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Viola Davis diz que ‘A Mulher Rei’ foi feito para aquelas que não se reconheciam no cinema

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Atriz vencedora do Oscar e do Emmy está no Rio de Janeiro para lançar seu novo filme, que estreia nessa quinta-feira (22). Julius Tennon, marido de Viola, ajudou a produzir o longa. A atriz Viola Davis participou de uma entrevista coletiva nesta terça-feira (19) no Copacabana Palace para divulgar o filme “A Mulher Rei”, estrelado por ela e que será lançado no Brasil na quinta-feira (22).
No filme, Viola interpreta Nanisca, a líder de uma guarda real composta apenas de mulheres no reinado de Daomé (atual Benin), na África Ocidental do século 19. O filme estreou em primeiro lugar nas bilheterias americanas.
Durante a entrevista, a atriz disse que aceitou fazer esse filme para que as mulheres negras pudessem se reconhecer na tela grande. Para Viola, o cinema tem grandes filmes, grandes diretores, mas as mulheres não conseguem se ver no cinema, como se fossem invisíveis e sem valor.
Viola Davis e Julius Tennon durante coletiva de imprensa no Copacabana Palace, no Rio
Célio Silva
Porém, em “A Mulher Rei”, elas têm a sua importância e o filme mostra que não precisam de homens para fazerem sucesso. “Uma vez que elas estão em foco, você se senta junto dessas mulheres negras por duas horas e seis minutos [a duração total do filme] e você fica interessado nas vidas delas. E isso significa tudo para nós”, disse Viola.
Viola disse que também não vê “A Mulher Rei” como um filme de ação, por achar que esse rótulo diminuiria o longa, mas sim como um drama histórico com ação. Ela lembrou da árdua preparação que fez para a personagem, onde teve que aprender o dialeto falado em Daomé, além de cinco horas de malhação intensa, que incluiu levantamento de peso e artes marciais.
Outro aspecto que Viola Davis ressaltou é o fato de que ela quer que as mulheres negras sejam humanizadas nos filmes, com as mesmas capacidades do que outras pessoas. Para a vencedora do Oscar, do Emmy e do Tony, esse seria o primeiro passo em erradicar o racismo, já que se estamos comprometidos com a diversidade e com a inclusão. ”
Não somos um dispositivo, uma metáfora. Não tem como tornarmos pessoas duronas se não houver narrativas que mostrem isso. E que isso é importante”, declarou Viola.
Viola Davis ao lado do marido, Julius Tennon, que também é produtor de “A Mulher Rei”
Célio Silva
Questão de oportunidades
Julius Tennon, marido de Viola e produtor do filme, também participou da coletiva. Ele falou das dificuldades de fazer o longa e que levou sete anos para que ele ficasse pronto. Para Tennon, atores e diretores afrodescendentes ainda têm poucas oportunidades em Hollywood.
“Sempre é difícil e nunca é fácil. Mas você tem que ter uma visão do que você quer ver. (…) Nós nos vemos como uma companhia que está tentando dar uma chance para as pessoas que têm talento e habilidades e que só precisam de uma oportunidade.”
Viola concordou com o marido e lembrou que atrizes como Meryl Streep, Julianne Moore e Helen Mirren tiveram suas oportunidades para mostrar seus valores e talentos, enquanto outras atrizes negras ganhavam papéis menores, geralmente como as melhores amigas das protagonistas.
E isso é o motivo que faz com que o casal dê chances para que artistas negros tenham como brilhar. “Não é mais aceitável as pessoas não nos enxergar mais. Eu tenho o meu valor como qualquer um”, afirmou.
Viola Davis interpreta Nanisca, a líder de uma guarda real feminina em “A Mulher Rei”
Divulgação
No final da coletiva, o casal foi questionado se “A Mulher Rei” pode ser o primeiro filme de uma série de longas estrelado por mulheres como heroínas. Julius Tennon disse que, incialmente, ele precisa fazer muito dinheiro. “Quando filmes como esse fizerem dinheiro, aí veremos uma proliferação dessas histórias sendo contadas”, declarou o produtor.
Já para Viola, a última pergunta deveria ter sido feita para o público, pois somente ele pode fazer esses filmes serem sucessos se comprarem os ingressos. Para ela, atrizes como Scarlett Johansson, Brie Larson, Angelina Jolie e outras não seriam vistas se seus filmes não arrecadassem bem nas bilheterias. O mesmo precisa acontecer com “A Mulher Rei”.
“As pessoas precisam ver para acreditar. E acho que isso acontece com “A Mulher Rei”. Quem o assiste fica tocado por ele e quando você fica tocado por algo, não há como voltar. Isso é o que acredito e no qual tenho esperança”, concluiu a atriz.
Viola Davis fala sobre ser uma mulher preta de pele escura: ’As pessoas nem se dão conta de que certas coisas que elas dizem são muito ofensivas’

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