A luta de Branco Mello contra câncer na laringe e as saídas de Charles Gavin e Paulo Miklos são assuntos que encorpam a narrativa da atual edição do livro ‘A vida até parece uma festa’. Capa do livro ‘A vida até parece uma festa – A história completa dos Titãs’, de Hérica Marmo e Luiz André Alzer
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♪ Se os jornalistas Hérica Marmo e Luiz André Alzer tivessem tido tempo de incluir a notícia da reunião dos Titãs em 2023, em turnê com show que junta sete dos oito integrantes da formação clássica da banda paulistana, a reedição do livro A vida até parece uma festa faria juz ao subtítulo A história completa dos Titãs.
Ainda assim, a edição ampliada da biografia lançada originalmente há 20 anos – quando o grupo celebrava duas décadas em atividade – merece leitura, sobretudo de quem nunca leu a já relevante edição original A vida até parece uma festa – Toda a história dos Titãs (2002).
Além de recontar a história da banda desde os primórdios, os autores acrescentam fatos decisivos na trajetória da banda como as saídas de Charles Gavin e Paulo Miklos em 2010 e 2016, respectivamente, além de narrar a saga de Branco Mello entre 2018 e 2021 para tratar câncer na laringe.
No terreno fonográfico, o livro de 2022 adiciona à narrativa informações e análises sobre os discos lançados pelos Titãs após a edição original de 2002.
Entram na biografia os álbuns Como estão vocês? (2003), Sacos plásticos (2009) – disco massacrado pelos críticos do Brasil por conta da produção musical ter sido confiada a Rick Bonadio, como enfatizam Marmo e Alzer – o revigorante Nheengatu (2014) e a trilha sonora da ópera-rock Doze flores amarelas (2018), além do recente Olho furta-cor (2022), álbum que garantiu à banda generosos espaços na mídia, mas também algumas críticas duras deste disco que marcou o reencontro dos Titãs com o produtor Rick Bonadio.
Com 456 páginas e caderno com fotos de várias épocas e fases do grupo, o livro A vida até parece uma festa – A história completa dos Titãs (Globo Livros) apresenta narrativa sem filtro, mas temperada com a admiração dos autores por essa banda que, entre altos e baixos e entre entradas e saídas de integrantes, completa 40 anos em cena, em caso incomum de longevidade no volátil universo pop brasileiro.
