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Senado instala comissão externa para acompanhar investigações sobre assassinatos de Bruno e Dom

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Comissões externas são formadas quando parlamentares se juntam para uma atividade fora do Congresso. Além das mortes de Bruno e Dom, colegiado quer investigar alta da violência na Amazônia. O Senado instalou nesta segunda-feira (20) a comissão externa que vai acompanhar as investigações sobre o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, na Amazônia.
Comissões externas têm esse nome porque são formadas quando os parlamentares se juntam para uma atividade fora do Congresso. Ainda não há data definida de quando eles vão para a Amazônia.
Bruno e Dom foram vistos pela última vez em 5 de junho, enquanto faziam uma expedição na região do Vale do Javari, no Amazonas. Os corpos dos dois foram encontrados na última quarta-feira (15). Laudo confirmou que eles foram mortos a tiros, com munição de caça.
Barco usado por Bruno Pereira e Dom Phillips é encontrado
A previsão é que o colegiado tenha 60 dias de duração. Além de acompanhar os desdobramentos sobre o caso envolvendo Pereira e Phillips, a comissão tem o objetivo de apurar as causas do aumento da criminalidade e de atentados contra povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e jornalistas na região Norte.
A comissão, formada por nove parlamentares, será presidida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Rodrigues designou o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) para assumir a relatoria. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) será o vice-presidente.
A comissão externa deve atuar em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. Ainda nesta segunda, a CDH deve votar requerimentos relativos à situação na Amazônia, entre os quais o que pede a convocação do ministro da Justiça, Anderson Torres, para dar explicações sobre a criminalidade no Norte do país.
Durante a sessão, o senador Nelsinho Trad disse que foi procurado por Torres, e que o ministro se colocou à disposição para prestar os esclarecimentos. A proposta inicial é a de que Torres seja ouvido já na próxima quarta-feira (22). Senadores também querem ouvir, no mesmo dia, representantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) durante reunião da comissão externa que vai investigar os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips na Amazônia
Pedro França/Agência Senado
Cronograma dos trabalhos
Nesta segunda, a comissão também aprovou o plano de trabalho da comissão externa. Todas atividades sem datas definidas. Entre as medidas estão:
Ouvir o prefeito de Atalaia do Norte, Denis Paiva; o presidente da Funai, Marcelo Xavier; e os familiares de Dom e Bruno
Solicitar a conclusão do inquérito sobre o assassinato de Maxciel Pereira dos Santos, ex-servidor da Funai
Acompanhar processos no âmbito da Polícia Federal e de outros órgãos que tratem sobre a situação do narcotráfico no Norte do país
Solicitar o envio de forças de segurança para garantir a proteção física de servidores da Funai em todas as bases de proteção do Vale do Javari. A proteção também foi solicitada para a equipe de vigilância e dos coordenadores da Univaja
Durante viagem ao Amazonas, os senadores também querem se reunir com diversas entidades, entre as quais o Ministério Público e a Polícia Federal, e com os suspeitos dos assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira e os demais participantes do crime.
Três já foram presos
Três homens já foram presos por terem participação no crime. De acordo com a Polícia Federal, outros cinco homens que ajudaram a enterrar os corpos de Bruno e Dom na mata foram identificados.
A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia: tráfico de drogas, roubo de madeira e avanço do garimpo.
No dia 9 de junho, a Justiça decretou a prisão temporária de Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, que confessou o assassinato de Pereira e Phillips no último dia 15.
Também em 15 de junho, a Justiça decretou a prisão temporária de Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Amarildo.
Na tarde de sábado, a Justiça do Amazonas decretou, a prisão temporária, por 30 dias, de Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”. Ele teve participação direta na morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, apontam as investigações.
Os três suspeitos seguem detidos na carceragem da 50ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Atalaia de Norte.
A embarcação na qual viajavam o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foi encontrada no Rio do Itacoaí, nas proximidades da comunidade de Cachoeira na noite deste domingo (19), de acordo com a Polícia Civil. A Polícia Federal também confirmou a localização da embarcação.
O local foi indicado por Jeferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, preso no sábado (18). Ele é um dos oito suspeitos de ter assassinado Bruno e Dom — três deles já foram presos durante as investigações sobre o caso. De acordo com a polícia, a lancha foi localizada a cerca de 20 metros de profundidade, emborcada com seis sacos de areia para dificultar a flutuação, a uma distância de 30 metros da margem direita do rio.

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