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RETROSPECTIVA 2022 – Os álbuns brasileiros do ano

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Capas com álbuns de artistas brasileiros que sobressaíram ao longo de 2022
Divulgação / Montagem g1
♪ RETROSPECTIVA 2022 – Embora por vezes ofuscados pelos milhares de singles, EPs e clipes que dominam indústria cada vez mais audiovisual e pautada pela efemeridade de músicas e discos, os álbuns resistem. Há artistas que, mesmo sem abrir mão dos singles, apostam no álbum para agregar músicas e legar uma obra conceitual para a posteridade.
Ao avaliar a produção fonográfica de 2022, o Blog do Mauro Ferreira lista oito álbuns de artistas brasileiros que, na visão do crítico e colunista do g1, mereceram o status de obra-prima pela excelência do repertório, dos arranjos e/ou do canto.
♪ Eis, na ordem alfabética dos títulos, os álbuns eleitos pelo Blog do Mauro Ferreira como destaques deste ano de 2022:
1. Cássia Eller & Victor Biglione in blues – Cássia Eller e Victor Biglione
♪ Gravado entre 1991 e 1992, mas arquivado por 30 anos por razões ainda controversas, o álbum de blues de Cássia Eller (1962 – 2001) com o guitarrista Victor Biglione chegou enfim ao mundo em 10 de dezembro de 2022, dia do 60º aniversário da cantora. Entre a maciez da balada When sunny gets blues (Marvin Fischer e Jack Segal, 1956) e a intensidade de Same old blues (Don Nix, 1969), o canto de Cássia Eller ressoou imortal em disco de caráter atemporal e de alto valor documental.
2. Lady Leste – Gloria Groove
♪ A expectativa já era grande quando a cantora lançou o segundo álbum em 10 de fevereiro, mas Lady Leste superou todos os prognósticos positivos sinalizados em 2021 pelos singles Bonekinha, A queda e Leilão. Dentre o repertório inédito, o funk Vermelho (Gloria Groove, Pablo Bispo, Ruxell e MC Daleste, 2022) foi a cor mais quente de álbum que esbanjou coesão ao longo de 13 músicas que foram do funk ao pop de arena, passando por pagode, rap e reggaeton. Lady Leste se tornou um clássico instantâneo do pop brasileiro.
3. Mil coisas invisíveis – Tim Bernardes
♪ Compositor mais inspirado da geração projetada nos anos 2010, Tim Bernardes apresentou um segundo álbum tão iluminado quanto o primeiro, Recomeçar (2017). Precedido por quatro singles editados a partir de 3 de maio, o álbum Mil coisas invisíveis foi lançado em 14 de junho e manteve o artista paulistano elevado no panteão da música brasileira do século XXI pela excelência do cancioneiro autoral desse artista que, além de grande compositor, canta com alma e ainda toca vários instrumentos.
4. Moacir de todos os Santos – Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz
♪ Lançado em 19 de maio, o álbum soou como atestado póstumo da genialidade do maestro, arranjador, percussionista e saxofonista baiano Letieres Leite (1959 – 2021), morto no ano passado. Ao abordar sete dos dez temas do álbum Coisas (1965), de Moacir Santos (1926 – 2006), Letieres pôs o dendê da orquestra afro-baiana de Salvador (BA) na obra-prima da discografia do compositor, saxofonista, arranjador e maestro pernambucano.
5. O que meus calos dizem sobre mim – Alaíde Costa
♪ Álbum idealizado e produzido por Marcus Preto com Emicida, com o intuito de celebrar a nobreza do canto de Alaíde Costa, O que meus calos dizem sobre mim confirmou as altas expectativas ao ser lançado em 19 de maio. Em oito músicas gravadas sob direção musical de Pupillo Oliveira, sendo sete inéditas, a cantora fez valer a personalidade forte ao mesmo tempo em que espalhou sementes pelo caminho. O mérito deve ser repartido com Marcus Preto, que articulou parcerias e amealhou o belo repertório fornecido por Erasmo Carlos (1941– 2022), Fátima Guedes, Guilherme Arantes, Ivan Lins, Joyce Moreno, Nando Reis e Tim Bernardes, além de Emicida, autor de duas letras.
6. Orquestra Petrobras Sinfônica Nando Reis – Nando Reis e Orquestra Petrobras Sinfônica sob regência de Isaac Karabtchevsky
♪ Ao ser enquadrado na moldura sinfônica da orquestra da Petrobras, o cancioneiro autoral de Nando Reis teve a grandiosidade exposta neste álbum gravado no começo de 2019 e lançado três anos depois, em 25 de fevereiro de 2022. A maestria da regência do maestro Isaac Karabtchevsky, à frente da sinfônica da Petrobras, contribuiu para a perfeição deste disco situado na sempre tênue fronteira entre a música dita erudita e a música popular, terreno do compositor paulistano.
7. Senhora das folhas – Áurea Martins
– Cantora até então identificada com o universo noturno do samba-canção, a carioca Áurea Martins pisou firme em terreno sagrado para celebrar o canto das rezadeiras, benzedeiras e curandeiras do Brasil em álbum emocionante idealizado por Renata Grecco e gravado sob a direção musical do violoncelista Lui Coimbra. Senhora das folhas mostrou que a fé está em todo o canto, inclusive no rap de Projota, cujo tema A rezadeira (2014) sobressaiu no disco no canto fluente de Moyseis Marques, solista da faixa pontuada por intervenções da voz de Áurea Martins.
8. Ubuntu – Leila Maria
– A cantora carioca djavaneou o jazz das Alagoas com acento africano em álbum surpreendente. Em Ubuntu, Leila Maria cantou Djavan sob a perspectiva histórica da diáspora africana, com produção musical de Guilherme Kastrup. Se o samba Aquele um (Djavan e Aldir Blanc, 1980) foi reinventado em cadência evocativa do zouk e da rumba congolesa, em arranjo que também ecoou a juju music, Seca (1996) revolveu o solo de um Brasil injusto com direito à aridez de versos recitados por Maria Bethânia. Exímia cantora, Leila Maria se afinou com Vocal Kuimba, coral paulista formado por jovens angolanos, no canto sedutor de Meu bem querer (1980). Obra-prima!

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Por que a cultura do estupro é tão comum na indústria musical e o que Sean Diddy tem a ver com isso

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Com mais de 200 páginas, documento reúne dezenas de casos de magnatas da música americana acusados de cometer crimes sexuais e de assumir posturas controversas. Sean ‘Diddy’ Combs
Chris Pizzello/Invision/AP
O caso Diddy ainda parece distante de uma conclusão, mas, sem dúvidas, já é um marco na indústria da música. Há, inclusive, expectativas de que se torne o próximo MeToo, movimento que chacoalhou Hollywood em 2017 com uma onda de denúncias de crimes sexuais.
Preso em 16 de setembro, Dsddy se diz inocente e aguarda julgamento. Mas ele não foi o único músico a entrar na mira da Justiça nessas últimas semanas. Quem também foi processado é o astro country Garth Brooks, acusado de estupro, o que é negado por ele.
Dominado por homens, o setor musical tem uma extensa lista de denúncias e condenações por assédio e abuso. Isso é tão frequente que há uma naturalização do problema, o que acaba levando à chamada cultura do estupro.
“Por décadas, a indústria da música tem tolerado, perpetuado e, muitas vezes, comercializado uma cultura de abuso sexual contra mulheres e meninas menores de idade. Milhares de artistas, executivos e acionistas lucraram bilhões de dólares, enquanto se envolviam e/ou encobriam comportamentos sexuais criminosos”, diz o texto introdutório do relatório “Sound Off: Make the Music Industry Safe” (ou “Som desligado: Torne a Indústria da Música segura”, em português), publicado em fevereiro deste ano.
Com mais de 200 páginas, o documento reúne dezenas de casos de magnatas da música americana acusados de cometer crimes sexuais e de assumir posturas controversas. São histórias que vão dos anos 1950 a 2024.
A constante negligência de denúncias, investigações e até sentenças judiciais estimula crimes sexuais no mercado musical. É o que aponta o relatório, elaborado por uma coalizão entre os grupos feministas Lift Our Voices, Female Composer Safety League e Punk Rock Therapist.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Sexo, drogas e rock n’ roll
“Para desenvolver uma marca estética de alguns artistas, a indústria usa essa cultura a seu favor”, diz Nomi Abadi, pianista e fundadora da Female Composer Safety League, rede de suporte a compositoras vítimas de abuso sexual e assédio. Ela conversou com o g1 por videochamada. “É por isso que tem tanto músico acusado impune.”
Ela cita o famoso lema “sexo, drogas e rock n’ roll”. Para a artista, a ideia é menos sobre um espírito roqueiro e mais sobre uma dinâmica de poder que está presente em todos os gêneros musicais. É uma forma de relativizar histórias de mulheres que alegam terem sido drogadas e violadas sexualmente em festas com músicos, executivos, produtores e outros profissionais do setor.
De fato, não é raro encontrar esse tipo de queixa no meio musical. O próprio Diddy é acusado de drogar e estuprar mulheres durante seus festões luxuosos, chamados de “white parties” e “freak-off”. Inclusive, há relatos de que ele teria coagido algumas convidadas a usar fluidos intravenosos para recuperação física após submetê-las a longas e violentas performances eróticas.
O músico nega todas as acusações que levaram à sua prisão. Quanto ao caráter libertino de suas festas, ele sempre gostou de fazer menções, se gabando dos eventos.
Sean ‘Diddy’ Combs em foto de 2017, em Nova York.
Lucas Jackson/Reuters
“Todos nós já sabíamos. Por muito tempo, ouvimos histórias sobre essas festas”, afirma Nomi. “Eu conheci uma vítima de P. Diddy. Minha amiga esteve em uma dessas festas… Ninguém a escutou. Ninguém se importou com ela.”
Os eventos, que rolavam desde os anos 2000, eram privados — a lista de convidados do rapper reunia atores, músicos, empresários e políticos. Jay-Z, Will Smith, Diana Ross, Leonardo DiCaprio, Owen Wilson, Vera Wang, Bruce Willis e Justin Bieber são algumas das celebridades que compareceram aos encontros.
“O que tinha nessas festas era coisa muito ruim. E mesmo envolvendo tantas pessoas, continuava acontecendo”, continua Nomi. É mais ou menos o que também afirmou a cantora Cassie, ex-namorada de Diddy, em 2023, quando ela abriu um processo contra ele, alegando ter sido estuprada e violentada por mais de uma década. Na ação, que já foi encerrada (sem os detalhes divulgados), a artista afirmou que os supostos crimes do rapper eram testemunhados por muita gente “tremendamente leal” que nunca fazia nada para impedi-lo.
Sean ‘Diddy’ Combs
Richard Shotwell/Invision/AP
Desde que fundou a Female Composer Safety League, Nomi tem tido contato com várias denúncias de agressão sexual no setor da música. “Uma coisa que me surpreendeu quando comecei a frequentar esse meio [de dar suporte a vítimas] é que cada sobrevivente tem sua própria versão da mesma história. As circunstâncias são diferentes. O que aconteceu com cada pessoa é único. Mas todas elas querem ser validadas, compreendidas e terem seus empregos mantidos”, afirma ela. “São os mesmos medos e os mesmos desejos.”
Anos atrás, a artista moveu processos contra Danny Elfman, compositor de trilhas de blockbusters como “Batman” e “Beetlejuice”. Nas ações, ela alegou ter sido vítima de crimes sexuais. Ele nega. Os dois entraram em um acordo com termos não divulgados.
A cultura externa
Também em entrevista ao g1, a pesquisadora de rap Nerie Bento analisa que, na indústria, a cultura do estupro é atrelada à desigualdade de gênero do mercado, além da própria influência de quem está de fora.
“É uma cultura que permeia toda a sociedade, então, obviamente vai estar aqui também”, diz ela. “E a própria música em si… A gente tem muita música misógina que contribui com isso.”
Neire menciona, então, a erotização de corpos femininos em videoclipes de cantores famosos como o próprio Sean Diddy, o que, segundo ela, também endossa a cultura do estupro, ao objetificar a figura da mulher.
O apelo às gravadoras
O relatório “Sound Off” também faz menções à erotização feminina no setor. Além disso, critica as três maiores empresas do mercado fonográfico (Warner Music, Universal Music e Sony Music), propondo que adotem as seguintes demandas:
O fim de NDAs (Non-disclosure agreements, na sigla em inglês), ou seja, acordos de confidencialidade — prática frequente para o encerramento desse tipo de processo no meio musical;
Uma lista pública dos músicos, executivos, gerentes, produtores e outros profissionais acusados de má conduta sexual;
Adoção de protocolos institucionalizados que estimulem a denúncia, não o silêncio;
Investigações conduzidas por partes externas
A defesa de leis que derrubem a prescrição em crimes sexuais
Demandas que surgem porque, segundo a coalizão do relatório, essas gravadoras “ignoraram acusações, silenciaram vítimas e até permitiram o abuso” por décadas.
O g1 entrou em contato com as assessorias da Warner, Universal e Sony, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

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Bruno Mars começa tour no Brasil; show deve ter piada com calcinha e hit gravado com Lady Gaga

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Antes de turnê com 14 apresentações, g1 assistiu ao show do cantor para convidados. Com setlist semelhante ao do The Town, Bruno deve incluir novas piadinhas e grito de ‘Bruninho is back’. Bruno Mars encerra show no The Town com o sucesso ‘Uptown Funk’
Bruno Mars começa nesta sexta-feira (4) uma sequência de 14 shows, que vai até o dia 5 de novembro. Antes dessa turnê brasileira, o cantor havaiano de 38 anos fez um show beneficente no Tokio Marine Hall, em São Paulo, na terça-feira (1º). A apresentação para 4 mil pessoas arrecadou R$ 1 milhão para as vítimas da tragédia climática no Rio Grande do Sul.
No show para famosos, convidados e também fãs que participaram de uma promoção, ele seguiu uma estrutura de setlist bem parecida com a do The Town. Bruno fez dois shows no festival paulistano, em setembro de 2024.
Ele ainda começa o show com “24 Magic” e termina com a trinca “Locked Out of Heaven”, “Just the Way You Are” e “Uptown Funk”. No show exclusivo antes da turnê, ele se comunicou um pouco menos com o público.
Entre as poucas interações, gritou “Bruninho is back!”, quando a plateia começou a gritar “Bruninho! Bruninho! Bruninho”, ainda no começo. Em “Billionaire”, alterou parte da letra e cantou “different calcinhas every night”, brincadeira que foi muito aplaudida.
Há ainda uma parte piano e voz, em que ele emenda várias músicas, começando com “Funk You” e passando por “Grenade”, “Talking to the moon” e “Leave the door open”, a única que ele toca do projeto Silk Sonic. A novidade nessa parte, que rolou no show de terça, deve ser a inclusão de um trecho de “Die With a Smile”, música lançada com Lady Gaga em agosto passado.
Bruno Mars
Divulgação
No show do Tokio Marine Hall, um pouco mais curto do que os da turnê, não houve a versão instrumental de “Evidências”, de Chitãozinho & Xororó, tocada por seu tecladista. O solo de bateria, porém, continua presente. Então, não se sabe qual música brasileira será homenageada pela banda de Mars.
A banda que o acompanha, The Hooligans, segue impecável e o ajuda em coreografias cheias de gingado. Para tocar com Mars, não basta ser ótimo músico, tem que saber dançar. Com toda essa atmosfera de suingue e simpatia, fica difícil não se encantar pelo charme de Bruninho.
O repertório de Mars vai do soul ao pop rasgado, passando por R&B, levadas de reggae e baladas perfeitas para pedidos de casamento, como “Marry You”.
Antes dos shows no The Town, Bruno havia vindo ao Brasil em 2017 e em 2012, quando foi atração do festival Summer Soul.
Bruno Mars no Brasil
São Paulo: 4, 5, 8, 9, 12 e 13 de outubro – Estádio Morumbi
Rio: 16, 19 e 20 de outubro – Estádio Nilton Santos
Brasília: 26 e 27 de outubro – Arena Mané Garrincha
Curitiba: 31 de outubro e 1º de novembro – Estádio Couto Pereira
Belo Horizonte: 5 de novembro – Estádio Mineirão

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Garth Brooks é processado por maquiadora que o acusa de estupro

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Mulher diz que agressão aconteceu em 2019. Ela afirma que sofreu diferentes tipos de abusos quando trabalhava para o astro do country americano. Garth Brooks faz show em prol do Hospital de Câncer de Barretos, em 2015
Mateus Rigola/G1
O astro do country Garth Brooks foi processado por uma mulher que o acusa de estupro, segundo o canal de notícias americano CNN nesta quinta-feira (3).
A ação diz que o ataque aconteceu quando ela trabalhava para ele como maquiadora e cabeleireira, em 2019.
A mulher, identificada como Jane Roe, afirma que o cantor também mostrava seus órgãos genitais para ela, falava sobre sexo, se trocava na sua frente e mandava mensagens sexualmente explícitas.
Ela afirma que foi estuprada por ele em um hotel, em Los Angeles, durante uma viagem para a gravação de uma homenagem do Grammy.
O cantor já tinha afirmado ser inocente em um processo movido por ele, anonimamente, em setembro. Na ação, Brooks pedia para que a Justiça declarasse que as acusações de Roe não eram verdade e a proibissem de divulgá-las.
Ele dizia que se tratava de uma tentativa de extorsão que causariam “dano irreparável” à sua carreira e sua reputação.

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