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Multiartista, ativista e mãe do Léo: quem é Paty Wolff, escritora de MT finalista do Prêmio Jabuti

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Moradora de Cuiabá, ela foi indicada na categoria Literatura por ‘Como pássaros no céu de Aruanda’. Paty Wolff, escritora de MT, foi finalista do 64º Prêmio Jabuti.
Fred Gustavos
A maternidade trouxe à multiartista Paty Wolff três presentes: o Leo, seu filho, as histórias de “Como pássaros no céu de Aruanda”, escrito no pós-parto e que levou-a logo em seu primeiro livro à final do Prêmio Jabuti, principal premiação de literatura do país, e a descoberta de mais um talento: a escrita.
Apesar de não ter conquistado a honraria – vencida por A vestida: contos, de Elaine Alves da Cruz – Paty viu sua entrada no mundo da literatura nacional e nos lugares que passou a ocupar por meio dela também como um prêmio. Afinal, por muito tempo ouviu e viveu que o Theatro Municipal de São Paulo, onde o prêmio foi entregue, e inúmeros outros não eram dela, uma mulher negra, periférica e fora do eixo Rio-São Paulo.
“A indicação foi uma grande surpresa, não imaginava, por conta até da minha origem periféria, estudante de escola e universidade pública, vinda de lugares onde nunca me foi fomentado poder ser artista, escritora. Quando criança, adolescente, nunca pude sonhar com isso”, reflete.
Ilustrações de ‘Como pássaros no céu de Aruanda’ também são obras de Paty Wolff.
Fred Gustavos
Paty tem 33 anos e mora em Cuiabá, mas nasceu em Rondônia, vinda de uma família baiana, que percorreu também outros estados. O pai não conhece nem os próprios primos, muito menos a história dos avós, que, segundo ela, foram pessoas escravizadas.
E foi neste cenário – da escravidão, da luta do povo negro e de suas raízes africanas – que a escritora baseou sua obra, publicada pela Entrelinhas Editora.
“O livro tem esse olhar, esse desejo de liberdade, como os pássaros, como os sonhos que temos de que estamos voando, mas também fala sobre a dor e sobre a luta, da revolta, do protagonismo, da rebelião e da fuga”, cita.
Aruanda, por exemplo, é uma alusão à Luanda, capital de Angola. De acordo com a escritora, um lugar que viveu no imaginário dos escravizados, como um paraíso depois do Atlântico, mas muito distante da realidade que enfrentavam no Brasil.
Parto natural
Paty Wolff é multiartista, ativista, mãe do Léo e finalista do Prêmio Jabuti.
Fred Gustavos
“Como os pássaros no céu de Aruanda” foi escrito no puerpério. Sem ter como pintar e esculpir, Paty sentiu uma necessidade de se expressar e encontrou nas palavras, na madrugada e na escrita fácil no celular como iniciar os contos e as histórias que mais para frente passaram a integrar o livro.
“Veio uma enxurrada, uma nascente, algo que queria nascer. Não sabia que estava escrevendo minicontos, eram narrativas e memórias que eu ouvia da minha mãe, das pessoas e que atravessavam a história. Era muito intuitivo”, contou ao g1.
Depois que os caminhos que o livro tomaria começaram a ficar mais claros, Paty pesquisou sobre o iorubá e outras línguas de matriz africanas que ajudaram a contar as histórias de seus personagens.
“O livro é uma expressão de liberdade”, diz. “E a luta continua nesse caminho, na própria vida e na construção da sua própria negritude”.
Conciliando mundos
Segundo livro de Paty Wolff, Thehcitura, também já foi publicado.
Fred Gustavos
As ilustrações do livro também são dela. Paty é pintora, desenhista, ilustradora, ceramista e trabalha com materiais pouco convencionais, como papelão e tijolos. Além disso tudo, é atriz, geógrafa, mestre em geografia, editora da revista digital Ruído Manifesto e participa das atividades do Centro Cultural “Casa das Pretas”.
“Como os pássaros no céu de Aruanda” foi escrito em 2019 e venceu o Edital Estevao de Mendonça, do Governo de Mato Grosso, na categoria para novos escritores. Como prêmio, ganhou a publicação de 2 mil exemplares – metade foi distribuída para bibliotecas do estado.
Paty Wolff é pintora, desenhista, ilustradora, ceramista e trabalha com materiais não convencionais.
Reprodução/Instagram
Paty saiu vitoriosa também no projeto Minha Biblioteca, da Prefeitura de São Paulo, e seu livro integra o acervo das bibliotecas municipais da capital paulista.
O segundo livro, Thehcitura, também já foi publicado. É uma obra infanto juvenil.
“Me vi como escritora quando não deixei de escrever e decidi trilhar um caminho na cena literária”, conclui.
Ser potência
Paty Wolff tem 33 anos e mora em Cuiabá, mas nasceu em Rondônia, vinda de uma família baiana.
Fred Gustavos
Exemplo incontestável de talento, luta e resistência, Paty ainda participa de oficinas em escolas públicas.
“Falo para eles que são potência e que podem fazer tudo o que quiserem, ocupar os espaços que quiserem, mas é preciso esforço e luta. Seja contra o racismo, contra a desigualdade social, contra a violência. Eles podem tudo”, reforça.

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VÍDEOS: Morre Cid Moreira, veja momentos da carreira do apresentador

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Jornalista, locutor e apresentador estava internado em um hospital em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, e nas últimas semanas vinha tratando de uma pneumonia. Jornalista, locutor e apresentador estava internado em um hospital em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, e nas últimas semanas vinha tratando de uma pneumonia.

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Cid Moreira morre aos 97 anos; veja FOTOS da carreira do jornalista

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Jornalista, locutor e apresentador estava internado em um hospital em Teresópolis, na Região Serrana do RJ, e nas últimas semanas vinha tratando de uma pneumonia. Cid Moreira morreu aos 97 anos na manhã desta quinta-feira (03). Jornalista, locutor e apresentador estava internado em um hospital em Teresópolis, na Região Serrana do RJ, e nas últimas semanas vinha tratando de uma pneumonia.
VÍDEOS: Cid Moreira, carreira e legado
Cid Moreira na apresentação do Jornal Nacional
Acervo Grupo Globo
Cid Moreira na redação do Jornal Nacional
Acervo Grupo Globo
Cid Moreira lê poema de Carlos Drummond de Andrade
TV Globo
Cid Moreira apresentando Jornal Nacional TV Globo Aniversário 60 anos TV Integração
Arquivo/ TV Integração
Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional cerca de 8 mil vezes, segundo o Memória Globo
Acervo TV Globo
Cid Moreira na bancada do Jornal Nacional
Acervo TV Globo
Cid Moreira e Sérgio Chapellin apresentando Jornal Nacional
Acervo/TV Globo
Cid Moreira e Celso Freitas no Jornal Nacional
Acervo/TV Globo
Cid Moreira durante a mensagem de fim de ano da Globo em 1997
Acervo Grupo Globo
Mister M e Cid Moreira relembram a década de 90 do Fantástico
Reprodução/TV Globo
No final da década de 70, Cid Moreira na bancada
Acervo TV Globo
Cid Moreira na bancada do Jornal Nacional
Acervo TV Globo

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Após acidente trágico em set, ‘Rust’ terá estreia em festival sem Alec Baldwin, diz revista

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Segundo ‘The Hollywood Reporter’, o ator e produtor do filme não estará na premiere, que irá acontecer no final de novembro. Alec Baldwin chora após Justiça anular acusações de homicídio culposo
O filme “Rust” fará sua estreia para o público durante o Festival Camerimage em novembro deste ano. A produção ficou marcada pela morte da diretora de fotografia, Halyna Hutchins, 42, após ser atingida por um tiro disparado por uma arma segurada pelo ator Alec Baldwin. Segundo a revista “The Hollywood Reporter”, Baldwin, que também é produtor do filme, não irá a première.
Após a exibição do filme, o festival planejou um painel de debate para homenagear a Halyna Hutchins. Ainda não se sabe se os atores Travis Fimmel, Frances Fisher, Josh Hopkins e Patrick Scott McDermott estarão presentes no evento.
Armeira de ‘Rust’ é condenada
Hannah Gutierrez-Reed, responsável por cuidar e fornecer as armas do set de “Rust”, foi considerada culpada pela morte de Halyna Hutchins. A condenação aconteceu no dia 6 de março, num tribunal do Novo México (EUA). Ela foi presa, mas alega ser inocente.
Nesta segunda-feira (30), um juiz do Novo México negou o pedido de Hannah Gutierrez Reed para um novo julgamento e manteve sua condenação por homicídio culposo pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins em 2021. Gutierrez Reed vai permanecer sob custódia para cumprir o restante de sua sentença de 18 meses.
Juíza anula acusação de Baldwin
No dia 12 de julho, o ator Alec Baldwin chorou após a Justiça dos Estados Unidos anular as acusações de homicídio culposo. A juíza entendeu que houve má conduta da polícia e dos promotores ao ocultar as provas da defesa.
À Justiça, os advogados do ator afirmaram que as autoridades “enterraram” evidências sobre a origem da bala que matou a diretora. Segundo a defesa, munições reais foram apreendidas como parte das evidências, mas não foram listadas no arquivo das investigações.
Alec Baldwin com roupa de seu personagem na gravação de ‘Rust’
AFP Photo/Gabinete do Xerife do condado de Santa Fe

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