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‘Dirty Dancing’: como plástica no nariz arruinou carreira da protagonista do filme

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O sucesso de ‘Dirty Dancing’ lançou ao estrelato Patrick Swayze. Mas aos poucos Jennifer Grey desapareceu dos holofotes e do olhar público. O sucesso do filme lançou Patrick Swayze ao estrelato, o mesmo não ocorreu com Jennifer Grey
Getty Images via BBC
Mais de três décadas após seu lançamento, Dirty Dancing é considerado um clássico dos anos 1980 e um dos filmes de maior sucesso em todos os tempos.
Situado em 1963, conta a história de Frances “Baby” Houseman (interpretada por Jennifer Grey), que tem um caso com o instrutor de dança Johnny Castle, interpretado por Patrick Swayze.
Dirty Dancing arrecadou mais de US$ 214 milhões em todo o mundo e ganhou um Oscar pela música (I’ve Had) The Time of My Life.
O público se apaixonou pelos personagens, a música e as rotinas de dança icônicas, incluindo o famoso “levantamento”.
O sucesso do filme lançou Swayze ao estrelato — o ator que morreu de câncer em 2009, aos 57 anos.
Jennifer Grey, no entanto, em poucos anos desapareceu dos holofotes.
Em 2022, Grey publicou seu livro de memórias, em que apresenta uma razão para sua carreira cinematográfica não ter decolado: uma operação no nariz a deixou irreconhecível para os espectadores e fez com que os grandes estúdios de cinema parassem de oferecer papéis.
Cena de ‘Dirty Dancing’
Getty Images via BBC
O dilema da operação
Em Out Of The Corner (Fora do Canto, em tradução livre), Grey – que hoje tem 62 anos – conta como no início de sua carreira, enquanto lutava para conseguir papéis, sua mãe, a também atriz Jo Wilder, sugeriu a ela que a falta de trabalho poderia ter algo a ver com seu nariz “judeu”.
A atriz também achava que isso poderia ser verdade, mas sempre se recusou a fazer uma rinoplastia.
“Eu tinha quase 30 anos e passei grande parte da minha vida adulta tentando me amar e me aceitar como era”, conta a atriz. “Então, passar pelas mãos de um cirurgião parecia perigosamente quase admitir uma derrota.”
Após o enorme sucesso de Dirty Dancing, ela decidiu arriscar e disse ao renomado cirurgião plástico que iria operá-la para “afinar” o nariz, mas deixar a característica “protuberância” no septo.
O procedimento foi um sucesso, e Grey começou a conseguir mais papéis e a ganhar dinheiro pela primeira vez em sua vida.
Em 1992, enquanto filmava Wind – A Força dos Ventos, o diretor de fotografia do filme notou um pedaço de cartilagem saindo da ponta de seu nariz.
A atriz conversou com seu cirurgião e foi marcada uma operação de reparação. Mas o resultado dessa segunda cirurgia mudaria sua vida para sempre.
Assim que conseguiu remover as bandagens, Grey ficou chocada com o que viu no espelho. “Eu não conseguia entender o que estava vendo. Eu sabia que algo ruim tinha acontecido.”
O procedimento mudou tanto sua aparência que o público em geral não a reconheceu mais.
“Parecia que eu tinha cometido um crime imperdoável: deliberadamente tirar a única coisa que me tornava especial”, diz Grey. Ela sabia que seu nariz originalmente era uma conexão física com sua identidade judaica.
Jennifer Grey com seus pais na estreia de ‘Dirty Dancing’
Getty Images via BBC
‘Fundo do poço’
Em uma entrevista com a jornalista Katie Couric em maio passado, Grey refletiu sobre o que havia acontecido.
Ela contou que as famílias de seus pais eram formadas por judeus originários da Europa Oriental e, quando chegaram aos EUA, mudaram de sobrenome. E para os judeus que trabalhavam no show business (seu pai é o ator Joel Grey, vencedor do Oscar por Cabaret), mudar o nariz “era normal e considerado inteligente”.
“Minha mãe sabia como funcionava a indústria do entretenimento e achava que seria mais fácil conseguir papéis, porque não havia muitos papéis para meninas que se parecessem comigo e fossem judias. Não havia muitas oportunidades e ela queria que eu tivesse mais oportunidades, ela queria que eu tivesse a carreira que ela não tinha.”
Segundo a atriz, após a primeira operação “ela não parou de trabalhar” e percebeu que sua mãe “tinha razão”.
Quando teve que se submeter à segunda operação, ela disse explicitamente ao cirurgião que gostava de seu nariz e “queria um nariz forte”.
“Depois da segunda operação [o cirurgião] tirou minhas bandagens e algo estava errado. Ele olhou para mim e disse: ‘Acho que nunca vi uma mudança tão drástica’.”
“Eu não sei o que ele fez, mas ele mudou a proporção do meu rosto (…) ele parecia diferente de uma forma que não fazia sentido”, disse a atriz na entrevista com Katie Couric.
“Foi o momento mais difícil, solitário e confuso da minha vida. Foi muito devastador. E ser tão incompreendida em todo o mundo por décadas… A falta de generosidade e humanidade me machucou muito.”
De acordo com Grey, após a operação “ela não conseguia encontrar um emprego” ou sobreviver.
“Decidi jogar a toalha. Nunca mais pedi a ninguém para me dar sua aprovação ou gostar de mim.”
A atriz em imagem de 2019
Getty Images via BBC
A partir de então, teve que descobrir quem ela era “sem esse personagem, sem ‘Dirty Dancing'”.
“E nessa solidão cheguei ao fundo do poço. E entendi quem eu era e quanto eu valia de uma forma que ninguém poderia tirar isso de mim novamente.”
De acordo com Grey, foi “muito difícil” para as pessoas próximas que testemunharam essa fase difícil.
A atriz – que agora está trabalhando na produção de uma sequência de Dirty Dancing – passou anos tentando entender por que o público virou as costas para ela após sua mudança de aparência.
“Em algum momento pensei que talvez eles tenham se identificado muito com [a personagem] Baby, se viram nela, porque são poucos os filmes em que a protagonista se parece com eles, não é perfeita ou é mais humana. E doeu neles que (com a operação) eu estivesse dizendo algo, que eles não eram suficientes.”
“Passei muitos anos pensando nisso e não encontrei uma resposta. Só percebi que ninguém ia me resgatar (…) Foi um drama e percebi que era uma pessoa muito forte”, contou Grey.
“Todas as coisas difíceis que aconteceram comigo me mudaram e eu não gostaria de ser outra pessoa (…) Agora estou mais feliz do que nunca e me sinto muito grata por ter sobrevivido. E não penso em mim ou no meu nariz. Penso no que contribuí nesta vida, como mãe, como amiga…”

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Gavin Creel, ator de ‘Hair’ e ‘Alô, Dolly!’, morre dois meses após receber diagnóstico de câncer

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Além da Broadway, artista trabalhou em filmes e séries de TV como ‘Eloise no Plaza’, ‘As Enroladas Aventuras da Rapunzel’ e ‘American Horror Story’.
Gavin Creel apresenta ‘Hair’, na Broadway, em 2009
Peter Kramer/AP
O ator americano Gavin Creel morreu nesta segunda-feira (30), aos 48 anos. Sua morte acontece dois meses depois de ele receber o diagnóstico de um câncer raro no nervo periférico.
Creel estrelou musicais da Boradway como “Caminhos da Floresta”, “Hair”, “Alô, Dolly!”, além de peças da West End – a clássica rua dos teatros de Londres –, como “Mary Poppins” e “Waitress”.
Ele também trabalhou em filmes e séries de TV, atuando em produções como “Eloise no Plaza”, “O Natal de Eloise”, “As Enroladas Aventuras da Rapunzel” e “American Horror Story.”
Em 2002, ele recebeu sua primeira indicação ao prêmio Tony (o principal troféu do teatro), por “Positivamente Millie”. Oito anos depois, voltou a ser indicado, por “Hair”, e em 2017, levou o Tony de melhor ator coadjuvante, por “Alô, Dolly!”.
Gavin Creel ganha Tony por ‘Alô, Dolly!’, em 2017
Michael Zorn/Invision/AP
“O Tony foi como receber um abraço da comunidade que participo há 20 anos”, disse ele ao jornal americano “The San Francisco Chronicle”, em 2018. “Isso é bom. Eu literalmente não consigo fazer mais nada na minha vida e ainda sou vencedor do Tony. Nunca deixarei de fazer isso.”
Além de trabalhar nos palcos e em frente às câmeras, Creel também chegou a gravar música e apresentar concertos. Inclusive, em “She Loves Me”, ele estrelou o primeiro musical da Broadway transmitido ao vivo.

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Ex-Skank Henrique Portugal tenta se firmar como cantor, com parceria com Zélia Duncan, após EP com big band

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Capa do single ‘No meu paraíso’, de Henrique Portugal
Divulgação
♫ ANÁLISE
♪ Em março de 2023, o Skank saiu de cena na cidade natal de Belo Horizonte (MG) com show apoteótico no estádio conhecido como Mineirão. Dois anos antes dessa derradeira apresentação do Skank, Henrique Portugal – tecladista do quarteto mineiro projetado no início dos anos 1990 – já lançou o primeiro single sem a banda, Razão pra te amar, em parceria com Leoni.
Desde então, o músico vem tentando se firmar como cantor em carreira solo com série de singles que, diferentemente do que foi anunciado em 2021, ainda não viraram um álbum ou mesmo EP solo.
Após sucessivas gravações individuais e duetos com nomes como Frejat e Marcos Valle, Henrique Portugal faz mais uma tentativa com a edição do inédito single No meu paraíso, programado para 18 de outubro. Trata-se da primeira parceria do artista com Zélia Duncan, conexão alinhavada por Leoni há mais de quatro anos.
“Já conhecia Zélia, mas a parceria foi incentivada pelo Leoni. Eu conversei com ela sobre alguns temas, mandei a música e Zélia me devolveu a letra em 15 minutos”, conta Henrique.
O single com registro da canção No meu paraíso sai quatro meses após o EP Henrique Portugal & Solar Big Band (2024), lançado em 7 de junho com o tecladista no posto de vocalista da big band nas abordagens de músicas de Beatles e Roberto Carlos, entre outros nomes.
A rigor, o single No meu paraíso e sobressai mais pelo som pop vintage dos teclados do músico do que pelo canto de Henrique Portugal.
“No meu paraíso / Te quero a princípio / Se nada é perfeito / Me arrisco e me ajeito / Quem dirá que é amor? / Qual olhar começou? / Nesse ‘não’ mora um ‘sim’? / O que eu sei mora em mim”, canta Henrique Portugal, dando voz aos versos da letra escrita por Zélia Duncan em 15 minutos.

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Juiz nega pedido de novo julgamento para armeira de ‘Rust’ condenada por morte de diretora de fotografia

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Hannah Gutierrez-Reed foi considerada culpada pela morte de Halyna Hutchins, atingida por um tiro disparado por uma arma segurada pelo ator Alec Baldwin, em outubro de 2021. Alec Baldwin chora após Justiça anular acusações de homicídio culposo
Um juiz do Novo México negou nesta segunda-feira (30) o pedido da armeira Hannah Gutierrez Reed do filme “Rust” para um novo julgamento e manteve sua condenação por homicídio culposo pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins em 2021. Gutierrez Reed vai permanecer sob custódia para cumprir o restante de sua sentença de 18 meses.
Hannah Gutierrez-Reed havia carregado o revólver com o qual Baldwin estava ensaiando, em outubro de 2021, durante a filmagem em um rancho do Novo México. Além da morte da diretora de fotografia, o incidente deixou o diretor Joel Souza ferido. A arma estava carregada com munição real e não cenográfica. Além de estrelar “Rust”, o Baldwin também era produtor do filme.
Em seu julgamento, os promotores argumentaram que Hannah violou repetidamente o protocolo de segurança e foi negligente. O advogado de defesa argumentou que ela era o bode expiatório pelas falhas de segurança da administração do set de filmagem e de outros membros da equipe.
Hannah Gutierrez-Reed, ex-armeira de ‘Rust’, comparece a julgamento em 27 de fevereiro pela morte de Halyna Hutchins
Luis Sánchez Saturno/Pool/AFP
Juíza anula acusação de Baldwin
No dia 12 de julho, o ator Alec Baldwin chorou após a Justiça dos Estados Unidos anular as acusações de homicídio culposo. A juíza entendeu que houve má conduta da polícia e dos promotores ao ocultar as provas da defesa.
À Justiça, os advogados do ator afirmaram que as autoridades “enterraram” evidências sobre a origem da bala que matou a diretora. Segundo a defesa, munições reais foram apreendidas como parte das evidências, mas não foram listadas no arquivo das investigações.
Vídeo com Alec Baldwin na gravação de ‘Rust’ é divulgado

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