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Festas e Rodeios

Clima de ‘BBB’, Tirulipa no despertador e solteiros frustrados: Como é passar 3 dias no cruzeiro de Wesley Safadão

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g1 esteve na ‘revoada’ em alto-mar do cantor, com cabines a partir de R$ 5 mil. Programação teve Safadão por até 4 horas no palco, fãs na piscina até o amanhecer e ânimos exaltados após bebida. Vista da piscina coberta e banheiras de hidromassagem do cruzeiro WS on Board
Carol Prado/g1
Às 9h15 da manhã de um domingo, a voz do humorista Tirulipa ecoa pelos quatro cantos de um navio ancorado em Angra dos Reis (RJ). De dentro das cabines, nas áreas comuns e em espaços restritos a funcionários, ouve-se:
“Isso por acaso é hotel pra vocês estarem dormindo? Não queriam vir? Então aproveitem o navio. Aqui ninguém dorme. Acordem!”
“Vê se a sua mulher tá do seu lado, se o seu marido tá do seu lado. Você que tá com uma ‘quenga’, por favor, pague”, acrescenta ele, aos berros, citando um termo geralmente usado de forma pejorativa para se referir a garotas de programa.
Poucos minutos antes, por volta das 8h30, havia acabado a primeira rodada de shows do WS on Board, cruzeiro que tem o cantor Wesley Safadão como anfitrião. “O navio mais animado do Brasil”, diz o slogan do projeto, que em 2022 chegou à quarta edição.
Além de Safadão, Léo Santana, Matheus e Kauan, Zé Felipe, Bell Marques e outros artistas se apresentaram no palco montado no deck superior do navio
Divulgação
De fato, não falta ânimo aos mais de 4 mil passageiros, que pagam pela experiência de três dias no cruzeiro valores a partir de R$ 5 mil (preço aproximado da cabine mais simples, sem janela). De sábado (12) à manhã de terça (15), foram 72 horas de programação, com DJs, apresentações de humor e shows até o nascer do Sol — todos lotados.
A programação teve nomes como Léo Santana, Matheus e Kauan, Zé Felipe, Eric Land e Bell Marques (escalado às pressas depois de Zé Neto, da dupla com Cristiano, testar positivo para Covid-19).
Wesley Safadão dá entrevista no cruzeiro WS on Board
Divulgação
Safadão se apresentou nas duas primeiras madrugadas. Chegou a ficar quatro horas no palco, cantando sem parar. “Às vezes eu me arrependo do que faço”, disse brincando, em entrevista a jornalistas no navio.
Ele foi dormir às 11h, depois de embalar o amanhecer de domingo (13). “Às 2h30 da tarde, a cabeça já ficou girando, pensando no show”, contou.
“Eu penso mais ou menos no que vou fazer no palco, mas não tenho certeza, depende muito do termômetro. Se está funcionando com o público, eu sigo do jeito que planejei.”
Tu tava na revoada
O objetivo do WS on Board é proporcionar, aos passageiros, a melhor “revoada” de suas vidas. É como chamam por aí qualquer tipo de farra, em um palavreado popular incorporado pelas músicas de Safadão. O termo dá título, por exemplo, ao hit do funk paulista “Tu Tava na Revoada” regravado pelo dono da festa em alto mar.
Depois de cada madrugada com cerca dez horas de shows, uma equipe de 120 funcionários se dividia numa maratona para limpar o navio até a próxima rodada de apresentações.
Quando não havia artistas no palco, caixas de som tocavam à exaustão o repertório do anfitrião nas áreas comuns do cruzeiro. Em alguns corredores, uma mesma música de Safadão era reproduzida em loop por horas a fio.
Funcionários limpam o palco após madrugada de shows no cruzeiro WS on Board
Carol Prado/g1
“A animação não tem igual. É, com certeza, o navio mais alegre do Brasil. Por isso Safadão é o artista número um do país”, elogiou o motorista Edilanio de França, presente em todas as edições do cruzeiro até aqui.
Mas a experiência não foi completa para todos. A aposentada Ivanice Gonçalves, que é cadeirante, reclamou da falta de acessibilidade:
“A cabine é ótima, banheiro maravilhoso, mas falta lugar mais perto do palco para os cadeirantes. Eu vim para assistir aos shows, e não para ver as costas dos outros.”
No roteiro original, a viagem partindo de Santos (SP) passaria, além de Angra, por Búzios (RJ). Mas o comandante precisou desistir do segundo destino para fugir da chuva. Como os shows acontecem em espaço aberto, essa possibilidade é apresentada já no momento da reserva das cabines.
O bom tempo permitiu que muitos passageiros virassem as noites dentro das piscinas, de onde era possível ver os artistas se apresentando no enorme palco montado no deck superior da embarcação.
“Desde o dia em que embarquei, só dormi hoje, por 5 horas. Estou só no energético e no uísque”, contou o empresário Wellington Lavezzo, já em seu terceiro dia no navio.
A maior parte dos pacotes do cruzeiro tinha alimentação incluída. Além das refeições diárias, pizzas, hambúrgueres e sanduíches ficavam disponíveis em um restaurante 24 horas por dia. Mas as bebidas, alcoólicas ou não, eram cobradas à parte. E em dólar. Uma dose de gin sai por 7 dólares (cerca de R$ 37) e um baldinho com seis cervejas long neck custa 32 dólares (R$ 172).
Sanduíches e batatas fritas ficavam disponíveis 24 horas por dia no restaurante do cruzeiro
Carol Prado/g1
O empresário Mateus Sena, pela primeira vez no navio, chegou a gastar R$ 2 mil em apenas uma noite, mas disse que valeu a pena. “O lugar é espetacular e a vista do mar é linda. Sem falar no show maravilhoso de Safadão… fiquei na festa até 9h da manhã.”
Muita gente decidiu não economizar nos drinks. Ao longo do dia, era comum ouvir relatos de pessoas que não lembravam de nada da noite anterior.
Nos corredores que davam acesso às cabines, uma mulher com o abadá da festa que havia acabado de terminar passou pelo menos 40 minutos vagando depois de esquecer o número de seu quarto. “Achei que era o 10.112, mas tentei entrar e não consegui”, disse, pedindo ajuda a um funcionário da limpeza. Ele não falava português.
A bebida fez esquecer, mas também deixou ânimos exaltados. Nas festas, o g1 presenciou discussões envolvendo, principalmente, disputas por espaço. No elevador, uma mulher e um homem se estranharam porque ela entrou antes de deixá-lo sair. Ela gritou chamando-o de feio, gordo e careca.
O clima de curtição em um ambiente isolado, combinado com algumas tretas — e o despertador de Tirulipa –, deu um ar de “BBB” aos dias de cruzeiro. Era uma comparação recorrente no navio.
Casado, namorando, solteiro
Pulseiras verdes, amarelas e vermelhas ajudaram a organizar a paquera no WS on Board
Carol Prado/g1
Para alguns, o termômetro de Safadão só esfriou no quesito pegação. Ao longo dos anos, o WS on Board ganhou fama de paraíso dos solteiros. A organização do cruzeiro distribui pulseiras para organizar o flerte e evitar constrangimentos: verdes para quem está disponível, amarelas para os namorados e vermelhas para os casados.
Na edição de 2022, as últimas estavam em alta. “Vi muitos casais, muitas famílias, um pessoal mais velho… Estou disponível, mas ainda não apareceu ninguém que me interessasse. Ainda estou com fé de que vai acontecer”, afirmou a estudante Emily Rosa. A abordagem de alguns homens também não ajudou, segundo ela:
“Acham que é carnaval, já chegam querendo beijar. Mas isso tem em todo lugar, né?”
A advogada Vanessa Soares foi com o marido, sem intenção de paquerar. Estava um tanto temerosa com a fama do navio. “Falaram que era muita loucura, orgia mesmo. A gente não viu nada disso. As pessoas se respeitam.”
Capela para casamentos ao estilo ‘Las Vegas’ no cruzeiro WS on Board
Carol Prado/g1
No sistema de som que leva mensagens aos passageiros, o dono da PromoAção, empresa que organiza o cruzeiro em parceria com o cantor, celebrou a quantidade de mulheres no navio. “Algumas estão ganhando mais dinheiro que o próprio Safadão”, disse Eduardo Cristofaro.
Nem ele, nem o artista divulgam qual o faturamento do navio. As cabines mais caras têm preço apenas sob consulta. “Quando a gente faz um projeto como esse, a última coisa que pensamos é no resultado financeiro. Nosso intuito é fazer com amor. Não fazemos conta”, Safadão desconversa.
Mas o empreendimento tem sido rentável. O cruzeiro de 2022 teve cabines esgotadas e já serviu para promover o próximo, WS on Board Flórida, marcado para julho de 2023. A versão internacional partirá do Porto Canaveral, nos Estados Unidos, até uma ilha particular nas Bahamas em um navio com capacidade para 5.200 passageiros.
Safadão usou parte de seu primeiro show na edição deste ano para fazer o anúncio. No último dia de programação, cerca de 200 cabines do cruzeiro de 2023 foram colocadas para pré-venda, a preços a partir de R$ 3.700. Mais da metade foi vendida.

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Filarmônica de Pasárgada faz música para crianças sem dar lição de moral em álbum malcriado e questionador

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Agendado para 9 de outubro, o disco da banda paulistana tem participação de Tom Zé e do escritor Ignácio de Loyola Brandão ao longo de nove faixas. A banda paulistana Filarmônica de Pasárgada segue a cronologia de um dia na vida de uma criança nas nove faixas do álbum ‘Música infantil para crianças malcriadas’
Edson Kumakasa / Divulgação
Capa do álbum ‘Música infantil para crianças malcriadas’, da Filarmônica de Pasárgada
Arte de Guto Lacaz
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Música infantil para crianças malcriadas
Artista: Filarmônica de Pasárgada
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Sempre houve certa espirituosidade na música da Filarmônica de Pasárgada que parece até natural que o quinto álbum da banda paulistana, Música infantil para crianças malcriadas, seja disco direcionado para o público infantil.
No mundo a partir da próxima quarta-feira, 9 de outubro, o álbum reúne nove canções compostas e arranjadas por Marcelo Segreto. Gravado de 12 a 23 de março no estúdio da gravadora YB Music, em São Paulo (SP), Música infantil para crianças malcriadas consegue ser um disco lúdico e ao mesmo tempo conceitual e, em alguns momentos, até provocador.
As nove músicas seguem a cronologia de um dia na vida de uma criança do momento em que ela acorda (mote da faixa inicial Despertador) até a hora de dormir e sonhar – assunto da marchinha Tá na hora de dormir e de Sonho, a faixa final, aberta com o texto O menino que vendia palavras, na voz do escritor Ignácio de Loyola Brandão – em sequência que faz o disco roçar os 20 minutos. Ou seja, com faixas ágeis e curtas, Música infantil para crianças malcriadas é álbum moldado para a impaciente geração TikTok.
Entre o despertar e o sonho, o inédito repertório de Marcelo Segreto aborda a ida para a escola, o almoço, a lição de casa e a hora do banho. Só que inexiste no álbum aquele didatismo tatibitate e moralizante da maioria dos discos infantis. Ao contrário.
A canção O alface é infinito, por exemplo, versa sobre almoço com a participação de Tom Zé sem endeusar a dieta das folhas. Escola pode escandalizar educadores e pais mais ortodoxos com os versos finais “A gente atrasa / E quando a gente tá doente / Que beleza, minha gente / A gente fica em casa”.
Já pro banho encena diálogo de mãe e filho para mostrar a resistência da criança em se lavar com a verve de versos questionadores como “Por que os franceses podem e eu não posso? / E, além disso, olha onde é que eu moro / Em São Paulo eu tomo banho de cloro”.
Enfim, a Filarmônica de Pasárgada resiste à tentação de educar as crianças – tarefa mais adequada para pais e professores – neste disco malcriado que, por isso mesmo, tem lá algum encanto.
O álbum infantil da banda é tão abusado que até o projeto gráfico de Guto Lacaz descarta as cores recorrentes nas capas e encartes de discos para crianças para ser fiel à estética em preto e branco da discografia da Filarmônica de Pasárgada.
Filarmônica de Pasárgada lança o álbum ‘Música infantil para crianças malcriadas’ em 9 de outubro, em edição da gravadora YB Music
Edson Kumakasa / Divulgação

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Zizi Possi enfrenta ‘temporais’ de Ivan Lins e Vitor Martins em disco que traz também músicas de Gabriel Martins

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Fabiana Cozza, Leila Pinheiro e Rita Bennedito também integram o elenco feminino do EP ‘Elas cantam as águas’, previsto para ser lançado em 2025. ♫ NOTÍCIA
♪ Iniciada em 1974, a parceria de Ivan Lins com o letrista Vitor Martins se firmou ao longo das décadas de 1970 e 1980 nas vozes de cantoras como Elis Regina (1945 – 1982) e Simone, além de ter embasado a discografia essencial do próprio Ivan Lins.
Uma das pedras fundamentais da MPB ao longo destes 50 anos, a obra de Ivan com Vitor gera frutos. Previsto para 2025, o disco Elas cantam as águas reúne seis gravações inéditas.
Três são abordagens de músicas de Ivan Lins e Vitor Martins. As outras três músicas são de autoria do filho de Vitor, Gabriel Martins, cantor e compositor que debutou há sete anos no mercado fonográfico com a edição do álbum Mergulho (2017).
No EP Elas cantam as águas, Zizi Possi dá voz a uma música de Ivan e Vitor, Depois dos temporais, música que deu título ao álbum lançado por Ivan Lins em 1983 e que, além do autor, tinha ganhado registro somente do pianista Ricardo Bacelar no álbum Sebastiana (2018).
Fabiana Cozza mergulha em Choro das águas (Ivan Lins e Vitor Martins, 1977), canção que já teve gravações de cantoras como Alaíde Costa, Tatiana Parra e a própria Zizi Possi. Já Guarde nos olhos (Ivan Lins e Vitor Martins, 1978) é interpretada por Adriana Gennari.
Da lavra de Gabriel Martins, Chuvarada – parceria do compositor com Belex – cai no disco em gravação feita por Leila Pinheiro (voz e piano) com a participação de Jaques Morelenbaum no toque do violoncelo e com produção da própria Leila, que também assina com Morelenbaum o arranjo da faixa que será lançada em 11 de outubro como primeiro single do disco.
Já Rita Benneditto canta Plenitude (Gabriel Martins e Carlos Papel). Completa o EP a música Filha do Mar [Oh Iemanjá], composta somente por Gabriel Martins e com intérprete ainda em fase de confirmação.
Feito sob direção musical de Gabriel Martins em parceria com a pianista, arranjadora e pesquisadora Thais Nicodemo, o disco Elas cantam as águas chegará ao mercado em edição da gravadora Galeão, empresa derivada da Velas, companhia fonográfica independente aberta em 1991 por Ivan com Vitor Martins e o produtor Paulinho Albuquerque (1942 – 2006).

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Médico que ajudou a fornecer cetamina a Matthew Perry se declara culpado por morte do ator

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Conhecido por atuar em ‘Friends’, Matthew Perry morreu em outubro de 2023 por overdose. Mark Chaves é uma das cinco pessoas que enfrentam acusações federais pela morte do ator Matthew Perry
Mike Blake/Reuters
O médico Mark Chavez se declarou culpado por fornecer cetamina ao ator Matthew Perry, morto por overdose em outubro de 2023. O americano fez sua declaração nesta quarta-feira (2), no tribunal federal de Los Angeles (EUA), e se tornou a terceira pessoa a admitir culpa pela morte do ator, que ganhou fama ao interpretar Chandler em “Friends”.
Até a conclusão da sentença, Chavez está livre sob fiança. Ele concordou em entregar sua licença médica. Seu advogado, Matthew Binninger, havia dito em 30 de agosto que ele estava arrependido e tentava “fazer tudo para corrigir o erro”.
Além de Chavez, há dois envolvidos na morte de Perry: Kenneth Iwamasa, assistente do ator, e Erik Fleming, outro fornecedor de droga.
Perry foi encontrado morto em uma banheira de hidromassagem. Quem achou seu corpo foi Iwamasa, que morava com ele.
O assistente admitiu que várias vezes injetou cetamina no ator sem treinamento médico, inclusive no dia de sua morte. Já Fleming alegou ter comprado 50 frascos de cetamina e repassado para Iwamasa.
A Justiça americana ainda investiga mais duas pessoas: Salvador Plasencia, outro médico, e Sangha, suposta traficante conhecida como “Rainha da Cetamina”.
O ator Matthew Perry, morto aos 54 anos, em imagem de 2009
Matt Sayles, File/AP
Um ano antes de morrer, Perry havia lançado sua autobiografia: “Friends, Lovers and the Big Terrible Thing”.
“Existe um inferno”, escreveu Perry, no livro, que narra sua luta contra a dependência química durante os últimos anos de gravação de “Friends”. “Não deixe ninguém lhe dizer o contrário. Eu estive lá; isso existe; fim de discussão.”
O ator, que, na época do vício, passou pela clínica de reabilitação, havia dito que já se sentia melhor e queria que o livro ajudasse as pessoas.
Médio Mark Chavez e Matthew Perry.
Robyn Beck / AFP e Willy Sanjuan/Invision/AP

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