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Festas e Rodeios

‘Conseguiu ser erudito e extremamente popular’, diz cartunista Baptistão sobre Jô Soares; veja homenagens

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Representantes e cartunistas do Salão Internacional de Humor de Piracicaba homenageiam Jô Soares. Ele morreu aos 84 anos em São Paulo nesta sexta-feira (5). Caricatura de Jô Soares feita por Eduardo Baptistão para a Revista Veja em 2011
Eduardo Baptistão/ Arquivo pessoal/Reprodução
“Dono de uma cultura privilegiada, conseguiu ser ao mesmo tempo erudito e extremamente popular”, assim o Jô Soares foi descrito pelo cartunista Eduardo Baptistão ao g1, nesta sexta-feira (5), dia da morte do apresentador, ator e escritor e considerado um dos maiores humoristas do Brasil, aos 84 anos.
Um dos maiores eventos do mundo no segmento, o Salão Internacional de Humor de Piracicaba (SP), que chega a sua 49ª edição, reúne anualmente artistas reconhecidos nacional e internacionalmente, que lamentaram a morte de Jô Soares – personalidade recorrentemente retratada nas obras da mostra – e deixaram suas homenagens e enalteceram o convívio com o humorista.
A capacidade de transitar entre erudito e popular, o humor inteligente e a luta contra ditadura são algumas das marcas deixadas por Jô Soares e lembradas nos textos enviados pessoalmente ao g1 pelos artistas e cartunistas. – Veja abaixo relatos, curiosidades, memórias e homenagens ao humorista.
“Jô Soares era um multiartista, e conseguiu ser ótimo em tudo a que se dedicou. Ator, comediante, escritor, dramaturgo, diretor de teatro, cineasta, músico, apresentador de TV e de rádio, artista plástico e até chargista eventual. Dono de uma cultura privilegiada, conseguiu ser ao mesmo tempo erudito e extremamente popular. Sua contribuição para a TV brasileira é histórica, inestimável. Seus personagens de humor e as entrevistas marcantes que fez ficarão para sempre na memória afetiva de todo o país”, afirmou Baptistão.
No Pasquim
O jornalista, cartunista e atual presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil, José Alberto Lovetro, o JAL, relatou ao g1 Piracicaba (SP), nesta sexta-feira (5), memórias de quando era editor do Pasquim, em São Paulo, e tinha Jô Soares como dos colaboradores do semanário, na década de 60.
“Jô escrevia para o jornal e eu ia buscar pessoalmente os textos na casa dele. Ele não mandava nem por fax. Depois, ele deu uma entrevista histórica para gente durante um documentário que fizemos do Pasquim, em 1999. Jô tem uma história antiga com o Pasquim”, lembrou.
Dimensão da perda
JAL conta que Jô participou de edições mais antigas do Pasquim, nacional, mas depois colaborou em edições mais regionais. Ele o descreve como uma referência nacional e internacional.
“É uma perda grandíssima. Não se tem ainda a dimensão dessa perda. Com o tempo vai se ter a dimensão maior ainda dessa perda do cara inteligência, do cara de humor, do cara que tinha muita coisa para fazer ainda. Fica a força que ele deixa em cada um de nós que trabalhamos com humor”, lamentou.
A Associação dos Cartunistas do Brasil organizou uma exposição virtual para homenagear Jô Soares, ícone do humor e da TV, que morreu nesta sexta-feira (5).
O caricaturista, cartunista e chargista Luiz Gustavo Paffaro, de Vinhedo (SP), interior de São Paulo, participou do Salão Internacional de Humor de Piracicaba com uma caricatura de Jô Soares na edição de 2003. A obra foi selecionada pelo júri para compor a mostra principal da competição naquele ano.
Paffaro faz homenagem a Jô Soares
Paffaro/Associação dos Cartunistas do Brasil
A caricatura do apresentador, escritor e humorista também integrou, posteriormente, Flash expo, organizada pelo JAL, e Mostra Virtual de Humor com o tema “Aniversariantes do Mês de Janeiro – Jô Soares”, quando conquistou o primeiro lugar no concurso.
Paffaro esclareceu que o tema da obra sempre é uma das coisas mais difíceis de escolher, mas quando participou de um concurso de salão de humor, não hesitou em nenhum momento sobre qual personalidade homenagearia.
“No ano em que escolhi fazer a caricatura do Jô, eu não tive dúvida nenhuma. Ele estava no auge da carreira com o próprio programa, e eu sempre gostei muito do humor que fazia e das entrevistas”, opinou.
O chargista lamentou a morte de Jô Soares e destacou a importância do legado que ele deixa para os brasileiros.
“É triste a realidade de ver o Brasil e o mundo terem de se despedir de um cara com múltiplos talentos como o Jô, de extrema importância para a arte no Brasil. Acredito que ele continuará sendo uma referência e inspiração. A arte fica!”, reforçou.
Personagens de Jô Soares
Arte g1
Protagonista do humor
O cartunista piracicabano, Erasmo Spadotto, que também foi diretor do Salão Internacional de Humor de Piracicaba por cerca de quatro edições, entre 2016 e 2020, descreveu Jô Soares como o protagonista do humor na televisão brasileira, principalmente na década de 60, quando criou a Família Trapo e brilhou junto de outros nomes como Carlos Alberto de Nóbrega e Golias. Ele lembra de personagens e jargões do Jô:
“Confesso que em minha época de adolescência, às segundas-feiras, eu não saía de casa à noite só para assistir ao ‘Viva o Gordo’. Esse programa era demais. Não dá para esquecer personagens como Capitão Gay. Sem falar dos jargões como ‘De pensar que eu saí de dentro dela”, que ele falava para a personagem da mãe dele no programa, interpretada por Henriqueta Brieba. E do cara que ligava para o Telê Santana, lá da Copa do Mundo na Espanha, em 82, e representava o típico torcedor brasileiro, com o ‘Bota ponta, Telê’. Tem também o ‘Seu Batista’. Era sensacional. Um humorista inteligentíssimo, que sabia usar a piada”, elogiou.
Ícone de luta contra ditadura
O cartunista piracicabano destacou o humor crítico, feito com inteligente por Jô Soares, que, segundo ele, nunca se furtou de falar das causas e lutas políticas.
“Ele foi um ícone na luta contra a ditadura”, comentou. “Ele deixou um legado para todos nós, artistas. Vai fazer muita falta”, disse e, ao terminar, Erasmo deixou também o seu beijo para o gordo.
O diretor do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, Junior Kadeshi, afirma que Jô Soares está entre as pessoas que mais foram caricaturadas em diversas edições da mostra.
“É um dos grandes nomes do humor brasileiro, atravessando gerações de espectadores. Desde seus personagens de humor até suas entrevistas incríveis e memoráveis, sempre mostrou um humor e inteligência muito além comum, muito além do riso”, comentou.
O artista plástico e cartunista, Eduardo Grosso, que foi Diretor do Centro Nacional de Documentação, Pesquisa e Divulgação do Humor Gráfico de Piracicaba (Cedhu) em diversas edições da mostra também ressaltou o humor inteligente e o vasto conhecimento geral de Jô Soares, tão grande quanto a sua humildade, descreveu.
“A gente aprendia com as entrevistas de Jô Soares. Ele tratava especialistas e figuras mais simples com igualdade de interesse, inteligência e muito humor. Criou inesquecíveis personagens imersos nos nossos cotidianos políticos sociais”, observou.
‘Viva o Gorgo, Viva Jô Soares!’, diz cartunista
Eduardo Grosso listou alguns dos personagens criados por Jô. “Como esquecer do Capitão Gay. Ou do torcedor que no orelhão da esquina implorava ao técnico Telê Santana escalar um ponta na Seleção Brasileira. Sem falar na Vovó Naná e o Reizinho”, relembrou e finalizou a conversa com uma homenagem: “Viva o Gordo, viva Jô Soares!”, encerrou.
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Duo Prettos faz brinde aos 50 anos do primeiro álbum solo de Cartola em tributo reverente ao mestre do samba

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Capa do álbum ‘Um brinde ao mestre Cartola 74’, do duo Prettos
Divulgação
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Um brinde ao mestre Cartola 74
Artista: Prettos
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Poucos discos brasileiros alcançaram a perfeição atingida por Cartola (1974), primeiro álbum solo de Angenor de Oliveira (11 de outubro de 1908 – 30 de novembro de 1980), nome de batismo do cantor, compositor e músico carioca imortalizado como Cartola no olimpo do samba.
Gravado com produção musical de João Carlos Botezelli (1942 – 2021), o Pelão, e com arranjos e regências do maestro Horondino José da Silva, o violonista Dino Sete Cordas (1918 – 2006), esse álbum antológico ganha homenagem da dupla Prettos pelos 50 anos completados em 2024.
Bambas do samba de São Paulo (SP), criadores do Quinteto em Branco e Preto e posteriormente do Quintal dos Prettos, roda imponente no circuito de Sampa, os irmãos Magnu Sousá e Maurílio de Oliveira recriam com evidente reverência o repertório do álbum Cartola em disco, Um brinde ao mestre Cartola 74, que aporta no mercado em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Disco que deu reconhecimento tardio ao compositor, quando o bamba da escola de samba Mangueira já caminhava para os 66 anos, o álbum Cartola apresentou obras-primas como Disfarça e chora (Cartola e Dalmo Castello, 1974) e Corra e olhe o céu (Cartola e Dalmo Castello, 1974), além de ter reapresentado sambas e sambas-canção do alto quilate de Acontece (1972), Alegria (1968), O sol nascerá (Cartola e Elton Medeiros, 1964), Quem me vê sorrindo (Cartola e Carlos Cachaça, 1974), Sim (Cartola e Osvaldo Martins, 1952 ) e Tive sim (1968).
Com sonoridade calcada nas tradições do samba, como se o brinde fosse feito em 1974, o duo Prettos aborda o repertório na ordem em que as 12 músicas aparecem no álbum Cartola.
Samba lançado por Elza Soares (1930 – 2022) um ano antes do registro autoral do compositor, Festa da vinda (Cartola e Nuno Veloso, 1973) exemplifica a opção dos Prettos por cantar o disco cinquentenário como se estivesse no quinta da dupla paulistana.
Grande e melancólico samba lançado na voz de Paulinho da Viola em disco de 1968, Amor proibido ganha as vozes de Magnu Sousá e Maurílio de Oliveira em gravação que ecoa a descontração de uma roda de samba, mas com requinte instrumental evocativo do som dos conjuntos regionais dos anos 1940 e 1950.
É nesse clima que os Prettos ambientam o samba menos conhecido do repertório lapidar, Ordenes e farei (Cartola, 1974), e também o já mencionado samba solar que arremata o álbum, Alegria, lançado no disco coletivo Fala Mangueira (1968), gravado por Cartola com Carlos Cachaça (1902 – 1999), Clementina de Jesus (1901 – 1987), Nelson Cavaquinho (1911 – 1986) e Odete Amaral (1917 – 1984).
Tributo coerente com a discografia dos Prettos, o álbum Um brinde ao mestre Cartola 74 gera show programado para ser apresentado no Sesc Santana, em São Paulo (SP), em 15, 16 e 17 de novembro. No show, Magnu Sousá e Maurílio de Oliveira irão além do repertório do álbum Cartola, dando voz a outros standards do mestre que saúdam com carinho neste tributo calcado na reverência.
Magnu Sousá (à esquerda) e Maurílio Oliveira, integrantes da dupla Prettos, lançam em 20 de novembro o álbum ‘Um brinde ao mestre Cartola 74’
Divulgação

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Oasis no Brasil: banda anuncia shows em SP em 2025

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Banda se apresentará no estádio Morumbis, em São Paulo, no fim de novembro de 2025. Oasis
Reprodução/Instagram
Após muita especulação, o Oasis confirmou que virá ao Brasil em sua turnê de retorno. A banda anunciou dois shows, nos dias 22 e 23 de novembro de 2025, no Morumbis.
“O Carnaval chegou cedo”, brincou a banda. A venda geral começa no próximo dia 13, às 10h, na Ticketmaster.
LEIA TAMBÉM: Oasis anuncia retorno 15 anos após separação
O negócio milionário por trás das voltas de grandes bandas
Os valores dos ingressos variam entre R$ 245 (fan ticket, meia-entrada) e R$ 1.250 (cadeira superior, inteira).
O anúncio da turnê marca as primeiras apresentações do Oasis na América do Sul em 16 anos. A banda já esgotou datas no Reino Unido, Irlanda, América do Norte e Austrália.
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A volta do Oasis
Uma das maiores bandas dos anos 90, o Oasis foi fundado em 1991 na cidade de Manchester, na Inglaterra. Desde o disco de estreia, a banda já se destacou como um dos grandes expoentes do rock britânico da década. Hoje, o Oasis ultrapassa a marca de 75 milhões de discos vendidos.
No fim de agosto de 2009, Noel anunciou sua saída definitiva da banda. “É com tristeza e grande alívio que digo que desisto do Oasis esta noite”, escreveu o guitarrista em seu site. “As pessoas podem dizer o que quiserem, mas eu simplesmente não consigo trabalhar com Liam por mais nenhum dia”.
Diante da dificuldade de reconciliação entre os irmãos, a volta do Oasis nunca foi garantida. “Eu não acho que passaríamos do primeiro refrão de ‘Rock and Roll Star'”, disse Liam à “Rolling Stone” em 2020.
O próprio Liam está em turnê para comemorar os 30 anos de “Definitely Maybe”. Segundo o vocalista declarou ainda em fevereiro, ele chegou a convidar o irmão para essa leva de shows, mas Noel recusou.
No dia 27 de agosto deste ano, o Oasis anunciou oficialmente o seu retorno, com Liam e Noel de volta à banda – 15 anos após o conflito que os separou.
Uma das bandas mais icônicas dos anos 90, o Oasis, está de volta depois de 15 anos

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Chris Martin cai no palco durante show do Coldplay na Austrália

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Vocalista foi auxiliado por funcionário no palco. ‘Meu Deus, isso quase foi um momento de YouTube’, brincou o cantor. Chris Martin cai em show do Coldplay na Austrália
Chris Martin, vocalista do Coldplay, caiu em um buraco no palco durante um show da banda em Melbourne, na Austrália.
O cantor estava conversando com a plateia e não viu o buraco, mas foi imediatamente auxiliado por um funcionário após cair. Chris não pareceu se machucar e se levantou em seguida, continuando o show.
“Isso foi… não foi planejado. Obrigado por me pegar. Meu Deus, isso quase foi um momento de YouTube”, brincou o cantor.
Chris Martin cai em show do Coldplay
Reprodução/TiKTok
Um incidente similar aconteceu com a cantora Olivia Rodrigo em outubro. Ela também caiu no palco, na Austrália, mas não se machucou.

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