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Festas e Rodeios

Quais são os direitos dos herdeiros de Chorão, Renato Russo e Marília Mendonça? E o que eles disputam?

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Especialista explica em podcast as regras para herdeiros de cantores e ajuda a entender polêmicas recentes entre familiares e músicos de Charlie Brown Jr., Legião Urbana e Marília Mendonça. Ídolos e herdeiros, da esquerda: Marília Mendonça, o filho, Léo, e a mãe, Ruth; Renato Russo e o filho, Giuliano; Chorão e o filho, Alexandre
Divulgação / TV Globo / Reprodução
É preciso combinar os direitos sobre as músicas e as bandas como se não houvesse amanhã. Essa é a maior lição do podcast g1 ouviu, que fala sobre herdeiros musicais no episódio 199.
O programa explica as regras para herdeiros de cantores e ajuda a entender polêmicas recentes entre familiares e músicos de Charlie Brown Jr., Legião Urbana e Marília Mendonça. Ouça abaixo:
A advogada Isis Moretti é especialista em sucessão musical. O termo não se refere a um grande sucesso, mas aos sucessores dos direitos autorais dos músicos.
Com quem fica a música? Quem pode liberar ou segurar o som? Isis explica 5 pontos sobre a herança musical. Essas regras ajudam a entender as 3 disputas recentes, que movimentaram do BBB ao STJ.
1 – Qual é o direito do herdeiro sobre as músicas?
“Os direitos autorais sobrevivem após a morte do autor”, resume Isis Moretti, do escritório Kasznar Leonardos.
O herdeiro, assim como o músico em vida, é um protetor desses direitos, ela explica. Sempre que alguém tem interesse de usar a obra, deve procurar o sucessor, que pode analisar e negociar o uso.
Uma regra é clara: tem que autorizar antes. “Seja uma gravação, uma criação de obra derivada, a inclusão da música numa trilha – você precisa da liberação”, especifica a advogada.
A proteção não é eterna, mas tem prazo longo. “No caso da música, são 70 anos depois da morte do autor, até que ela caia em domínio público”. Aí sim, pode-se usar a obra sem autorização dos herdeiros.
2 – E tocar a música, pode?
No caso da execução pública, seja uma festinha ou um megashow, o Brasil tem regras em que não é necessária a autorização prévia do titular – ou seu herdeiro.
“O que vai precisar, se estiver fazendo alguma execução pública, é pagar ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação), que recolhe os direitos de execução em shows e rádios, por exemplo, e distribui aos titulares”, explica Isis.
“Para tocar não precisa de aval, exceto se você for gravar aquele show e publicar ou transformar num álbum, por exemplo. Aí as músicas viram fonograma, e precisam da liberação de todos os titulares.”
3 – Quem fica com o direito da imagem?
“A figura gravada e os atributos que compõem a imagem da pessoa costumam ser usadas em clipes ou materiais publicitários, por exemplo. Os herdeiros são responsáveis por impedir que isso seja feito de forma contrária ao que ela acreditava, ou que viole de alguma forma seus direitos”, diz Isis.
Se quiser usar essa imagem “você vai ter esse trabalho adicional de conversar com os herdeiros e enxergar se é um uso adequado a imagem daquela pessoa”.
Ela cita o uso da imagem de Marília Mendonça em um videoclipe de Naiara Azevedo como caso em que a conversa com a família deveria ter acontecido antes do lançamento (veja mais abaixo).
4 – E como ficam as marcas, como os nomes de bandas?
“É comum essa questão, no escritório a gente vê isso com frequência. A gente recomenda atenção no registro dos materiais da sociedade musical (isso quando há uma sociedade registrada).”
“Você evita uma série de problemas ou quando há um ajuste por escrito entre os membros sobre como eles vão utilizar conjuntamente aquela marca.”
O problema pode acontecer até antes da morte. “Se um dos integrantes sai da banda, por exemplo, quem pode continuar usando a marca?”,ela questiona.
De qualquer forma, a regra aqui é a mesma das anteriores: “A propriedade passa a ser do herdeiro de quem veio a falecer, que pode continuar usando a marca.” O difícil é achar um artista que morreu e deixou isso claro entre os músicos da banda (veja mais abaixo).
5 – E as obras não registradas?
O caderno que Marília Mendonça deixou quando morreu desperta curiosidade. O que acontecem com ideias de músicas que não chegaram a ser formalmente registradas ou nem finalizadas?
Para entender esse ponto, é importante saber que os direitos autorais protegem as criações, que não dependem de um documento para existirem.
“Quando a criação ocorre, você tem uma ideia e pode transportar para um meio físico – pode ser um começo de um música num caderno ou num computador. No simples ato de criar você já tem direitos autorais nascendo ali”, explica Isis.
O registro formal pode ser feito depois e o herdeiro também terá esses direitos.
Após entender as regras, veja a situação de três casos recentes:
Legião Urbana
Os integrantes da banda Legião Urbana (e/d): o guitarrista Dado Villa-Lobos, o vocalista e baixista Renato Russo e o baterista Marcelo Bonfá em foto de novembro de 1993
Tasso Marcelo/Estadão Conteúdo/Arquivo
Uma das disputas mais intensas da música brasileira acontece entre Giuliano Manfredini, filho e herdeiro de Renato Russo, e os outros membros da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.
As regras 1 e 3 acima deixam claro que tudo que envolve obras e imagem de Renato Russo precisa da autorização de Giuliano.
Ao mesmo tempo, Dado e Bonfá também têm direitos por gravações, composições e imagem deles mesmos.
Como os dois lados não se entendem, quase nada sai da Legião Urbana. Há até projetos de cada um, como a exposição de Renato Russo, tocada por Giuliano, e turnês de Dado e Bonfá com as músicas da Legião (sem necessidade de liberação, vide o item 2 acima), apresentadas como “tributo”.
As apresentações eram questionadas por Giuliano. Renato Russo era o único dono da marca Legião Urbana (ver item 4 acima), e passou a herança ao filho. Mas Dado e Bonfá foram à Justiça para usar o nome sem a autorização dele, pois consideram que construíram a marca junto com Renato.
No ano passado, o STJ concordou com os argumentos de Dado e Bonfá e confirmou a decisão que os autoriza a usar o nome da Legião Urbana em apresentações deles e sem pedir autorização – mesmo que o dono da marca continue sendo Giuliano Manfredini. Leia mais.
Charlie Brown Jr.
Thiago Castanho, ex-guitarrista do Charlie Brown Jr., publica vídeo desmentindo filho de Chorão, Alexandre Abrão
Reprodução
A disputa do Charlie Brown Jr. lembra a da Legião Urbana, mas com um agravante: o direito sobre a marca do grupo é mais confuso, já que o registro nunca foi autorizado por ser o nome de um personagem de quadrinho dos EUA, o amigo do Snoopy.
A relação entre Alexandre Abrão, filho de Chorão, e os músicos que faziam parte da banda até foi amistosa durante um tempo. Isso permitiu a realização de turnês com o nome do Charlie Brown com os músicos remanescentes da banda e convidados.
Mas eles brigaram a ponto de romper publicamente em 2021, com trocas de acusações entre Alexandre e os guitarristas Marcão e Thiago.
O filho de Chorão diz que, mesmo sem o registro do nome no INPI, o pai tinha contratos em que os outros músicos apenas prestadores de serviço e ele era o dono da banda.
Os músicos dizem que tentaram manter um bom relacionamento com o herdeiro, mas que não conseguiram, e só querem continuar a tocar as músicas con as quais ficaram conhecidos. “Temos o direito de tocar nossas músicas com quem e como a gente quiser”, diz Thiago.
Uma curiosidade é que o andamento da disputa da Legião influiu no caso do Charlie Brown, segundo Alexandre. Em entrevista ao g1, ele diz que o sucesso de turnês de Dado e Bonfá sem Renato Russo fez Thiago Castanho ameaçar “tirar a banda dele”.
“E se a turnê do Legião Urbana foi extremamente bem-sucedida sem o Renato Russo e fez ele entrar naquela mentalidade de ‘ eu vou tirar o bagulho de você’…. (suspira) Eu não posso fazer nada. Eles me processaram sem falar comigo, anunciaram uma ruptura sem eu saber. Estou tipo mulher do outro, sempre sabendo depois”, disse Alexandre.
Leia mais sobre a disputa entre Alexandre e os músicos do Charlie Brown
Marília Mendonça
Marília Mendonça e Naiara Azevedo
Marcel Bianchi / Divulgação
O g1 revelou que Marília Mendonça deixou quase cem músicas já registradas e nunca lançadas. Além disso, podem haver obras não finalizadas no caderno ou em outras anotações.
O farto material póstumo deve ter menos problemas para sair por dois motivos: ela era uma artista solo, sem banda para disputa de direitos, e a família parece alinhada com a empresa que cuidava da carreira e editava as músicas, a Workshow.
O herdeiro de Marília Mendonça é o filho dela, Léo Dias, de 2 anos. Até ele virar maior de idade, sua tutora, que cuida da herança, é Ruth Dias, mãe da cantora.
Mas aconteceu uma polêmica com foco no uso da imagem da cantora (ver item 3), após o anúncio de uma parceria com Naiara Azevedo ao entrar no “BBB 22”.
As duas tinham gravado a música “50%”. Ela não era uma composição de Marília e o fonograma já estava registrado. Deveria ser um lançamento tranquilo, como outros que ja saíram com a voz dela.
Mas o irmão de Marília, João Gustavo, disse que causou desconforto na família a produção de um clipe “em tom apelativo”, feito após a morte de Marília – ela aparece no telão do palco, atrás de Naiara.
“Conforme foi noticiado, a equipe da Naiara Azevedo nos procurou e entendeu nossa posição contrária ao lançamento de uma gravação feita após a morte da Marília… um vídeo totalmente diferente daquilo que a Marília havia feito em vida, com um tom apelativo de tristeza e sofrimento”, ele disse.
A autorização para o lançamento do clipe, claro, deveria ter sido feita antes por Ruth. Mas elas acabaram chegando a um acordo. A música saiu, mas não clipe com a imagem que os herdeiros vetaram. Aplicação perfeita das regras do item 3.

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Festival Global Citizen e Coldplay são confirmados para 2025 em Belém

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Festival foi confirmado por Helder Barbalho (MDB), e o show do Coldplay pelo ministro do turismo Celso Sabino, que disse que a banda se apresentará no estádio Mangueirão, o maior da capital paraense. Coldplay é confirmado em Belém.
Celso Tavares / G1
Belém deve receber em 2025 um show do Coldplay, ano que a cidade vai receber a 30ª Conferência das Partes (COP). A confirmação ocorreu neste final de semana em que o governador Helder Barbalho (MDB) está no festival beneficente Global Citizen, que, neste ano, ocorre em Nova York.
Segundo Helder, também em 2025, o próprio Global Citizen será realizado na capital paraense. O comunicado sobre o festival foi compartilhado pelo governador em seu perfil nas redes sociais.
“Ano que vem o festival será em Belém, destacando a nossa Amazônia para o mundo”, disse.
Também nas redes sociais, o ministro do turismo, Celso Sabino, afirmou que haverá show do Coldplay e que ele ocorrerá no estádio Mangueirão, o maior de Belém.
Ministro do turismo, Celso Sabino, confirma Coldplay em Belém e diz que show vai ocorrer no estádio Mangueirão.
Reprodução / Redes sociais
Largada para COP-30: show gratuito de Alok em Belém já tem data marcada e com direito a megaestrutura; confira
Governador Helder Barbalho e o DJ Alok, durante o festival Global Citizen. Alok fará um show gratuito em Belém, em novembro, marcando o início dos eventos da COP-30.
Reprodução/Redes sociais
Na noite desta sexta (27), o governador postou em suas redes sociais um vídeo no Central Park, onde ocorrem as apresentações, com a trilha de um dos hits do Coldplay.
“Escuta quem tá tocando aqui. Ano que vem será na Amazônia”, disse Helder Barbalho. No entanto, o governo do Pará não confirmou o show de Coldplay durante o festival em Nova York.
Em 2023, Helder também esteve presente no palco do evento, ao lado da secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, e da ministra Sônia Guajajara.
Festival Amazônia para Sempre
Em uma cerimônia realizada no último sábado (21), durante o Rock In Rio, Roberta Medina anunciou a criação do Festival Amazônia Para Sempre, em Belém.
O festival será realizado em setembro de 2025, em parceria com o Rock In Rio e o The Town. Na ocasião, foi dito que o evento teria uma atração internacional, mas nenhum nome foi confirmado.
Rock in Rio anuncia ação em prol da Amazônia
Segundo a organização, a apresentação acontecerá em palco flutuante, em formato de vitória-régia, com cenografia e iluminação criadas para promover um encontro entre a música e a natureza.
De acordo com os organizadores, a festa será transmitida para todo o país, com um conteúdo especial que vai mostrar o espetáculo e a música local.
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Convite de Janja
Em visita ao Pará em junho de 2023, na presença do presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva usou as redes sociais para convidar a banda Coldplay para a COP. Até a publicação de Celso Sabino, nenhuma outra autoridade tinha confirmado a vinda da banda a Belém.
“Hi, Chris, tudo bem? Você lembra que a gente teve junto com o presidente Lula lá no Rio de Janeiro e você disse que se a COP-30 fosse confirmada no Brasil, iria estar conosco”, disse.
Lula se encontra com Chris Martin, vocalista do Coldplay
Twitter/Reprodução
Em agosto daquele mesmo ano, uma equipe do Global Citzen visitou o estádio Mangueirão, em Belém. No estádio, a equipe do Global Citzen conheceu várias áreas do Mangueirão.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará
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Uma justa medalha para Fausto Nilo, compositor octogenário da MPB que cimentou o chão da praça com poesia

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Parceiro de Moraes Moreira, Dominguinhos e Fagner em músicas pautadas por lírica geralmente festiva, letrista ganha homenagem da UBC em outubro. Fausto Nilo é o primeiro compositor laureado com a Medalha UBC pelo conjunto de obra que inclui os hits ‘Bloco do prazer’, ‘Pedras que cantam’ e ‘Zanzibar’
Reprodução / Facebook Fausto Nilo
♫ ANÁLISE
♪ Na terça-feira, 1º de outubro, Fausto Nilo será o primeiro compositor agraciado com a Medalha UBC – láurea concedida pela União Brasileira de Compositores – em cerimônia que acontecerá em Fortaleza (CE). No caso deste poeta e letrista cearense, a medalha celebra tanto o conjunto da obra do compositor quanto os 80 anos de Fausto Nilo Costa Júnior, artista nascido em 5 de abril de 1944 em Quixeramobim, município do interior do Ceará.
Embora ligado ao Pessoal do Ceará, coletivo que movimentou a cena cultural de Fortaleza (CE) no início dos anos 1970, Fausto Nilo iniciou a trajetória como letrista de música em Brasília (DF), a convite de Fagner, cantor e compositor cearense de quem se tornou parceiro em 1972 em conexão iniciada com a música Fim do mundo, lançada naquele mesmo em EP de Fagner.
Em parceria com Moraes Moreira (1947 – 2020), Fausto Nilo teve letras cantadas em todo o Brasil, com destaque para Bloco do prazer (1979), Chão da praça (1979), Coisa acesa (1982), Eu também quero beijar (1981, com Pepeu Gomes na coautoria), Pão e poesia (1981) e Santa fé (1985).
Fausto Nilo também escreveu versos para músicas de Armandinho (Zanzibar, 1981), Caio Silvio (Pequenino cão, sucesso de Simone em 1981), Dominguinhos (1941 – 2013), Geraldo Azevedo (Chorando e cantando, 1986, hit na voz de Elba Ramalho) e Robertinho de Recife (Flor da paisagem – música-título do álbum lançado por Amelinha em 1977 – e O elefante, sucesso de 1982).
Compositor que animou muitos Carnavais com a poética festiva de letras cantadas em todo o Brasil, Fausto Nilo sempre cimentou o chão da praça com lirismo.
Contudo, a alegria dos versos deste parceiro letrista de Dominguinhos em Pedras que cantam (1981) – sucesso na voz de Fagner – extrapolou a folia, ecoando em todas as épocas. Por isso, a Medalha UBC merece o peito de Fausto Nilo.

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90 anos de Brigitte Bardot: como a visita da atriz francesa ainda impulsiona o turismo em Búzios seis décadas depois

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A visita dela ocorreu em duas ocasiões diferentes, ambas no ano de 1964. Existe uma orla em seu nome e um estátua da francesa, que completa 90 anos neste sábado (28), no local. Brigitte Bardot vistou Búzios e deixou o balneário famoso
Divulgação / Prefeitura
Coincidência ou não, no mesmo ano em que Brigitte Bardot completa 90 anos, também completa 60 anos que ela visitou Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
A atriz francesa, que faz aniversário neste sábado (28), esteve em Búzios, que ainda era distrito de Cabo Frio, em duas situações e ambas no ano de 1964. Ela chegou pela primeira vez em janeiro daquele ano e ficou quatro meses na cidade.
De acordo com José Wilson Barbosa, empresário e pesquisador, Brigitte Bardot veio ao Brasil por estar muito estressada e desejar passar um tempo em um lugar mais calmo e tranquilo.
Ela desembarcou no Rio de Janeiro, mas se assustou com a quantidade de fotógrafos e jornalistas que a aguardavam. A atriz chegou a ameaçar voltar para Paris.
“Ela queria anonimato, ela queria descansar. Já que era muito perseguida por paparazzis nos Estados Unidos e na Europa. Ela faz um acordo com os jornalistas no Rio de Janeiro, vai para o Copacabana Palace, faz uma sessão de fotos, dá entrevistas e depois disso ganha liberdade no Rio de Janeiro. Ela pega um iate de um empresário, faz um passeio, volta para o Rio de Janeiro e no Rio, ela pega um furgão. Ela pega vários mantimentos e vai para Búzios”, diz o pesquisador.
Brigitte Bardot durante visita ao Rio de Janeiro em janeiro de 1964
Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
De acordo com o pesquisador, ela foi vista pela primeira vez em Búzios no dia 13 de janeiro de 1964 e ficou hospedada em Manguinhos.
“Durante sua permanência em Búzios, ela acabou criando uma situação inovadora na cidade, um fenômeno turístico. Naquela época só existia quatro estabelecimentos comerciais, não tinha nenhuma estrutura. Era uma aldeia de pescadores e a imprensa daquela época diz que Brigitte Bardot está em um paraíso secreto”, conta.
A secretária de turismo de Búzios, Patrícia Burlamaqui Chaves, fala que na época o então distrito era um local selvagem e pacato, sem comércio, hotelaria e gastronomia.
“Nesse período de quatro meses, que ela ficou aqui, ela passou realmente despercebida e pode estar no meio dos nativos vivendo de forma simples e despojada. Caminhando e visitando praias”, conta Patrícia.
Durante os meses em Búzios, a francesa tinha o hábito de passear em um fusca vermelho e caminhar pela praia de Manguinhos. Ela também esteve em bairros de Cabo Frio, como a Ogiva.
Brigitte Bardot durante visita ao Brasil em 1964
Estadão Conteúdo/Arquivo
Antigamente, como era uma pequena vila, era difícil o acesso a Búzios. O acesso ficou melhor com a construção da ponte Rio-Niterói, dez anos depois, em 1974. Após a visita da atriz, o local passou a ser mundialmente conhecido.
Brigitte Bardot foi embora da cidade em abril de 1964 e retornou em dezembro do mesmo ano. Ela ficou hospedada na casa de um amigo, que ficava na atual Rua das Pedras, mas a experiência que teve foi diferente da anterior.
“Ela nunca mais voltou a Búzios, até porque depois da permanência nela, ela se sentiu um midas. Assim como ela tirou Saint-Tropez do anonimato, ela fez o mesmo com Búzios e isso chateou muito ela. Porque Búzios mudou muito depois da permanência dela”, conta José.
A atriz chegou a ganhar o título de cidadã honorária e a Companhia Aldeão deu a ela um terreno em João Fernandes, mas ela nunca buscou nenhum dos dois.
Brigitte Bardot em 1963 e 2001
Jack Guez/AFP e Screen prod./Photononstop/AFP
Turismo impulsionado
Bastou duas visitas de Brigitte para que Búzios entrasse no circuito do turismo nacional e mundial.
José Wilson Barbosa conta que a presença dela fez surgir as primeiras pousadas da cidade, pois diversos jornalistas e fotógrafos foram descobrir onde era o paraíso secreto da francesa.
“A economia da cidade começou a gerar graças a presença da Brigitte Bardot, nesse período de quatro meses que esteve em Búzios”, conta.
Estátua de Brigitte Bardot é um dos principais pontos turísticos de Búzios
Tássia Thum/G1
A visita de Bardot foi tão importante para a cidade que em 1999, foi inaugurado a Orla Bardot e uma estatua da atriz foi colocada no local.
Atualmente, é um dos pontos mais visitados e diariamente diversas pessoas param para tirar foto com a estátua feita pela escultora Christina Motta.
Estátua é alvo das fotos de turistas e moradores.
Divulgação / Ascom Armação de Búzios
“Após as duas visitas de BB [Brigitte Bardot] a península, Búzios nunca mais foi a mesma. Os visitantes atraídos pelos relatos da época, vieram provenientes de vários países entre eles Argentina, Chile, França, Alemanha, Suíça, Espanha e tantos outros. Além de visitarem, se encantaram com e estilo de vida simples e ao mesmo tempo sofisticado dessa linda cidade que ainda então era bem rústica com suas casinhas de pescadores e com belas e selvagens praias”, explica Patrícia.
Ela diz que até hoje, seis décadas após a visita, o turismo ainda é impulsionado por Brigitte Bardot, devido a orla e a estátua em sua homenagem. “Esse fato sempre vai ter importância e relevância para o turismo”, concluí.
Bigitte Bardot
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios

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