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Festas e Rodeios

Roberta Sá põe o pé no chão com leveza ao tomar partido das rodas cariocas no disco ‘SambaSá’

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Cantora regrava sucesso de Alcione em duo com Péricles e dá guinada popular em álbum valorizado pela produção musical e arranjos de Alaan Monteiro. Capa do álbum ‘SambaSá’, de Roberta Sá
Pedro Bucher com direção de arte de Phillipe Leon e Marina Franco
Resenha de álbum
Título: SambaSá
Artista: Roberta Sá
Edição: Deck
Cotação: ★ ★ ★ ½
♪ Roberta Sá pôs os pés no chão. Disco lançado hoje, 8 de dezembro, SambaSá simboliza guinada popular na discografia da cantora revelada há 20 anos no programa Fama (Globo, 2002) e projetada a partir de 2003 com a veiculação de gravação do samba A vizinha do lado (Dorival Caymmi, 1946) na trilha sonora da novela Celebridade (Globo, 2003 / 2004).
O samba sempre norteou a discografia dessa cantora de origem potiguar criada na cidade do Rio de Janeiro (RJ) desde os nove anos. Só que, nos primeiros álbuns, o samba cantado por Roberta Sá foi passado pelo filtro contemporâneo de Rodrigo Campello, produtor musical fundamental para alinhar a cantora com o som do século XXI sem patinar em terreno modernoso.
Discos posteriores conectaram a artista com os timbres modernistas de músicos cariocas como o baixista Alberto Continentino, o baterista Domenico Lancellotti e o guitarrista Bem Gil.
Disco apresentado como álbum por Roberta Sá, embora tangencie o formato de EP por ter somente sete faixas e 24 minutos, SambaSá situa a cantora nas rodas do samba que bebem nas fontes atemporais da ancestralidade. É um disco de pé no chão em que Roberta Sá toma partido do samba cultivado nos mais nobres quintais cariocas.
Samba até sem registro fonográfico oficial, mas apresentado em rede social em 2021, Antes tarde (Nego Alvaro e Marcos Maia) é partido dessa cepa nobre propagada desde o fim dos anos 1970 no repertório de Beth Carvalho (1946 – 2009), cantora referencial nos fundos de quintais.
Antes tarde é uma das três faixas inéditas deste disco antecedido por quatro singles lançados desde agosto. A gravação de Antes tarde exemplifica o acerto da produção musical e dos arranjos de SambaSá, confiados ao cavaquinhista Alaan Monteiro por Roberta Sá e Pedro Seiler, creditados como diretores artísticos do disco (a coprodução é do violonista Gabriel de Aquino).
Roberta Sá grava dois ótimos sambas do compositor Wanderley Monteiro no álbum ‘SambaSá’
Pedro Bucher / Divulgação
Alaan Monteiro é filho de Wanderley Monteiro, compositor projetado por Beth Carvalho nos álbuns Brasileira da gema (1996) e Pagode de mesa ao vivo 2 (2000). Em SambaSá, Wanderley assina dois dos sete sambas.
Samba de beleza que atinge o ápice no refrão, reiterando a inspiração do compositor, Sem avisar (2022) já tinha sido apresentado por Roberta Sá em 14 de outubro como terceiro dos quatro singles do álbum SambaSá.
Já A roda (2020) é parceria de Wanderley Monteiro com Deco Romani – lançada em disco há dois anos por Romani – que já tinha sido cantada por Roberta na abertura da gravação do show SambaSá em 24 de setembro em apresentação no Circo Voador (RJ) para álbum ao vivo previsto para ser lançado em 2023.
Samba que sintetiza e celebra a força inexorável do gênero em versos como “E vai girar girar girar no fundo de quintal / Nos becos, calçadas, num canto de bar / A roda é a forma ancestral / É a marca que fica no chão / O samba é a nata, é o topo da evolução”, A roda é a obra-prima do repertório de SambaSá.
Até porque a forma de A roda tem a originalidade que falta em Luz da minha vida (Toninho Geraes e Chico Alves, 2022), samba que reverbera levadas baianas de hits de Zeca Pagodinho, tendo deixado incômoda impressão inicial do disco – àquela altura pensado para ser EP com quatro faixas – ao ser lançado como single em 19 de agosto.
E por falar em Zeca Pagodinho, o cantor aparece como convidado de Roberta Sá na regravação de Pago pra ver (Nelson Rufino e Toninho Geraes, 2003), samba lançado por Zeca há 19 anos com a mesma cadência dolente da abordagem apresentada pela cantora em single editado em 21 de novembro.
Em SambaSá, Roberta também faz dueto com outro cantor associado ao samba, mas de geração posterior, em outra regravação do disco. Sucesso romântico de Alcione que impulsionou as vendas do quarto álbum da cantora maranhense, Alerta geral (1978), Sufoco (Antonio José Gomes de Castro e Chico da Silva, 1978) ganha as vozes de Roberta e Péricles.
Péricles é grande cantor projetado como vocalista do grupo de pagode Exaltasamba. Só que o canto macio dos intérpretes na gravação dilui a angústia de letra que versa sobre relacionamento abusivo.
Cantora elogiada pela leveza com que entra na roda de samba, Roberta Sá é intérprete vocacionada para músicas menos densas. Tanto que encara a sofrência sem chororô na cadência fluente de Nossos planos (Fred Camacho, Carlos Caetano e Leandro Fab, 2022) em gravação apresentada em 9 de setembro como segundo single do disco SambaSá.
É quando dá voz a sambas mais suaves que Roberta Sá mais mantém os pés no chão…

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Garth Brooks é processado por maquiadora que o acusa de estupro

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Mulher diz que agressão aconteceu em 2019. Ela afirma que sofreu diferentes tipos de abusos quando trabalhava para o astro do country americano. Garth Brooks faz show em prol do Hospital de Câncer de Barretos, em 2015
Mateus Rigola/G1
O astro do country Garth Brooks foi processado por uma mulher que o acusa de estupro, segundo o canal de notícias americano CNN nesta quinta-feira (3).
A ação diz que o ataque aconteceu quando ela trabalhava para ele como maquiadora e cabeleireira, em 2019.
A mulher, identificada como Jane Roe, afirma que o cantor também mostrava seus órgãos genitais para ela, falava sobre sexo, se trocava na sua frente e mandava mensagens sexualmente explícitas.
Ela afirma que foi estuprada por ele em um hotel, em Los Angeles, durante uma viagem para a gravação de uma homenagem do Grammy.
O cantor já tinha afirmado ser inocente em um processo movido por ele, anonimamente, em setembro. Na ação, Brooks pedia para que a Justiça declarasse que as acusações de Roe não eram verdade e a proibissem de divulgá-las.
Ele dizia que se tratava de uma tentativa de extorsão que causariam “dano irreparável” à sua carreira e sua reputação.

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DJ Gustah expõe a força crescente de vozes femininas do rap e do trap, como Azzy e Budah, no álbum coletivo ‘Elas’

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A rapper capixaba Budah integra o elenco do disco ‘Elas’, projeto fonográfico que o DJ Gustah lançará na terça-feira, 8 de outubro
Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ As mulheres marcam cada vez mais posição e território no universo do hip hop. Projeto fonográfico que o DJ e produtor musical paulistano Gustah lança na terça-feira, 8 de outubro, o álbum Elas dá voz a mulheres que estão se fazendo ouvir nos segmentos do rap e do trap com força crescente.
Editado pelo selo de Gustah, 2050 Records, o disco apresenta 10 gravações inéditas entre as 12 faixas. Abismo no peito é música cantada e composta pela rapper capixaba Budah. Cynthia Luz sola a lovesong Mar de luz e, com Elana Dara, mergulha em Lago transparente.
A paulistana Bivolt dá voz ao boombap Faço valer. A novata Carla Sol defende Hora exata. Voz de São Gonçalo (RJ), município fluminense, Azzy é a intérprete de Mesmo lugar, faixa de tom mais introspectivo. Clara Lima canta Intenção. King Saint entra em Ondas sonoras.
Ex-integrante do duo Hyperanhas, Andressinha é a voz de Poucas conversas. Annick figura em Decisões. A paulista Quist apresenta Destilado em poesia. Killua fecha o disco com Lunaatica.
Embora calcada no rap e no trap, a sonoridade do disco Elas transita pelo R&B e também ecoa a MPB.
Capa do disco ‘Elas’, produzido pelo DJ Gustah
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Post Malone anuncia show exclusivo no festival VillaMix, em São Paulo

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Cantor será uma das principais atrações do festival, conhecido por focar na música sertaneja. Post Malone canta no The Town 2023
Luiz Franco/g1
O festival VillaMix anunciou o cantor Post Malone como uma das atrações da edição de 2024, no dia 21 de dezembro na Neo Química Arena, em São Paulo.
O show será exclusivo no festival, conhecido por focar em música sertaneja. Segundo a organização, a primeira edição em 5 anos de evento trará country, pop e sertanejo, e o line-up completo ainda será revelado.
A venda geral já tem início no próximo dia 7, pela Eventim.
Post Malone esteve no Brasil pela última vez em 2023, quando se apresentou no The Town. Ele apostou em versões roqueiras de hits mais antigos, e fechou a programação do primeiro dia de festival. Relembre como foi.
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