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Reestruturação da Ancine e volta de contribuição: os desafios do cinema para o próximo governo

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Especialistas do setor indicam quais são pontos mais urgentes na área de produção audiovisual. Sala de cinema
Divulgação/Cine Super K
Os desafios para o setor audiovisual para o próximo governo, segundo profissionais da área, começam antes mesmo da entrada de 2023: é reverter retirada do projeto de Orçamento para o ano que vem a arrecadação da Condecine, uma das fontes que alimenta do Fundo Setorial do Audiovisual.
“É fundamental para a indústria do audiovisual. É com ela que conseguimos fazer com que todo o setor consiga se movimentar”, diz a cineasta Laís Bodansky.
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Em novembro, foram anunciados os integrantes para a equipe de transição de governo da área cultural. Estão no grupo nomes como a atriz Lucélia Santos, ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, a cantora Margareth Menezes, os deputados federais Áurea Carolina, Túlio Gadêlha (Rede-PE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Marcelo Calero (PSD-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ).
Tanto Laís quanto a produtora Renata Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema, indicaram outros desafios para o setor audiovisual. Acompanhe abaixo:
Retorno da contribuição da Condecine
Retorno do funcionamento integral da Ancine
Regulamentação do mercado de vídeos sob demanda
1) Volta da Condecine
Item mais urgente na pauta dos produtores do audiovisual é o retorno da Condecine, modalidade de arrecadação do setor que alimenta, principalmente, o Fundo Nacional do Audiovisual, para dentro do Projeto da Lei Orçamentária Anual de 2023, enviado pelo presidente Jair Bolsonaro.
“É este fundo responsável por ajudar grande parte da produção independente no país”, diz a produtora Renata Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema.
A Condecine é uma contribuição para a indústria cinematográfica nacional feita pelos próprios integrantes do setor: aqueles agentes que usam as produções e ganham com o setor, a exemplo de donos de salas de exibição ou concessionárias de telecomunicações, como as TVs, pagam esta contribuição.
“A retirada dessa arrecadação do Orçamento não significa que o governo vai ter mais dinheiro em caixa, pelo contrário”, diz Laís. “É um dinheiro do próprio setor, não é uma verba que vai para a educação ou para a saúde. É a movimentação da própria área que com uma porcentagem vai alimentando o fundo, que volta para as áreas da indústria. Se retroalimenta.”
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A produtora Renata Magalhães, da Academia Brasileira de Cinema, faz coro. “O governo deixou a gente sem dinheiro e zerou a própria arrecadação. É o SOS da atividade do momento: sair do zero e passar a ter qualquer número.”
2) Ancine em movimento
A expectativa e o desafio importante a ser superado, de acordo com as profissionais do setor, é que a sua principal agência, a Ancine, retorne ao seu funcionamento normal. “Ela precisa voltar a ter o protagonismo”, diz Laís.
“A agência andou em ritmo de tartaruga. Já é possível ver uma melhora neste último ano, ainda que lentamente.”
A Ancine, a Agência Nacional do Cinema, criada em 2001, é responsável pela regulamentação do setor. E vai além disso: ela administra o Fundo Setorial do Audiovisual, formula políticas públicas para o desenvolvimento da área, faz a fiscalização, e é responsável por diálogos internacionais e acordos bilaterais com os setores de outros países.
Câmera de cinema – foto ilustrativa
Pixabay
Para Renata, o primeiro passo para colocar a Ancine em local de destaque é a desburocratização, o que tem dificultado as produções, devido ao grande número de normativas.
“A Agência vai ficar fiscalizando a nota de táxi de R$ 20? E fiscalizar se os filmes estão passando, se as distribuidoras estão fazendo direito as remessas de lucro, se está passando a cota de tela no canal de TV a cabo, se os exibidores estão cumprindo a sua parte, a meta de sala?”, explica.
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De acordo com Laís, já existia uma morosidade da agência antes mesmo do governo Jair Bolsonaro. “A partir do impeachment de Dilma Rousseff, houve uma mudança de postura do governo federal com o setor cultural e o setor audiovisual, por meio da Ancine”, diz.
“Existiu um desentendimento do funcionamento e quase uma paralisação, com muitas trocas de diretoria, e um aparelhamento da estrutura de uma ‘caça às bruxas’, sem sentido”, afirma.
O cenário, junto da alta burocracia, gerou problemas com o Tribunal de Contas da União em 2019. O TCU chegou a notificar a agência de que poderia suspender os repasses de recursos públicos para as produções caso a instituição não tivesse capacidade técnica para analisar as prestações de contas dos projetos. “A agência deixou de ser de cinema para ser agência de contadores”, diz Renata.
Naquele mesmo ano, a agência chegou a ser ameaçada de extinção pelo presidente Jair Bolsonaro, e, segundo Laís, projetos foram atacados. No mesmo ano, filmes tiveram seus financiamentos cortados para a divulgação dos trabalhos em festivais internacionais. As produções, na ocasião, tinham temática LGBT e racial.
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“É importante ter a agência em pleno funcionamento: ela é o coração da produção audiovisual, é o pulsa”, diz Laís.
3) O mercado de vídeo sob demanda
A pauta sobre a regulamentação dos vídeos sob demanda, o streaming, já é uma reinvindicação de outros tempos do setor do audiovisual. As discussões em torno do assunto iniciaram já em 2017, porém, nunca saiu do papel. “Somos a terra de ninguém, não há uma regulamentação nenhuma e estamos atrasados”, diz Laís.
Segundo ela, existem várias propostas, mas a cada ano precisam ser atualizadas porque a tecnologia se movimenta e muda.
“O desafio é ter um macroentendimento do que se quer com essa regulamentação, que deve levar em conta a nossa indústria nacional”, diz a cineasta.
Para Renata, deve ser levado em conta a proteção do produtor independente, e não é questão de inventar a roda. “Tem que começar a levar a sério: Argentina, Espanha, Chile, Coreia do Sul e a França já têm as suas regulamentações”, afirma.
“Essa regulamentação precisa ser clara, para defender o produtor independente, que não quebraram porque prestam serviço para streaming”, diz a produtora.
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Voz icônica de Cid Moreira também fica eternizada em volumosa discografia calcada em orações e textos religiosos

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♫ MEMÓRIA
♪ A voz de Cid Moreira (29 de setembro de 1927 – 3 de outubro de 2024) é imediatamente reconhecida por todos os brasileiros desde 1969, ano em que o locutor começou a apresentar o Jornal Nacional, função exercida até 1996. Essa voz icônica, inconfundível, se calou hoje com a morte de Cid Moreira aos 97 anos, em Petrópolis (RJ), mas fica eternizada na extensa discografia do apresentador.
Lançando mão da oratória exemplar, Cid debutou no mercado fonográfico há 49 anos com a edição em 1975 do single Poemas pela gravadora Som Livre. Em 1977, o locutor lançou o primeiro álbum, Oração da minha vida, posto no mercado pela Edições Paulinas Discos.
Desde então, Cid Moreira construiu discografia calcada em orações e textos religiosos. Somente a série de discos Salmos gerou três volumes lançados em 1986, 1988 e 1996. Entre um e outro volume, o locutor lançou em 1994 o álbum O sermão da montanha, ao qual se seguiu o disco Quem é Jesus? em 1995.
Em 1999, Cid Moreira apresentaria o maior lançamento fonográfico da carreira, Paisagens bíblicas – As mais belas histórias da Bíblia interpretadas por Cid Moreira, monumental coleção composta por 24 discos. Foi um sucesso de vendas.
Outras coleções vieram no rastro desse êxito a partir dos anos 2000, com álbuns em que Cid Moreira interpretava textos do Velho Testamento e do Novo Testamento com a voz formal que jamais será esquecida pelo povo brasileiro.
Capa do primeiro single de Cid Moreira (1927 – 2024), “Poemas”, lançado em 1975
Reprodução / Capa de disco

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‘Tive que me esforçar muito para acompanhar o nível dele’, diz Sérgio Chapelin sobre Cid Moreira

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Chapelin dividiu a bancada do Jornal Nacional com Cid Moreira durante quase duas décadas e diz que ele foi o “melhor profissional” com quem trabalhou. Cid Moreira e Sérgio Chapelin na bancada, na década de 80
Acervo TV Globo
O jornalista Sérgio Chapelin, que apresentou o Jornal Nacional ao lado de Cid Moreira durante quase 20 anos, disse ao programa “Encontro” que o apresentador foi o “melhor profissional” com quem já trabalhou em sua carreira.
Essa foi uma homenagem ao ícone do jornalismo e dono de uma voz inconfundível, que morreu na manhã desta quinta-feira (3), depois de passar as últimas semanas internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, tratando uma pneumonia.
“Ele me ajudou muito e eu tive que me esforçar muito para acompanhar o nível dele”, disse Chapelin.
Leia o que disse Chapelin sobre Cid Moreira:
“A minha parceria com o Cid foi longa, foram quase 20 anos no jornal nacional. O que eu tenho a dizer a respeito dele é que ele foi o melhor profissional com quem eu já trabalhei. Ele me ajudou muito e eu tive que me esforçar muito para acompanhar o nível dele. Ele tinha uma voz privilegiada, uma técnica primorosa e um talento invejável. Então, a gente sente. Mas foram 97 anos vividos e 97 anos pesam bastante. Vamos lembrar as coisas boas que ele fez, que foram muitas. O Cid realmente trabalhou muito, era de fato um homem dedicado ao trabalho e fez coisas que a gente tem que respeitar. Então, vamos fazer agora uma oração e esperar que ele seja bem acolhido num plano superior”.
Cid Moreira morre aos 97 anos
Esposa de Cid Moreira diz que jornalista lutou bravamente até o último minuto
Cid Moreira conta o boa noite especial do dia da morte do poeta Carlos Drummond de Andrade

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Adeus a Cid Moreira: jornalistas prestam homenagens ao apresentador

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Jornalista, locutor e apresentador faleceu nesta quinta (3), aos 97 anos. Ele estava internado em um hospital em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, e nas últimas semanas vinha tratando de uma pneumonia. Cid Moreira morre aos 97 anos
Jornalistas e apresentadores da TV Globo prestaram homenagens nesta quinta (3) a Cid Moreira, um dos maiores ícones da história do jornalismo brasileiro.
O apresentador faleceu aos 97 anos, deixando um legado de credibilidade e carisma durante décadas na história da televisão. Colegas da TV Globo se reuniram para relembrar os momentos mais marcantes de Cid Moreira e sua voz inconfundível. Veja a seguir:
Sérgio Chapelin: ‘Foi o melhor profissional com quem eu trabalhei’
Cid Moreira e Sérgio Chapelin
Rede Globo
“A minha parceria com o Cid foi longa. Foram quase 20 anos no Jornal Nacional. O que eu tenho para dizer a respeito dele é que foi o melhor profissional com quem eu trabalhei. Ele me ensinou muito e eu tive que me esforçar muito para acompanhar o nível dele.”
William Bonner : ‘Quando vi o rosto dele de perfil, lembro que fiquei petrificado’
Cid Moreira e William Bonner
Acervo TV Globo
“Cid Moreira, na Globo, inaugurou o Jornal Nacional. Foi em setembro de 1969. E ele permaneceu no Jornal Nacional initerruptamente até o fim de março de 1996. Para qualquer pessoa que teve mais de 40 anos de idade o Jornal Nacional teve aquele rosto. Para quem tem menos de 40 anos de idade talvez o rosto do JN não seja o do Cid Moreira, mas o Cid Moreira é o rosto e a voz do Fantástico porque, embora ele tenha trabalhado para o Fantástico e para o Jornal Nacional simultaneamente durante muitos anos, quando ele deixou o JN ele passou de se dedicar não apenas a leitura de editoriais no Jornal Nacional mas também ao Fantástico.
Essa foi uma fase em que eu acho que o Cid Moreira pode se divertir mais enquanto profissional.
O Cid Moreira era um grande brincalhão e ele adorava que brincavam com ele também. Quando ele pode passar a brincar com ele mesmo a carreira dele entrou para um outro patamar, ou por um outro caminho. Quem aqui não vai se lembrar do vozeirão dele falando ‘Mister M’? Quem não vai se lembrar na Copa do Mundo de 2010? Quando eu leio ‘Jabulane’ vem a cabeça a voz do Cid.
Na minha carreira, pessoalmente, tem dois momentos muito marcantes. O primeiro momento mais importante da minha vida foi o dia em que eu vi o Cid Moreira de perfil. A visão do Cid Moreira é na tela da TV, olhando para a câmera. Foi muito estranho ver o rosto do Cid de perfil. Quando vi o rosto dele de perfil, lembro que fiquei petrificado.
O segundo momento mais marcante da minha carreira foi quando eu olhei à direita e vi o Cid Moreira sentado ao meu lado na mesma bancada em que eu me encontrava para apresentar o JN. Isso é uma experiência profissional que quem passou por ela tem uma certa dificuldade de descrever. Ele é uma figura gigantesca. Co-fundador do Jornal Nacional, uma voz de uma credibilidade indiscutível e em um tempo onde não tinha internet, rede social, televisão por assinatura, streaming. O Jornal Nacional era a principal fonte de informação dor brasileiros.”
Sandra Annenberg: ‘O Cid é a voz e continuará sendo para sempre’
“Passo por aqui para deixar um abraço muito apertado para a Fátima e para toda a família do Cid e, principalmente para o Brasil, que vai viver sem essa voz. O Cid é a voz e continuará sendo para sempre. Tenho a honra no meu currículo de ter estreado ao lado dele. Fui a primeira mulher a aparecer toda noite ao lado do Cid e do Sérgio na previsão do tempo. Ele sempre foi muito carinhoso, muito cuidadoso, um mestre. Como todo mestre tem que ser, será lembrado para sempre.”
Fatima Bernardes: ”A voz dele era uma grife, um selo de qualidade”
“Quando eu comecei a assistir ao Jornal Nacional, ele estava lá. Quando eu me tornei jornalista, ele estava lá. A primeira vez em que entrei ao vivo no JN no meio de uma enchente, foi ele que chamou o meu nome: ‘de lá fala ao vivo a repórter Fátima Bernardes’.
A voz dele naquela bancada, era uma grife, um selo de qualidade. Hoje, o Cid Moreira se foi, mas não será esquecido, marcou uma época. Meu carinho sincero pra todos que o amavam.”
‘Ele é uma marca indelével’, diz Míriam Leitão sobre Cid Moreira
Miriam Leitão: ‘Transformava a voz no veículo da informação’
“O Cid Moreira marca a história do jornalismo brasileiro. Ele fez parte da contrução do maior produto do jornalismo brasileiro, que é o Jornal Nacional. Durante décadas, ele foi a voz que transmitia informação. Não estava sozinho, esteve com o Sergio Chapelin durante muito tempo, depois foi para o Fantástico. Mas o importante era a maneira como ele transformava a voz dele no veículo da informação.
A voz dele é atemporal. Ela transitou bem pelo tempo, pelas novas de fazer jornalismo. Ele passava uma coisa que os jornalistas de televisão buscam que é credibilidade: ‘Cid Moreira falou, então aconteceu'”.
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