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MPB4 evidencia maestria de Magro em single com faixa inédita feita meses antes da morte do artista

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Programado para 24 de junho, o registro do bolero cubano ‘Ai, amor’, gravado pelo grupo com o Trio Madeira Brasil em versão em português de Zélia Duncan, é sobra refinada de álbum de 2012. Capa do single ‘Ai, amor’, do grupo MPB4 com Trio Madeira Brasil
Divulgação
Resenha de single
Título: Ai, amor
Artistas: MPB4 com Trio Madeira Brasil
Edição: Mills Records
Cotação: * * * *
♪ Basta ouvir os primeiros 30 segundos da inédita gravação do bolero Ai, amor pelo MPB4 para que fique atestada a maestria do arranjo vocal de Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 – 8 de agosto de 2012) – o Magro – nessa faixa gravada pelo grupo fluminense há dez anos para o álbum Contigo aprendi, lançado pelo quarteto em junho de 2012 em edição da gravadora Biscoito Fino.
Só que a abordagem de Ai, amor acabou sendo excluída da seleção final do disco em que o MPB4 – então formado por Aquiles, Dalmo Castelo, Magro e Miltinho – deu vozes a inéditas versões em português de boleros cubanos e mexicanos em registros adornados com as cordas luxuosas do Duofel, do Quarteto Maogani, do Trio Madeira Brasil e do guitarrista Toninho Horta.
Exatamente uma década após a edição do álbum Contigo aprendi, a gravação de Ai, amor vem à tona em single programado pela gravadora Mills Records para 24 de junho – véspera da minitemporada que o MPB4 fará na cidade natal de Niterói (RJ), em 25 e 26 de junho, na Sala Nelson Pereira dos Santos com o show comemorativo dos 50 anos do álbum Cicatrizes (1972).
Não concentrasse tanta beleza em dois minutos e 50 segundos, a gravação de Ai, amor já teria valor documental por ser sobra refinada do último álbum feito pelo MPB4 com Magro, que morreu dois meses após o lançamento do disco. Contudo, o valor também é musical.
A versão em português escrita por Zélia Duncan é fiel ao espírito poético e melancólico de ¡Ay, amor!, bolero de autoria de Ignacio Jacinto Villa Fernández (11 de setembro de 1911 – 2 de outubro de 1971), cantor e compositor cubano imortalizado com o nome artístico de Bola de Nieve.
Apresentada em disco pelo autor em gravação de 1949, feita na Espanha, ¡Ay, amor! ganhou muitas vozes ao longo dos anos. O cantor e compositor cubano Francisco Céspedes gravou o bolero em álbum, Con permiso de Bola, editado em 2006 em tributo ao artista conterrâneo.
¡Ay, amor! também integrou (e batizou) álbum lançado por Fabiana Cozza em 2017 e derivado do show Canto teatral para Bola de Nieve, apresentado pela cantora em 2016 com o pianista cubano Pepe Cisneros.
Sem nada dever aos registros anteriores do bolero, a gravação de Ai amor pelo MPB4 prima pelo requinte. Ao entrelaçamento harmonioso das vozes, junta-se a trama sofisticada das cordas do Trio Madeira Brasil na faixa gravada sob a direção musical de Magro.
Dez anos após a saída de cena de Magro, a edição do single Ai, amor é atestado da imortalidade do principal arranjador vocal do MPB4, grupo profissionalizado em 1965, mas gerado em 1962 a partir do encontro de Magro e Miltinho na efervescência do meio estudantil de Niterói (RJ), onde o grupo efetivamente entrou em cena em 1963 com o nome de Quarteto do CPC.
Bela surpresa de 2022, o single Ai, amor é pérola pescada no baú que guarda 60 anos de músicas e histórias.
MPB4 com a atual formação com que celebra em show os 50 anos do álbum ‘Cicatrizes’
André Pinnola / Divulgação

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