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Festas e Rodeios

Marília Mendonça reina postumamente com ‘exagero sentimental’ do segundo EP extraído da live ‘Serenata’

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Capa do EP ‘Decretos reais vol. 2’, de Marília Mendonça
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Resenha de EP
Título: Decretos reais vol. 2
Artista: Marília Mendonça
Edição: Som Livre
Cotação: ★ ★ ★ ½
♪ “Eu sou brega. Eu sou um espetáculo. E faço dos meus sentimentos exagerados o meu próprio palco. Eu sou amor. […] E Deus me livre de um amor chique e discreto”.
Ditas por Marília Mendonça (22 de julho de 1995 – 5 de novembro de 2021) no discurso que antecede o canto de Morango do nordeste (Walter de Afogados e Fernando Alves, 1987), as palavras traduzem com precisão a alma musical da cantora e compositora goiana morta há um ano.
Morango do nordeste é uma das seis músicas do segundo EP póstumo da artista, Decretos reais vol. 2, lançado hoje, 9 de dezembro, com números extraídos da mesma live Serenata que gerou o primeiro EP, apresentado em 21 de julho.
A rigor, inexiste novidade nestes discos, já que a apresentação virtual feita por Marília em 15 de maio de 2021 é de conhecimento público. Contudo, o recorte oferecido por esses discos enfatiza o tom explicitamente despudorado dessa cantora que tinha voz grave e quente.
Marília Mendonça está na história da música brasileira por ter dado voz ativa às mulheres no cancioneiro do universo sertanejo. A cantora encarnou a mulher que ama, sofre e é traída, mas que dá o troco no patriarcado masculino.
Acima de gêneros, Marília foi intérprete de canções românticas pautadas pelo exagero sentimental. E esse tipo de canção sempre existiu na música popular do Brasil. O que vem mudando, ao longo do tempo, é a linguagem, é a sonoridade, não o sentimento universal e atemporal do amor cantado com intensidade pela artista.
Tanto que Marília Mendonça consegue irmanar músicas dos anos 1970, 1980 e 1990 no EP aberto com Leão (Xamã, 2020), a mais fraca das seis composições.
Da década de 1970, a cantora requenta Café da manhã (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1978) na cadência popular dos boleros que aquecem corações partidos nos vitrolões acionados Brasil afora. Dos anos 1980, Marília revive sem um sabor especial a já citada música Morango do nordeste, sucesso de Lairton e seus Teclados que ganhou várias vozes ao longo dos últimos 35 anos.
Da década de 1990, a cantora valoriza a balada Pra falar a verdade (Peninha e Régis Danese, 1998) – um dos sucessos do primeiro álbum solo de Daniel – e pesca a pérola rara Nem é bom lembrar (César Augusto e Zezé Di Camargo, 1995), balada menos batida do repertório da dupla Zezé Di Camargo & Luciano.
Completa o EP Uma vida a mais (2020), versão em português – escrita por Marília Mendonça com Maraisa, Juliano Tchula e Gabriel Agra – de Listen to your heart (Per Gessle e Mats Persson, 1988), sucesso da dupla sueca Roxette.
Uma vida a mais é música lançada originalmente pela própria Marília em gravação com Maiara & Maraisa. No EP Decretos reais vol. 2, a versão soa desajeitada.
Ainda assim, se ouvidas na sequência do disco, as seis músicas do EP mostram como Marília Mendonça sabia reinar no palco com “sentimentos exagerados” que ainda ecoam forte no coração do Brasil.

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Garth Brooks é processado por maquiadora que o acusa de estupro

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Mulher diz que agressão aconteceu em 2019. Ela afirma que sofreu diferentes tipos de abusos quando trabalhava para o astro do country americano. Garth Brooks faz show em prol do Hospital de Câncer de Barretos, em 2015
Mateus Rigola/G1
O astro do country Garth Brooks foi processado por uma mulher que o acusa de estupro, segundo o canal de notícias americano CNN nesta quinta-feira (3).
A ação diz que o ataque aconteceu quando ela trabalhava para ele como maquiadora e cabeleireira, em 2019.
A mulher, identificada como Jane Roe, afirma que o cantor também mostrava seus órgãos genitais para ela, falava sobre sexo, se trocava na sua frente e mandava mensagens sexualmente explícitas.
Ela afirma que foi estuprada por ele em um hotel, em Los Angeles, durante uma viagem para a gravação de uma homenagem do Grammy.
O cantor já tinha afirmado ser inocente em um processo movido por ele, anonimamente, em setembro. Na ação, Brooks pedia para que a Justiça declarasse que as acusações de Roe não eram verdade e a proibissem de divulgá-las.
Ele dizia que se tratava de uma tentativa de extorsão que causariam “dano irreparável” à sua carreira e sua reputação.

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DJ Gustah expõe a força crescente de vozes femininas do rap e do trap, como Azzy e Budah, no álbum coletivo ‘Elas’

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A rapper capixaba Budah integra o elenco do disco ‘Elas’, projeto fonográfico que o DJ Gustah lançará na terça-feira, 8 de outubro
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♫ NOTÍCIA
♪ As mulheres marcam cada vez mais posição e território no universo do hip hop. Projeto fonográfico que o DJ e produtor musical paulistano Gustah lança na terça-feira, 8 de outubro, o álbum Elas dá voz a mulheres que estão se fazendo ouvir nos segmentos do rap e do trap com força crescente.
Editado pelo selo de Gustah, 2050 Records, o disco apresenta 10 gravações inéditas entre as 12 faixas. Abismo no peito é música cantada e composta pela rapper capixaba Budah. Cynthia Luz sola a lovesong Mar de luz e, com Elana Dara, mergulha em Lago transparente.
A paulistana Bivolt dá voz ao boombap Faço valer. A novata Carla Sol defende Hora exata. Voz de São Gonçalo (RJ), município fluminense, Azzy é a intérprete de Mesmo lugar, faixa de tom mais introspectivo. Clara Lima canta Intenção. King Saint entra em Ondas sonoras.
Ex-integrante do duo Hyperanhas, Andressinha é a voz de Poucas conversas. Annick figura em Decisões. A paulista Quist apresenta Destilado em poesia. Killua fecha o disco com Lunaatica.
Embora calcada no rap e no trap, a sonoridade do disco Elas transita pelo R&B e também ecoa a MPB.
Capa do disco ‘Elas’, produzido pelo DJ Gustah
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Post Malone anuncia show exclusivo no festival VillaMix, em São Paulo

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Cantor será uma das principais atrações do festival, conhecido por focar na música sertaneja. Post Malone canta no The Town 2023
Luiz Franco/g1
O festival VillaMix anunciou o cantor Post Malone como uma das atrações da edição de 2024, no dia 21 de dezembro na Neo Química Arena, em São Paulo.
O show será exclusivo no festival, conhecido por focar em música sertaneja. Segundo a organização, a primeira edição em 5 anos de evento trará country, pop e sertanejo, e o line-up completo ainda será revelado.
A venda geral já tem início no próximo dia 7, pela Eventim.
Post Malone esteve no Brasil pela última vez em 2023, quando se apresentou no The Town. Ele apostou em versões roqueiras de hits mais antigos, e fechou a programação do primeiro dia de festival. Relembre como foi.
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