Connect with us

Festas e Rodeios

MC Hariel diz que ‘o alto escalão no controle da música’ do Brasil é ‘uma rapazeada meio passada’

Published

on

Cantor vai estrear no Rock in Rio e estrela campanha do uniforme da seleção. Ele comemora sucesso, mas questiona visão ultrapassada no mercado musical e preconceito contra cultura da favela. MC Hariel em entrevista ao g1
GR6
Ser um dos cantores mais ouvidos do Brasil, estrelar campanha do novo uniforme da seleção brasileira e estrear no palco do Rock in Rio. Dá para reclamar?
MC Hariel comemora as conquistas, mas não para de questionar a “visão ultrapassada do alto escalão da música”, a “rapaziada fanática por tudo que é americano” e “o trabalho feito lá no alto para a favela continuar perdendo”.
“Eu fumo um cigarrinho e paro para brisar.” É assim que ele cria os versos que o colocaram em um lugar especial no funk. Foi apelidado “Haridade” pelo estilo questionador e sagaz.
De MC prodígio, estourado aos 16 anos, já é referência e fala como veterano. Na sua quebrada, a Vila Aurora, Zona Norte de São Paulo, abriu um salão de cabeleireiro e um selo musical, o Xaolin Records.
LEIA MAIS: A origem rebelde do MC Hariel
Programação do Rock in Rio 2022
Ele acaba de terminar a turnê do DVD “Mundão Girou”, que comemora dez anos de carreira. O ritmo de shows nos próximos meses deve diminuir, pois ele acabou de ter seu primeiro filho, Jorge, e quer curtir a família.
Filho de um músico rebelde do grupo Raíces de América, parte da geração rebelde dos anos 1970, Hariel gosta de “brisar”. O fluxo de ideia dos versos é parecido na entrevista ao g1.
No Rock in Rio, ele foi convidado pelo produtor Papatinho para um show ao lado do rapper L7nnon e da funkeira MC Carol. Ele sabe que funk da quebrada no festival é raridade. Ou, como diriam os fãs, “Haridade”. Leia a conversa:
g1 – Você tem mais audiência do que vários artistas que já têm shows só deles no Rock in Rio. Mas você está indo pela primeira vez, só para uma participação. O que já é raro para um artista de funk. Você acha que o funk poderia ser mais valorizado por esses festivais?
Hariel – Eu acredito que a gente vai ter que fazer o nosso. Nossa ideia nunca foi competir, ainda mais com esses caras que não têm nada a ver com o nosso corre. Fica até chato eu ficar falando aqui que a gente não tem espaço, porque começa a soar como se a gente quisesse “meter o louco”.
A gente não tem espaço, mas também vai conquistar, de um jeito ou de outro. Mas talvez a gente nem queira. A gente quer o que é nosso mesmo. Queremos que nosso movimento consiga fazer o Mundão Girou [DVD ao vivo de Hariel], que o MC Ryan consiga fazer o DVD dele também.
Mas eu tenho certeza de que essa rapaziada é meio passada. A rapaziada do alto escalão… Tudo tem uma hierarquia, né? Essa rapaziada que está no controle do alto escalão da música, dos produtores de música, tem uma visão meio ultrapassada do bagulho.
Nem vale a pena ficar “cascando” com esses caras. A gente veio para mostrar nossa história, o nosso tempo. A gente é novo, essa é nossa hora. Eles acham que sabem, e a gente faz do nosso jeito.
Acho que a galera perdeu muito a vontade de errar. E a gente não tem isso. A gente está acostumado sempre a ser tachado de errado. Então a gente vai e aprende com o erro.
Eles já ficaram quadrados. Por isso que não saem muito do que eles sempre fazem. Nunca uma novidade, nunca uma palavra diferente. É sempre a mesma ideologia. Quando surge uma pauta, eles se aproveitam. Abordam aquele tema, que nunca é um tema que eles levantam.
Mas tá tranquilo. A gente não tem nem que ficar esquentando a cabeça com eles. Tem que fazer o nosso papel, que daqui a pouco é nossa hora também. E quando for a gente que estiver lá um dia, fazer totalmente diferente do que a galera que está lá faz.
MC Hariel em entrevista ao g1
GR6
g1 – E como você, que tem 10 anos de carreira, faz para não ficar acomodado?
Hariel – Acho que tudo é um ciclo. E não existe ciclo que só sobe. Ele faz uma curva, volta, e depois sobe de novo. Não existe um ciclo reto. Eu estava falando com minha equipe e eles disseram: ‘Você conseguiu fazer bagulhos que vários caras não conseguiram em 10 anos. O que vai acontecer agora?”
E eu falei: “Mano, é página 2, já era. Vamos voltar lá para o primeiro ano. O que a gente fazia? Vamos trabalhar, igual a gente trabalhava lá.” Só que agora a gente tem outra estrutura, está em outra realidade, outro patamar.
Vamos enfrentar como se fosse o primeiro ano da minha carreira de novo. Talvez outros caras pudessem falar: “agora eu posso trabalhar menos, escolher mais.” Mas eu me desviei dessa ideia. Eu quero voltar para o começo. Claro, com o que eu tenho.
g1 – E como se manter conectado com a quebrada, onde você cresceu, da rua de onde vem a inovação do funk?
Hariel – Eu tenho que falar para você que faz tempo que eu não vou a baile de favela. Acho que é um processo natural do favelado. Chega uma idade que ele não anima muito de ir a baile. Já tem filho, família, outras prioridades.
Mas eu gosto de ficar na minha quebrada. Quando estou de folga, fico no salão que eu abri lá, dando uma força para os meus trutas. Tem uma visão de cria lá que faz uma barba, um cabelo. Troco uma ideia, jogo uma sinuca, tomo uma dose, fico lá de canto com meus amigos.
Na frente eu tenho um selo, a Shaolin Records, com uns moleques, e eu dou uma fortalecida e uma direção. Eles têm talento para caramba e às vezes não têm oportunidade.
Quando eu sonhava em viver disso… Eu sonhava tanto a ponto de conhecer certas pessoas e me decepcionar.
É difícil decepcionar essa molecada. Um estava no farol, o outro sai lá do outro lado da cidade, cata trem, metrô, tudo para cantar um funk. Você se vê ali e lembra de quando começou.
MC Hariel
Wirso / Divulgação
g1 – Na sua música mais recente, “O fim é triste”, você canta: “É que esses cara imita os gringo, eu sou brasileiro / Funkeiro nato, o coração e alma de maloqueiro”. Por quê?
Hariel – Eu quis fazer uma referência a uma rapaziada da política e da música que é fanática por americano, por uma história que não é a nossa.
A história brasileira tem diversos pontos de influência de outros países. Mas também tem vários pontos a serem valorizados na história, na música, no estilo.
Esses caras idolatram mais os caras de fora do que os daqui. Acontece muito isso. Tem gente muito boa aqui que fica louca porque a rapaziada daqui mesmo não consegue dar um valor ou um incentivo. Quer criticar, zoar, caçoar das coisas brasileiras.
A letra é nesse sentido de valorizar a arte, a cultura, tudo que vem do Brasil. É daqui que a gente vem e devemos ter orgulho.
g1 – E é comum o gringo vir aqui e achar o funk muito original.
Hariel – É. O funk vai pro Grammy e o brasileiro critica. Acha que não devia estar lá. Rapaziada estranha.
g1 – E você está estrelando uma campanha do novo uniforme da seleção de futebol. Como foi isso?
Hariel – Foi foda, fiquei feliz. Eu estava com uma marca grande (Lacoste) e quando passou, chegou essa do uniforme (da Nike). Esse está sendo o melhor ano da vida em questão pessoal e profissional. Meu filho, minha família e as coisas que eu estou conseguindo.
Que eu consiga passar e abrir as portas para os outros. Que o funk comece a ter valor. É o que estamos falando, que o Brasil veja que o brasileiro não tá de palhaçada no bagulho.
Que a gente não quer só praia, samba e carnaval. A gente tem dedicação e um monte de coisa a mais do que quase todo povo do mundo. Que é garra, nunca desistir. O povo brasileiro é de carisma, de caráter, de capacidade.
É mostrar que o funk e o brasileiro também podem estar em uma campanha mundial, representar uma marca.
Djonga e MC Hariel em campanha do novo uniforme da seleção
Divulgação
g1 – O Djonga está com você nessa campanha, e mesmo antes ele já puxava isso, de dizer que a camisa era de todo mundo, não só de um grupo.
Hariel – É isso, foda demais. Acho que é isso que a marca está tentando passar com a gente. Que (a camisa) não tem dono. Não adianta ninguém querer restringir.
Não adianta querer reprimir a gente, porque quanto mais reprime, mais a gente aparece. Djonga lá é vitória, Hariel lá é vitória. Assim como os jogadores e os atletas.
g1 – Suas ideias fluem fácil. Como você escreve suas músicas?
Hariel – Sei lá, fumo um cigarrinho e paro para brisar na música. Eu nasci para viver isso. Já entreguei pizza, fiz um monte de coisa na minha vida. As coisas não me davam o dinheiro que me dão hoje, mas eu conseguia viver, nunca morri de fome.
Eu não preciso ficar desesperado por dinheiro. Então quando eu sento para fazer música, é o que mais me diverte.
Eu até penso em terminar minha escola para fazer uma faculdade de Letras. Porque eu gosto pra caramba de composição, fico estudando as rimas.
MC Hariel em entrevista ao g1
GR6
g1 – Uma das músicas mais legais do seu DVD é “Pirâmide social”. Você sabe que subiu, mas continua sendo uma pirâmide, com um monte de gente na base. Como mudar isso de verdade? Porque é comum a gente ouvir “a favela venceu” e não ter vencido mesmo.
Hariel – Acho que a favela é acostumada com o coletivo. Quando morre alguém, a favela toda sente muito. A mesma coisa se um favelado conseguiu vencer. ‘A favela venceu’ surge disso, do coletivo. Não quer dizer realmente que mudou a história e o parâmetro da favela.
De tão poucas vitórias, quando surge alguém que vence, todo mundo se vê naquilo. Não quer dizer que mudou todos os problemas, que acabou tudo. Quer dizer que um favelado está ganhando. E eu penso que para a favela vencer são anos de trabalho sério, conscientização séria, de trabalho complexo.
Porque o trabalho que é feito no alto é totalmente o contrário: é para a favela continuar perdendo mesmo. Desestruturar, deseducar, ensinar a gente a ser empregado. Não que tenha problema em ser empregado. Mas eles não nos ensinam a como pensar. Ensinam o que a gente tem que pensar.
De qualquer jeito a gente é programado para sair perdendo, sair por baixo da situação. Então, para a favela vencer, são vários anos de trabalho. Mas cada fragmento de vitória acende um pouco da esperança.
É o que a gente fala: se um menor conseguir entender o que a gente está falando, já é uma vitória gigante. Porque a gente perde todo dia, toda hora.
Então se um menor consegue assimilar, catar um livro através de uma letra de funk, largar as drogas ou aquilo que faz mal para ele no momento, consegue melhorar, aí a favela venceu de alguma forma. Ali deu um fragmento de vitória e de esperança. No coletivo é uma vitória.
g1 – E você acha que tem melhorado entre a galera mais nova?
Hariel – A favela tem mais voz. A gente vê o favelado tendo mais espaço, vê a diversidade acontecendo forte. Mas no mundo real, quando vai para a rua mesmo, está tudo igual.
As pessoas passam fome, não têm moradia, não têm uma escola e um hospital “da hora”. Não têm o direito de lazer, quem está no baile funk toma tiro, toma bomba.
Não sei se é o início de uma nova fase, de uma era de melhoria. Não sei o que está acontecendo, mas no mundo real ainda tá tudo o mesmo.
Eu comprei um iPhone, um carro e uma casa. Mas meus amigos estão com o mesmo telefone que tinham antes. Eu tenho o Playstation 5, mas meus amigos não têm. O mundo evolui, mas na favela continua igual, e não é de hoje.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, é entrevistado no g1 Ouviu ao vivo desta quarta-feira

Published

on

By

Cantor é o convidado do podcast de música do g1, com transmissão ao vivo no g1, no YouTube e no TikTok. Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, é entrevistado no g1 Ouviu ao vivo desta quarta-feira Cantor é o convidado do podcast de música do g1, com transmissão ao vivo no g1, no YouTube e no TikTok.

Continue Reading

Festas e Rodeios

Após ter fiança negada, Sean ‘Diddy’ Combs entra com recurso e promete fazer testes de drogas caso seja solto

Published

on

By

Combs apresentou novo recurso após juízes considerarem que ele representaria um risco à segurança da comunidade e das testemunhas no caso. O rapper está detido sem fiança enquanto aguarda julgamento. Sean ‘Diddy’ Combs.
Mark Von Holden/Invision/AP
O rapper Sean “Diddy” Combs, que está detido sem direito a fiança, apresentou um novo pedido para ser liberado enquanto aguarda julgamento.
Combs entrou com o recurso pela segunda vez, após ter seu pedido de liberação mediante fiança negado no último dia 17. Para os juízes, o rapper representaria um risco à segurança da comunidade e das testemunhas no caso.
LEIA MAIS: Relembre as outras acusações que marcaram trajetória do rapper
Quem são os famosos citados nas notícias do escândalo
A nova apelação, registrada na última segunda-feira (30), não especifica nenhum argumento para que Combs seja solto. A equipe do rapper propõe a fiança de US$ 50 milhões, garantida pelo patrimônio de sua residência em Miami e de sua mãe.
Além disso, a proposta inclui restringir os visitantes de suas casas, permitindo apenas “família, zeladores da propriedade e amigos que não fossem considerados co-conspiradores”, diz o documento. Especificamente, nenhuma mulher fora dos membros da família e as mães de seus filhos teriam permissão para visitar Combs.
O rapper também não poderia contatar testemunhas do grande júri e se comprometeria a fazer testes de drogas semanalmente.
Na carta divulgada no dia 17 de setembro, juízes e promotores alegaram que Combs havia contatado vítimas e testemunhas no caso, nos meses que antecederam sua prisão. Ele teria pedido por sua “amizade e apoio” e, às vezes, teria os convencido de que tudo não passava de “uma narrativa falsa”.
Combs está detido no Metropolitan Detention Center, em Nova York, prisão conhecida por ter “condições perigosas” e um histórico conturbado. A próxima audiência do rapper será no dia 9 de outubro.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Acusações
Após meses de investigação, o rapper e empresário Sean “Diddy” Combs foi preso acusado de tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição, segundo a Promotoria de Nova York. Entenda ponto a ponto das acusações.
Ele se declarou inocente em tribunal. Segundo a imprensa internacional, caso seja julgado culpado das três acusações, Diddy pode ser condenado a prisão perpétua.

Continue Reading

Festas e Rodeios

Sean Diddy Combs: relembre outras acusações e controvérsias que marcam trajetória do rapper

Published

on

By

Muito antes de ser preso em setembro deste ano, músico já colecionava denúncias, polêmicas e escândalos. Sean ‘Diddy’ Combs em foto de 2017, em Nova York.
Lucas Jackson/Reuters
Ocorrida em 16 de setembro, a prisão de Sean Diddy Combs, também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, movimentou a indústria da música, levantou teorias nas redes sociais e fez explodir as buscas pelo nome do rapper na internet.
Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, ele foi preso em Nova York, nos Estados Unidos, após meses de investigações. O rapper, que ainda não foi julgado, nega as acusações que motivaram sua prisão.
Muito antes disso tudo acontecer, no entanto, o músico já colecionava acusações e histórias controvérsias. Veja a seguir algumas delas.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Universidade de Nova York
Ainda sob o nome de Puff Daddy, o rapper foi um dos organizadores de um jogo de basquete caótico, ocorrido num ginásio da Universidade de Nova York, em dezembro de 1991. O evento terminou com 9 pessoas mortas e 29 feridas.
O caos aconteceu devido à quantidade de gente no espaço, que reuniu cerca de 5.000 pessoas, mas comportava somente 2.730.
Sem seguranças para controlar a multidão, o evento saiu de controle, e pessoas arrombaram as portas, causando um pisoteamento generalizado.
Foram abertos vários processos civis do caso. Em alguns deles, Combs atuou como testemunha contra o ginásio e, em outros, virou réu — sua defesa alegava que ele não era responsável pela segurança local.
‘Hate Me Now’
Dirigido por Hype Williams, o videoclipe “Hate Me Now” (1999) provocou uma briga entre Sean Combs e o executivo musical Steve Stoute.
Na versão original, havia uma cena em que o rapper aparecia crucificado. Incomodado, o músico exigiu que o trecho fosse cortado antes do clipe ir ao ar. A primeira versão que foi exibida ao público pela primeira vez, no entanto, foi a antiga.
Ao ter seu pedido ignorado, Sean se irritou e invadiu o escritório de Stoube. O executivo disse que o músico agrediu ele com uma garrafa de champanhe. “Ele me deu um soco no rosto, depois pegou o telefone e me bateu na cabeça com ele”, disse Stoube na época ao jornal americano “The Times”.
O caso foi parar na Justiça, e Sean chegou a ser detido, mas depois os dois fizeram um acordo, no qual o rapper pagou US$ 500 mil ao executivo.
Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Troca de tiros
Também em 1999, Sean foi acusado de posse ilícita de arma de fogo. Após se envolver em uma violenta briga no Club New York com troca de tiros, o músico foi encontrado pela polícia dentro de seu carro, onde havia duas pistolas.
Ele e a cantora Jennifer Lopez, que estava na ocasião e era sua namorada, foram detidos.
O músico, que sempre negou ter envolvimento com o tiroteio, foi absolvido.
Intimidação
Em 2003, o rapper foi processado por seu ex-colega de negócios Kirk Burrowes, que o acusou de intimidá-lo com um bastão de beisebol. Ele teria feito isso para forçá-lo a assinar documentos de transferência empresarial.
Sean negou. O caso foi a um tribunal de apelações três anos depois, mas foi rejeitado por expiração do prazo de prescrição.
Briga com treinador do filho
Em 2015, o artista foi detido após brigar com o treinador de futebol americano de seu filho, Justin Combs.
“Os vários relatos do incidente e as acusações sendo divulgadas são completamente imprecisos. O que podemos dizer agora é que qualquer ação tomada pelo Sr. Combs foi única e exclusivamente de natureza defensiva para se proteger e proteger seu filho”, afirmou um porta-voz do rapper ao site americano “TMZ” na época.
O caso gerou polêmica, mas não chegou a ir parar na Justiça.
Sean ‘Diddy’ Combs.
Jordan Strauss/Invision/AP
Primeiras alegações de abuso
Em 2019, a modelo Gina Huynh, ex-namorada de Sean, disse que ele havia abusado dela durante todo o relacionamento, que durou cinco anos. A declaração foi feita à youtuber Tasha K.
Com relatos fortes, ela afirmou que ele chegou a pisar na altura de seu estômago, o que “tirou o ar” de seus pulmões”. Também alegou que ele ofereceu dinheiro para ela fazer um aborto.
O rapper não comentou a acusação.
A relação com Cassie
A cantora Cassie, de “Me & U”, abriu um processo contra Sean em 2023. Ela o acusou de estupro, agressão e abuso físico.
Os dois se conheceram pela música e começaram a trabalhar juntos de 2005. Depois, engataram num namoro, que rompeu em 2018. Segundo a artista, o rapper sua posição de poder na indústria para levá-la a um “relacionamento romântico e sexual manipulador e coercitivo”.
Cassie afirmou que os crimes aconteceram por mais de uma década. Na ação, ela descreve que Sean “regularmente batia e chutava” seu corpo, “deixando olhos roxos, hematomas e sangue”.
Na época, ele negou as acusações. Em fevereiro deste ano, vazou um vídeo em que ele aparece agredindo Cassie. “Assumo total responsabilidade por minhas ações naquele vídeo. Fiquei enojado quando fiz isso. Estou enojado agora”, disse ele em um comunicado publicado nas redes sociais.
Várias ações civis de uma vez só
A acusação de Cassie serviu como pontapé para várias outras acusações contra o rapper. Denúncias de estupro e violência que, embora protocoladas no fim de 2023, mencionam mais de uma época.
Uma das ações movidas diz que Sean e outro homem forçaram uma mulher a fazer sexo com eles. Em outra, a vítima diz ter sido drogada e estuprada pelo rapper em 1991.
Uma terceira mulher afirmou que há mais de 30 anos havia sido estuprada junto de sua amiga, vítimas de Sean.
O músico negou as acusações.
Condenado a US$ 100 milhões
Em um dos casos que foram surgindo contra ele, Sean foi condenado a pagar US$ 100 milhões a um presidiário do Michigan que diz ter sido drogado e estuprado pelo rapper há mais de 30 anos. A condenação veio em setembro de 2024, dias antes de sua prisão.
Derrick Lee Smith, 51 anos, venceu a disputa judicial multimilionária à revelia no Tribunal do Condado de Lenawee durante uma audiência virtual na segunda-feira (9), após Combs, 54 anos, não comparecer.
Um advogado de Combs disse que o rapper vai pedir a anulação da sentença.
“Este homem [Smith] é um criminoso condenado e predador sexual, que foi sentenciado por 14 acusações de agressão sexual e sequestro nos últimos 26 anos,” disse o advogado Marc Agnifilo em nota, na época.

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.