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Festas e Rodeios

Djavan soa déjà vu no álbum ‘D’

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Com 11 músicas inéditas em 12 faixas, disco é pautado pelo habitual requinte harmônico e poético da obra do artista sem resistir às comparações com as antigas safras autorais do compositor. Capa do álbum ‘D’, de Djavan
Arte de Giovanni Bianco
Resenha de álbum
Título: D
Artista: Djavan
Edição: Luanda Records / ony Music
Cotação: ★ ★ ★
♪ Djavan soa déjà vu em D, 26º álbum do artista em discografia iniciada como intérprete em 1973. E soar déjà vu – no caso do cantor, compositor e músico alagoano – está longe de ser sentença desabonadora sobre o disco lançado na noite de hoje, 11 de agosto.
Há mais de 40 anos, Djavan vem seguindo requintados padrões de qualidade na construção da obra, sem se preocupar em parecer moderno. Talvez porque há décadas já se saiba eterno no panteão da MPB.
Para seguidores que entendem e até esperam a continuidade deste modelo a cada álbum do artista, D oferece iguarias. Nenhuma soa tão sedutora às primeiras audições como Num mundo de paz, música embalada em batida funkeada que anunciou, no single editado em 30 de junho, o sopro de esperança bafejado por D, disco idealizado para desanuviar o clima pesado do Brasil em 2022.
Contudo, há algumas joias. Basta seguir os belos caminhos da balada Primeira estrada – cuja letra versa sobre “navios ávidos” ancorados no porto inseguro das paixões – para se deixar enredar no quase cinco minutos da faixa que abre merecidamente o álbum D.
Gravado com produção musical e arranjos orquestrados pelo próprio Djavan, com assistência do tecladista Paulo Calasans na produção, D alinha doze músicas autorais formatadas no tempo do artista. Faixas como a valsa Nada mais sou – de ambiência jazzística e compasso 6/8 – e a intrincada canção Ao menos um porto duram em torno de cinco minutos, uma eternidade para o jeito TikTok de consumir música.
Leia mais: Djavan lança ‘D’ como luz contra o obscurantismo: ‘A gente precisa acreditar na felicidade’
Só que o Djavan déjà vu de D se desvia de qualquer pretensão de soar atual. Tanto que arregimentou time de músicos com quem já tocou ao longo de carreira fonográfica que alcançou picos de popularidade e vendas na primeira metade da década de 1980 e no fim dos anos 1990.
A única novidade, no time de instrumentistas, é a presença de Rafael Rocha, músico recrutado para tocar trombone no naipe de metais completado com Marcelo Martins no saxofone e Jessé Sadoc no trompete e flugelhorn.
O maior traço de modernidade do disco reside na arte criada por Giovanni para a estilosa capa de D – imagem à altura da expressiva capa do anterior álbum de estúdio do cantor, Vesúvio (2018).
Tanto requinte, na arte, no som e na construção das imagens poéticas das letras, jamais disfarça o fato de que Djavan já apresentou safras autorais mais inspiradas em discos anteriores.
Contudo, exceto pelos versos pueris de Beleza destruída, canção em defesa da natureza que já nasceu histórica pelo fato de apresentar o primeiro dueto de Djavan e Milton Nascimento, o disco evolui em bom nível poético e harmônico.
Djavan e Milton Nascimento defendem a natureza com os versos pueris de ‘Beleza destruída’, música valorizada pelo dueto histórico dos artistas
Leo Aversa / Divulgação
Basta ouvir Cabeça vazia para se deparar com o suingue singular e sinuoso do cancioneiro do compositor. Já Sevilhando – faixa que exemplifica o peso dos sopros na equação dos arranjos de D – ergue ponte entre Alagoas e Espanha, evocando Andaluz (1992), música apresentada há 30 anos pelo autor no álbum Coisa de acender (1992).
As músicas se sucedem em D sem arrebatar, mas tampouco sem frustrar quem já ouviu os discos mais recentes do cantor. Se a canção Você pode ser atriz se veste de bolero chique sem arrastar o ouvinte para o salão, Ridículo esboça bom flerte com o blues e Quase fantasia se descortina com o idioma pop funkeado do qual Djavan tem completo domínio.
Única música já gravada pelo cantor, tendo sido composta pelo artista em inusitada parceria com Zeca Pagodinho, o samba Êh! Êh foi lançado há nove anos por Alcione no álbum Eterna alegria (2013) e regravado pela Marrom com os dois autores no DVD Eterna alegria ao vivo (2014). Em D, o samba entra na discografia de Djavan e surge na cadência do violão do artista, o que basta para fazer a diferença.
No arremate do álbum, Djavan reúne filhos – Flavia Virginia, Inácio, João Viana, Max Viana e Sofia – na cadência folk de Iluminado em momento de fato luminoso do disco.
Enfim, D pode não ser o grande álbum que seguidores mais antigos de Djavan esperam já há alguns anos, mas oferece munição certeira para deleitar quem quer tão somente se deliciar com (algumas) boas novas do compositor – sobretudo Num mundo de paz e Primeira estrada – sem confrontar as músicas inéditas com a obra apresentada pelo artista em tempos idos.
Djavan lança o 26º álbum, ‘D’, com repertório autoral que destaca a balada ‘Primeira estrada’ e ‘Num mundo de paz’
Gabriela Schmidt / Divulgação

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Gavin Creel, ator de ‘Hair’ e ‘Alô, Dolly!’, morre dois meses após receber diagnóstico de câncer

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Além da Broadway, artista trabalhou em filmes e séries de TV como ‘Eloise no Plaza’, ‘As Enroladas Aventuras da Rapunzel’ e ‘American Horror Story’.
Gavin Creel apresenta ‘Hair’, na Broadway, em 2009
Peter Kramer/AP
O ator americano Gavin Creel morreu nesta segunda-feira (30), aos 48 anos. Sua morte acontece dois meses depois de ele receber o diagnóstico de um câncer raro no nervo periférico.
Creel estrelou musicais da Boradway como “Caminhos da Floresta”, “Hair”, “Alô, Dolly!”, além de peças da West End – a clássica rua dos teatros de Londres –, como “Mary Poppins” e “Waitress”.
Ele também trabalhou em filmes e séries de TV, atuando em produções como “Eloise no Plaza”, “O Natal de Eloise”, “As Enroladas Aventuras da Rapunzel” e “American Horror Story.”
Em 2002, ele recebeu sua primeira indicação ao prêmio Tony (o principal troféu do teatro), por “Positivamente Millie”. Oito anos depois, voltou a ser indicado, por “Hair”, e em 2017, levou o Tony de melhor ator coadjuvante, por “Alô, Dolly!”.
Gavin Creel ganha Tony por ‘Alô, Dolly!’, em 2017
Michael Zorn/Invision/AP
“O Tony foi como receber um abraço da comunidade que participo há 20 anos”, disse ele ao jornal americano “The San Francisco Chronicle”, em 2018. “Isso é bom. Eu literalmente não consigo fazer mais nada na minha vida e ainda sou vencedor do Tony. Nunca deixarei de fazer isso.”
Além de trabalhar nos palcos e em frente às câmeras, Creel também chegou a gravar música e apresentar concertos. Inclusive, em “She Loves Me”, ele estrelou o primeiro musical da Broadway transmitido ao vivo.

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Ex-Skank Henrique Portugal tenta se firmar como cantor, com parceria com Zélia Duncan, após EP com big band

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Capa do single ‘No meu paraíso’, de Henrique Portugal
Divulgação
♫ ANÁLISE
♪ Em março de 2023, o Skank saiu de cena na cidade natal de Belo Horizonte (MG) com show apoteótico no estádio conhecido como Mineirão. Dois anos antes dessa derradeira apresentação do Skank, Henrique Portugal – tecladista do quarteto mineiro projetado no início dos anos 1990 – já lançou o primeiro single sem a banda, Razão pra te amar, em parceria com Leoni.
Desde então, o músico vem tentando se firmar como cantor em carreira solo com série de singles que, diferentemente do que foi anunciado em 2021, ainda não viraram um álbum ou mesmo EP solo.
Após sucessivas gravações individuais e duetos com nomes como Frejat e Marcos Valle, Henrique Portugal faz mais uma tentativa com a edição do inédito single No meu paraíso, programado para 18 de outubro. Trata-se da primeira parceria do artista com Zélia Duncan, conexão alinhavada por Leoni há mais de quatro anos.
“Já conhecia Zélia, mas a parceria foi incentivada pelo Leoni. Eu conversei com ela sobre alguns temas, mandei a música e Zélia me devolveu a letra em 15 minutos”, conta Henrique.
O single com registro da canção No meu paraíso sai quatro meses após o EP Henrique Portugal & Solar Big Band (2024), lançado em 7 de junho com o tecladista no posto de vocalista da big band nas abordagens de músicas de Beatles e Roberto Carlos, entre outros nomes.
A rigor, o single No meu paraíso e sobressai mais pelo som pop vintage dos teclados do músico do que pelo canto de Henrique Portugal.
“No meu paraíso / Te quero a princípio / Se nada é perfeito / Me arrisco e me ajeito / Quem dirá que é amor? / Qual olhar começou? / Nesse ‘não’ mora um ‘sim’? / O que eu sei mora em mim”, canta Henrique Portugal, dando voz aos versos da letra escrita por Zélia Duncan em 15 minutos.

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Juiz nega pedido de novo julgamento para armeira de ‘Rust’ condenada por morte de diretora de fotografia

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Hannah Gutierrez-Reed foi considerada culpada pela morte de Halyna Hutchins, atingida por um tiro disparado por uma arma segurada pelo ator Alec Baldwin, em outubro de 2021. Alec Baldwin chora após Justiça anular acusações de homicídio culposo
Um juiz do Novo México negou nesta segunda-feira (30) o pedido da armeira Hannah Gutierrez Reed do filme “Rust” para um novo julgamento e manteve sua condenação por homicídio culposo pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins em 2021. Gutierrez Reed vai permanecer sob custódia para cumprir o restante de sua sentença de 18 meses.
Hannah Gutierrez-Reed havia carregado o revólver com o qual Baldwin estava ensaiando, em outubro de 2021, durante a filmagem em um rancho do Novo México. Além da morte da diretora de fotografia, o incidente deixou o diretor Joel Souza ferido. A arma estava carregada com munição real e não cenográfica. Além de estrelar “Rust”, o Baldwin também era produtor do filme.
Em seu julgamento, os promotores argumentaram que Hannah violou repetidamente o protocolo de segurança e foi negligente. O advogado de defesa argumentou que ela era o bode expiatório pelas falhas de segurança da administração do set de filmagem e de outros membros da equipe.
Hannah Gutierrez-Reed, ex-armeira de ‘Rust’, comparece a julgamento em 27 de fevereiro pela morte de Halyna Hutchins
Luis Sánchez Saturno/Pool/AFP
Juíza anula acusação de Baldwin
No dia 12 de julho, o ator Alec Baldwin chorou após a Justiça dos Estados Unidos anular as acusações de homicídio culposo. A juíza entendeu que houve má conduta da polícia e dos promotores ao ocultar as provas da defesa.
À Justiça, os advogados do ator afirmaram que as autoridades “enterraram” evidências sobre a origem da bala que matou a diretora. Segundo a defesa, munições reais foram apreendidas como parte das evidências, mas não foram listadas no arquivo das investigações.
Vídeo com Alec Baldwin na gravação de ‘Rust’ é divulgado

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