Cerimônia volta em abril de 2023 com categorias que abolem as distinções de gênero masculino / feminino e que laureiam projetos audiovisuais com diversidade, sem apego à mídia física do DVD. ♪ ANÁLISE – Após hiato de três anos, o Prêmio da Música Brasileira está de volta. Prevista para abril de 2023, a 30ª edição da premiação criada em 1987 pelo empresário José Maurício Machline marca a implementação de oportunas mudanças em algumas categorias.
Anunciadas nesta quarta-feira, 29 de junho, as alterações no regulamento procuram alinhar o prêmio com as mudanças ocorridas no mundo e no mercado da música nos últimos anos. São decisões acertadas que tornam o Prêmio da Música Brasileira afinado com as tendências do mercado e da própria sociedade.
A principal delas é relativa à questão de gênero, uma vez que os conceitos de masculino e feminino já transcenderam, no mundo de hoje, as definições arcaicas de um passado recente. Por isso mesmo, estão abolidas as denominações Cantor e Cantora.
A partir da 30ª edição, o prêmio laureia o melhor Intérprete de cada categoria, sem distinção de gênero, podendo concorrer artistas que se identificam como homens, mulheres ou não-binários. Outra revisão acertada é a da categoria audiovisual.
Como o DVD já é um produto quase extinto como mídia física, a categoria Melhor DVD passa a se chamar, a partir da 30ª edição do Prêmio da Música Brasileira, Melhor produto audiovisual, nomenclatura mais ampla que abrange clipes, projetos para plataformas de vídeo, documentários musicais e até DVDs.
Por fim, há a mudança, menos relevante, do nome da genérica categoria antes intitulada Pop / Rock / Reggae / Hip hop / Funk. Essa categoria passa a se chamar Música urbana, rótulo também genérico dado a uma miscelânea de gêneros musicais, já de fato amalgamados em determinados nichos mercadológicos.
Resta torcer para que, em sintonia com essas benéficas mudanças, o corpo de jurados do 30º Prêmio da Música Brasileira – do qual faz parte este colunista e crítico musical – premie um leque variado de artistas, contemplando toda a diversidade da música feita no Brasil nestes anos 2020.
