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Festas e Rodeios

Leila Diniz: os 50 anos da morte da atriz que desafiou conservadorismo e foi perseguida pela ditadura

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Amigos e autores relembram trajetória de uma das atrizes mais famosas e polêmicas de sua época. Proibida de trabalhar como atriz, Leila Diniz abriu uma butique
Acervo Pessoal via BBC
O cineasta Luiz Carlos Lacerda, de 76 anos, zarpava para um passeio de barco pelo litoral de Paraty, cidade histórica do litoral fluminense, quando, do cais, uma mulher acenou em sua direção. Curioso, resolveu voltar para o porto. Ela, então, contou que, infeliz no casamento, tinha acabado de assistir ao recém-lançado Leila Diniz (1987) e saiu da sessão decidida a dar um rumo à sua vida. “Ao chegar em casa, mandou o marido às favas. Deu um fim àquele casamento horroroso e, dali em diante, levou uma vida mais feliz”, recorda Bigode. “Quando decido rodar um filme, não penso no sucesso que vai fazer ou na grana que pode dar. O importante é o reconhecimento do público”.
Noutra ocasião, um rapaz lhe confidenciou que, depois de conhecer melhor a história de Leila Diniz (1945-1972), interpretada no cinema por Louise Cardoso, resolveu assumir sua homossexualidade para a família. “O mérito não é meu ou do filme. O mérito é todo da Leila!”, garante o diretor. “A história dela é muito forte. Foi uma revolucionária de costumes. Uma mulher que mudou o comportamento das mulheres. Grávida, dessacralizou a maternidade ao botar um biquíni e ir à praia, sem proteger a barriga com uma bata, como era costume. Mas, ela não queria levantar bandeiras ou chocar a sociedade. Fazia apenas o que achava que era o melhor para a vida dela”.
Leila e Bigode se conheceram em fevereiro de 1959, no bar Jangadeiro, em Ipanema, Zona Sul do Rio. E, logo, se tornaram grandes amigos. Tinham, aliás, a mesma idade: 14 anos. Trabalharam juntos, quase dez anos depois, em Fome de Amor (1968), de Nelson Pereira dos Santos (1928-2018) — Leila como atriz e Bigode como assistente de direção. Dessa vez, não se desgrudaram mais. Voltaram a dividir o set em Azyllo Muito Louco (1969), também dirigido por Nelson, e em Mãos Vazias (1970), estreia de Bigode na direção.
“Leila costumava dizer que tanto fazia interpretar William Shakespeare ou Glória Magadan. O importante era a patota”, explica Bigode que, no mesmo ano de lançamento do filme, publicou a biografia Leila Para Sempre Diniz (Record). “Era uma pessoa divertida, mas não era ‘porra-louca’. Pelo contrário. No set, era muito responsável. Podia passar a noite na farra. Mas, na manhã seguinte, tomava banho gelado e estava pronta para filmar, sempre com o texto decorado. Levava o trabalho muito a sério”.
Foi graças a Mãos Vazias que Leila foi convidada a participar de um festival de cinema em Adelaide, na Austrália, em 1972. Na volta para casa, Leila, Bigode, Arduíno Colasanti (1936-2014) e Ana Miranda resolveram passar uns dias em Kuala Lumpur, na Malásia, e outros em Bangkok, na Tailândia. De lá, a trupe seguiria para a Índia. Leila, com saudade da filha Janaína, de apenas sete meses, que ficou no Rio aos cuidados da amiga Ana Maria Magalhães, resolveu voltar para o Brasil.
O jato DC-8 da Japan Airlines, que faria escalas em Nova Délhi, Teerã, Cairo, Roma e Londres, antes de seguir para o Rio, nunca chegou ao destino. Na tarde do dia 14 de junho, a poucos minutos de aterrissar no aeroporto de Nova Délhi, a aeronave caiu, matando 78 passageiros e onze tripulantes. “A Leila, quando viajou para a Austrália, estava repensando sua vida. Não conseguia mais trabalhar como atriz porque estava proibida. Abriu uma butique, a loja Doze, com a Vera Barreto Leite, mas não era bem o que ela queria. Chegou a cogitar a hipótese de abrir uma escolinha. Infelizmente, não deu tempo para nada…”, lamenta Bigode.
Leila Diniz ganhou, post-mortem, o prêmio de melhor atriz no Festival de Adelaide.
Últimas palavras
A notícia da morte de Leila, com apenas 27 anos, pegou a todos de surpresa. “Toda vez que me lembro do que aconteceu, sinto uma dor no peito”, confessa Marieta Severo, de 75 anos. Ela e Leila se conheceram nos estúdios da TV Globo, durante as gravações da novela O Sheik de Agadir (1966). Na trama de Glória Magadan (1920-2001), uma escritora cubana radicada no Brasil, Marieta interpretou uma princesa árabe — sob a alcunha de Rato, entrou para a História como a primeira ‘serial killer’ da teledramaturgia brasileira — e Leila, uma espiã nazista.
Na TV, atuou em 12 novelas: cinco na Globo, três na Excelsior, duas na Paulista, uma na Record e outra na Tupi. “Em Anastácia, a Mulher Sem Destino (1967), Leila Diniz alcançou seu maior destaque ao interpretar a personagem-título e, depois de uma passagem de tempo, também a filha dela”, recorda o consultor e pesquisador Mauro Alencar, doutor em Teledramaturgia pela USP e autor de A Hollywood Brasileira — Panorama da Telenovela no Brasil (SENAC Rio). “Quando Glória Magadan mudou de emissora, convidou Leila, uma de suas atrizes favoritas, para atuar em Nós, Aonde Vamos? (1970). Sua trajetória foi breve, porém marcante”.
Marieta Severo conta que, por ocasião de seu exílio na Itália, em 1969, Leila foi uma das pessoas que mais lhe escreveram cartas, mandando notícias do Brasil. “Para mim, Leila era imortal. Nunca imaginei que pudesse morrer tão jovem. Quando regressei ao Brasil, com a Silvinha pequena, não pude trazer tudo. Com 23 anos, você não dá valor às coisas que tem. Então, me desfiz de tudo. Tinha certeza de que, quando chegasse em casa, ela me contaria tudo de novo. Hoje em dia, guardo tudo. Até bilhete em guardanapo”, explica a atriz.
Durante anos, Marieta guardou os escritos de Leila. Segundo a atriz, a amiga tinha dois hobbies: escrever diários e nadar na praia.
“As saudades de Janaína são muitas. Será que estou sendo a mãe que ela merece? A babá tem ficado mais tempo com ela do que eu. Desse jeito, a mãe acabará babá e a babá, mãe”, escreveu Leila, a bordo do DC-8 da Japan Airlines, em seu diário.
“Estamos chegando em Nova Déli. Segundo anunciam, a temperatura local é quase a do inferno. Quente paca! Agora está acontecendo uma coisa es…”. O inquérito que apurou a causa do acidente concluiu que o avião caiu por falha humana.
“Mamãe-canguru”
O diário em que redigiu suas últimas palavras foi encontrado, chamuscado, pelo cunhado, o advogado Marcelo Cerqueira. Suas cinzas foram sepultadas no cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio.
“Os diários da Leila ficaram comigo por muitos anos. No entanto, nunca li, nem quis publicar. Por diversas vezes, tentei entregá-los para a Janaína. Mas, ela pedia para ficar comigo. Até que chegou uma hora, há alguns anos, que ela aceitou enfrentar os diários da mãe”, relata Marieta.
Com os sete diários em mãos, a diretora, produtora e roteirista Janaina Diniz Guerra, filha da atriz com o cineasta moçambicano Ruy Guerra, pretende rodar um filme, Despedaços, e uma série documental, Toda Mulher É Meio Leila Diniz.
Das lembranças que guarda, um cartão-postal da Austrália, assinado: “Mamãe-canguru”.
“Tô com muita saudade. Hoje, fui ver os cangurus, as mães e os filhotes. Daqui a uns dois anos, quero voltar para cá, nós duas, ver você correndo por um desses parques daqui, toda colorida e coradinha num lugar como este, com muitos bichos e muito oxigênio vindo dos verdes. Já fiz amizade com um canguru que me seguiu o tempo todo. Volto logo, amor, mais bonita e mais feliz, acho”, escreveu.
Homenagens póstumas
Leila Diniz e Luiz Carlos Lacerda durante a filmagem de Mãos vazias em Paraty, 1970
Rogério Noel via BBC
Homenagens, Leila recebeu muitas: crônica de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), biografia de Joaquim Ferreira dos Santos, doutorado da antropóloga Mirian Goldenberg… Só música, foram quatro: Memória Livre de Leila (1972), de Taiguara (1945-1996); Um Cafuné na Cabeça, Malandro, Eu Quero Até de Macaco (1980), de Milton Nascimento; Leila Diniz (1987), de Martinho da Vila; e Todas as Mulheres do Mundo (1993), de Rita Lee.
A mais recente delas, o documentário Já que Ninguém me Tira pra Dançar, foi uma iniciativa da atriz e cineasta Ana Maria Magalhães, de 72 anos. Quando saíam para beber, Leila, depois de alguns copos de chope, costumava dizer à amiga: “Já que ninguém me tira pra dançar, vou dar uma mijadinha!”. O documentário começou a ser gravado em 1982 e, por falta de verba, só foi concluído em 2021.
Entre outros depoimentos, traz entrevistas inéditas com parentes, colegas e amigos de Leila Diniz, como sua irmã, a socióloga Eli Diniz; o primeiro namorado, o psicanalista Luiz Eduardo Prado; e o ex-marido, o cineasta Domingos Oliveira (1936-2019), diretor de Todas as Mulheres do Mundo (1966), seu maior sucesso no cinema. À época, Leila Diniz ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Brasília. O cineasta Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, define a amiga de adolescência como uma mistura de Marilyn Monroe (1926-1962) e Dercy Gonçalves (1907-2008). “Feminina como a Marilyn, irreverente como a Dercy”, completa.
Uma imagem rara mostra Leila e Ana Maria cantando e dançando ao som de Urucubaca (1970), do The Fevers. A cena faz parte de uma comédia que nunca chegou a ser concluída: As Bandidas, de Gustavo Dahl (1938-2011). “Quero apresentar a Leila às novas gerações como uma mulher que abriu a estrada da revolução sexual no Brasil. Provocou as mulheres a conquistar autonomia e igualdade sem jamais perder a ternura. Num mundo cada vez mais agressivo, seu legado de amor e alegria pode nos tornar pessoas melhores”, acredita.
Lei anti-palavrão
Leila recebeu muitas homenagens: crônica de Carlos Drummond de Andrade e músicas de Taiguara, Milton Nascimento, Martinho da Vila e Rita Lee
Acervo pessoa/Ana Maria Magalhães via BBC
No documentário, o jornalista Tarso de Castro (1941-1991) fala da entrevista que Leila deu ao Pasquim na edição de 20 de novembro de 1969. “Eu não leio críticas. Eles vão ficar (*) comigo, mas não leio”, “De uns três meses pra cá, eu ando muito (*) porque a Excelsior se (*) e eu junto” e “Se eu quisesse fazer (*), estava rica”.
Foram tantos os palavrões (72, ao todo!) que os editores acharam melhor substituí-los por asteriscos. “Pouco tempo depois, seria instaurada a censura prévia aos meios de comunicação no país. Uma nova Lei da Imprensa que ficaria popularmente conhecida pelo nome da atriz”, explica o jornalista Marcio Pinheiro, autor de Rato de Redação — Sig e a História do Pasquim (Matrix), referindo-se ao decreto-lei 1.077, de 26 de janeiro de 1970.
A edição com a entrevista com Leila Diniz, a de número 22, foi a terceira mais vendida da história do Pasquim: 117 mil exemplares. Atrás apenas da edição de número 27, que vendeu 200 mil exemplares, e a de número 23, 140 mil. “Naquele período, o Pasquim vendia mais do que Manchete e Veja, dois dos fenômenos editoriais da época”.
Tão polêmica quanto a entrevista dada ao Pasquim só a sessão de fotos que Leila Diniz aceitou fazer, grávida de cinco meses, para a revista Cláudia. A atriz posou de barriga de fora, dentro d’água e com um chapéu de palha, para a câmera do fotógrafo Joel Maia na ilha de Paquetá.
Exílio na serra
Em outro trecho do documentário, o advogado Marcelo Cerqueira lembra da perseguição que a cunhada sofreu na ditadura. Sob o argumento de que Leila ameaçava a moral e os bons costumes, chegou a ser expedido um mandado de prisão.
Em janeiro de 1971, dois policiais compareceram aos estúdios da TV Tupi, no antigo Cassino da Urca, para cumprir a determinação judicial. Para evitar a prisão de sua jurada, o apresentador Flávio Cavalcanti (1923-1986) aconselhou Leila a ir ao banheiro assim que o programa voltasse do intervalo comercial.
Nos bastidores, Leila trocou de vestido com Laudelina Maria Alves, a Nenê, sua secretária, e fugiu, em um carro da produção, para Petrópolis, região serrana do Rio.
Enquanto isso, Cerqueira e Nenê, disfarçada de Leila Diniz, eram interceptados pelos agentes da lei em frente ao número 204 da avenida Epitácio Pessoa, onde a atriz morava, em Ipanema.
“Leila andava assustada. Tinha medo que os fanáticos do regime militar, que a consideravam imoral e subversiva, conseguissem prendê-la”, recorda o filho do apresentador, Flávio Cavalcanti Júnior, autor de Senhor TV (Matrix). “O velho, então, a convidou para passar uns dias conosco. Leila conquistou a todos com seu alto astral”.
O então ministro da Justiça, Alfredo Buzaid (1914-1991), concordou em suspender a ordem de prisão de Leila Diniz, mas impôs uma condição ao advogado Marcelo Cerqueira: a atriz teria que assinar um termo de responsabilidade, se comprometendo a não falar mais palavrões em público.
Se o avião em que Leila Diniz viajava não tivesse caído na tarde de 14 de junho de 1972, Leila Roque Diniz estaria hoje com 77 anos. O que ela estaria fazendo? Na biografia Leila Diniz — Uma Revolução na Praia (Cia das Letras), o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos dá algumas pistas ao citar seus sonhos mais recorrentes: “abrir uma escola”, “escrever um roteiro com o título Todos os Homens do Mundo” e “partir para a produção de espetáculos”.
Difícil dizer, admitem seus amigos. “Imaginar o que Leila estaria fazendo hoje, penso eu, é impossível. Certamente, não estaria fazendo nada daquilo que a gente imagina. Leila sempre foi uma figura absolutamente surpreendente”, derrama-se Bigode. Algo, porém, é certo.
“Estaria de mãos dadas com todo mundo que está lutando contra esse retrocesso de costumes”, acredita Marieta.
“Certamente, lutaria do seu jeito espontâneo e divertido contra o autoritarismo, a censura e os horrores do atual governo”, completa Ana Maria.
Relembre crônica de Rubem Braga sobre Leila Diniz em 1979:
Jornal Hoje: Crônica de Rubem Braga sobre Leila Diniz (1979)

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Festival Global Citizen e Coldplay são confirmados para 2025 em Belém

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Festival foi confirmado por Helder Barbalho (MDB), e o show do Coldplay pelo ministro do turismo Celso Sabino, que disse que a banda se apresentará no estádio Mangueirão, o maior da capital paraense. Coldplay é confirmado em Belém.
Celso Tavares / G1
Belém deve receber em 2025 um show do Coldplay, ano que a cidade vai receber a 30ª Conferência das Partes (COP). A confirmação ocorreu neste final de semana em que o governador Helder Barbalho (MDB) está no festival beneficente Global Citizen, que, neste ano, ocorre em Nova York.
Segundo Helder, também em 2025, o próprio Global Citizen será realizado na capital paraense. O comunicado sobre o festival foi compartilhado pelo governador em seu perfil nas redes sociais.
“Ano que vem o festival será em Belém, destacando a nossa Amazônia para o mundo”, disse.
Também nas redes sociais, o ministro do turismo, Celso Sabino, afirmou que haverá show do Coldplay e que ele ocorrerá no estádio Mangueirão, o maior de Belém.
Ministro do turismo, Celso Sabino, confirma Coldplay em Belém e diz que show vai ocorrer no estádio Mangueirão.
Reprodução / Redes sociais
Largada para COP-30: show gratuito de Alok em Belém já tem data marcada e com direito a megaestrutura; confira
Governador Helder Barbalho e o DJ Alok, durante o festival Global Citizen. Alok fará um show gratuito em Belém, em novembro, marcando o início dos eventos da COP-30.
Reprodução/Redes sociais
Na noite desta sexta (27), o governador postou em suas redes sociais um vídeo no Central Park, onde ocorrem as apresentações, com a trilha de um dos hits do Coldplay.
“Escuta quem tá tocando aqui. Ano que vem será na Amazônia”, disse Helder Barbalho. No entanto, o governo do Pará não confirmou o show de Coldplay durante o festival em Nova York.
Em 2023, Helder também esteve presente no palco do evento, ao lado da secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, e da ministra Sônia Guajajara.
Festival Amazônia para Sempre
Em uma cerimônia realizada no último sábado (21), durante o Rock In Rio, Roberta Medina anunciou a criação do Festival Amazônia Para Sempre, em Belém.
O festival será realizado em setembro de 2025, em parceria com o Rock In Rio e o The Town. Na ocasião, foi dito que o evento teria uma atração internacional, mas nenhum nome foi confirmado.
Rock in Rio anuncia ação em prol da Amazônia
Segundo a organização, a apresentação acontecerá em palco flutuante, em formato de vitória-régia, com cenografia e iluminação criadas para promover um encontro entre a música e a natureza.
De acordo com os organizadores, a festa será transmitida para todo o país, com um conteúdo especial que vai mostrar o espetáculo e a música local.
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Convite de Janja
Em visita ao Pará em junho de 2023, na presença do presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva usou as redes sociais para convidar a banda Coldplay para a COP. Até a publicação de Celso Sabino, nenhuma outra autoridade tinha confirmado a vinda da banda a Belém.
“Hi, Chris, tudo bem? Você lembra que a gente teve junto com o presidente Lula lá no Rio de Janeiro e você disse que se a COP-30 fosse confirmada no Brasil, iria estar conosco”, disse.
Lula se encontra com Chris Martin, vocalista do Coldplay
Twitter/Reprodução
Em agosto daquele mesmo ano, uma equipe do Global Citzen visitou o estádio Mangueirão, em Belém. No estádio, a equipe do Global Citzen conheceu várias áreas do Mangueirão.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará
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Uma justa medalha para Fausto Nilo, compositor octogenário da MPB que cimentou o chão da praça com poesia

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Parceiro de Moraes Moreira, Dominguinhos e Fagner em músicas pautadas por lírica geralmente festiva, letrista ganha homenagem da UBC em outubro. Fausto Nilo é o primeiro compositor laureado com a Medalha UBC pelo conjunto de obra que inclui os hits ‘Bloco do prazer’, ‘Pedras que cantam’ e ‘Zanzibar’
Reprodução / Facebook Fausto Nilo
♫ ANÁLISE
♪ Na terça-feira, 1º de outubro, Fausto Nilo será o primeiro compositor agraciado com a Medalha UBC – láurea concedida pela União Brasileira de Compositores – em cerimônia que acontecerá em Fortaleza (CE). No caso deste poeta e letrista cearense, a medalha celebra tanto o conjunto da obra do compositor quanto os 80 anos de Fausto Nilo Costa Júnior, artista nascido em 5 de abril de 1944 em Quixeramobim, município do interior do Ceará.
Embora ligado ao Pessoal do Ceará, coletivo que movimentou a cena cultural de Fortaleza (CE) no início dos anos 1970, Fausto Nilo iniciou a trajetória como letrista de música em Brasília (DF), a convite de Fagner, cantor e compositor cearense de quem se tornou parceiro em 1972 em conexão iniciada com a música Fim do mundo, lançada naquele mesmo em EP de Fagner.
Em parceria com Moraes Moreira (1947 – 2020), Fausto Nilo teve letras cantadas em todo o Brasil, com destaque para Bloco do prazer (1979), Chão da praça (1979), Coisa acesa (1982), Eu também quero beijar (1981, com Pepeu Gomes na coautoria), Pão e poesia (1981) e Santa fé (1985).
Fausto Nilo também escreveu versos para músicas de Armandinho (Zanzibar, 1981), Caio Silvio (Pequenino cão, sucesso de Simone em 1981), Dominguinhos (1941 – 2013), Geraldo Azevedo (Chorando e cantando, 1986, hit na voz de Elba Ramalho) e Robertinho de Recife (Flor da paisagem – música-título do álbum lançado por Amelinha em 1977 – e O elefante, sucesso de 1982).
Compositor que animou muitos Carnavais com a poética festiva de letras cantadas em todo o Brasil, Fausto Nilo sempre cimentou o chão da praça com lirismo.
Contudo, a alegria dos versos deste parceiro letrista de Dominguinhos em Pedras que cantam (1981) – sucesso na voz de Fagner – extrapolou a folia, ecoando em todas as épocas. Por isso, a Medalha UBC merece o peito de Fausto Nilo.

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90 anos de Brigitte Bardot: como a visita da atriz francesa ainda impulsiona o turismo em Búzios seis décadas depois

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A visita dela ocorreu em duas ocasiões diferentes, ambas no ano de 1964. Existe uma orla em seu nome e um estátua da francesa, que completa 90 anos neste sábado (28), no local. Brigitte Bardot vistou Búzios e deixou o balneário famoso
Divulgação / Prefeitura
Coincidência ou não, no mesmo ano em que Brigitte Bardot completa 90 anos, também completa 60 anos que ela visitou Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
A atriz francesa, que faz aniversário neste sábado (28), esteve em Búzios, que ainda era distrito de Cabo Frio, em duas situações e ambas no ano de 1964. Ela chegou pela primeira vez em janeiro daquele ano e ficou quatro meses na cidade.
De acordo com José Wilson Barbosa, empresário e pesquisador, Brigitte Bardot veio ao Brasil por estar muito estressada e desejar passar um tempo em um lugar mais calmo e tranquilo.
Ela desembarcou no Rio de Janeiro, mas se assustou com a quantidade de fotógrafos e jornalistas que a aguardavam. A atriz chegou a ameaçar voltar para Paris.
“Ela queria anonimato, ela queria descansar. Já que era muito perseguida por paparazzis nos Estados Unidos e na Europa. Ela faz um acordo com os jornalistas no Rio de Janeiro, vai para o Copacabana Palace, faz uma sessão de fotos, dá entrevistas e depois disso ganha liberdade no Rio de Janeiro. Ela pega um iate de um empresário, faz um passeio, volta para o Rio de Janeiro e no Rio, ela pega um furgão. Ela pega vários mantimentos e vai para Búzios”, diz o pesquisador.
Brigitte Bardot durante visita ao Rio de Janeiro em janeiro de 1964
Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
De acordo com o pesquisador, ela foi vista pela primeira vez em Búzios no dia 13 de janeiro de 1964 e ficou hospedada em Manguinhos.
“Durante sua permanência em Búzios, ela acabou criando uma situação inovadora na cidade, um fenômeno turístico. Naquela época só existia quatro estabelecimentos comerciais, não tinha nenhuma estrutura. Era uma aldeia de pescadores e a imprensa daquela época diz que Brigitte Bardot está em um paraíso secreto”, conta.
A secretária de turismo de Búzios, Patrícia Burlamaqui Chaves, fala que na época o então distrito era um local selvagem e pacato, sem comércio, hotelaria e gastronomia.
“Nesse período de quatro meses, que ela ficou aqui, ela passou realmente despercebida e pode estar no meio dos nativos vivendo de forma simples e despojada. Caminhando e visitando praias”, conta Patrícia.
Durante os meses em Búzios, a francesa tinha o hábito de passear em um fusca vermelho e caminhar pela praia de Manguinhos. Ela também esteve em bairros de Cabo Frio, como a Ogiva.
Brigitte Bardot durante visita ao Brasil em 1964
Estadão Conteúdo/Arquivo
Antigamente, como era uma pequena vila, era difícil o acesso a Búzios. O acesso ficou melhor com a construção da ponte Rio-Niterói, dez anos depois, em 1974. Após a visita da atriz, o local passou a ser mundialmente conhecido.
Brigitte Bardot foi embora da cidade em abril de 1964 e retornou em dezembro do mesmo ano. Ela ficou hospedada na casa de um amigo, que ficava na atual Rua das Pedras, mas a experiência que teve foi diferente da anterior.
“Ela nunca mais voltou a Búzios, até porque depois da permanência nela, ela se sentiu um midas. Assim como ela tirou Saint-Tropez do anonimato, ela fez o mesmo com Búzios e isso chateou muito ela. Porque Búzios mudou muito depois da permanência dela”, conta José.
A atriz chegou a ganhar o título de cidadã honorária e a Companhia Aldeão deu a ela um terreno em João Fernandes, mas ela nunca buscou nenhum dos dois.
Brigitte Bardot em 1963 e 2001
Jack Guez/AFP e Screen prod./Photononstop/AFP
Turismo impulsionado
Bastou duas visitas de Brigitte para que Búzios entrasse no circuito do turismo nacional e mundial.
José Wilson Barbosa conta que a presença dela fez surgir as primeiras pousadas da cidade, pois diversos jornalistas e fotógrafos foram descobrir onde era o paraíso secreto da francesa.
“A economia da cidade começou a gerar graças a presença da Brigitte Bardot, nesse período de quatro meses que esteve em Búzios”, conta.
Estátua de Brigitte Bardot é um dos principais pontos turísticos de Búzios
Tássia Thum/G1
A visita de Bardot foi tão importante para a cidade que em 1999, foi inaugurado a Orla Bardot e uma estatua da atriz foi colocada no local.
Atualmente, é um dos pontos mais visitados e diariamente diversas pessoas param para tirar foto com a estátua feita pela escultora Christina Motta.
Estátua é alvo das fotos de turistas e moradores.
Divulgação / Ascom Armação de Búzios
“Após as duas visitas de BB [Brigitte Bardot] a península, Búzios nunca mais foi a mesma. Os visitantes atraídos pelos relatos da época, vieram provenientes de vários países entre eles Argentina, Chile, França, Alemanha, Suíça, Espanha e tantos outros. Além de visitarem, se encantaram com e estilo de vida simples e ao mesmo tempo sofisticado dessa linda cidade que ainda então era bem rústica com suas casinhas de pescadores e com belas e selvagens praias”, explica Patrícia.
Ela diz que até hoje, seis décadas após a visita, o turismo ainda é impulsionado por Brigitte Bardot, devido a orla e a estátua em sua homenagem. “Esse fato sempre vai ter importância e relevância para o turismo”, concluí.
Bigitte Bardot
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios

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