O guitarrista ainda agradeceu por fazer parte da história do apresentador, morto nesta sexta-feira (5) em São Paulo. Tomati e Jô
Reprodução
O guitarrista Carlos Tomati, ex-integrante do grupo de músicos “Sexteto”, que atuou durante anos nos programas de entrevista de Jô Soares, lamentou a morte do apresentador nesta sexta-feira (5), a quem chamou de padrinho e professor.
“Hoje o céu ganhou mais uma estrela. O cara mais genial que convivi até hoje na vida, meu padrinho, amigo, professor, crítico, incentivador, sacana, generoso, justo, culto, divertido e amoroso”, afirmou em suas redes sociais.
Um dia triste para a cultura do Brasil. Perdemos um pouco do riso, uma mente brilhante, humorista, comediante, apresentador, ator, músico, artista plástico, escritor, tradutor e diretor de teatro, entre seus inúmeros talentos. Descanse em Paz. Obrigado por me convidar à fazer parte da sua história e da história de todos que te amam. Foi uma honra”, completou.
Derico
O saxofonista Derico Sciotti chorou e também lamentou a morte do amigo, que faleceu em São Paulo aos 84 anos.
“É muito triste. Fiquei 28 anos lá, metade da minha vida trabalhando com o Jô. Tenho 56 anos e 28 foram trabalhando com ele, que é uma pessoa incrível, foi uma espécie de um pai mesmo. Tive momentos maravilhosos com ele. Ele me ensinou tudo”, disse Sciotti ao Bom Dia SP, da TV Globo (veja vídeo acima).
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“Comecei a trabalhar com ele aos 22 anos de idade e saí com 50 anos. A minha vida inteira passei ouvindo ele. Eu sentava naquela cadeira e via a história do Brasil e do mundo passar. O carinho e a generosidade dele são inesquecíveis. Apesar de o programa ser o ‘Programa do Jô’, ele dizia que não fazia sozinho. Sempre deu abertura para a gente desenvolver as nossas capacidades”, declarou.
Além de Derico e Tomati, a chamada houseband do Jô era formada pelos músicos Chiquinho Oliveira (trompete), Miltinho (baterista), Bira (baixo), Osmar Barutti (piano).
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O grupo nasceu primeiro como quarteto, depois virou quinteto, até a formação final de sexteto, no programa da TV Globo.
Na qualidade de saxofonista careca e engraçado do grupo, Derico encarou vários personagem nas esquetes de humor do programa e fazia sucesso como “assessor para assuntos aleatórios” do Gordo, desde o programa ‘Jô Soares 11 e meia’, no SBT’.
Foto de arquivo de 25/05/2004 da banda Sexteto do Jô
ALE SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO
O apelido, segundo Derico, surgiu quase que por acidente, quando Jô leu na abertura do programa uma notícia sobre uma tartaruga de duas cabeças que foi encontrada na América do Sul.
“Eu tocava flauta e era o único que tinha um microfone na frente. Ele leu a notícia e me perguntou: ‘Derico, por que você acha que encontraram uma tartaruga de duas cabeças?’. Eu vi que era a minha oportunidade e disse ‘vou soltar o verbo aqui’. E expliquei que ela vinha da Antártida para desovar rumo aos trópicos. E quando chegou no Sul da América do Sul, ela não sabia se ia para o [Oceano] Pacífico ou para o Atlântico”, lembrou ele aos risos.
“Aí ele disse pra mim: ‘Olha, cara. Você não precisa falar mais nada durante o mês inteiro’”, contou.
“Eu tive um pai que eu amei a vida inteira. Mas o Jô era uma pessoa diferente. Como profissional e tutor ele me ajudou de uma forma que eu não tenho como externar a gratidão do que ele fez por mim”, declarou.
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Dos integrantes do ‘Sexteto’, Rubinho, da guitarra, faleceu ainda com o programa no ar, assim como Bira, do baixo, que morreu em 2019, já depois do fim do programa na TV Globo.
“Se o nosso colega Bira não tivesse morrido em 2019, ele teria morrido hoje. Porque ele amava o Jô e toda a produção do programa. Era uma relação de amizade sensacional. Nós gravávamos de segunda, terça e quarta. Mas o Bira ia lá todos os dias, de terno. Ficava lendo o jornal e falando com todos da produção”, lembra Derico sobre o colega de ‘Sexteto’.
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Morte de Jô Soares
O apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares morreu às 2h30 desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, o apresentador do “Programa do Jô”, exibido na TV Globo de 2000 a 2016, estava internado desde 28 de julho no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo.
A causa da morte não foi divulgada. O enterro e velório serão reservados à família e aos amigos, em data e local ainda não informados.
O anúncio da morte foi feito por Flávia Pedra, ex-mulher de Jô, e confirmada em nota pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês.
“Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo”, escreveu Flávia em uma rede social. Leia a íntegra do texto aqui.
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