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Em ‘Glass Onion’, Rian Johnson explora o absurdo com bilionários idiotas: ‘realidade superou a ficção’

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Em entrevista ao g1, cineasta fala sobre seu novo filme, no qual se reencontra com Daniel Craig para contar história de assassinato envolvendo magnata da tecnologia com ecos na realidade. Rian Johnson fala sobre ‘Glass Onion’
Em algum ponto do desenvolvimento de “Glass Onion: Um mistério Knives Out”, continuação de “Entre facas e segredos” (2019), o diretor e roteirista Rian Johnson chegou a questionar se talvez seu novo mistério poderia ser absurdo demais. Ele não precisava ter se preocupado.
G1 já viu: ‘Glass Onion’ subverte reviravoltas de ‘Entre facas e segredos’ com Daniel Craig ainda melhor
“Eu acho que a realidade já superou a ficção”, diz o cineasta de 49 anos rindo em entrevista ao g1.
O filme com um bilionário excêntrico no centro de seu grande mistério estreia nesta sexta-feira (23) na Netflix, bem em meio às desventuras de Elon Musk, o agora segundo homem mais rico do mundo, no comando do Twitter.
“Eu estava na verdade muito nervoso enquanto o escrevia. ‘Será que esse fenômeno do bilionário de tecnologia vai estar ultrapassado quando o filme for lançado?’ Não. Acho que não.”
Kate Hudson, Jessica Henwick, Daniel Craig e Leslie Odom Jr. em cena de ‘Onion Glass’
John Wilson/Netflix
“Glass Onion” é uma sequência, mas não daquelas clássicas. Do elenco original, retorna apenas Daniel Craig como o detetive de forte sotaque do sul americano Benoit Blanc.
Em comum, somente uma investigação cheia de reviravoltas sobre um assassinato e um time cheio de atores conhecidos e talentosos.
A inspiração, é claro, ainda são os mistérios dos livros de Agatha Christie, que se tornaram um gênero próprio com o tempo.
Daniel Craig e Rian Johnson conversam nas filmagens de ‘Onion Glass’
John Wilson/Netflix
“Uma grande parte de fazer essa série de filmes, começando com o primeiro ‘Entre facas e segredos’ e agora com “Glass Onion”, para mim, foi sempre sobre interagir com o momento atual”, diz o diretor, que tenta trazer agora o suspense e o humor da escritora para um momento mais atual.
“É um gênero que vemos mais feito como uma trama de época passada na Inglaterra. Agatha Christie, quando estava escrevendo seus livros, não estava escrevendo uma história de época, ela escrevia sobre seu próprio tempo e lugar.”
Muita brincadeira acaba em choro
Em “Glass Onion”, um grupo de amigos se reúne em uma ilha grega isolada que pertence a um deles, o bilionário moderninho interpretado por Edward Norton (“A crônica francesa”).
Ambicioso e egocêntrico, o anfitrião contratou até uma famosa escritora de mistério para bolar uma investigação de mentira, na qual seus convidados devem descobrir quem o assassinou.
A brincadeira vai bem até que uma morte muito real acontece. Por sorte, Blanc está entre eles, mais uma vez contratado por uma pessoa misteriosa.
Kate Hudson, Leslie Odom Jr., Kathryn Hahn, Edward Norton, Jessica Henwick, Madelyn Cline e Dave Bautista em cena de ‘Glass Onion’
Divulgação
Hoje é festa lá na minha ilha
Mesmo desconsiderando “Entre facas e segredos”, Johnson não é um novato no gênero.
Logo em seu primeiro longa-metragem, “A ponta de um crime” (2005), ele já explorava a modernização de clássicos de investigações.
O que mudou com o tempo, é claro, foi a dimensão de suas produções – isso para não falar de um certo “Star Wars: Os últimos Jedi” (2017).
Sempre como diretor e roteirista de seus projetos, ele trabalhou provavelmente com o maior de seus elencos no sucesso surpresa de 2019, que reunia notáveis como Christopher Plummer (1929-2021), Jamie Lee Curtis e Chris Evans.
Edward Norton, Madelyn Cline, Kathryn Hahn, Dave Bautista, Leslie Odom Jr., Jessica Henwick, Kate Hudson, Janelle Monae e Daniel Craig em cena de ‘Glass Onion’
John Wilson/Netflix
Em “Glass Onion” ele tenta repetir o feito. No elenco principal, além de Craig e Norton, estão Janelle Monáe (“Estrelas além do tempo”), Dave Bautista (“Guardiões da Galáxia”), Kate Hudson (“Como perder um homem em dez dias”), Kathryn Hahn (“WandaVision”) e Leslie Odom Jr. (“Hamilton”).
Mas reunir tanta gente boa junta, em uma trama focada principalmente nos personagens, não é um processo fácil. Tudo começa ainda no roteiro – e no desejo que todos os escalados se divirtam, por mais que suas contrapartes se odeiem no filme.
“Eu sei na minha cabeça que quero que este seja um elenco só de estrelas. Então eu me esforço muito para que todo mundo tenha uma boa razão para estar lá com seus personagens”, fala Johnson.
“E então, na escalação, é meio que convidar uma lista de pessoas para uma festa. Você quer conseguir os melhores atores, mas também quer convidar pessoas legais, que vão se dar bem e que você vai curtir estar com eles.”
Edward Norton, Madelyn Cline e Daniel Craig em cena de ‘Glass Onion’
John Wilson/Netflix
Blanc com os pés no chão
O segundo caso estrelado por Blanc, assim como o primeiro, também tem pitadas de luta de classes. Mas também tem uma forte desconexão com a realidade da maior parte do mundo.
O cineasta promete que nem sempre será assim. Com mais um filme já comprado pela Netflix, ele conta que deseja levar Blanc para um crime mais pé no chão.
“Acho que talvez depois deste é ainda mais importante ir para um lado mais realista com o próximo. E eu quero mostrar para as pessoas que estes filmes podem ser muitas coisas diferentes. Eles podem ter tons diferentes e lidar com partes diferentes da sociedade”, diz ele.
“É parte da diversão para mim. Quantas maneiras diferentes podemos explorar isso. E eu prometo que não serão sempre ricos nojentos. Você consegue encontrar uma galeria de vilões em qualquer lugar que olhar hoje em dia, eu acho.”
Janelle Monáe em cena de ‘Glass Onion’
John Wilson/Netflix

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