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Peças de mármore podem voltar ao Partenon: museu britânico defende acordo com Grécia

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Presidente do British Museum de Londres disse estar aberto a um acordo para a devolução parcial das peças, um pedido de décadas do país. Estátuas de mármore do Partenon em exposição no British Museum em 2015
Matt Dunham/AP Photo
A Grécia há décadas pede ao Reino Unido a restituição das peças e esculturas de mármore do Partenon e da Acrópole de Atenas. A disputa é antiga, mas a solução pode estar finalmente à vista. O presidente do British Museum de Londres disse estar aberto a um acordo para a devolução parcial das peças.
Desde o início do século XX, a Grécia exige oficialmente a devolução de um friso de 75 metros que foi retirado do Partenon e levado para a capital inglesa. O país mediterrâneo quer ainda uma das cariátides de mármore que sustentava um pequeno templo da Acrópole de Atenas, guardada como um dos tesouros do British Museum.
O Reino Unido sempre se recusou a fazer a restituição sob o argumento de que as peças foram adquiridas legalmente, por meio de uma compra feita pelo diplomata britânico Lord Elgin em 1802, que revendeu as peças ao museu. No entanto, a Grécia afirma que as peças foram pilhadas durante a ocupação otomana de seu território.
O assunto voltou à discussão em março, quando o museu britânico foi processado por impedir que as peças de mármore fossem escaneadas em 3D. O Instituto de Arqueologia Digital de Oxford pretendia fazer a versão tridimensional das peças gregas como forma de ampliar o acesso ao material e resolver o imbróglio entre Atenas e Londres, segundo declarou o diretor do instituto ao jornal Guardian.
Em abril, o governo de Boris Johnson chegou a dizer que abriria a negociação com a administração grega diante da Unesco. Entretanto, o governo voltou atrás dizendo que tal decisão cabia ao museu.
Nesta semana, o presidente do British Museum deu uma declaração mostrando-se disposto a resolver a questão. Em entrevista à rádio LBC, George Osborne afirmou estar aberto a um acordo para compartilhar as peças.
“Acredito que um acordo seja possível para contar a história deles ao mesmo tempo em Atenas e em Londres se discutirmos essa situação sem muitas precondições ou barreiras”, afirmou.
Perguntado se seria possível que as peças fossem expostas por um tempo na Grécia e, mais tarde, voltassem a Londres, ele afirmou que esse tipo de negociação seria possível. “Alguma coisa que permita vê-las em todo seu esplendor em Atenas e vê-las como exemplos de outras civilizações em Londres”, detalhou.
Restitução de obras
A opinião pública no Reino Unido é, em sua maioria, favorável ao repatriamento das peças. Uma pesquisa feita recentemente pelo instituto inglês Yougov mostra que 59% dos participantes acham que as peças devem ser repatriadas. Há oito anos, a parcela da população a favor da devolução das obras era de apenas 37%.
A pressão tem crescido para que as instituições culturais europeias devolvam as peças retiradas de seus países em períodos coloniais. Em 2021, a Universidade de Cambridge devolveu à Nigéria uma obra de bronze pilhada do país há cerca de um século.
Forrado de peças antigas de civilizações de todo o mundo, o British Museum até agora sempre se negou a discutir a restituição de obras.

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