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Festas e Rodeios

MC Carol chega ao Rock in Rio após anos ‘de terror’ com equipe: ‘Eu era roubada’

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Funkeira canta no festival após lançar ‘Borogodó’, álbum que exalta liberdade feminina no sexo e na música. Ela contou ao g1 como se impôs na carreira, demitiu equipe e levou funk a sério. MC Carol fala sobre seu segundo disco, ‘Borogodó’, e sobre o passado de shows mambembes
MC Carol defende o funk feminino no Rock in Rio 2022 neste sábado (3), ao lado de Papatinho, Hariel e L7nnon (veja programação completa).
Ela está na turnê do álbum “Borogodó”, resultado de duas facetas da artista. À frente está a Carol das letras de funks sobre a liberdade sexual feminina, sempre disposta a mais uma festa. No vídeo acima, ela fala sobre o álbum.
Nos bastidores está uma segunda Carol, que leva a sério o funk de esbórnia. Ela só sobe ao palco sóbria, reflete sobre as armadilhas da fama e conta como tomou as rédeas da carreira após anos de “terror” na estrada: “Eu era roubada pelos caras”, ela lembra.
Voz firme e bases variadas
Você acha que a cantora de 27 anos, solteira, vive atrás de homem? Acertou. Mas é assim: Carol busca pelo Brasil DJs para refletir a riqueza do funk – das batidas rasteirinhas ao ritmo frenético de 170 BPM do Rio; do brega-funk de Recife ao som hipnótico de BH.
Do jeito que ela gosta, com um parceiro atrás do outro, ela abraça vertentes do funk – e até o pagodão baiano em “Seu vizinho”, com O Maestro. Ele encara os brega-funkeiros Cleytinho Paz e CL No Beat em “Novinho de 17” e responde “17 anos comigo não tem conversa / passou de 18, pau quebra”.
A voz firme de Carol une os batidões diversos. Em “Calibre grosso”, ela acompanha esperta o estilo mineiro fragmentado de DJ Cezão da Vila e do DJ Pquatro. Ela até ostenta com o DJ Zigão da Brasília em “Vida de artista”: “A gente sabe como é, essa vida de artista, os novinhos querendo mudar de vida”.
Só que a “vida de artista” dela, na real, não é bagunça. “Quem não me conhece pensa que minha vida é uma baderna. Mas de baderna não tem nada.” Achar esse equilíbrio foi difícil e sofrido. Ao saber sobre a morte do MC Kevin, ela diz que um filme da sua própria vida passou na cabeça. Veja abaixo.
MC Carol lamenta a morte de MC Kevin e fala sobre as armadilhas da fama para os jovens de periferia
“Borogodó” é seu segundo álbum, cinco anos após “Bandida”. Ela despontou com funks agressivos, explícitos e engajados como “100% feminista”, “Não foi Cabral” e “Mamãe da putaria”, no rastro de cariocas como Tati Quebra-Barraco e Deize Tigrona e à frente da nova estrela paulista MC Dricka.
Bem antes da onda das letras femininas desbocadas no rap dos EUA, a Carol de Niterói já chutava o balde mais longe do que Cardi B e Megan Thee Stalion em funks caseiros como “Meu namorado é o maior otário”.
Mas a autora das letras sobre se fartar com vários parceiros não mistura sexo e trabalho (“você não vai trabalhar no MC Donald’s e pegar várias mulheres no balcão”, ela compara). Carol se preocupa mesmo é em achar parceiros sérios para a sua equipe.
Capa do álbum ‘Borogodó’, de MC Carol, inspirada em Botticelli
Divulgação
‘Anos de terror’
Levantar a voz para os homens foi questão de sobrevivência para a cantora que hoje exalta o feminismo e a liberdade sexual e musical.
Carolina de Oliveira Lourenço nasceu em 1993 em Niterói, e cresceu no Morro do Preventório, criada pelos bisavós. Aos 14 anos, teve que morar sozinha e passou fome até achar uma luz na música. Mesmo assim, o início da carreira em 2010 não trouxe uma solução fácil.
“Eu era mais nova e os caras (da equipe eram) mais velhos. A minha palavra era sempre a última. Os caras trabalhavam para mim e parecia que eu trabalhava para eles. Eu era roubada por esses caras.”
Carol tinha uma rotina pesada e mambembe, de até sete shows por noite, em que ela se esforçava para cumprir os compromissos enquanto o resto da equipe parecia viver no mundo fictício dos funks de festa. Até o motorista da maratona de shows aparecia bêbado. “E eu tinha que entrar nesse carro.”
“Por várias vezes eu poderia ter morrido. Não era culpa minha, mas por causa de pessoas da minha equipe que eram irresponsáveis”, ela afirma. “Minha vida se tranquilizou em 2016. Mas eu comecei em 2010. Então foi seis anos de terror.”
Bonde feminino
Ela só achou o prumo quando teve força para confrontar os homens da equipe. “Eu me impus e foi saindo por um. Mas eu precisei me levantar”, ela conta. Hoje, ela comanda o bonde com outra mulher. Sua empresária é a mineira Ana Paula Paulino.
Agora ela vai bem mais longe – e sem motorista bêbado. Carol foi escolhida pelo Google como uma das artistas do YouTube Black Voices, para incentivar artistas negros, e foi destaque no telão do programa da Times Square, em Nova York.
Do “filme de terror” no passado ela foi a uma ótima atuação com uma personagem meio cômica no filme “No coração do mundo”, primeiro passo no seu projeto de expandir o trabalho também para o cinema.
MC Carol
Divulgação
Ilusão da fama
Em maio, Carol compartilhou um texto lamentando a morte do MC Kevin e falando sobre a ilusão da fama para jovens da periferia.
“Foi uma parada triste, um garoto novo. Quando eu vi, veio um filme na minha cabeça de tudo que eu passei esses anos todos”, ela conta.
“A maioria dos artistas é deprimido, depressivo, especialmente os funkeiros. Somos jovens, pretos, que não tínhamos nada (literalmente e figurativamente) até ontem. Um dia, a gente está na rua sentado, contando as moedas pra comprar um saquinho de arroz, sendo humilhado, desprezado diariamente. Sem ninguém, perdido, olhando pro mar, gritando por dentro, desejando a morte. No outro dia, somos amados por todos, somos grandes”, ela escreveu.
“A gente tenta comprar com dinheiro o que a gente nunca teve. A gente sente que a nossa solidão é igual antes. Talvez até mais profunda,”, completou.
O difícil é não se deslumbrar. “Antes, ninguém me chamava para nada. Para Natal, para Ano Novo, para nada. Depois, segunda-feira tinha gente me chamando para churrasco”, ela diz.
Hoje, em paz, ela prefere descansar seu “borogodó” às segundas-feiras para cantar a independência no sexo e no funk quando o fim de semana chegar.
MC Carol
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Fritz Escovão, exímio ritmista fundador do Trio Mocotó, ‘Jimi Hendrix da cuíca’, morre em São Paulo aos 81 anos

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♫ OBITUÁRIO
♪ “O Jimi Hendrix da cuíca!”. O comentário do músico André Gurgel na publicação da rede social em que o Trio Mocotó informou a morte de Fritz Escovão traduz muito do pensamento geral de quem viu em ação este percussionista, pianista, violonista e cantor carioca que marcou época no Trio Mocotó, grupo de samba-rock do qual foi fundador.
Gigante da cuíca, instrumento que percutia com exuberância e incrível destreza, Luiz Carlos de Souza Muniz (13 de dezembro de 1942 – 1º de outubro de 2024) morre aos 81 anos, em São Paulo (SP), de causa não revelada, e sai de cena para ficar na galeria dos imortais do ritmo brasileiro, perpetuado com o nome artístico de Fritz Escovão. O enterro do corpo do artista está previsto para as 8h30m de amanhã, 2 de outubro, no cemitério de Vila Formosa, bairro paulistano.
Fritz Escovão era carioca, mas se radicou em São Paulo (SP), cidade em que fez história a partir de 1968, ano em que o Trio Mocotó foi formado na lendária boate Jogral por Fritz com o carioca Nereu de São José (o Nereu Gargalo) e com o ritmista paulistano João Carlos Fagundes Gomes (o João Parahyba).
Matriz do samba-rock, o grupo foi fundamental para a ressurreição artística de Jorge Ben Jor a partir de 1969. Foi com o toque do Trio Mocotó que Jorge Ben apresentou a visionária música Charles, anjo 45 em 1969 na quarta edição do Festival Internacional da Canção (FIC).
A partir de 1970, ano em que gravou single com o samba-rock Coqueiro verde (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), o Trio Mocotó alçou voo próprio sem se afastar de Jorge Ben, continuando a fazer shows com o cantor, com quem gravou álbuns como Força bruta (1970) e o politizado Negro é lindo (1971).
A discografia solo do Trio Mocotó com Fritz Escovão destaca os referenciais álbuns Muita zorra (“…São coisas que glorificam a sensibilidade atual”) (1971), Trio Mocotó (1973) e Trio Mocotó (1977), discos de samba-rock que ganharam status de cult a partir da década de 1990 no Brasil e no exterior, sobretudo o álbum de 1973 em que o trio adicionou à cadência toques de jazz, soul e rock à cadência do samba.
Sempre com a maestria de Fritz Escovão. Em 1974, o Trio Mocotó gravou disco com Dizzy Gillespie (1917 – 1993), em estúdio de São Paulo (SP), mas o trompetista norte-americano de jazz nunca lançou o álbum (foi somente em 2010, 17 anos após a morte do jazzista, que o veio à tona o álbum Dizzie Gillespie no Brasil com Trio Mocotó, editado no Brasil em 2011 via Biscoito Fino).
Em 1975, o grupo saiu de cena. Retornou somente em 2001, após 26 anos, com o álbum intitulado Samba-rock. Um ano depois, em 2002, Fritz Escovão deixou amigavelmente o Trio Mocotó para tratar de problemas de saúde.
Foi substituído em 2003 por Skowa (13 de dezembro de 1955 – 13 de junho de 2024), músico morto há menos de quatro meses. Hoje quem parte é o próprio Fritz Escovão, para tristeza de quem testemunhou o virtuosismo do “Jimi Hendrix da cuíca”.

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Morre Fritz Escovão, do Trio Mocotó, grupo que fez brilhar o samba rock

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Ao lado de Jorge Ben Jor, grupo ficou famoso pelo suingue inebriante que dá vida ao samba rock. Fritz Escovão, fundador do Trio Mocotó
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Morreu Fritz Escovão, fundador do Trio Mocotó. A morte do artista foi confirmada no Instagram do grupo, nesta terça-feira (1º). A causa não foi revelada.
“Cantor, violonista, pianista e percussionista, [ele] marcou a música brasileira pela sua voz inigualável à frente do Trio Mocotó até 2002, com seu clássico ‘Não Adianta’ e como um dos maiores, se não o maior, dos cuiqueiros que o Brasil já viu”, diz a publicação do grupo.
Conhecido como Fritz Escovão, Luiz Carlos Fritz fundou o Trio Mocotó em 1969: ele na cuíca, João Parahyba na bateria, e Nereu Gargalo no pandeiro.
Juntos, os três fizeram sucesso ao lado de Jorge Ben Jor, com um suingue inebriante que deu vida ao samba rock.
A partir de 1970, o Trio Mocotó alçou voo próprio sem se afastar de Jorge Ben, fazendo shows com o cantor em um primeiro momento da carreira e gravando discos como “Negro é lindo”.
Escovão deixou o grupo em 2003. Atualmente, quem assume a cuíca é Skowa.

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Sean Diddy Combs é alvo de 120 novas acusações de abuso sexual; ações serão movidas nas próximas semanas, diz advogado

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Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Sean ‘Diddy’ Combs.
Mark Von Holden/Invision/AP
Sean “Diddy” Combs está sendo acusado de abusar sexualmente de 120 pessoas. Foi o que informou o advogado americano Tony Buzbee, em uma coletiva online feita nesta terça-feira (30). Segundo ele, nas próximas semanas serão abertos 120 processos contra o cantor, que está preso em Nova York desde 16 de setembro.
“Nós iremos expor os facilitadores que permitiram essa conduta a portas fechadas. Nós iremos investigar esse assunto não importa quem as evidências impliquem”, disse Buzbee, na coletiva. “O maior segredo da indústria do entretenimento, que, na verdade, não era segredo nenhum, enfim foi revelado ao mundo. O muro do silêncio agora foi quebrado.”
Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Ele, que ainda não foi julgado, nega as acusações que motivaram sua prisão.
Caso seja julgado culpado das acusações, ele pode ser condenado a prisão perpétua.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Quem é Sean Diddy Combs?
Seu nome é Sean John Combs e ele tem 54 anos. Nasceu em 4 de novembro de 1969 no bairro do Harlem, na cidade de Nova York, nos EUA. É conhecido por diversos apelidos: Puff Daddy, P. Diddy e Love, principalmente.
O rapper é um poderoso nome do mercado da música e produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G. Ele é considerado um dos nomes responsáveis pela transformação do hip-hop de um movimento de rua para um gênero musical hiperpopular e de importância e sucesso globais.
Diddy começou no setor musical como estagiário, em 1990, na Uptown Records, uma das gravadoras mais famosas dos EUA, e onde se destacou de forma meteórica e chegou a se tornar diretor. Em 1994, fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.
Um de seus álbuns mais famosos, “No Way Out”, de 1997, rendeu a Diddy o Grammy de melhor álbum de rap. Principalmente depois do estouro com a música, Diddy fez ainda mais fortuna com empreendimentos do setor de bebidas alcoólicas e da indústria da moda, principalmente.
Ele também foi produtor de inúmeros artistas de sucesso e está por trás de grandes hits cantados por famosos. Muita gente, inclusive, o vê mais como um produtor e empresário do que como um músico.

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