmos e tomar suas próprias decisões. Todos nós podemos ser detetives e juízes.
Mas há algo talvez mais importante acontecendo. A violência doméstica é um tema que atinge a vida das pessoas em todo o planeta. Este caso tornou-se simbólico.
Para Haider Ali em Islamabad, Paquistão, é uma questão pessoal. O estilista de 27 anos, cujo comentário sobre o julgamento no YouTube atraiu milhões de visualizações, disse que sofreu violência e se identifica com o que Depp afirma ter enfrentado.
“Eu estava no Twitter e vi uma transmissão ao vivo. Assisti por alguns minutos e percebi que havia muitas coisas com as quais eu poderia me identificar quando ouvi Johnny Depp testemunhar no tribunal”, disse ele à BBC.
“Porque havia muitas semelhanças entre o caso de Johnny Depp e o meu. Decidi postar os vídeos do julgamento no meu canal do YouTube na esperança de criar uma comunidade de pessoas que também foram vítimas de abuso”, disse ele.
“Meu objetivo era trazer à luz pessoas que foram silenciadas.”
E Yasmine Bedward, que tem recebido milhões de visualizações por seus TikToks, também se sente pessoalmente conectada com o caso.
“Eu me identifiquei com ele [Depp]… certas pessoas são vistas de uma determinada maneira e automaticamente são consideradas culpadas ou simplesmente pessoas ruins”, disse ela.
“Como uma mulher negra na América, eu tive experiência com isso… algumas pessoas são vistas como culpadas sem que haja provas. Foi o que me trouxe para isso.”
E há outra questão que foi levantada repetidamente por mulheres que acompanharam o caso. Amber Heard foi embaixadora de um movimento. Na esteira do #MeToo, ela se tornou uma porta-voz da União Americana pelas Liberdades Civis, uma organização que também representa vítimas de abuso doméstico.
Para Bedward, isso é bastante problemático. “É alguém que se tornou a face de um movimento pelo qual as mulheres lutam há anos, e ter alguém que não é verdadeira é prejudicial não apenas para a organização, mas acho para as mulheres em geral”, disse.
Portanto, considerar o caso apenas como noticiário de celebridades é deixar de entender as diversas maneiras pelas quais as pessoas estão se conectando com o caso.
Mas o tamanho desse envolvimento e o tom também estão causando preocupação em algumas pessoas.
Deborah Vagins, responsável pela rede contra a violência doméstica União Americana pelas Liberdades Civis, acha que o tratamento dado a Amber Heard repercutirá amplamente – e não de uma boa maneira.
“As vítimas estão assistindo a isso e estão pensando em como serão tratadas caso façam uma denúncia”, afirmou.
Esse julgamento público sobre o caso de difamação de reputação terá consequências.
Mas há também outra maneira de ver as coisas.
Este é um caso em que todos tiveram o mesmo acesso ao conteúdo do processo. O jornalista que está no tribunal vê a mesma coisa que o público em casa. O campo foi nivelado. Esse acesso permitiu que milhões de pessoas se engajassem e discutissem o caso.
Também aboliu fronteiras do jornalismo tradicional, de sua linguagem e convenções estilísticas.
Existem robôs e contas falsas na internet, mas a grande maioria do tráfego é composta por pessoas reais que querem participar de uma barulhenta conversa global sobre justiça, verdade e conflito nos relacionamentos.
Tudo pode ter acontecido de uma forma ruidosa e brusca, mas o caso mobilizou pessoas que muitas vezes sentem que o noticiário é distante dos temas que realmente as afetam.
Esse artigo, por exemplo, só será lido por uma pequena fração do número de pessoas que acompanham Yasmine Bedward e Haider Ali.
E só para lembrar um número dito antes aqui: 18 bilhões de visualizações do TikTok.
Semana Pop mostra coadjuvantes que roubaram a cena na treta de Johnny Depp e Amber Heard

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Uma justa medalha para Fausto Nilo, compositor octogenário da MPB que cimentou o chão da praça com poesia

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Parceiro de Moraes Moreira, Dominguinhos e Fagner em músicas pautadas por lírica geralmente festiva, letrista ganha homenagem da UBC em outubro. Fausto Nilo é o primeiro compositor laureado com a Medalha UBC pelo conjunto de obra que inclui os hits ‘Bloco do prazer’, ‘Pedras que cantam’ e ‘Zanzibar’
Reprodução / Facebook Fausto Nilo
♫ ANÁLISE
♪ Na terça-feira, 1º de outubro, Fausto Nilo será o primeiro compositor agraciado com a Medalha UBC – láurea concedida pela União Brasileira de Compositores – em cerimônia que acontecerá em Fortaleza (CE). No caso deste poeta e letrista cearense, a medalha celebra tanto o conjunto da obra do compositor quanto os 80 anos de Fausto Nilo Costa Júnior, artista nascido em 5 de abril de 1944 em Quixeramobim, município do interior do Ceará.
Embora ligado ao Pessoal do Ceará, coletivo que movimentou a cena cultural de Fortaleza (CE) no início dos anos 1970, Fausto Nilo iniciou a trajetória como letrista de música em Brasília (DF), a convite de Fagner, cantor e compositor cearense de quem se tornou parceiro em 1972 em conexão iniciada com a música Fim do mundo, lançada naquele mesmo em EP de Fagner.
Em parceria com Moraes Moreira (1947 – 2020), Fausto Nilo teve letras cantadas em todo o Brasil, com destaque para Bloco do prazer (1979), Chão da praça (1979), Coisa acesa (1982), Eu também quero beijar (1981, com Pepeu Gomes na coautoria), Pão e poesia (1981) e Santa fé (1985).
Fausto Nilo também escreveu versos para músicas de Armandinho (Zanzibar, 1981), Caio Silvio (Pequenino cão, sucesso de Simone em 1981), Dominguinhos (1941 – 2013), Geraldo Azevedo (Chorando e cantando, 1986, hit na voz de Elba Ramalho) e Robertinho de Recife (Flor da paisagem – música-título do álbum lançado por Amelinha em 1977 – e O elefante, sucesso de 1982).
Compositor que animou muitos Carnavais com a poética festiva de letras cantadas em todo o Brasil, Fausto Nilo sempre cimentou o chão da praça com lirismo.
Contudo, a alegria dos versos deste parceiro letrista de Dominguinhos em Pedras que cantam (1981) – sucesso na voz de Fagner – extrapolou a folia, ecoando em todas as épocas. Por isso, a Medalha UBC merece o peito de Fausto Nilo.

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90 anos de Brigitte Bardot: como a visita da atriz francesa ainda impulsiona o turismo em Búzios seis décadas depois

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A visita dela ocorreu em duas ocasiões diferentes, ambas no ano de 1964. Existe uma orla em seu nome e um estátua da francesa, que completa 90 anos neste sábado (28), no local. Brigitte Bardot vistou Búzios e deixou o balneário famoso
Divulgação / Prefeitura
Coincidência ou não, no mesmo ano em que Brigitte Bardot completa 90 anos, também completa 60 anos que ela visitou Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
A atriz francesa, que faz aniversário neste sábado (28), esteve em Búzios, que ainda era distrito de Cabo Frio, em duas situações e ambas no ano de 1964. Ela chegou pela primeira vez em janeiro daquele ano e ficou quatro meses na cidade.
De acordo com José Wilson Barbosa, empresário e pesquisador, Brigitte Bardot veio ao Brasil por estar muito estressada e desejar passar um tempo em um lugar mais calmo e tranquilo.
Ela desembarcou no Rio de Janeiro, mas se assustou com a quantidade de fotógrafos e jornalistas que a aguardavam. A atriz chegou a ameaçar voltar para Paris.
“Ela queria anonimato, ela queria descansar. Já que era muito perseguida por paparazzis nos Estados Unidos e na Europa. Ela faz um acordo com os jornalistas no Rio de Janeiro, vai para o Copacabana Palace, faz uma sessão de fotos, dá entrevistas e depois disso ganha liberdade no Rio de Janeiro. Ela pega um iate de um empresário, faz um passeio, volta para o Rio de Janeiro e no Rio, ela pega um furgão. Ela pega vários mantimentos e vai para Búzios”, diz o pesquisador.
Brigitte Bardot durante visita ao Rio de Janeiro em janeiro de 1964
Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
De acordo com o pesquisador, ela foi vista pela primeira vez em Búzios no dia 13 de janeiro de 1964 e ficou hospedada em Manguinhos.
“Durante sua permanência em Búzios, ela acabou criando uma situação inovadora na cidade, um fenômeno turístico. Naquela época só existia quatro estabelecimentos comerciais, não tinha nenhuma estrutura. Era uma aldeia de pescadores e a imprensa daquela época diz que Brigitte Bardot está em um paraíso secreto”, conta.
A secretária de turismo de Búzios, Patrícia Burlamaqui Chaves, fala que na época o então distrito era um local selvagem e pacato, sem comércio, hotelaria e gastronomia.
“Nesse período de quatro meses, que ela ficou aqui, ela passou realmente despercebida e pode estar no meio dos nativos vivendo de forma simples e despojada. Caminhando e visitando praias”, conta Patrícia.
Durante os meses em Búzios, a francesa tinha o hábito de passear em um fusca vermelho e caminhar pela praia de Manguinhos. Ela também esteve em bairros de Cabo Frio, como a Ogiva.
Brigitte Bardot durante visita ao Brasil em 1964
Estadão Conteúdo/Arquivo
Antigamente, como era uma pequena vila, era difícil o acesso a Búzios. O acesso ficou melhor com a construção da ponte Rio-Niterói, dez anos depois, em 1974. Após a visita da atriz, o local passou a ser mundialmente conhecido.
Brigitte Bardot foi embora da cidade em abril de 1964 e retornou em dezembro do mesmo ano. Ela ficou hospedada na casa de um amigo, que ficava na atual Rua das Pedras, mas a experiência que teve foi diferente da anterior.
“Ela nunca mais voltou a Búzios, até porque depois da permanência nela, ela se sentiu um midas. Assim como ela tirou Saint-Tropez do anonimato, ela fez o mesmo com Búzios e isso chateou muito ela. Porque Búzios mudou muito depois da permanência dela”, conta José.
A atriz chegou a ganhar o título de cidadã honorária e a Companhia Aldeão deu a ela um terreno em João Fernandes, mas ela nunca buscou nenhum dos dois.
Brigitte Bardot em 1963 e 2001
Jack Guez/AFP e Screen prod./Photononstop/AFP
Turismo impulsionado
Bastou duas visitas de Brigitte para que Búzios entrasse no circuito do turismo nacional e mundial.
José Wilson Barbosa conta que a presença dela fez surgir as primeiras pousadas da cidade, pois diversos jornalistas e fotógrafos foram descobrir onde era o paraíso secreto da francesa.
“A economia da cidade começou a gerar graças a presença da Brigitte Bardot, nesse período de quatro meses que esteve em Búzios”, conta.
Estátua de Brigitte Bardot é um dos principais pontos turísticos de Búzios
Tássia Thum/G1
A visita de Bardot foi tão importante para a cidade que em 1999, foi inaugurado a Orla Bardot e uma estatua da atriz foi colocada no local.
Atualmente, é um dos pontos mais visitados e diariamente diversas pessoas param para tirar foto com a estátua feita pela escultora Christina Motta.
Estátua é alvo das fotos de turistas e moradores.
Divulgação / Ascom Armação de Búzios
“Após as duas visitas de BB [Brigitte Bardot] a península, Búzios nunca mais foi a mesma. Os visitantes atraídos pelos relatos da época, vieram provenientes de vários países entre eles Argentina, Chile, França, Alemanha, Suíça, Espanha e tantos outros. Além de visitarem, se encantaram com e estilo de vida simples e ao mesmo tempo sofisticado dessa linda cidade que ainda então era bem rústica com suas casinhas de pescadores e com belas e selvagens praias”, explica Patrícia.
Ela diz que até hoje, seis décadas após a visita, o turismo ainda é impulsionado por Brigitte Bardot, devido a orla e a estátua em sua homenagem. “Esse fato sempre vai ter importância e relevância para o turismo”, concluí.
Bigitte Bardot
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios

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Raoni Ventapane, neto de Martinho da Vila, assina o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025

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♫ NOTÍCIA
♪ É inevitável recorrer ao clichê de que “na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba” quando chega a notícia de que um dos netos do compositor fluminense integra o time campeão dos compositores que assinam o samba-enredo escolhido pela Unidos de Vila Isabel na madrugada deste sábado, 28 de setembro, para o desfile das escolas de sambas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2025.
Integrante da Ala de Compositores da agremiação azul-e-branca que Martinho da Vila carrega no sobrenome artístico, Raoni Ventapane assina com Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva o samba criado a partir do enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.
Filho de Analimar Ventapane, Raoni é cantor, compositor e ritmista da Swingueira de Noel, nome do grupo de bateristas da Unidos de Vila Isabel.
O samba-enredo de Raoni Ventapane venceu outros dois sambas na disputa realizada na quadra da escola, que será a última a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Raoni Ventapane (ao centro) celebra a vitória do samba-enredo ‘Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece’ na disputa encerrada na madrugada de hoje
Divulgação / Unidos de Vila Isabel
♪ Eis a letra do samba-enredo campeão da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025:
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece
(Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva)
“Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem lá do boulevard…
O breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas credo em cruz ave maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar….
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho minha vila dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração que aparece”

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